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segunda-feira, 27 de abril de 2020

COMO PEDES?


COMO PEDES?

“Até agora, nada pedistes em meu nome; pedi, e recebereis, para que o vosso gozo se cumpra.” — Jesus. (JOÃO, capítulo 16, versículo 24.)

Em muitos recantos, encontramos criaturas desencantadas da oração.

Não prometeu Jesus a resposta do Céu aos que pedissem no seu nome?

Muitos corações permanecem desalentados porque a morte lhes roubou um ente amigo, porque desastres imprevistos lhes surgiram na estrada comum.

Entretanto, repitamos, o Mestre Divino ensinou que o homem deveria solicitar em seu nome.

Por isso mesmo, a alma crente, convicta da própria fragilidade, deveria interrogar a consciência sobre o conteúdo de suas rogativas ao Supremo Senhor, no mecanismo das manifestações espirituais.

Estará suplicando em nome do Cristo ou das vaidades do mundo?

Reclamar, em virtude dos caprichos que obscurecem os caminhos do coração, é atirar ao Divino Sol a poeira das inquietações terrenas; mas pedir, em nome de Jesus, é aceitar-lhe a vontade sábia e amorosa, é entregar-se-lhe de coração para que nos seja concedido o necessário.

Somente nesse ato de compreensão perfeita do seu amor sublime encontraremos o gozo completo, a infinita alegria.

Observa a substância de tuas preces. Como pedes? Em nome do mundo ou em nome do Cristo? Os que se revelam desanimados com a oração confessam a infantilidade de suas rogativas.

Mensagem extraída da obra: Caminho, Verdade e Vida, ditada pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, capítulo 66, ano 1948.


REFLEXÃO: Pedir, rogar, suplicar, orar são atitudes íntimas de se buscar acesso a um poder maior, que certamente poderia atender uma necessidade premente que está além das próprias forças, conforme o nosso julgamento.

Jesus, um Ser grandioso que não veio ao Mundo para resolver assuntos materiais, mas para ensinar as questões espirituais e o enriquecimento virtuoso dos seres vinculados ao Planeta Terra, com o objetivo de que nos caminhemos no tempo infinito com sabedoria e consciência lúcida.

O Espírito orientador Emmanuel, em sua página acima, depois apropriado argumento sobre o versículo à epígrafe, no final registra: “Os que se revelam desanimados com a oração confessam a infantilidade de suas rogativas.   Que pensar sobre isto? 

Numa de nossas reuniões domésticas em torno do Evangelho, um Amigo Espiritual tratando desse tema, nos levou a pensar, quando esclareceu, o que aqui tentamos expressar com nossas palavras: Há vinte séculos Jesus trouxe as lições do Seu evangelho, as verdades não se alteraram, mas naquele tempo inicial a Humanidade, na maior parte, formada de espíritos num estado infantil de entendimento, por isso precisou utilizar de recursos pedagógicos compatíveis para àquele momento e que pudesse servir nos tempos futuros, considerando o amadurecimento natural da alma humana.

O problema está que grande parte de Humanidade ainda não saiu da infância espiritual, o seu contato com o mundo espiritual acontece com acanhamento, numa pobreza muito grande, que já deveria ter sido superada, se o entendimento estivesse sido buscado com sinceridade, deixando as amarras convencionais.

Jesus era Mestre, Ele mesmo cerificou isto, portanto, todo mestre deseja e tem como princípio que seus alunos, seus discípulos, cresçam e atendam aos seus objetivos, voem, conquistando a suficiência, tendo autonomia sobre a vida, porque têm sabedoria, consciência da responsabilidade e sabem para que estão vivendo.

O Mestre e Senhor, aguarda de todos a competência, aguarda a contribuição efetiva, a realização, a liberdade conquistada pela Luz própria; que pode pedir, pois, os seus valores comungam com o que se pleiteia, a graça naturalmente flui alcançada.

A misericórdia nunca faltou, mesmo sem nenhum pedido, o que é justo é fruto de atendimento, todos somos amparados indistintamente, não existimos na vida do corpo como se fossemos folha seca ao vento, existe um planejamento e um destino, no entanto, o agente ativo, o aluno, o ser que se encontra sob o buril da vida somos nós mesmos, precisamos fazer a nossa parte. Não aguardemos nada de graça, o contributo é o mérito pelos esforços para vencer as comodidades, a preguiça, o vício, a imoralidade, as tendências negativas que trazemos de outras vidas.

Jesus, espera que sejamos vitoriosos, que deixemos a infância espiritual e alcancemos a maturidade, que oferece a confiança, a humildade moral, o reconhecimento do que somos capazes, assim poderemos nos apresentar com autoridade junto a Jesus.

Ele não precisará dizer novamente: “Até agora, nada pedistes em meu nome; (...)”.

                                                            Dorival da Silva

segunda-feira, 13 de abril de 2020

Domingo, dia claro...


Domingo, dia claro...

As notícias não são boas, anúncio de mortes nas maiores cidades do Mundo, nos países ricos e nos pobres também, é a pandemia: Coronavírus.

Olhando pela janela contemplo no quintal uma atmosfera linda, o Sol brilha mostrando luz suave, o ar leve carrega o perfume que colhe das flores, as plantas estão muito verdes, os pássaros se manifestam sem preocupação, a Natureza se posta com a sua grandeza.

Jornais de folhas, de televisão, de rádio se manifestam sem detença em notícias de toda ordem, numa concorrência exorbitante de mais e mais atualizações da desgraça que atinge milhares de almas que sofrem com a contaminação e multidões outras aflitas para não se contaminarem com o vírus que pode causar o mal.

Autoridades que exigem o recolhimento das populações nos lares, outras que solicitam o relaxamento de tal iniciativa, visando preservar as questões econômicas; populares que querem retornar ao trabalho, pois precisão resguardar o pão de cada dia; outros que são autorizados por servirem a setores considerados indispensáveis ao atendimento básico da sociedade, tais como farmácias, supermercados, postos de combustíveis, hospitais...

Governos montam hospitais de campanha às pressas, prevendo a impossibilidade de atendimento condizente ao número crescente de contaminados e previsão catastrófica da quantidade de doentes nos próximos meses; há busca infrene de equipamentos auxiliares à respiração, pois a doença viral exaure consideravelmente a capacidade respiratória dos contaminados mais graves, levando os mais suscetíveis, idosos e detentores de doenças crônicas, com frequência, à morte.

Os interesses políticos estendem o seu manto sobre a desgraça, buscando retirar o que pode de capitalização para os poderes, dos poderosos que nem sabem se verão o fim da pandemia, que se mostra demorar em ter solução. É mando e desmando dos antagonistas do poder de um lado, é revolta de apaniguados insatisfeitos de outro, parte da população se levanta em protesto, sem ao certo sobre o quê; vez que todos estão num barco em comoção, num incêndio alimentado por muitos combustíveis emocionais e de insensatez.

Países buscam equipamentos que salvaguardam a fisiologia respiratória dos possíveis internados em situação agravada, pois é vital, no entanto, os centros produtores desses recursos não têm a quantidade suficiente e a capacidade de produção também não atende à demanda de todos. Existe a lei de mercado, a falta do produto inflaciona os preços, os mais pobres não podem adquirir o que precisa, a força econômica sobrepõe os mais fracos, que ficam em segundo plano, assim se verifica a pandemia que avança sem detença, causando mortes em quantidade inimaginável.

Os templos religiosos, os cinemas, os teatros, os “shoppings”, o comércio e a indústria estão vazios às custas de decretos oficiais, tudo com o propósito de se evitar a disseminação do contágio pela movimentação das pessoas, buscando-se o alongamento do enraizamento  desse mal de forma generalizada em curto prazo, o que seria uma tragédia humana, considerando a impossibilidade de acolhimento em hospitais a massa de gente em estado desesperador de insuficiência respiratória incontrolável.  Certamente a morte desassistida se daria em toda parte, o que se pretende evitar, dando condições para se salvar a maior parte dos doentes.   
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O indivíduo que busca se esgueirar do contato com o tal vírus, que lhe poderá comprometer a máquina de carne é também um Espírito, ou se quiserem uma Alma, que está passando um período de experiência neste Mundo, será que todos se lembram disso? Será que a fé que professamos nos prepara para momento tão decisivo? Mesmo que fiquemos doentes coletivamente, o caminho a percorrer é exclusivo, mesmo cercado de assistentes, o desfecho é solitário, se for o ponto final da existência. Caso isto ocorra o corpo já não importa, a própria circunstância levará às finalidades. E nós que não findamos, apenas nos liberamos do corpo, como nos encontraremos? Esta é a pergunta excelente. O que virá depois!

Se faz necessário a humildade. Se não é agora que deixaremos a carcaça, será mais adiante, poderá demorar décadas, mas o dia chegará.

O momento é adequado para olharmos para dentro, a lógica nos mostra que não será com os olhos que conhecemos, será com as ondas criadas pela reflexão, poderíamos dizer com o olhar da alma, da análise, da crítica e da síntese.

A busca do autoconhecimento, da descoberta das virtudes e dos defeitos, dos vícios... Viver a relação humana com mais cuidado, observando para aprender.

Esse retorno para casa é mais significativo, além de representar o que é praxe, também diz que precisamos ir mais além. Aproveitar bem o tempo, tornando-o útil. Compreendendo que toda ocupação nobre é ocupação produtiva. Sejam em atividades materiais, intelectuais, ou na atenção à criança ou ao velho, a importância é como se faz.

Jesus, o Cristo, lecionou: “Amar o próximo como a si mesmo” e a Doutrina Espírita ensina: “Fora da caridade não há salvação”. 
  
                                               Dorival da Silva



Incluo parte da dedicatória do Espírito Irmão X existente na abertura da obra: Cartas e Crônicas, pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, 1966, como segue:

"Num belo apólogo, conta Rabindranath Tagore que um lavrador, a caminho de casa, com a colheita do dia, notou que, em sentido contrário, vinha suntuosa carruagem, revestida de estrelas. Contemplando-a, fascinado, viu-a estacar, junto dele, e, semiestarrecido, reconheceu a presença do Senhor do Mundo, que saiu dela e estendeu-lhe a mão a pedir-lhe esmolas...

-- O quê? -- Refletiu, espantado -- o Senhor da Vida a rogar-me auxílio, a mim, que nunca passei de mísero escravo, na aspereza do solo?

Conquanto excitado e mudo, mergulhou a mão no alforje de trigo que trazia e entregou ao Divino Pedinte apenas um grão da preciosa carga.

O Senhor agradeceu e partiu.

Quando, porém, o pobre homem do campo tornou a si do próprio assombro, observou que doce claridade vinha do alforje poeirento... O grânulo de trigo, do qual fizera sua dádiva, tornara à sacola, transformado em pepita de ouro luminescente...
Deslumbrado, gritou:

-- Louco que fui!... Porque não dei tudo o que tenho ao Soberano da Vida?"

                                      *

       Na atualidade da Terra, quando o materialismo compromete edificações veneráveis da fé, no caminho dos homens, sabemos que o Cristo pede cooperação para a sementeira do Evangelho Redivivo que a Doutrina Espírita veicula. (...).

segunda-feira, 13 de maio de 2019

A inexplicável persistência do ateísmo

Especial


por Anselmo Ferreira Vasconcelos


A inexplicável persistência do ateísmo
Entre tantas façanhas produzidas pelo telescópio Hubble, algumas merecem especial destaque. Refiro-me a dez imagens absolutamente impressionantes. São fotos simplesmente exuberantes, isto é, verdadeiras obras-primas esculpidas em pleno cosmos por um excepcional artista celestial: Deus. Nelas podemos perceber um pouco da grandeza do Criador manifestada nos contornos e cores da Galáxia do Sombrero, que dista 28 milhões de anos-luz da Terra, e é dotada de uma aparência de tirar o fôlego (a propósito, ela abriga 800 bilhões de sóis e possui um diâmetro de 50.000 anos-luz)da Nebulosa da Formiga, essencialmente composta de uma nuvem de poeira cósmica e gás, distante da nossa Galáxia, e da Terra, entre 3.000 a 6.000 anos-luz; da Nebulosa Esquimó, que se assemelha a um rosto circundado por chapéu ou gorro enrugado, ou seja, um anel formado por estruturas ou restos desagregados de estrelas mortas, e distante aproximadamente 5.000 anos-luz do nosso planeta; da Nebulosa Olho de Gato, que tem uma aparência de olho esbugalhado tal qual a do feiticeiro Sauron do filme O Senhor dos Anéis; da Nebulosa Ampulheta, distante 8.000 anos-luz, e que apresenta um singular estrangulamento no meio devido aos ventos que a modelam; da estonteante Nebulosa do Cone, que possui 2,5 anos-luz de comprimento, o equivalente a 23 milhões de voltas ao redor da Lua; da Tempestade Perfeita, isto é, uma pequena região da Nebulosa do Cisne, distante 5.500 anos-luz (composta de um oceano de hidrogênio, bem como de pequenas quantidades de oxigênio, enxofre e outros elementos); da Noite Estrelada, assim denominada por recordar o famoso quadro de Van Gogh; do enigmático redemoinho de olhos “furiosos”, isto é, duas galáxias que literalmente se fundem (chamadas NGC 2207 e IC 2163), distantes 114 milhões de anos-luz na longínqua Constelação do Cão Maior; e, por fim, da Nebulosa Trifid, um maravilhoso “berçário estelar”, situado a 9.000 anos-luz da Terra, e local onde nascem as novas estrelas (Fonte: https://fla.st/2ZJuhXP -Acessado em 25 dez.2018.) 
Apesar de tão expressivas obras cósmicas, há um contingente considerável de criaturas humanas que duvidam da existência de um poder maior que rege todo o universo: são os ateus que ainda se fazem presentes na Terra. As estatísticas indicam que há cerca de749,2 milhões (11% da população mundial) deles em nosso orbe. Eles representam 85% da população da Suécia, 81% do Vietnã, 80% da Dinamarca, 72% da Noruega, 65% do Japão, 61% da República Checa, 60% da Finlândia, 54% da França e 52% da Coreia do Sul.
Os países com maior número absoluto de ateus são: China (181,8 milhões), Japão (82 milhões), Rússia (69 milhões), Vietnã (66 milhões), Alemanha (40 milhões), França (32 milhões), EUA (26,8 milhões), Inglaterra (26,5 milhões) e Coreia do Sul (25 milhões). Cumpre destacar que 8% dos brasileiros são ateus, agnósticos e sem religião. Em termos de sexo, os ateus se subdividem em 56% homens e 44% mulheres. Na área científica estima-se que ao redor de 10% assim se denomine.
Outro dado surpreendente foi revelado por um estudo conduzido pelo Núcleo de Tendências e Pesquisa do Espaço Experiência FAMECOS/PUCRS de 2015, denominado Ideias e Aspirações do Jovem Brasileiro sobre Conceitos de Família. O trabalho focou em 1.500 jovens, sendo 82,5% da amostra situada na faixa etária de 18 a 24 anos e 17,5% de 25 a 34 anos. A pesquisa trouxe a lume que 19,3% declararam-se ateus e 6,2% agnósticos, isto é, mais de 1/4 não consegue desenvolver uma noção elementar de Deus em suas vidas. A propósito, escrevo sobre esse assunto porque recentemente conversei com uma jovem – bacharel em Biologia pela USP – que me confidenciou ser ateia. Disse-me com toda a clareza possível que sentia ser alvo de preconceito em relação à sua opinião. De minha parte, admito ter ficado perplexo a priori por descobrir uma pessoa que tenha estudado essa área do saber, e não ter conseguido vislumbrar a “mão de Deus” permeando a natureza.
Recobrando-me rapidamente do choque inicial, busquei argumentar aludindo aos perceptíveis sinais divinos que a tudo abrange. Não fui bem sucedido, pois encontrei intransponível barreira por parte da minha interlocutora. Indaguei-lhe se havia tido educação religiosa na infância, e ela confirmou-me positivamente. Perguntei-lhe ainda se havia lido a obra A Gênese, de Allan Kardec, que apresenta um riquíssimo tratado sobre a divindade, entre outros assuntos, e ela também fez gesto afirmativo. Posto isto, só sobrou-me inquiri-la se algum conteúdo havia tocado nas fímbrias do seu ser. Para minha decepção, ela negou taxativamente qualquer aproveitamento. Na verdade, insinuou que eu pretendia convencê-la. Eu, mais do que depressa, informei-a de que, em matéria de fé, nós é que nos convencemos.
Senti-me compelido a falar-lhe sobre Jesus, a sua luminosa obra, os seus milagres, a visão do Tabor, as aparições logo após a sua morte traiçoeira, o crescimento exponencial do movimento cristão etc. Todavia, percebi indisfarçáveis sinais de desdém da parte da moça. Diante do quadro de radicalismo por mim divisado, assim como a inutilidade de qualquer discussão, compreendi que, infelizmente, não havia mais nada a fazer... Lamentei profundamente ainda existirem na face da Terra seres humanos que sequer conseguem sentir a presença de Deus em seus corações e inteligência. Além de não terem capacidade para explicar os cruciais fenômenos da vida, negam veementemente a existência de uma força superior. Por isso, orei fervorosamente pela garota que ainda não descobriu Deus.
Imaginei as duríssimas experiências que ela enfrentará nessa amarga fase de turbulência planetária, com as suas duras expiações coletivas e individuais, sem uma fé, sem uma crença, sem uma luz interior para confortá-la nas horas de dor e desespero. Pobres de espírito, penso eu, são as criaturas que se fecham cabalmente aos apelos do mais alto à razão. Infelizes são os que se opõem sistematicamente aos raios do amor universal.
Na verdade, melhor seria se aceitassem a sensata recomendação do filósofo espírita J. Herculano Pires, aduzidas no livro Libertação Espiritual:
“O homem deve conter-se nos limites de si mesmo, cuidar das suas imperfeições, melhorar-se. Basta-lhe saber que Deus existe, e que é justo e bom. Disso ele não pode duvidar, porque ‘pela obra se reconhece o obreiro’, a própria natureza atesta a existência de Deus, sua própria consciência lhe diz que ele existe, e a lei geral da evolução comprova a sua justiça e a sua bondade. [...]”.
Com efeito, se há algo que nunca faltou à humanidade foi o envio de missionários divinos atestando a existência de Deus. A bem da verdade, nunca fomos abandonados pelo Criador; Deus sempre nos supriu com o seu infinito amor. Como corretamente destacou o Espírito Emmanuel, no livro A Caminho da Luz(psicografia de Francisco Cândido Xavier), “Todas as raças da Terra devem aos judeus esse benefício sagrado, que consiste na revelação do Deus Único, Pai de todas as criaturas e Providência de todos os seres”.
O sábio mentor recorda igualmente que:
 “O grande legislador dos hebreus trouxera a determinação de Jesus, com respeito à simplificação das fórmulas iniciáticas, para compreensão geral do povo; a missão de Moisés foi tornar acessíveis ao sentimento popular as grandes lições que os demais iniciados eram compelidos a ocultar. E, de fato, no seio de todas as grandes figuras da antiguidade, destaca-se o seu vulto como o primeiro a rasgar a cortina que pesa sobre os mais elevados conhecimentos, filtrando a luz da verdade religiosa para a alma simples e generosa do povo”.
Avançando ainda mais na elucidação do assunto, Emmanuel propõe que:
“O Nirvana, examinado em suas expressões mais profundas, deve ser considerado como a união permanente da alma com Deus, finalidade de todos os caminhos evolutivos; nunca, porém, como sinônimo de imperturbável quietude ou beatifica realização do não ser. A vida é a harmonia dos movimentos, resultante das trocas incessantes no seio da natureza visível e invisível. Sua manutenção depende da atividade de todos os mundos e de todos os seres. Cada individualidade, na prova, como na redenção, como na glória divina, tem uma função definida de trabalho e elevação dos seus próprios valores. Os que aprenderam os bens da vida e quantos os ensinam com amor, multiplicam na Terra e nos Céus os dons infinitos de Deus”.
Assim sendo, Emmanuel leva-nos, por fim, a concluir que “Toda a realidade é a do Espírito e toda a paz é a do entendimento do reino de Deus e de sua justiça”.
Allan Kardec, por sua vez, revela na obra de sua autoria acima mencionada (Capítulo II), com muita acuidade, que “[...] Deus não se mostra, mas se revela pelas suas obras.
O codificador do Espiritismo inferiu em sem seus estudos que:
“[...] A existência de Deus é, pois, uma realidade comprovada não só pela revelação, como pela evidência material dos fatos. Os povos selvagens nenhuma revelação tiveram; entretanto, creem instintivamente na existência de um poder sobre-humano. Eles veem coisas que estão acima das possibilidades do homem e deduzem que essas coisas provêm de um ente superior à humanidade. Não demonstram raciocinar com mais lógica do que os que pretendem que tais coisas se fizeram a si mesmas?”
Kardec observa, com plena razão, que:
 “[...] Para compreender Deus, ainda nos falta o sentido, que só se adquire com a completa depuração do Espírito. Mas se o homem não pode penetrar a essência de Deus, pode ter como premissa a sua existência. O homem pode, então, pela razão chegar a conhecer-lhe os atributos necessários e concluir que esses atributos só podem ser divinos, deduzindo daí quem é Deus”.
Graças ao hercúleo esforço do codificador somos informados que Deus é a expressão da suprema inteligência; é eterno; é imutável; é imaterial; é onipotente; é soberanamente justo e bom; é infinitamente perfeito; e é único. Os argumentos coligidos por Kardec são tão eloquentes que somos naturalmente conduzidos a concluir que “É assim que, comprovada pelas suas obras a existência de Deus, por simples dedução lógica se chega a determinar os atributos que o caracterizam”.
E aí reside a questão-chave arrolada por Kardec: dedução lógica. Como nós, espíritos impuros e imperfeitos, queremos ter a pretensão de ter acesso direto ao Criador? Normalmente, o cético, na sua arrogância peculiar, cogita esse direito, sem considerar, entretanto, as premissas necessárias para tal, isto é, a conquista intransferível da fé e o seu próprio desenvolvimento espiritual.
Ademais, o ateu, na sua incomensurável ignorância, não consegue conceber que “... a natureza inteira está mergulhada no fluido divino. [...]”, como destaca Kardec. O Espírito Emmanuel pondera, com absoluta razão, em Caminho, Verdade e Vida (também psicografado por Francisco Cândido Xavier) que “Quem não consegue crer em Deus está doente. [...]”. Mais ainda: “O homem nada pode sem Deus”. Por isso, creio que só indivíduos altamente presunçosos e insipientes não sentem Deus. Viver divorciado de Deus é caminhar sem direção. Em paralelo, até a limitada ciência humana hodierna já é capaz de conceber Deus como um dos stakeholders. Posto isto, adverte Emmanuel que “No fundo, há um só Pai que é Deus e uma grande família que se compõe de irmãos” (Capítulo 20). Para ele, “A vida deveria constituir, por parte de todos nós, rigorosa observância dos sagrados interesses de Deus” (Capítulo 21).
O iluminado mentor espiritual ensina que: “Deus é o Pai magnânimo e justo. Um pai não distribui padecimentos. Dá corrigendas e toda corrigenda aperfeiçoa” (Capítulo 26). Concomitantemente, Emmanuel esclarece que “O bem flui incessantemente de Deus e Deus é o Pai de todos os homens. [...]” (Capítulo 42). Recorrendo uma vez mais à lógica, ele propõe que “Deus é o Criador Eterno cujos desígnios permanecem insondáveis a nós outros. Pelo seu amor desvelado criam-se todos os seres, por sua sabedoria movem-se os mundos no Ilimitado” (Capítulo 54). Desse modo, não podemos, por meio dos nossos restritos sentidos e conhecimentos, definir ou delinear algo tão acima de nós. Especialmente nós que estamos nos primeiros degraus do pensamento transcendental.
Certamente teremos muitas revelações no momento apropriado... De qualquer maneira, Emmanuel comenta também (Capítulo 61) que:
 “Os homens não compreenderam, ainda, que a oportunidade de cooperar nos trabalhos da Terra transforma-os em despenseiros da graça de Deus. Chegará, contudo, a época em que todos se sentirão ricos. A noção de ‘capitalista’ e ‘operário’ estará renovada. Entender-se-ão ambos como eficientes servidores do Altíssimo”.
Portanto, descobrir Deus é dever e missão de cada ser inteligente. É o primeiro grande passo na senda do Espírito imortal. Reencontrá-lo dentro de nós talvez seja a nossa maior conquista, pois através dela outras importantes serão obtidas no tempo devido. Achar Deus é se iluminar. Além disso, ninguém consegue conhecer a si mesmo sem a ajuda do Criador. Negá-lo, por outro lado, é sinal de desinteligência e profundo atraso espiritual. Como bem explica J. Herculano Pires, na referida obra acima destacada:
 “A negação de Deus é, para o espiritismo, como a negação do sol. O ateu, o descrente, não é um condenado, um pecador irremissível, mas um cego, cujos olhos podem ser abertos, e realmente o serão. Porque Deus é necessariamente existente, segundo o princípio cartesiano. Nada se pode entender sem Deus. Ele é o centro e a razão de ser de tudo quanto existe. Tirar Deus do Universo é como tirar o sol do nosso sistema. Simples absurdo”.
Desse modo, portanto, só nos resta concluir que a persistência do ateísmo na Terra, em pleno terceiro milênio da era cristã, deve-se apenas e tão somente ao inexplicável descaso de certos humanos que se fecham à luz da sabedoria universal.

Está página foi extraída da Revista Eletrônica "O Consolador", que poderá ser acessada através do endereço: http://www.oconsolador.com.br/ano13/618/especial.html

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Diante do tempo

                             
                                                                              
Contempla o mundo ao qual voltaste, através da reencarnação, para resgatar o passado e construir o futuro.

Sol que brilha, nuvem que passa, vento que ondula, terra expectante, árvore erguida, fonte que corre, fruto que alimenta e flor que perfuma utilizam a riqueza das horas para servir.

Aproveita, igualmente, os minutos, para fazeres o melhor.

*

Perdeste nobres aspirações em desenganos esmagadores: no entanto, as esperanças renascem no coração dilacerado, à maneira de rosas sobre ruínas.

Perdeste créditos valiosos na insolvência passageira que te aflige o caminho; todavia, o trabalho dar-te-á recursos multiplicados para conquistas novas.

Perdeste felizes ocasiões de prosperidade e alegria, à vista da calúnia com que te ferem, mas, no culto da tolerância, removerás a maledicência, demandando níveis mais altos.

Perdeste familiares queridos que te largaram à solidão; no entanto, recuperá-los-ás tão logo consigas sazonar os frutos do entendimento, na esfera da própria alma.

Perdeste afetos sublimes na fronteira da morte; todavia, reaverás todos eles, um dia, quando te sentires de espírito libertado, nos planos da Grande Luz.

Perdeste dons preciosos, na enfermidade que te flagela, mas o próprio corpo físico é santuário que se refaz.

*

Observa, contudo, o que fazes do tempo e vale-te dele para instalar bondade e compreensão, discernimento e equilíbrio, em ti mesmo, porque o dia que deixas passar vazio e inútil é, realmente, um tesouro perdido que não mais voltará.

                                                                                      Reunião pública de 15-12-61
                                                                                             
                                                                 Emmauel - psicografia de Francisco Cândido Xavier. 

Nota do autor (fragmento): "(...) todos os comentários deste livro foram psicografados nas reuniões públicas das noites de segundas e sextas-feiras, da Comunhão Espírita Cristã, em Uberaba."
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Mensagem extraída da obra: Justiça Divina, capítulo 82.
(Estudos e dissertações em torno da obra
“O Céu e o Inferno”, de Allan Kardec)


segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

O fenômeno da morte


O fenômeno da morte

Presente e constante na existência humana, o fenômeno da morte constitui uma fatalidade da qual ninguém consegue eximir-se.
Ocorrendo a cada momento nas células, que também se renovam, ocasião chega em que a anóxia cerebral se encarrega de parar as funções do tronco encefálico, interrompendo a ocorrência biológica da vida física.
Todos os seres que nascem morrem, dando prosseguimento ao milagre da vida em outra dimensão, aquela de onde tudo procede.
O objetivo essencial da existência física, em consequência,  é a construção e a vivências dos valores éticos responsáveis pelo progresso incessante do Espírito até o momento em que alcança a plenitude.
Mesmo nos reinos vegetal e animal, o processo de nascimento e morte obedece à planificação do desenvolvimento evolutivo da essência divina presente em tudo e em toda parte como fundamental manifestação da vida.
Desde quando criado o ser, o deotropismo atrai-o com força dinâmica inescapável...
Ao atingir a fase do instinto, desenham-se-lhe no psiquismo, pelas experiências, os pródromos da razão, passo gigantesco no rumo da angelitude.
Fixar os valores que dignificam e elevam, que o libertam das heranças grosseiras da fase antropológica primitiva, torna-se-lhe, portanto, imposição inevitável que o arrasta no rumo da ascese, que se lhe constitui meta a ser conquistada.
Passo a passo, experiência após vivência, a ânsia de alcançar a paz e a sabedoria estimula-o ao prosseguimento, mesmo quando sob ações penosas do sofrimento, decorrente da desatenção e da rebeldia ante as leis que regem o universo.
Parte integrante do Cosmo, essa unidade minúscula que é o ser humano, à semelhança de uma micropartícula que forma a unidade atômica, deve manter a sua constância sob o comando da consciência lúcida que reflete o estágio em que se encontra.
As ocorrências desastrosas por falta de discernimento, por teimosia dos instintos agressivos, retardam-lhe a marcha, sem dúvida, porém, não impedem que ocorram novas oportunidades vigorosas em provações ou expiações pungitivas que se encarregam de corrigir as anfractuosidades morais e os desvios comportamentais, impondo a conduta correta como a solução adequada para o equilíbrio e o bem-estar.
Viver é automático, porém, bem viver, selecionando as questões que promovem os sentimentos e a inteligência em níveis mais elevados, para a conquista da sabedoria, deve ser o objetivo de máxima importância para todo viajante na indumentária carnal.
Sócrates, totalmente lúcido e decidido a demonstrar a sua grandeza moral em fidelidade a tudo quanto ensinou e viveu, recebeu a morte como um grande bem.
Instado a fugir por Críton, que houvera organizado um plano audacioso com os seus demais amigos, surpreendeu-se e o repreendeu, demonstrando que as leis, mesmo quando injustas, devem ser obedecidas, de modo que a sociedade aprenda a estabelecer códigos de nobreza.
Caso fugisse, evidenciaria que era realmente o que dele diziam os inimigos, especialmente aqueles que o levaram ao tribunal com infâmias grosseiras.
E sofismando a respeito da existência, qual fizeram antes os juízes, anuiu com tranquilidade à sentença infame, demonstrando que a existência física é uma experiência de iluminação e não uma pousada para o prazer infinito.
Buda, de igual maneira, despedindo-se dos discípulos que aguardavam mais informações, a fim de darem continuidade à divulgação dos seus pensamentos, informou que lhes legava o dharma – a ordem universal imutável – e, serenamente abandonado por muitos que antes o assistiam, silenciou a voz e retornou à pátria da imortalidade.
Jesus é o exemplo máximo, porque no auge dos sofrimentos pôde pronunciar frases que assinalariam com vigor a sua despedida, desde o perdão aos crucificadores que não sabiam o que estavam fazendo (Lucas, 23:34), até entregar a mãezinha aos cuidados do discípulo amado e este ao seu carinho (João, 19:26-27), rompendo os laços da consanguinidade terrestre em favor da fraternidade universal.
Foi mais além, dialogando com o ladrão que lhe suplicava ajuda e socorrendo-o com a resposta da sublime esperança da sua entrada no reino dos Céus (Lucas, 23:43), assim que se desvencilhasse das asperezas dos erros, e se cumprisse tudo para quanto viera, num inolvidável silêncio após o tudo consumado(João, 19:30).
Logo mais, porém, retornava em júbilo na madrugada esplendente de sol e de beleza, confirmando a imortalidade e o triunfo da vida sobre contingência material, de modo que os amigos e quantos outros que o viram pudessem superar a injunção corpórea e voar nos rumos do Infinito.
Francisco de Assis, sofrido pela ingratidão de alguns dos melhores companheiros, ferido e maltratado, sem forças nem resistências orgânicas, exauriu-se lentamente, cantando sempre até o último hausto, a ponto de ser censurado por tanta alegria...
Todos aqueles que descobriram a imortalidade enfrentaram o fenômeno da consumpção dos tecidos orgânicos com estoicismo e naturalidade, alegrando-se com o término da tarefa terrestre abraçada, de modo a retornarem vitoriosos ao grande Lar de onde partiram no rumo do planeta terrestre.

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Reflexiona diariamente a respeito da tua partida em direção à imortalidade, preparando-te, a fim de que não te fixes em interesses mesquinhos retentivos da retaguarda material.
Treina o pensamento em considerações constantes em torno da desencarnação, porquanto ela chegará, talvez, quando menos a esperes.
Se tiveres a felicidade de enfermar por longo prazo, diluindo os liames retentivos do corpo físico, isto será uma bênção.
Mas se fores convocado repentinamente, deixa-te conduzir com alegria, certo de que viverás.
Nada obstante, prepara-te conscientemente para enfrentar esse fenômeno terminal, agradecido ao corpo que te vem servindo de instrumento para a evolução, bem como a tudo quanto te ocorre na atual conjuntura evolutiva.
 
                                                                    Joanna de Ângelis.
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na tarde de
2 de junho de 2014, na residência de Dominique e
Armandine Chéron, em Vitry-sur-Seine, França.
Em 8.12.2014.
A mensagem acima foi copiada do sítio:
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