quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Dê uma chance a você mesmo


Talvez você já tenha feito perguntas como estas:
De onde vim ao nascer? Para onde irei depois da morte? O que há depois dela?

Por que uns sofrem mais do que outros? Por que uns têm determinada aptidão e outros não?

Por que alguns nascem ricos e outros pobres? Alguns cegos, aleijados, débeis mentais, enquanto outros nascem inteligentes e saudáveis? Por que Deus permite tamanha desigualdade entre seus filhos?

Por que uns, que são maus, sofrem menos que outros, que são bons?

No entanto, a maioria das pessoas, vivendo a vida atribulada de hoje, não está interessada nos problemas fundamentais da existência. Antes se preocupam com seus negócios, com seus prazeres, com seus problemas particulares. Acham que questões como "a existência de Deus" e "a imortalidade da alma" são da competência de sacerdotes, de ministros religiosos, de filósofos e teólogos. Quando tudo vai bem em suas vidas, elas nem se lembram de Deus e, quando se lembram, é apenas para fazer uma oração, ir a um templo, como se tais atitudes fossem simples obrigações das quais todas têm que se desincumbir de uma maneira ou de outra. A religião para elas é mera formalidade social, alguma coisa que as pessoas devem ter, e nada mais; no máximo será um desencargo de consciência, para estar bem com Deus. Tanto assim, que muitos nem sequer alimentam firme convicção naquilo que professam, carregando sérias dúvidas a respeito de Deus e da continuidade da vida após a morte.

Quando, porém, tais pessoas são surpreendidas por um grande problema, a perda de um ente querido, uma doença incurável, uma queda financeira desastrosa - fatos que podem acontecer na vida de qualquer pessoa - não encontram em si mesmas a fé necessária, nem a compreensão para enfrentar o problema com coragem e resignação, caindo, invariavelmente, no desespero.

Onde se encontra a solução?

Há uma doutrina que atende a todos estes questionamentos. É o Espiritismo.

O conhecimento espírita abre-nos uma visão ampla e racional da vida, explicando-a de maneira convincente e permitindo-nos iniciar uma transformação íntima, para melhor.

Mas, o que é o Espiritismo?

O Espiritismo é a doutrina revelada pelos Espíritos Superiores, através de médiuns, e organizada (codificada), no século XIX, por um educador francês, conhecido por Allan Kardec.

O Espiritismo é, ao mesmo tempo filosofia, ciência e religião.

Filosofia, porque dá uma interpretação da vida, respondendo questões como "de onde eu vim", "o que faço no mundo", "para onde irei depois da morte". Toda doutrina que dá uma interpretação da vida, uma concepção própria do mundo, é uma filosofia.

Ciência, porque estuda, à luz da razão e dentro de critérios científicos, os fenômenos mediúnicos, isto é, fenômenos provocados pelos espíritos e que não passam de fatos naturais. Todos os fenômenos, mesmo os mais estranhos, têm explicação científica. Não existe o sobrenatural no Espiritismo.

Religião, porque tem por objetivo a transformação moral do homem, revivendo os ensinamentos de Jesus Cristo, na sua verdadeira expressão de simplicidade, pureza e amor. Uma religião simples sem sacerdotes, cerimoniais e nem sacramentos de espécie alguma. Sem rituais, culto a imagens, velas, vestes especiais, nem manifestações exteriores.

E quais são os fundamentos básicos do Espiritismo?

A existência de Deus que é o Criador, causa primária de todas as coisas. A Suprema Inteligência. É eterno, imutável, imaterial, onipotente, soberanamente justo e bom.

A imortalidade da alma ou espírito. O espírito é o princípio inteligente do Universo, criado por Deus, para evoluir e realizar-se individualmente pelos seus próprios esforços. Como espíritos já existíamos antes do nascimento e continuaremos a existir depois da morte do corpo.

A reencarnação. Criado simples e sem nenhum conhecimento, o espírito é quem decide e cria o seu próprio destino. Para isso, ele é dotado de livre-arbítrio, ou seja, capacidade de escolher entre o bem e o mal. Tem a possibilidade de se desenvolver, evoluir, aperfeiçoar-se, de tornar-se cada vez melhor, mais perfeito, como um aluno na escola, passando de uma série para outra, através dos diversos cursos. Essa evolução requer aprendizado, e o espírito só pode alcançá-la encarnando no mundo e reencarnando, quantas vezes necessárias, para adquirir mais conhecimento, através das múltiplas experiências de vida. O progresso adquirido pelo espírito não é somente intelectual, mas, sobretudo, o progresso moral.

Não nos lembramos das existências passadas e nisso também se manifesta a sabedoria de Deus. Se lembrássemos do mal que fizemos ou dos sofrimentos que passamos, dos inimigos que nos prejudicaram ou daqueles a quem prejudicamos, não teríamos condições de viver entre eles atualmente. Pois, muitas vezes, os inimigos do passado hoje são nossos filhos, nossos irmãos, nossos pais, nossos amigos que, presentemente, se encontram junto de nós para a reconciliação. A reencarnação, desta forma, é a oportunidade de reparação, assim como é, também, oportunidade de devotarmos nossos esforços pelo bem dos outros, apressando nossa evolução espiritual. Pelo mecanismo da reencarnação vemos que Deus não castiga. Somos nós os causadores dos próprios sofrimentos, pela lei de "ação e reação".

A comunicabilidade dos espíritos. Os espíritos são seres humanos desencarnados e continuam sendo como eram quando encarnados: bons ou maus, sérios ou brincalhões, trabalhadores ou preguiçosos, cultos ou medíocres, verdadeiros ou mentirosos. Eles estão por toda parte. Não estão ociosos. Pelo contrário, eles têm as suas ocupações. Através dos denominados médiuns, o espírito pode se comunicar conosco, se puder e se quiser.

A pluralidade dos mundos habitados. Os diferentes mundos, disseminados pelo espaço infinito, constituem as inúmeras moradas aos Espíritos que neles encarnam. As condições desses mundos diferem quanto ao grau de adiantamento ou de inferioridades dos seus habitantes.

Como o Espiritismo interpreta o Céu e o Inferno?

Não há céu nem inferno. Existem, sim, estados de alma que podem ser descritos como celestiais ou infernais. Não existem também anjos ou demônios, mas apenas espíritos superiores e espíritos inferiores, que também estão a caminho da perfeição - os bons se tornando melhores e os maus se regenerando.

Deus não se esquece de nenhum de seus filhos, deixando a cada um o mérito das suas obras. Somente desta forma podemos entender a Suprema Justiça Divina.

Por que o Espiritismo realça a Caridade?

Porque fora dos preceitos da verdadeira caridade, o espírito não poderá atingir a perfeição para a qual foi destinado. Tendo-a por norma, todos os homens são irmãos e qualquer que seja a forma pela qual adorem o Criador, eles se estendem as mãos, se entendem e se ajudam mutuamente.

Por que fé raciocinada?

A fé sem raciocínio não passa de uma crendice ou mesmo de uma superstição. Antes de aceitarmos alguma coisa como verdade, devemos analisá-la bem. "Fé inabalável é aquela que pode encarar a razão, face a face, em todas as épocas da humanidade."- Allan Kardec.

E onde podemos encontrar mais esclarecimentos sobre o Espiritismo?

Começando pela leitura dos livros de Allan Kardec:

O LIVRO DOS ESPÍRITOS. O livro básico da Doutrina Espírita. Contém os princípios do Espiritismo sobre a imortalidade da alma, a natureza dos espíritos e suas relações com os homens, as leis morais, a vida futura e o porvir da humanidade.

O LIVRO DOS MÉDIUNS. Reúne as explicações sobre todos os gêneros de manifestações mediúnicas, os meios de comunicação e relação com os espíritos, a educação da mediunidade e as dificuldades que eventualmente possam surgir na sua prática.

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO. É o livro dedicado à explicação das máximas de Jesus, de acordo com o Espiritismo e sua aplicação às diversas situações da vida.

O CÉU E O INFERNO, ou "A Justiça Divina Segundo o Espiritismo". Oferece o exame comparado das doutrinas sobre a passagem da vida corporal à vida espiritual. Coloca ao alcance de todos o conhecimento do mecanismo pelo qual se processa a Justiça Divina.

A GÊNESE. Destacam-se os temas: Existência de Deus, origem do bem e do mal, explicações sobre as leis naturais, a criação e a vida no Universo, a formação da Terra, a formação primária dos seres vivos, o homem corpóreo e a união do princípio espiritual à matéria.

Você poderá ler, ainda, os livros psicografados por Francisco Cândido Xavier, Divaldo Pereira Franco, Yvonne Pereira, José Raul Teixeira, etc. e os livros de Léon Denis, Gabriel Delanne e de tantos outros autores, encontrando-se entre eles estudos doutrinários, romances, poesias, histórias e mensagens de alento. Depois desta simples leitura, você poderá ter dúvidas e perguntas a fazer. Se tiver, é bom sinal. Sinal que você está procurando explicações racionais para a vida. Você as encontrará lendo os livros indicados acima e procurando um Centro Espírita seguramente doutrinário e indiscutivelmente Espírita.


Mensagem extraída do endereço:
http://www.feparana.com.br/conheca.php?cod_item=53

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Esclarecendo dúvidas


O Espiritismo, conforme reconhece o Conselho Federativo Nacional, órgão da Federação Espírita Brasileira, é a Revelação prometida pelo Cristo de Deus para os séculos em que a Humanidade alcançasse um grau de assimilação mais elevado.

Os fenômenos psíquicos, tão velhos quanto o mundo, só atraíram a atenção dos intelectuais, quando surgiram os ocorridos em Hydesville, em 1848.

Em 1857, após observá-los e catalogá-los com o mais meticuloso rigor científico, Allan Kardec lançou ao mundo o primeiro livro da codificação dessa nova Revelação - .O Livro dos Espíritos., criando o vocábulo Espiritismo para designar essa Revelação, então chamada e ainda conhecida em outros países pelo nome de Neo-Espiritualismo.

Difere o Espiritismo de todas as religiões conhecidas por demonstrar a lógica dos seus ensinos através de experiências científicas e por apresentar uma filosofia também baseada em experimentos e observações e documentada por uma legião de sábios de renome universal.

Religião científico-filosófica, confirmando os ensinamentos básicos de todas as religiões, não pretende demolir as que a precederam, antes reconhece a necessidade da existência delas para grande parte da humanidade, cuja evolução se processará lenta e inevitavelmente.

Doutrina religiosa, sem dogmas propriamente ditos, sem liturgia, sem símbolos, sem sacerdócio organizado, ao contrário de quase todas as demais religiões, não adota em suas reuniões e em suas práticas:

a) paramentos, ou quaisquer vestes especiais;

b) vinho ou qualquer bebida alcoólica;

c) incenso, mirra, fumo ou substâncias outras que produzam fumaça;

d) altares, imagens, andores, velas e quaisquer objetos materiais como auxiliares de atração do público;

e) hinos ou cantos em línguas mortas ou exóticas, só os admitindo, na língua do país, exclusivamente em reuniões festivas realizadas pela infância e pela juventude e em sessões ditas de efeitos físicos;

f) danças, procissões e atos análogos;

g) atender a interesses materiais terra-a-terra, rasteiros ou mundanos;

h) pagamento por toda e qualquer graça conseguida para o próximo;

i) talismãs, amuletos, orações miraculosas, bentinhos, escapulários ou quaisquer objetos e coisas semelhantes;

j) administração de sacramentos, concessão de indulgências, distribuição de títulos nobiliárquicos;

k) confeccionar horóscopos, exercer a cartomancia, a quiromancia, a astromancia e outras mancias.;

l) rituais e encenações extravagantes de modo a impressionar o público;

m) termos exóticos ou heteróclitos para a designação de seres e coisas;

n) fazer promessas e despachos, riscar cruzes e pontos, praticar, enfim, a longa série de atos materiais oriundos das velhas e primitivas concepções religiosas.

O fenômeno psíquico pode surgir em qualquer meio religioso ou irreligioso e seu aparecimento pode conduzir a criatura ao Espiritismo, mas a consolidação da crença, o conhecimento das leis que presidem os destinos do homem e a perfeita assimilação da Doutrina Espírita só se conseguem através do estudo das obras de Allan Kardec e das que lhe são subsidiárias.

MISSÃO E DEVER

Renascido entre os ventos outonais do Rhone e do Saone, nas terras de Lion, chega com pujante dever a cumprir e nobre missão a desempenhar.

Quando menino, estuda e avança.

Na juventude, burila-se e cresce mais.

Na fase adulta, faz-se mestre-escola e trabalha no ensino, amando e avançando na própria profissão.

Como cidadão, observa, aprende, constrói imagens de um mundo novo de coerência com as leis do Altíssimo.

Aproximado dos fenômenos da Vida Imortal, contata os mortos da Terra e descobre um campo novo de aprendizado eloquente.

Compreende o chamado e ajusta-se ao que tomou por dever.

Estuda, analisa, pergunta, escreve... e desatam-se os pensamentos estelares no intelecto humano.

Colige os ditos das Alturas e verifica a sanha do lado infeliz do Mundo Além.

Não se deixa engodar pelos trapaceiros, tampouco se empolga com os primeiros êxitos.

Toma os elogios à guisa de incentivo, dedicando-os ao Grande Guia, e recebe calúnias e outras agressões por combustível necessário a sua marcha.

Apresenta ao mundo a Doutrina dos Sempre Vivos, e incendeia os corações com amor e as mentes com sabedoria, vertidos dos campos do Infinito.

Enquanto os ventos do progresso a Doutrina Nova espargem, ele deixa o corpo carnal, que tomba insultado pela perda das forças mais básicas e torna- se um Astro a brilhar nos céus da cultura humana, tendo contribuído, eficazmente, para que a Terra se mostrasse melhor.

Allan Kardec, missionário grandioso de Jesus, além do legado esplendoroso que a Codificação Espírita representa, ensina a todos, por meio de uma vida sóbria e profunda, a cumprir deveres e atender a missão que, em verdade, o Criador confere a cada um dos Seus filhos.

Francisco de Paula Vítor
Psicografia de J. Raul Teixeira


OBRAS BÁSICAS

O LIVRO DOS ESPÍRITOS - 1857
O LIVRO DOS MÉDIUNS ou Guia dos Médiuns e dos Evocadores - 1861
O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO - 1864
O CÉU E O INFERNO ou A Justiça Divina segundo o Espiritismo - 1865
A GÊNESE - Os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo - 1868

Mensagem extraída do endereço:
http://www.feparana.com.br/conheca.php?cod_item=52

sábado, 22 de dezembro de 2012

O mundo e a crença




“O Cristo, o Rei de Israel, desça agora da cruz, para que o vejamos e acreditemos.” – (Marcos, 15:32.)


Por isso que são muito raros os homens habilitados à verdadeira compreensão da crença pura em seus valores essenciais, encontramos os que injuriaram o Cristo para confirmá-lo.

A mentalidade milagreira sempre nadou na superfície dos sentidos, sem atingir a zona do espírito eterno, e, se não alcança os fins menos dignos aos quais se dirige, descamba para os desafios mordazes.

E, no caso do Mestre, as observações não partem somente do populacho. Assevera Marcos que os principais dos sacerdotes com os escribas partilhavam dos movimentos insultuosos, como a dizer que intelectualismo não traduz elevação espiritual.

Os manifestantes conservavam-se surdos para a Boa Nova do Reino, cegos para a contemplação dos benefícios recebidos, insensíveis ao toque do amor que Jesus endereçara aos corações.

Pretendiam apenas um espetáculo.

Descesse o Cristo da Cruz, num passe de mágica, e todos os problemas de crença inferior estariam resolvidos.

O divino interpelado, contudo, não lhes deu outra resposta, além do silêncio, dando-lhes a entender a magnitude de seu gesto inacessível ao propósito infantil dos inquiridores.

Se és discípulo sincero do Evangelho, não te esqueças de que, ainda hoje, a situação não é muito diversa.

Trabalha, ponderadamente, no serviço da fé.

Une-te ao Senhor, dá quanto puderes em nome dEle e prossegue servindo na extensão do bem, convicto de que o vasto mundo inferior apenas te pedirá maliciosamente distrações e sinais.

Mensagem extraída do livro “Pão Nosso”, do espírito Emmanuel, psicografia de
 Francisco Cândido Xavier, capítulo 131.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Fragilidade humana



O invólucro material, em razão da sua pesada estrutura, bloqueia muitas faculdades que são inerentes ao Espírito, quando esse reencarna no orbe terrestre. 
Valores éticos e condutas saudáveis adormecem nos painéis do inconsciente atual, tornando-se necessário especial treinamento para transformar os seus vestígios, em forma de tendências, em manifestações lúcidas que possam assomar à consciência. 
Nada obstante, em razão das heranças do primarismo, com mais amplitude expressam-se, predominando, de alguma forma, em sua natureza animal. 
Arraigadas, as paixões primevas fazem-se mais difíceis de serem eliminadas, por haverem criado automatismos que se tornam hábitos aceitos e de contínuo praticados. 
Denominem-se todos os indivíduos quantos assim se encontram como seres fisiológicos, pela característica dominante dos instintos básicos, não direcionados os sentimentos, ainda, para a razão que os pode transformar, facultando-lhes substituição pelas emoções, num estágio superior de reflexão e de comportamento com objetivos relevantes. 
O ego vigoroso libera a sombra que o segue e as heranças morais doentias dominam-no, permitindo o prolongamento do estágio primitivo. 
Costuma-se justificar a falência dos compromissos elevados com o velho chavão de que a carne é fraca, concedendo-lhe predomínio no direcionamento da conduta moral. 
O ser humano é a essência que comanda a máquina orgânica, que se lhe submete, na exceção compreensível dos fenômenos do automatismo biológico, devendo a mesma conceder-lhe direcionamento equilibrado. 
Se o Espírito ainda permanece adormecido no campo da sua consciência, sem empreender o esforço para o despertamento, repete as existências físicas em um círculo vicioso, sem maior proveito, até quando as Leis da Vida impõem-lhe as expiações retificadoras. 
A reencarnação tem, pois, por objetivo essencial proporcionar o desenvolvimento ético-moral do ser profundo, liberando-o das anfractuosidades primitivas que lhe impedem expressar em plenitude. 
O diamante bruto guarda a estrela refulgente na sua intimidade, e, para libertá-la, sofre a lapidação. 
Como decorrência dessa condição primária, o ser humano que se permite a condição, aceitando-a, sempre é frágil diante dos desafios, tombando na vala do erro, do crime e da perversidade em que mais se compromete. 
Aquele, porém, que se trabalha, elegendo a trilha saudável do bem proceder, faz-se indivíduo psicológico, porque nele destacam-se as manifestações do equilíbrio ético, dos valores dignificantes, da sábia manifestação mental, dos instrumentos conhecidos como virtudes. 
A busca das virtudes e a sua consequente incorporação no cerne do ser é a meta que deve ser vivenciada, facultando o estado numinoso, de conquista do reino dos céus.
*   *   *
Surpreendes-te com a degradação de companheiros que se apresentam com boa compostura exterior, sem a real vivência de tudo quanto aparentam no seu aspecto formal. 
Produzem-te desencanto as defecções morais dos amigos nos quais confias, não correspondendo às qualidades que tipificam o cidadão correto. 
Ralam-te os sentimentos os comportamentos inadequados, soezes, daqueles que sorriem e mentem, afagam-te e traem-te, expressam-te amizade e censuram-te pelas costas. 
A fragilidade humana é responsável por esses acidentes espirituais dos viajores desprovidos das riquezas interiores. 
Esses amigos ainda não conseguem conduzir-se em segurança no patamar da honradez. 
A paixão e a atração onzenária continuam seduzindo-os e arrastando-os aos desvãos da desonestidade. 
Em consequência, sintonizam com outros Espíritos infelizes que os assessoram, seus cômpares talvez de ontem, mas que os aguardarão amanhã após a sua desencarnação. 
Não te constituam motivo de desânimo, porque, em contrapartida, outros Espíritos nobres movimentam-se ao teu lado, sustentando-te os esforços e os ideais de beleza e de vida. 
O mau exemplo de alguns deve servir-te de lição para que porfies nos compromissos elevados que abraças. 
Apieda-te dos desonestos, dos desertores, dos que enganam, considerando as resistências morais frágeis que se permitem com a concordância da consciência anestesiada. 
Despertarão mais tarde açodados pela culpa, seguidos pelas suas vítimas clamando por justiça. 
Ninguém foge de si mesmo.
Aqueles que sempre transferem as responsabilidades dos seus deslizes aos outros, não se conhecem, e, na sua insânia, acreditam-se vítimas, apresentam-se como sendo perseguidos. 
No âmago do ser, porém, eles sabem, eles vivem despidos de aparências enganosas perante a sua razão. 
De tua parte, faze-te forte, embora a condição humana, porquanto cada qual torna-se o que cultiva, o que aspira, aquilo por que luta. 
Supera as tentações de qualquer natureza pelo bem proceder e jamais te arrependerás. 
A traição do infiel não pode produzir-te dano, porque ele é quem carrega a responsabilidade do ato infeliz. 
Nunca te facultes o ressentimento em relação aos que te enganam e te vilipendiam, porque estarias vitalizando-lhes a maldade, dando-lhes a atenção que eles desejam. 
Há temperamentos humanos ardentes e de efêmera duração. Assemelham-se ao fogo, que se nutre do combustível que consome, tudo reduzindo a cinzas, quando acaba a chama e o calor.
*   *   *
Há temperamentos humanos suaves como a água gentil em delicada corrente, que dá vida, sustenta-a e permanece fluindo. 
Comparando-os, na sua condição evolutiva, são seres fisiológicos e psicológicos, respectivamente. 
Cabe-te adotar a melhor conduta em tua existência, que te fará arder, aniquilando-te, ou nutrir, vitalizando-te e seguindo sempre contigo. 
Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, em sessão mediúnica de
2 de maio de 2012, no Centro Espírita Caminho da Redenção,
Salvador, Bahia.

Em 3.12.2012.

Mensagem  extraída  do site: http://www.divaldofranco.com/mensagens.php?not=310

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Alcoolismo e obsessão

Especial
Ano 1 - N° 38 - 13 de Janeiro de 2008

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@yahoo.com.br Londrina, Paraná (Brasil)
Alcoolismo e obsessão 
O alcoolismo é considerado pela Organização Mundial de
 Saúde uma doença incurável, mas pode ser tratado
com sucesso com o apoio da terapia espírita 
O alcoolismo e a Medicina  Esteve em agosto de 1999 no Rio de Janeiro, para participar do 13o Congresso Brasileiro de Alcoolismo, o psiquiatra americano George Vaillant (foto), autor do livro A História Natural do Alcoolismo Revisitada, fruto da maior pesquisa feita até hoje sobre o alcoolismo, em que pesquisadores da Universidade de Harvard acompanharam a vida de 600 homens.
Em sua obra e na entrevista que concedeu a uma publicação brasileira, dr. Vaillant afirma que, ao contrário do que muitos pensam, não existe o gene do alcoolismo, mas sim um conjunto de genes que tornam o indivíduo vulnerável à dependência do álcool. O alcoolismo é, na verdade, uma doença provocada por múltiplos fatores e condições sociais e que, segundo a Organização Mundial de Saúde, é incurável, progressiva e quase sempre fatal.
Eis, de forma sintética, as principais informações e esclarecimentos dados por George Vaillant:
1. O alcoolismo é um problema de dimensões trágicas ainda subdimensionadas e seu maior dano é a destruição de famílias inteiras.
2. Metade de todas as crianças atendidas nos serviços psiquiátricos vem de famílias de alcoólatras e boa parte dos abusos cometidos contra crianças tem raiz no alcoolismo.
3. Sem qualquer sombra de dúvida, o alcoolismo é uma doença. É o resultado de um cérebro que perdeu a capacidade de decidir quando começar a beber e quando parar.
4. Não é possível detectar numa criança ou num pré-adolescente traço algum que permita antever que eles se tornarão alcoólatras. “Alcoolismo cria distúrbios da personalidade, mas distúrbios da personalidade não levam necessariamente ao alcoolismo.”
5. A principal diferença entre alcoolismo e outras dependências diz respeito ao tipo de droga. Opiáceos são tranqüilizantes, mas o álcool é um mau tranqüilizante, tende a fazer as pessoas infelizes ficarem mais infelizes e piora a depressão. A pequena euforia que o álcool proporciona é sintoma do início da depressão do sistema nervoso central.
6. Do ponto de vista da sociedade, o álcool é um problema muito grave. O alcoólatra provoca não somente acidentes de trânsito, mas problemas graves à sua volta, a começar por sua família.
7. As únicas pessoas que estão sob o risco de alcoolismo são as que bebem regularmente, mas, se nunca passar de dois drinques por dia, o indivíduo pode usufruir socialmente da bebida em festas, casamentos, carnaval, e não se tornar alcoólatra.
8. Há pouco a fazer para ajudar um alcoólatra, mas uma coisa é essencial: não se deve tentar proteger alguém de seu vício. Se uma mulher encontra seu marido caído no chão, desmaiado sobre seu próprio vômito, não deve dar banho e levá-lo para a cama. O único caminho para sair do alcoolismo é descobrir que o álcool é seu inimigo. Proteger uma pessoa nessa situação não ajuda.
9. Não é papel da família tentar convencer o alcoólatra de que o álcool é um mal para ele. Na verdade, em tal situação, a família precisa de ajuda, como a oferecida pelo Al-Anon, a divisão dos Alcoólicos Anônimos voltada ao apoio a famílias de alcoólatras.
10. A abstinência é fundamental no tratamento do alcoolismo. Um alcoólatra até pode beber socialmente, da mesma forma que um carro pode andar sem estepe, ou seja, é uma situação precária e um acidente é questão de tempo.
11. Num horizonte de seis meses, muitos alcoólatras conseguem manter seu consumo de álcool dentro de padrões socialmente aceitos, mas, se observarmos um intervalo maior de tempo, vamos verificar que a tendência é ir aumentando gradualmente o consumo, até voltar ao padrão antigo. Em períodos mais longos, normalmente, só quem pára de beber não sucumbe ao vício.
12. Em 1995, uma substância, a naltrexona, foi saudada como a pílula antialcoolismo, vendida no Brasil com o nome de Revia. Mas, em linhas gerais, drogas podem funcionar como apoio por, no máximo, um ano, visto que é muito difícil tirar algo de alguém sem oferecer alternativas de comportamento. Usar essas drogas equivale a tirar o brinquedo de uma criança e não dar nada no lugar.
13. A terapia oferecida pelos Alcoólicos Anônimos é parecida com as terapiasbehavioristas, que pretendem obter uma determinada mudança de comportamento. Mas, além de ser um tratamento barato e que dura para sempre, a terapia dos A.A. tem um componente espiritual importante. Terapias ajudam a não beber, mas os Alcoólicos Anônimos dão ao indivíduo um círculo de amigos sóbrios, dão-lhe significados, amigos, espiritualidade. “É o melhor tratamento que temos.”
14. Embora as estatísticas nesse campo não sejam precisas, sabe-se que cerca de 40% das abstinências estáveis são intermediadas pelos Alcoólicos Anônimos.  

Conseqüências do alcoolismo – Os efeitos do alcoolismo atingem não apenas a saúde do alcoólatra, mas igualmente a comunidade em que ele vive e, especialmente, sua família.

1.) Seus efeitos na saúde:
Físicos – afecções como a cirrose hepática e cânceres diversos.
Mentais – perda da concentração e da memória.
Neurológicos – prejuízos na coordenação motora e o caminhar cambaleante.
Psicológicos – apatia, tédio, depressão.
2.) Seus efeitos sociais:

Crimes – o número de homicídios detonados pelo álcool é surpreendente.

Acidentes de trânsito – pelo menos 30% de todos os acidentes com vítimas que ocorrem no Brasil são motivados pelo álcool.
 produtividade no trabalho – além dos danos produzidos à empresa que paga o salário ao alcoólatra, o fato geralmente redunda na demissão e muitos não conseguem um novo emprego devido a isso.
Perda do senso do dever e dos bons costumes – falta ao trabalho, desemprego.
3.) Seus efeitos na família:
Comprometimento dos filhos – 80% dos filhos aprendem a beber em casa, diz a psicóloga Denise de Micheli.
Desestruturação do lar – o desemprego gera as dificuldades financeiras e as discussões inevitáveis.
As separações conjugais – a mulher não agüenta as conhecidas fases da euforia: a momice, a valentia e a indolência, popularmente simbolizadas na figura do macaco, do leão e do porco.
A violência doméstica – dois terços (2/3) dos casos de violência contra a criança ocorrem quando o agressor está alcoolizado. 

O alcoolismo na visão espírita  A exemplo de André Luiz (Espírito), que nos mostra em seu livro Sexo e Destino, capítulo VI, págs. 51 a 55, como os Espíritos conseguem levar um indivíduo a beber e, ao mesmo tempo, usufruir das emanações alcoólicas, José Herculano Pires também associa alcoolismo e obsessão.

No capítulo de abertura do livro Diálogo dos Vivos, obra publicada dez anos após o referido livro de André Luiz, Herculano assevera, depois de transcrever a visão do Espírito de Cornélio Pires sobre o uso do álcool:   “A obsessão mundial pelo álcool, no plano humano, corresponde a um quadro apavorante de vampirismo no plano espiritual. A medicina atual ainda reluta – e infelizmente nos seus setores mais ligados ao assunto, que são os da psicoterapia – em aceitar a tese espírita da obsessão. Mas as pesquisas parapsicológicas já revelaram, nos maiores centros culturais do mundo, a realidade da obsessão. De Rhine, Wickland, Pratt, nos Estados Unidos, a Soal, Carrington, Price, na Inglaterra, até a outros parapsicólogos materialistas, a descoberta do vampirismo se processou em cadeia. Todos os parapsicólogos verdadeiros, de renome científico e não marcados pela obsessão do sectarismo religioso, proclamam hoje a realidade das influências mentais entre as criaturas humanas, e entre estas e as mentes desencarnadas”.
A dependência do álcool prossegue além-túmulo e, como o Espírito não pode obtê-lo no local em que agora reside, no chamado plano extrafísico, ele só consegue satisfazer a sua compulsão pela bebida associando-se a um encarnado que beba. 
Um caso de enxertia fluídica  Eis como André Luiz relata, em sua obra citada, o caso Cláudio Nogueira:
Estando Cláudio sentado na sala de seu apartamento, aconteceu de repente o impre­visto. Os desencarnados vistos à entrada do apartamento penetraram a sala e, agindo sem-cerimônia, abordaram o chefe da casa. "Beber, meu caro, quero beber!", gritou um deles, tateando-lhe um dos ombros. Cláudio mantinha-se atento à leitura de um jornal e nada ouviu. Contudo, se não pos­suía tímpanos físicos para registrar a petição, trazia na cabeça a caixa acústica da mente sintonizada com o apelante. O Espírito repe­tiu, pois, a solicitação, algumas vezes, na atitude do hipnotizador que insufla o próprio desejo, reafirmando uma ordem. O resultado não demorou. Viu-se o paciente desviar-se do jornal e deixar-se envolver pelo desejo de beber um trago de uísque, convicto de que buscava a be­bida exclusivamente por si.
Abrigando a sugestão, o pensamento de Cláudio transmudou-se, rápido."Beber, beber!..." e a sede de aguar­dente se lhe articulou na idéia, ganhando forma. A mucosa pituitária se lhe aguçou, como que mais fortemente impregnada do cheiro acre que vague­ava no ar. O Espírito malicioso coçou-lhe brandamente os gorgomi­los, e indefinível secura lhe veio à garganta. O Espírito, sagaz, percebeu-lhe, então, a adesão tácita e colou-se a ele. De começo, a carícia leve; depois da carícia, o abraço envolvente; e depois do abraço, a associação recíproca. Integraram-se ambos em exótico sucesso deenxer­tia fluídica.
Produziu-se ali – refere André Luiz - algo seme­lhante ao encaixe perfeito. Cláudio-homem absorvia o desencarnado, à guisa de sapato que se ajusta ao pé. Fundiram-se os dois, como se mo­rassem num só corpo. Altura idêntica. Volume igual. Movimentos sincrô­nicos. Identificação positiva. Levantaram-se a um tempo e giraram in­tegralmente incorporados um ao outro, na área estreita, arrebatando o frasco de uísque. Não se podia dizer a quem atribuir o impulso ini­cial de semelhante gesto, se a Cláudio que admitia a instigação, ou se ao obsessor que a propunha. A talagada rolou através da garganta, que se exprimia por dualidade singular: ambos os dipsômanos estalaram a língua de prazer, em ação simultânea.
Desman­chou-se então a parelha e Cláudio se dispunha a sentar, quando o outro Espí­rito investiu sobre ele e protestou: "eu também, eu também quero!", reavivando-se no encarnado a sugestão que esmorecia. Absolu­tamente passivo diante da sugestão, Cláudio reconstituiu, mecanica­mente, a impressão de insaciedade. Bastou isso e o vampiro, sorri­dente, apossou-se dele, repetindo-se o fenômeno visto anteriormente.
André aproximou-se então de Cláudio, para avaliar até que ponto ele sofria mentalmente aquele processo de fusão. Mas ele continuava livre, no íntimo, e não experimentava qualquer espécie de tortura, a fim de render-se. Hospe­dava o outro simplesmente, aceitava-lhe a direção, entregava-se por deliberação própria.
Nenhuma simbiose em que fosse a vítima. A associação era implícita, a mistura era natural. Efetuava-se a ocorrência na base da percussão. Apelo e resposta. Eram cordas afi­nadas no mesmo tom. Após novo trago, o dono da casa estirou-se no divã e retomou a leitura, enquanto os Espíritos voltaram ao corredor de acesso, chas­queando, sarcásticos...  

Tratamento do alcoolismo  Embora o alcoolismo tenha sido definido pela Organização Mundial de Saúde como uma doença incurável, progressiva e quase sempre fatal, o dependente do álcool pode ser tratado e obter expressiva vitória nessa luta, que jamais será fácil e ligeira.

Sintetizando aqui os passos recomendados pelos especialistas na matéria e as recomendações específicas do Espiritismo a respeito da obsessão, nove são os pontos do tratamento daquele que deseja, no âmbito espírita, livrar-se dessa dependência:
1. Conscientização de que é portador de uma doença e vontade firme de tratar-se.
2. Mudança de hábitos para assim evitar os ambientes e os amigos que com ele bebiam anteriormente.
3. Abstinência de qualquer bebida alcoólica, convicto de que não bebendo o primeiro gole não haverá o segundo nem os demais.
4. Buscar apoio indefinidamente num grupo de natureza idêntica à dos Alcoólicos Anônimos, que proporcionam, segundo o dr. George Vaillant, o melhor tratamento que se conhece.
5. Cultivar a oração e a vigilância contínua, como elementos de apoio à decisão de manter a abstinência.
6. Utilizar os recursos oferecidos pela fluidoterapia, a exemplo dos passes magnéticos, da água fluidificada e das radiações.
7. Leitura de páginas espíritas, mensagens ou livros de conteúdo elevado, que possibilitem a assimilação de idéias superiores e a renovação dos pensamentos.
8. A ação no bem, adotando a laborterapia como recurso precioso à saúde da alma.
9. Realizar pelo menos uma vez na semana, na intimidade do lar, o estudo do Evangelho, prática que é conhecida no Espiritismo pelo nome de culto cristão no lar. A família que lê o Evangelho e ora em conjunto beneficia a si e a todos os que a rodeiam.  
O recado de Cornélio Pires – No capítulo 1 do livroDiálogo dos Vivos, José Herculano Pires transcreve a resposta em versos que Cornélio Pires (Espírito) enviou a um amigo que o interpelou, através de Chico Xavier, sobre o problema do alcoolismo na visão dos Espíritos. IntituladaInformações do Além, a mensagem diz o seguinte:

“Recebi o seu bilhete,

Meu amigo João da Graça,


Notícias sobre a cachaça.

                   O assunto não é difícil.
                   Cachaça, meu caro João,
                   Recorda simples tomada
                   Que liga na obsessão.
Você sabe. Aí na Terra,
Nas mais diversas estradas,
Todos temos inimigos
Das existências passadas.
                   Muitos deles se aproximam
                   E usando a idéia sem voz
                   Propõem cousas malucas
                   Escarnecendo de nós.
Nas tentações manejamos
Nossa fé por luz acesa,
Mas se tomamos cachaça
Lá se vai nossa firmeza.
                   Olhe o caso de Antoninha.
                   Não queria desertar,
                   Encafuou-se na pinga,
                   Hoje é mulher sem lar.
Titino, homem honesto,
Servidor de tempo curto,
Passou a viver no copo,
Agora vive de furto.
                   Rapaz de brio e saúde
                   Era Juca de João Dório,   
                   Enveredou na garrafa,
                   Passou para o sanatório.
Era amigo dos mais sérios
Silorico da Água Rasa,
Começou de pinga em pinga,
Acabou largando a casa.
                   Companheiro certo e bom
                   Era Neco de Tião,
                   Afundou-se na garrafa,
                   Aleijou o próprio irmão.
Cachaça será remédio,
É o que tanta gente ensina...
Mas álcool, para ajudar,
É cousa de Medicina.
                   Eis no Além o que se vê.
                   Seja a pinga como for,
                   Enfeitada ou caipira,
                   É laço de obsessor.
Nas velhas perturbações,
Das que vejo e que já vi,
Fuja sempre da cachaça,
Que cachaça é isso aí.”


Página extraída da Revista Eletrônica: O Consolador, que pode ser acessada através do endereço:  http://www.oconsolador.com.br/38/especial.html

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Vírus destruidor

Vírus destruidor

A intriga é semelhante a um vírus destruidor que se multiplica rapidamente, aniquilando a organização de que se nutre.
Imiscui-se sutilmente e prolifera com volúpia, irradiando a sua morbidez devastadora.
Com facilidade transfere-se de uma para outra vítima, conseguindo gerar o ambiente pestífero que lhe é próprio.
O intrigante, por sua vez, é enfermo da alma, portando graves distúrbios emocionais e morais.
É invejoso, e transfere-se da conduta deplorável que lhe é característica para a das acusações perniciosas; é portador de complexo de inferioridade, mantendo sentimentos competitivos com os demais, e porque não possui os requisitos hábeis para vencer, oculta-se na intriga, mediante a qual denigre aquele de quem se faz opositor; é perverso, porque respira mágoas a respeito do seu próximo, que procura anular através das covardes assacadilhas...
Urde planos nefastos e mascara-se com sorrisos pérfidos com que engana as suas vítimas, enquanto as combate com ferocidade.
Sempre armados, a sua imaginação corrompe tudo quanto ouve e vê, adaptando à vérmina que traz no pensamento. Ninguém se livra da intriga insidiosa e cruel.
São célebres na História da Humanidade as intrigas palacianas...
Nas cortes, onde a frivolidade e o ócio predominavam, as intrigas no passado, assim como no presente, têm sido o alimento mantenedor dos parasitas morais que as constituem.
Quase todas as criaturas têm sido abaladas pela insídia da sua maldade, derrubando potentados e afastando pessoas nobres da execução dos seus elevados ideais.
Tronos são derruídos pela insídia da intriga; reis e potestades tombam nas malhas que as asfixiam.
A intriga é irmão gêmea da traição que se homizia no âmago dos Espíritos infelizes.
Todo grupamento social, político, acadêmico, popular, religioso, cultural ou de trabalho e de lazer, é vítima dos profissionais da intriga, neles integrados com os nefandos objetivos de os desagregar.
...E a intritga campeia a soldo da insegurança, da imaturidade psicológica das criaturas humanas.
O intrigante é instrumento dócil das Trevas que pretendem manter a sociedade na ignorância, no atraso moral, a fim de nutrir-se das emanações humanas que vampirizam.
Movimenta-se com facilidade porque é pusilânime, tornando-se hoje amigo daquele que no passado feriu, e assim, sucessivamente, em relação às pessoas que, no futuro, serão suas vítimas.
Alegra-se ao ver os distúrbios que provoca sem deixar-se trair, sorrindo de prazer ante as injunções penosas que a sua conduta reprochável dá lugar.
Encontra-se em toda parte, por constituir larga fatia da sociedade inditosa que se compraz na maledicência, nas observações distorcidas...
São necessários antídotos vigorosos para sanar essa epidemia ou muita água em forma de paciência e compaixão para apagar os incêndios morais que provoca.
A intriga é semelhante a cupim que destrói a fonte de onde retira o alimento, sem deixar vestígios externos, até o momento em que se desorganizam as estruturas nas quais se refugia.
*   *   *
Fecha os ouvidos à persuasiva palavra simulada do intrigante, que te escolhe para a catarse da própria desdita.
Não passes adiante a informação infeliz que ele te transmite com o objetivo de envenenar-te o que, invariavelmente, consegue.
Abafa a intriga que te chega ao conhecimento no poderoso algodão do silêncio e da dignidade.
Desarma-te, em relação ao teu irmão, adquire autoconfiança e autoconsciência, que te instrumentalizam para não aceitares a morbidez da intriga destruidora.
Mesmo no colégio galileu, a intriga e o ciúme campeavam, culminando na traição de Judas e em negação de Pedro em referência a Jesus, que sempre os amou.
Sê fiel ao teu ideal, mantendo lealdade com relação àqueles que constituem a tua família biológica, quanto a espiritual.
Não agasalhes informações nefastas, deixando-te contaminar pelo morbo sempre ativo da intriga.
Respeita a concha dos teus ouvidos, preservando-a da intriga e dignifica a tua voz não a propagando, dessa maneira deixando-a diluir-se no oceano da tua conduta moral.
Aqueles que se permitem criar embaraços ao seu próximo, acusando-os, indevidamente, tecendo as redes das informações malsãs,  vigiando-os de forma implacável, empurrando-os na direção do abismo do desânimo e do sofrimento, tornam-se responsáveis pelo mal que lhes venha acontecer.
São as mãos invisíveis que os asfixiam e as forças infelizes que os comprimem, derrubando-os pelo caminho da evolução.
Se alguém, por acaso, não corresponde à tua confiança, nem retribui o teu comportamento sadio, não te aflijas, porque o infeliz é ele que, ingrato, não é capaz de compreender a beleza nem o significado da amizade legítima.
Em qualquer circunstância, sê aquele que vive com elevação e honradez, a fim de que longos e saudáveis sejam os teus dias na viagem abençoada pela Terra.
Divulga o bem e canta a glória da afeição pura, entronizando na mente e na emoção, os valores da alegria defluente dos deveres retamente cumpridos.
Embora aceito pelos frívolos, o intrigante é detestado e temido por todos, que lhe conhecem o caráter e percebem que, de um para outro momento, poderão ser-lhes vítimas também.
O que fazem com os outros, certamente farão contigo, sem compaixão.
*   *   *
Jesus recomendou a vigilância e a oração como terapia preventiva e curadora, para uma existência digna e feliz.
Vigia as nascentes do coração para que nelas brote a água lustral do amor que se expande, enquanto orarás, arando com os tratores da caridade, os solos humanos que a vida te oferece.
Intriga, jamais!
Joanna de Angelis
Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica
da noite de 10 de setembro de 2012, no Centro Espírita Caminho da Redenção,
em Salvador, Bahia.
Em 24.09.2012.

Mensagem extraída do sítio: http://www.divaldofranco.com/mensagens.php?not=301