Os políticos são deuses?!
Os políticos nascem criança,
passam pelas fases naturais da infância, da adolescência e da juventude, vão à
escola, muitos cursam a universidade, alguns chegam ao título de doutor em
algum segmento do conhecimento. Em grande parte dos que se inclinam para a
política partidária desconhecem o tamanho da responsabilidade de que se revestem
diante do contingente social. Não falamos da responsabilidade somente diante da
Lei Civil e Criminal exaradas nos códigos aprovados pelos próprios políticos.
Que as vezes os alcançam ou as vezes não, embora, os desvios que prejudicam
severamente os interesses da população, geralmente a mais pobre, nas suas
prementes necessidades.
Queremos falar do
político como ser espiritual que é como todos os demais seres humanos. A vida
do homem político é finita aqui na Terra tanto como dos demais homens. O ser
espiritual, que transcende o período material, ou seja, entre o nascer e o
túmulo, carrega consigo após a morte física as virtudes e suas alegrias, as (des)virtudes
e seus amargores, quanto as alegrias não precisará justifica-las, quanto as
mazelas e suas responsabilidades terá que solucioná-las, um dia, quando tiver
consciência e forças para essa empreitada, até lá, muito sofrimento terá
transcorrido.
A Lei de Deus é justa,
permite o livre-arbítrio, o que quer dizer que ele tem a liberdade de
plantar (agir) como quiser, no entanto, tem a obrigatoriedade de fazer a
colheita dessa lavoura (consequências) em algum tempo, o que poderá ser em vida
futura – “há muitos registros sobre isso nas obras básicas e complementares da
Doutrina Espírita”. Esse entendimento ficaria melhor se houvesse interesse no
estudo de um dos princípios do Espiritismo: A reencarnação.
Assim não fica difícil entender
que são Espíritos cuidando de Espíritos, aqui no ambiente experimental (vida cotidiana),
todos estão envoltos de células, que compõem os órgãos, os membros e a epiderme
e seus atributos, permitindo a manifestação pelos sentidos, tanto quanto a
manutenção da vida do corpo celular. Por isso que o desequilíbrio da saúde gera dor em alguma parte do organismo, tanto como dor moral, quando
envolve desconforto emocional. A dor física ou moral é sentida pelo Espírito,
que tem um corpo, sendo que todas as ocorrências neste reflete naquele e nele
perdura por tempo indeterminado, podendo ter continuidade depois da morte do
corpo.
Compreendida a razão da
vida aqui na Terra, que nada perdura além do atendimento à sua finalidade. Os
reinos se renovam permanentemente, nascem crianças todos os dias e morrem
pessoas todos os dias, entre o nascer e morrer existe um prazo finito, que
ninguém detém seu controle. Para os cargos públicos existem os prazos de
duração, as safras agrícolas têm seus tempos, a conservação dos produtos também, os equipamentos eletrônicos, em conta a velocidade de produção
dessa indústria atropela todas as possibilidades, o que é o mais moderno em
prazo curtíssimo já estará obsoleto, as edificações por mais sólidas que sejam
construídas tempo virá que estarão imprestáveis, o que se quer dizer “é que tudo passa”.
Considerando os
apontamentos acima, os políticos também passarão, permanecendo as consequências
de suas atitudes, as positivas trarão os resultados correspondentes, é o que se
espera, as negativas ou omissões não tardarão mostrar as derrocadas e seus
desdobramentos danosos, com efeitos incalculáveis, tanto para a sociedade na
vida deste Mundo, tanto quanto na vida no Mundo Espiritual.
Na obra: Minutos de
Sabedoria, de Carlos Torres Pastorino, capítulo 173, ensina:
“Se você enveredou na senda da política, saiba que
não foi por acaso.
Deus colocou em suas mãos o destino de sua
pátria.
Desperte
sua consciência íntima, para assumir essa tremenda responsabilidade.
Muito
lhe foi dado e, por isso, muito lhe será pedido.
Não
deixe que a vaidade e os interesses pessoais o desviem da missão
que o trouxe ao mundo.
Conduza a pátria à felicidade e à paz.”
Reflexionando
sobre tudo o que se expõe acima, o que analisar no contexto atual de nossa
Pátria, com tantos desvios de recursos e aparelhamento de setores do Estado em
benefício próprio ou de grupos de interesse por pessoas que se tinha por
ilibadas, que desvirtuam a administração pública comprometendo o progresso de
um povo, ou seja milhões de Espíritos investidos na matéria para evoluir em
todos os aspectos do ser humano, no entanto, estão prejudicados nas coisas
básicas como a educação, a saúde, a segurança, a moradia e outras, além de
perturbar o equilíbrio moral.
O
espírito Emmanuel, mentor de Francisco Cândido Xavier, em sua obra: Vinha de
Luz, no capítulo 150, faz análise sobre a “dívida
de amor” de um para com o outro, o que serve para reflexão pessoal,
principalmente daqueles que exercem atividades coletivas:
Dívida de amor
“Portanto, dai a cada um o
que deveis; a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor;
a quem honra, honra.” -
Paulo. (Romanos, 13:7.)
“O homem comum, todavia, gravitando em torno do próprio “eu”, em clima de egoísmo feroz, cerra os olhos às necessidades dos outros. Esquece-se de que respira no oxigênio do mundo, que se alimenta do mundo e dele recebe o material imprescindível ao aperfeiçoamento e à redenção. A qualquer exigência do campo externo, agasta-se e irrita-se, acreditando-se o credor de todos.
Muitos
sabem receber, raros sabem dar.
Por
que esquivar-se alguém aos petitórios do fragmento de terra que nos acolhe o
espírito? Por que negar respeito ao que comanda, ou atenção ao que necessita?
Resgata
os títulos de amor que te prendem a todos os seres e coisas do caminho.
Quanto
maior a compreensão de um homem, mais alto é o débito dele para com a
Humanidade; quanto mais sábio, mais rico para satisfazer aos impositivos de
cooperação no progresso universal.
Não te
iludas. Deves sempre alguma coisa ao companheiro de luta, tanto quanto à
estrada que pisas despreocupadamente. E quando resgatares as tuas obrigações,
caminharás na Terra recebendo o amor e a recompensa de todos.”
Não há como negar
a transitoriedade da vida do corpo físico, finda a vida do corpo quem poderá
negar que o ser pensante, que somos nós mesmos, agora sem a indumentário
celular, não terá continuidade. Isto é de domínio público, se não com o
ampliado entendimento como nos coloca a Doutrina Espírita, mas a maioria das
religiões ensinam sobre a existência da alma, e que contas de seus atos serão
prestadas a um Ser Superior (Deus), somente isto seria o suficiente para
acautelar qualquer um de bom senso.
Os
políticos não são deuses, porque não vieram de um estado celeste,
vieram, sim, do seio da própria sociedade, foram eleitos pelos seus compatriotas.
É preciso rever tudo isso, sem o apontamento de culpados, pois, com maior ou
menor grau de responsabilidade todos somos culpados, se não diretamente por
iniciativas desta vida, certamente de outras em que fomos ativistas ou
indiferentes por interesse ou por ignorância. A “dívida é de amor”, como nos indica o mentor Emmanuel, se o mal está
presente é porque o amor está ausente, como a Nação não é o resultado e um ou
de poucos, mas de todos. Onde estamos e o que oferecemos?
Amar
a Pátria é fazer o que é preciso e não o que me atende ou aos meus. O altruísmo é a ferramenta de conserto. Quem
se habilita?
Dorival da Silva