sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

O Desafio da Educação

Marta Antunes de Moura

Doutrina Espírita: Filosofia, 

Ciência e Religião

Colunistas

28/01/2014 07h16 - Atualizado em 28/01/2014 07h24

O Desafio da Educação

A forma como representamos o mundo que nos rodeia interfere diretamente nos processos educativos, visto que, à medida que o conhecimento é ampliado, modifica-se a visão da realidade na qual nos encontramos inseridos, como se observa nos registros que se seguem. (1)
      1. Pré-história – o surgimento da escrita foi fator impactante e facilitador do ensino e da aprendizagem. As primeiras representações escritas aconteceram no neolítico, na Idade de Bronze, sob a forma de sinais e ideogramas que evoluíram para registros linguísticos simples, denominados cuneiformes. (2)
        2. Idade Antiga ou Antiguidade (4000 a 3500 a.C.) – os processos educativos mais relevantes ocorrem  na Mesopotâmia, Egito, Grécia e  Roma.  Eram elitizados e focados na solução dos problemas cotidianos. (2)
        3. Idade Média (século V a parte do século XV) – a educação, de responsabilidade exclusiva da Igreja Católica, era de acesso difícil e restrito, priorizando-se o prestígio, a influência política e a riqueza dos alunos, integrantes da realeza, nobreza e do clero.  As escolas funcionavam anexas às catedrais e aos monastérios ou  em alguns mosteiros, onde se lecionavam as sete artes liberais: gramática, retórica, lógica, aritmética, geografia, astronomia e música. (3) A metodologia do ensino resumia-se às extensas preleções de temas previamente preparados pelos religiosos, submetendo  alunos e professores a uma rígida e irracional disciplina, sobretudo quanto a horários, assiduidade, atitudes, comportamentos e avaliações da aprendizagem.
Neste horizonte de intolerância, contudo, surgem duas importantes  contribuições: a de Santo Agostinho (350-430 d.C.) que seguia o ideal platônico, defendia  a ideia de que a aprendizagem só pode ser satisfeita por Deus e recomendava  “(…) aos educadores jovialidade, alegria, paz no coração e ás vezes também alguma brincadeira” (4); e a de Thomas de Aquino (1224-1274 d.C.) que, rompendo o paradigma vigente, introduz debates em sala de aula, a fim de  “(…) evitar o tédio e despertar a capacidade de admirar e perguntar.” (5) A sua metodologia, então denominada Escolástica ou Escolasticismo (do latimscholasticus = que pertence à escola, instruído), favoreceu a criação de diversas universidades na Europa, como as de Paris, Oxford, Cambridge, Salerno, Bolonha, Nápoles, Roma, Pádua, Praga e Lisboa. (3)
  1.  Renascença (período situado entre século XV e o XVI) – a educação renascentista priorizava o estudo da filosofia grega, a matemática e as ciências da natureza. A exatidão do cálculo chegou até mesmo a influenciar o projeto estético dos artistas desse período. A razão foi eleita como a forma de adquirir conhecimento do mundo e das coisas.  (5)
     5. Idade Moderna (1453 a 1789) – o processo educativo passa por profundas modificações, sendo o ensino caracterizado pelo didatismo, adoção de diferentes  matérias (disciplinas) no currículo escolar e concedendo-se maior  liberdade aos alunos. São ideias advindas dos princípios da reforma protestante, da contrarreforma católica com a fundação da Companhia de Jesus, dirigida pela ordem jesuíta; do pensamento difundido pelo matemático René Descartes (1596-1650) — que cultuava a razão como o único instrumento da aprendizagem —, e do iluminista Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), que  pregava um ensino mais leve e livre, de contato com a Natureza, distante das amarras das reforma protestante, da contrarreforma católica e dos exageros do racionalismo.  (6)
       6. Idade Contemporânea (após 1789) – predomina-se o culto à razão, resultante do amálgama de ideologias, princípios, métodos e recursos do tecnicismo e do didatismo, a maioria conflitante entre si. Mas, face o redesenhamento da sociedade, determinado pelas sucessivas e cumulativas descobertas científicas e inovações tecnológicas, associadas às revoluções liberais e às duas guerras mundiais  profundos abalos ocorrem na educação que, em decorrência,  é submetida a extenso e profundo desafio. (7)
Importa considerar que a Doutrina Espírita,  transmitida em 1857 com a publicação de O Livro dos Espíritos, conceitua educação como “(…) a arte de formar caracteres (…)” (8) que é, justamente, o sentido que os estudiosos atualmente estão propondo para a  construção do modelo educativo do milênio. Todavia, um dos maiores desafios da educação nos dias atuais é saber  enxergar a pessoa como um ser integral. E mais: que  o afeto, a ética e a moral devem, sim, governar o comportamento humano, em qualquer local e sob quaisquer circunstâncias. Hoje, sabe-se que não se pode  conceber um processo de ensino e aprendizagem que priorize apenas o intelectualismo e a razão. Este foi o erro de Descartes que, ao anunciar sua célebre frase “penso, logo existo”, estabeleceu. dicotomia entre o pensar e o existir, pois é quase impossível pensar e existir exclusivamente de forma racional, ignorando os sentimentos e as emoções. Rousseau, neste aspecto,  foi além ao afirmar que a principal característica que não pode faltar em um professor é a sua capacidade de educar o aluno para transformá-lo em um homem de bem, tal como orienta a Doutrina Espírita.
Outro desafio, não menos importante, está relacionado ao ambiente da  aprendizagem: sufocante e improdutivo no passado, ainda é reproduzido, no presente, em certas sociedades fechadas, sobretudo nas religiosas. Neste sentido, não podemos ignorar que o estudo desenvolvido no meio espírita ainda  apresenta características que lembram as práticas da escolásticas (não há um livre debate, pois este é preparado de acordo com as regras do didatismo, e nem todos os assuntos podem ser discutido); o estudo doutrinário ou apresenta perfil conteudista e racionalista, desenvolvido em cursos de longa duração. Trata-se de uma triste constatação porque toda e qualquer orientação espírita deveria, necessariamente, pesar  as consequências morais, referendadas pelo Evangelho de Jesus, e serem transmitidas de forma simples, ainda que apoiadas nos meios tecnológicas e nas dinâmicas pedagogias, utilizadas meramente como meios didáticos. Vemos, assim, que o.  ambiente de aprendizagem do Centro Espírita precisa ser repensado, estabelecendo-se um espaço de verdadeira interação sociocultural, acolhedor por excelência, mesmo que as condições ambientais sejam modestas. Ambiente em que a pessoa se sinta bem-vinda, respeitada, aceita, estimada, livre para participar dos encontros de estudos, sem constrangimentos e imposições, que desconsiderem as diferenças individuais e a diversidade cultural e econômica. Daí ser importante manter-se atento a estes esclarecimento de Allan Kardec: .
Todos falam da importância da educação, mas esta palavra é,  para a maioria, um significado excessivamente impreciso. (…) A educação é a arte de formar homens, isto é, a arte de neles fazer surgir os germes das virtudes e reprimir os do vício; de desenvolver sua inteligência e dar-lhes instrução adequada às necessidades. (…) Em uma outra palavra, o objetivo da educação consiste no desenvolvimento simultâneo das faculdades morais, físicas e intelectuais. (9)
Referências Bibliográficas
1 MORIN, Edgar. A religação dos saberes.  O desafio do século XXI. Trad. de Flávia Nascimento. 5.ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005, cap. 1, pag.29-32.
2 Educação na Antiguidade. http://www.recantodasletras.com.br/ensaios/3920034
3 Educação  na Idade Média. www.brasilescola.com
4 GADOTTI, Moacir. História das ideias pedagógicas.São Paulo: Ática, 2008, cp.4, pág. 56.
5 ______, p. 58..
6 A História da Educação/Período Moderno http://www.pedagogia.com.br/historia/moderno.php Nascimento, Claudia T. A história da educação ao longo dos tempos… Uma viagem histórica. Parte V – a Educação contemporânea.
8 KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Trad. de Evandro Noleto Bezerra. 4 ed. Brasília: FEB, 2013, q. 685-a, pág.306.
9 RIVAIL, Hippolyte léon Denizard. Plano proposto para a melhoria da educação pública. Trad de  Albertina Escudeiro Seco. 1ª ed. Rio de Janeiro: Edições Léon Denis, 2005, p. 11-12.

Coluna extraída do portal da Federação Espírita Brasileira, no endereço eletrônico:
http://www.febnet.org.br/blog/sem-categoria/o-desafio-da-educacao/

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Sexo antes do casamento

Crônicas e Artigos
Ano 7 - N° 347 - 26 de Janeiro de 2014



WELLINGTON BALBO
wellington_balbo@hotmail.com
Bauru, SP (Brasil)



Sexo antes do casamento

Certa vez alguém perguntou à inesquecível figura de Chico Xavier: – Chico, sexo antes do casamento é permitido?

O médium, com sua peculiar mineirice, respondeu: – Tudo é permitido, porém, sem amor nada vale a pena, nem sexo nem casamento.

A resposta de Chico é colossal, abrangente, pode ser aplicada tranquilamente em nossa vida nos mais variados assuntos.

Aliás, a resposta de Chico cabe perfeitamente aos pais cujo objetivo de vida principal se resume em galgar degraus na carreira profissional, conquistando pontos com a sociedade, mas perdendo pontos com a família e negligenciando deveres fundamentais pertinentes à educação dos filhos.

Ora, a atividade profissional e a dedicação do indivíduo a ela é fundamental, porquanto, lembrando Maslow, trabalho, a depender do ponto de vista, enquadra-se dentro das necessidades básicas da criatura humana. Sem o dividendo advindo dos labores de nossa profissão, como manter família, ou vulgarmente dizendo: Como trazer o pão de cada dia ao lar? E a alimentação é uma necessidade básica de todos. Por isso, afirmamos a importância da dedicação do profissional aos labores profissionais, contudo, sem exageros.

A propósito, interessante lembrar que as intensas vontades de consumir superestimadas pelas propagandas, pelo marketing e pela mídia de forma geral, ajudaram a construir os workaholics, as pessoas viciadas em trabalho.

Acrescente-se a isso o intenso clima de competição vigente no mundo atual, e pronto. Está formado o cenário perfeito para os malucos modernos! Viciados em trabalho, alucinados por competir, insaciáveis para mostrar suas qualidades, ou melhor, suas conquistas no âmbito puramente material, aos seus colegas ou, melhor dizendo, rivais.

Logo, com todos esses afazeres, naturalmente a família e os filhos são negligenciados. Com valores esquecidos e a educação dos filhos relegada a terceiros, quartos e quintos, a desorganização instala-se em toda a sociedade.

Sem valores como respeito, companheirismo, amizade e, principalmente, amor ao próximo, a violência em suas mais variadas vertentes - como o sentimento de posse, cobranças descabidas, pressões psicológicas e abusos de autoridade - infiltra-se na sociedade, trazendo consigo a desconfiança, o medo, as aflições e angústias que caracterizam criaturas perdidas, sem objetivos mais ousados no campo de seu desenvolvimento como seres humanos.

Em conversa com uma de minhas professoras, tomei nota de uma pesquisa elaborada por ela e realizada com crianças de 8 a 15 anos, matriculadas no ensino público e privado. Uma das perguntas da pesquisa:

– Trabalhar é legal? Justifique.

Oitenta por cento das respostas dos alunos fez corar, porque afirmavam que trabalhar não é legal, ocupa muito tempo, não deixando espaço para os filhos. 
Veja, caro leitor, a mensagem que os pais estão transmitindo aos seus filhos é negativa. O garoto quer o pai ao seu lado, soltando pipa, brincando de carrinho, contando histórias, sendo criança com ele, mas repreendendo na hora certa, ensinando, instruindo, orientando...

Importante, pois, refletir no que estamos ofertando aos nossos familiares e filhos. Será que queremos vê-los crescer e considerar natural ser, por exemplo, um workaholic?

Será que queremos instalar nos pequenos corações de nossos filhos a ideia de que o trabalho se resume apenas à atividade profissional, e é algo chato, que ocupa tempo e desagrega a família?

Por isso, lembrando o inesquecível Chico, pode-se afirmar que, sem amor nada vale a pena, nem mesmo trabalhar.

Página extraída da Revista Eletrônica "O Consolador", no endereço:
http://www.oconsolador.com.br/ano7/347/wellington_balbo.html

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Vitória da Vida

 
Vitória da Vida

Meus irmãos:

Sou eu que volto, sob a proteção da Divina Misericórdia.

A vida triunfa sobre a morte e, há quarenta dias, desde o momento final no corpo, o amor incondicional do Pai prossegue socorrendo-me, de modo que neste momento eu possa dizer com o coração túmido de saudade, mas com o Espírito exultante: Estou vivo!

Tenho orado, com fervor, aguardando este momento de reencontro para agradecer a Deus a felicidade incomparável da longa existência aureolada de bênçãos que reconheço não merecer.

Nossa Benfeitora trouxe-me hoje, às vésperas do encerramento do ano, para agradecer tudo quanto recebi durante a existência e, particularmente, nos dois últimos anos de impedimento e de limitação.

De alma ajoelhada, agradeço o devotamento, o respeito, o carinho de que fui objeto, mais especialmente a vigília dos filhos, de Gerulina, das cuidadoras e a paciência dos irmãos da Casa Grande, que não se enfastiaram com o meu demorado processo de libertação.

Agradeço as homenagens que me foram oferecidas, as condolências, as lembranças, todo esse colar de bondosas referências que não condizem com a minha existência humilde, sempre em plano secundário, de trabalhador braçal que sempre me considerei...

Desejo registrar as emoções profundas, falar das alegrias incontáveis do reencontro com os seres queridos, alguns dos quais de saudosas recordações.

Agradeço a todos que não me atrevo a nomear, que usaram de misericórdia para com o velho amigo causador de problemas... Que me perdoem os erros que não pude superar, as imperfeições que não consegui corrigir e a pequenez que não pude transformar em grandeza moral.

Comovo-me com as saudades daqueles que me amam e suplico que sejam felizes.

Suplico a Deus que transforme nossa Casa de amor num santuário de misericórdia, porque tudo passa mas o amor permanece.

Ninguém nunca se arrependerá por ter agido com misericórdia, compaixão e amor.

Que o nosso ninho de esperança permaneça como o lar dos que não têm abrigo, a estância, última que seja, para o repouso, na certeza de que, aqui entre nós, de ambos os lados, Jesus estará de braços abertos dizendo com suavidade: Vem, meu filho, este lar é teu!

Perdoem-me as emoções. É a primeira experiência. Embora preparando-me para este momento, a mente desatrela o corcel das lembranças, das saudades, da gratidão...

Eu suplico que as preces continuem envolvendo-me para que eu possa corresponder às expectativas dos corações que me amam.

Paz e misericórdia, gratidão profunda e súplica em favor de todos os que sofrem.
O velho companheiro agradecido,


                                  Nilson.
 
Psicofonia pelo médium Divaldo Pereira Franco, na
reunião mediúnica do Centro Espírita Caminho da Redenção, na
noite de 30 de dezembro de 2013, em Salvador, Bahia.
Em 6.1.2014.

Mensagem extraída do endereço:
http://www.divaldofranco.com.br/mensagens.php?not=346   

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

A Religião de Jesus

Especial
Ano 7 - N° 342 - 15 de Dezembro de 2013 - http://www.oconsolador.com.br/ano7/342/especial.html
GEBALDO JOSÉ DE SOUSA 
gebaldojose@uol.com.br
Goiânia, Goiás (Brasil)

Gebaldo José de Sousa

A Religião de Jesus
"Aquele que quiser ser maior no Reino de Deus
seja servidor de 
todos." - (Mt. 20:26.)
 

Emmanuel, Espírito, revela-nos que Jesus presidiu à formação da Terra e que é seu Governador2Isto significa que há bilhões de anos já atingira extraordinária evolução. E, modestamente, aceitou a incumbência de nos evangelizar, para compreendermos as leis de Deus, que se resumem no Amor!

Ele não se impõe, não se aborrece com nossos defeitos e nos oferece, nas múltiplas reencarnações e em variadas circunstâncias, meios para desenvolvermos a inteligência e os bons sentimentos: na profissão, no lar, ou nos diversos relacionamentos de nossas vidas.

Dá-nos oportunidades de trabalho, até aprendermos a servir com gratidão e alegria, sem melindres e sem escolher parceiros de atividades, trabalhando com aqueles que se apresentam!

Espera, pacientemente, nosso amadurecimento, a fim de aderirmos, de forma consciente, ao seu ideal de Amor; para conquistarmos plena Liberdade, Harmonia, ventura e belezas dos mundos superiores!

“(...) Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me. (...)”.1  Lc, 9:23.

Afirma claramente: se alguém quer... E vejam a humildade e a infinita paciência com que atua esse Espírito, cuja grandeza é inimaginável para nós!

Para vivenciar sua Religião, cabe-nos servir, na família ou na comunidade, favorecendo o trabalho de equipe, para que todos participem de atividades em favor do bem comum e da evolução de todos os Espíritos provisoriamente vinculados à Terra!

Sem a perspectiva histórica e o hábito – cada vez mais raro – da leitura, doestudo, da pesquisa, e, sobretudosem as informações a nós repassadas porMentores da Vida Maior, torna-se difícil ao homem comum entender que Jesus continua presente em nosso orbeem nossas vidas e que dá sequência à nossaevangelização – processo esse que ainda se estenderá por longo tempo! 

Nas lições de Jesus o foco é outro – Legou-nos, há dois mil anos, o resumo das Leis Divinas, que, se observadas, nos concedem a saúde efetiva, que é a do Espírito imortalporque nos harmonizam com o Criador. Saúde que se refletirá em nosso corpo físico, nesta e em futuras encarnações.

A vivência desses princípios conduzir-nos-á à evolução consciente, acelerando nossa caminhada evolutiva, além de eliminar sofrimentos acarretados pela inobservância dessas Leis.

Ao longo do tempo – mesmo antes de Sua vinda a este orbe –, propiciou afundação de inúmeras religiões e inspirou artistas, filósofos, escritores,cientistaspara contribuírem com o progresso moral da Terra.

A multiplicidade dessas religiões revela-nos a sabedoria e a generosidade do Pai, que a todos nos favorece, com escolas adequadas e compatíveis com nossa capacidade de compreender – ainda que fragmentariamente – Suas Leis e sublimes desígnios.

O Mestre não veio, da parte do Pai, para curar corposmas Espíritos imortais. As curas são “(...) para alívio dos que sofrem e para ajudar na propagação da  (...)”.3

Nem veio para nos conceder prosperidade materialmassim, conduzir-nos aoprogresso espiritualEm Suas lições sublimes o foco é outro. Não visam os bens materiais – passageiros. Iludem-se os que O buscam com essesobjetivos. Representam caminhos para a evolução – real progresso do Espírito.

Como se vê, ainda não assimilamos esses ensinos, não os incorporamos à nossa conduta diária, não obstante as inúmeras reencarnações por que passamos, após Sua presença neste orbe.

Não nos preocupamos em ‘aviar’ suas libertadoras receitas.

Ao cuidar do corpo físico, temos pressa em aviar receitas médicas – se nãocontemplam exercícios físicosregimes alimentares ou supressão de vícios, sempre adiados para as calendas gregas, ou seja, para nunca, eis que só existiram “calendas” romanas. 

Jesus não fundou religião nenhuma – Esse alheamento aos ensinos de Jesus é que nos mantém presos à roda das reencarnações dolorosas!

A rigor, Ele próprio não fundou nenhuma religião! Sobretudo religiões à maneira das que existem na Terra, ainda que seu nome e ensinos sejam nelas mencionados e raramente observados!

Suas lições não requerem nem organizações complexas, nem templos suntuosos, nem preconizam rituais, roupas especiais, sinais exteriores; mas mudanças internas; traduzidas em normas de conduta surpreendentemente denatureza prática.

Pregava em qualquer parte onde se encontrava: à margem do lago; em casa da sogra de Pedro; em casa de Lázaro, Marta e Maria e... até nas sinagogas!

“Deus é Espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade.” Jo 4:24

Sempre fomos mal orientados pelas religiões tradicionais – nas várias reencarnações por que passamos –, sempre achamos que a frequência aos templos (ainda que de forma desatenta, na maioria dos casos) apenas uma vez por semana e o exercício de práticas exteriores eram bastantes para a conquista de um ‘céu de louvor e contemplação, em repouso eterno’!

Repouso esse que revela a suprema ignorância das Leis Divinas – e preguiça ainda maior! Eis que o trabalho é Lei da vida.

E que castigo insuportável seria a eterna indolência!

Jesus, em parte alguma, menciona esse ‘repouso eterno’! Aqueles que defendem essa tese absurda parecem desconhecer o ensino do Mestre sobre o trabalho:
“Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também”. 1 (Jo, 5:17).

É muita desatenção! Ou infinita preguiça! 

Religião significa religação com o Pai – A evolução contínua dos Espíritos pressupõe o desenvolvimento do Amor e a educação da inteligência. E isso requer esforços, estudos e trabalhos constantes, que guardem relação com nosso estágio evolutivo. Porque evoluímos muito lentamente, somos submetidos às infinitas reencarnações!

Não apenas revelou que Deus é nosso Pai e que “a Lei e os profetas” se resumem em amá-Lo e ao próximo como a nós mesmos.

Sua doutrina, além de recomendar-nos a vivência desse amor amplo, indica-nos, com simplicidade, as formas de praticá-lo, na conduta diária. Só a adoção dessas práticas nos conduzirá, a pouco e pouco, ao autoconhecimento, àconquista da harmonia e da paz plenas.

Observadas, religam-nos ao Pai, pela vivência do amor fraternal com todas as criaturas. Importa aqui recordar que Religião significa religação com o Pai!
Allan Kardec5 indaga aos Espíritos:
Qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir ao arrastamento do mal?

“Um sábio da Antiguidade já disse: Conhece-te a ti mesmo.”

E não há roteiro mais seguro para atingir esse fim do que observar seus ensinos. Ele mesmo o diz, quando afirma: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” .1 (Jo, 14:6).

Cabe-nos registrar que Jesus não só ensinou, mas exemplificou o que ensinava! Isto lhe dá autoridade incontestável:
“Quando Jesus acabou de proferir estas palavras, estavam as multidões maravilhadas da sua doutrina; porque ele as ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas” .1 (Mt, 7:28-29). 

Quem é, para Jesus, um homem prudente – Eis breve amostrado que nos recomenda e nos ensina a proceder, amorosamente:
Concilia-te depressa com o teu adversárioenquanto estás no caminho comele (...).”1  Mt 5:25

“Ouvistes que foi ditoOlho por olhodente por denteEuporémvos digo que não resistais ao malMas se alguém te bater na face direita, oferece-lhetambém a outra. E ao que quer demandar contigo e tirar-te a túnica, deixa-lhetambém a capa.”1  Mt 5:38 a 40

“Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem e caluniam.”1 Mt 5:44

“Quando derdes esmolanão saiba a vossa mão esquerda o que faz a vossamão direita.” 1 Mt 6:3

“Orando, não useis de vãs repetiçõescomo os gentios; porque presumem quepelo seu muito falar serão ouvidos.”  Mt 6:7

“Não vos inquieteis, poispelo dia de amanhãporque o dia de amanhãcuidará de si mesmo.” 1 Mt 6:34

“Fazei aos homens tudo o que queirais que eles vos façam, pois é nisto que consiste a lei e os profetas.” 1 Mt 7:12

“Todo aquele que ouve estas minhas palavras e as pratica, será comparado aum homem prudenteque edificou a sua casa sobre a rocha.” 1 Mt 7:24

“Este povo honra-me com os lábiosmas o seu coração está longe de mim.” Mt 15:8

“Tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de bebereraforasteiro e me hospedastes; estava nu e me vestistes; enfermo e mevisitastes; preso e fostes ver-me.” 1 Mt 25:35

“Embainha a tua espadapois todos os que lançam mão da espada, à espada perecerão.” 1 Mt 26:52

“(...) Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. (...)” 1 Lc 23:34

Parábola do Bom Samaritano (Lc, 10:25 a 37), transcrita no cap. XV, item 2, de Evangelho segundo o Espiritismo4, demonstra, com clareza, anecessidade da prática desse amor fraternal.

“Faze isso e viverás.” – No diálogo de Jesus com o fariseu, que antecede o relato dessa parábola – um dos mais belos entre o Mestre epersonagens do Evangelho! –, o fariseu respondeu à própria pergunta, indicando que o amor a Deus e ao próximo como a si mesmo é a condiçãoindispensável ao merecimento da vida eterna.

Jesus, entãolhe disse, em belíssima e concisa frase: “(...) faze isso e viverás”.1

Kardec, nos comentários que a ela adita – item 3, do mesmo capítulo –, afirma que toda a moral de Jesus se resume na caridade e na humildade; e, ao referir-se à alegoria do juízo final, indaga:
“Naquele julgamento supremo, (...) Pergunta o juiz se foi preenchida tal ouqual formalidade, observada mais ou menos tal ou qual prática exteriorNão; inquire tão-somente de uma coisa: a prática da caridade, (...) Informa-se, poracaso, da ortodoxia da ? Faz qualquer distinção entre o que crê de um modoe o que crê de outro?”  Cap. XV, it. 3.

Na Parábola, o samaritano – julgado heréticomas que exercita o amorfraternal – revela-se superior ao ortodoxo que falta com a caridadeNãoapenas recomenda a caridademas a indica como condição única da felicidadefutura.

Em outro ensino sublime, o Divino Mestre desvincula o verdadeiro cristão de quaisquer sectarismos, de cultos, de templos, de manifestações externas:
“Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outrosassim como euvos amei, que também vos ameis uns aos outros. Nisto conhecerão todos quesois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros”.  1 Jo 13:34 e 35.

religião de Jesus – contida em fraternas normas de conduta – é, eminentemente, de natureza prática e se traduz na vivência do amorpor todas as formas ao nosso alcance.

Esta é a visão da Doutrina Espírita no tocante à Religião de Jesus, eis que também ela não requer templos suntuosos, não adota liturgias e rituais diversos, nem hierarquias ou princípios teológicos abstratos. Educa-nos para bem compreendermos e praticarmos Sua doutrina de puro Amor e de serviço ao semelhante, tal como exemplificou e recomendou o Divino Mestre, no ensino primoroso:“(...) faze isso e viverás”. 1 

Referências: 
1.                 ALMEIDA, João F. de – Tradutor. A Bíblia Sagrada. Brasília: Sociedade Bíblica do Brasil. 1969;
2.                 XAVIER, F. Cândido. A Caminho da Luz. Pelo Espírito Emmanuel. FEB: Rio de Janeiro, 1975. p. 21 e 110;
3.                 KARDEC, Allan. Evangelho segundo o Espiritismo. Trad. Evandro Noleto Bezerra. 1ed. 2.imp. Brasília: FEB, 2011. cap. 26, it. 2, p. 447;
4.                 _____. _____. cap. 15, it.2, p. 301;
5.                 KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Trad. Evandro Noleto Bezerra. 2.ed. 1.impr. Brasília: FEB, 2011, q. 919.
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Matéria copiada da Revista Eletrônica "O Consolador", no endereço:

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Existe hierarquia de médiuns?

Crônicas e Artigos
Ano 7 - N° 343 - 22 de Dezembro de 2013    http://www.oconsolador.com.br/ano7/343/christina_nunes.html
CHRISTINA NUNEScfqsda@yahoo.com.br
Rio de Janeiro, RJ (Brasil)
 
 

Existe hierarquia
de médiuns? 
 
"II – Influência Oculta dos Espíritos Sobre os Nossos Pensamentos e as Nossas Ações

459. Os Espíritos influem sobre os nossos pensamentos e as nossas ações?

... - O médium espírita consciente dessas influências passa a perceber com mais intensidade pelas suas sensibilidades, a presença .do mundo espiritual a guiá-lo, e entre ele e os seus guias espirituais estabelece-se uma corrente permanente de comunicações...

— Nesse sentido a sua influência é maior do que supondes, porque muito frequentemente são eles que vos dirigem.

460. Temos pensamentos próprios e outros que nos são sugeridos?

— Vossa alma é um Espírito que pensa; não ignorais que muitos pensamentos vos ocorrem, a um só tempo, sobre o mesmo assunto, e frequentemente bastante contraditórios. Pois bem, nesse conjunto há sempre os vossos e os nossos, e é isso o que vos deixa na incerteza, porque tendes em vós duas ideias que se combatem.

461. Como distinguir os nossos próprios pensamentos dos que nos são sugeridos?

— Quando um pensamento vos é sugerido, é como uma voz que vos fala. Os pensamentos próprios são, em geral, os que vos ocorrem no primeiro impulso.

464 Como distinguir se um pensamento sugerido vem de um bom ou de um mau Espírito?

— Estudai a coisa: os bons Espíritos não aconselham senão o bem; cabe a vós distinguir."  (Excertos de O Livro dos Espíritos - Allan Kardec.)


Transcrevi os excertos de estudo de um dos livros pilares da Codificação Espírita para realçar a citação, disseminada amplamente na própria Doutrina, de que mediunidade é dom comum a todos! Pode ser manifestada de entremeio a uma variedade imensa de nuances para cada perfil de sensibilidade individual, mas fato é que se faz sentir ao redor do globo indiscriminadamente, e, em inúmeras ocasiões, a revelia de crenças e descrenças.

Mediunidade, frise-se, é dom tão natural quanto a audição ou o paladar, e não constituí, assim sendo, matéria de fé - a despeito de que, e também é enfatizado em Kardec e outros mediadores dos espíritos, o mundo espiritual, quando movido por ideais de luz, não interfere no livre-arbítrio humano, principal ferramenta de aprendizado durante o período da reencarnação! Se sugerem e inspiram, portanto, e constantemente, de um lado, para o bem, também não violentam, os bons espíritos, a escolha alheia, e aí fica bem traçada a distinção entre a influenciação espiritual de boa lavra e a obsessiva!

É necessário o retorno constante ao tema, por meio de todas as ferramentas de elucidação espírita, por se tratar de tópico importante ao esclarecimento de muitos indivíduos que, por não se inteirarem com a eficiência devida dos mecanismos da mediunidade, fazem da matéria leitura e entendimento tosco, para depois sair por aí alardeando inverdades, ou verdades incompletas, ou tremendamente tendenciosas.

Não é de hoje que ouço e leio a expressão dúbia: grandes médiuns! Analisemos. De costume, quem são os pilares da disseminação espírita? As referências literárias, de estudiosos ou de intermediadores mediúnicos - missionários, ou de prova - para o homem reencarnado de cada tempo. São inúmeros, e, como divulgadora dos dias atuais, os enalteço e lhes rendo minha eterna gratidão pelo norte que, com sua sensibilidade e atuação, ofereceram para as gerações futuras, entre as quais eu e outros participantes do Movimento Espírita se incluem. Nosso saudoso, querido Chico Xavier, com sua mediunidade verdadeiramente missionária; Leon Denis; Zilda Gama, Yvone A. Pereira; Hermínio Miranda e muitos, colaboraram com brilhantismo na seara de esclarecimento das verdades espirituais, cada qual com sua luz própria, seu papel diferenciado. Todavia, amigo leitor, há que se observar discernimento na hora de se analisar a expressão, hoje ampla e inadvertidamente difundida, "grandes médiuns", de vez que, sem a devida cautela, acaba desvirtuando a compreensão sobre o assunto para uma feição discriminatória e inquisitorial, dentro do próprio meio espírita, e, por consequência natural, entre o público simpatizante e pesquisador destes temas de importância para a evolução humana.

Os amigos leitores já pararam para pensar o que seria do conhecimento das verdades do espírito se novos divulgadores e trabalhadores de boa vontade - refiro-me aos que, com honestidade, e vindo ao mundo comprometidos com a tarefa de fazer bom uso do dom mediúnico, agem com sinceridade para continuar a missão de vulto iniciada pelo professor Rivail - não perpetuassem os esclarecimentos? Admite, o estudante interessado e esclarecido, que a evolução não é multidimensional, e que, tal como se dá no mundo material onde estagiamos, também as esferas da invisibilidade não se modificam para melhor? Em paralelo, considera a palavra milenar do próprio Cristo aos apóstolos - aliás, alguns dos quais, embora homens comuns, sendo também médiuns naturais - de que "nem tudo ainda poderia ser dito, devido à pouca compreensão dos homens"; mas que, no tempo certo, outros viriam para dar continuidade às revelações que oferecia à humanidade, dentre as quais a existência da reencarnação, habilidosamente retirada do contexto evangélico pelos Concílios católicos interessados na manutenção do poder temporal!

Com base na rápida análise desses fatos, podemos extrair conclusões importantes:

1 - Reencarnação, mediunidade, e seus desdobramentos são leis naturais, embora mal compreendidas por muitos mergulhados nas lutas das vidas materiais, de vez que o próprio João Evangelista, como homem simples do seu tempo e no labor profético, foi um dos mais realçados exemplos de que a ação mediúnica acontece sem juízo de lugar, de época ou de patamares sociais;
2 - Por conseguinte, e tendo em conta a definição detalhada dos próprios espíritos da Codificação, a atividade mediúnica é constante e equânime. Acontece a revelia mesmo da percepção mais clara de quem a utiliza, com maior ou menor consciência, e, nos últimos casos, explica-se o véu sutil do modo como ocorre pela necessidade de que exercitemos a ferramenta evolutiva preciosa do livre arbítrio durante o nosso aprendizado na matéria;
3 - No caso do médium consciente, a percepção mediúnica se faz mais exaltada, em razão do que estabelece, com maior facilidade ainda, uma rede de comunicação intensa com os espíritos com quem atua, seja em diálogo mental, nas atividades das casas espíritas, como passista, ou na seara da literatura espírita.

Hoje, assim, a atividade dos indivíduos reencarnados exercitando um simples dom prossegue, inexorável. No que se refere a quaisquer modalidades de trabalho, despontam os de maior expressão missionária, como Chico Xavier. E admite-se bom ou mau uso do dom mediúnico! Todavia, não existem hierarquias mediúnicas, - grandes e pequenos médiuns, - no sentido depreciativo de que muitos lançam mão, maldosamente, visando anular os esforços de inúmeros novos trabalhadores idôneos, para confinar a validade de atuação espírita à uma caixinha inquisitorial, na qual cabem somente os divulgadores anteriores que, por esta ou aquela razão, obtiveram algum destaque midiático! Pois isso representaria irrealidade incompatível com a dinâmica de ação dos espíritos orientadores, e estagnação consciencial inadmissível da humanidade reencarnada, contrariando o próprio plano evolutivo! 


Copiada da Revista Eletrônica "O Consolador" no endereço: 

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Louvor do Natal

 
Louvor do Natal

Senhor Jesus!

Quando vieste ao mundo, numerosos conquistadores haviam passado, cimentando reinos de pedra com sangue e lágrimas.

Na retaguarda dos carros de ouro e púrpura, em que lhes fulgia a vitória, alastravam-se, como rastros da morte, a degradação e a pilhagem, a maldição do solo envilecido e o choro das vítimas indefesas.

Levantavam-se, poderosos, em palácios fortificados e faziam leis de baraço e cutelo, para serem, logo após, esquecidos no rol dos carrascos da Humanidade.

Entretanto, Senhor, nasceste nas palhas e permaneceste lembrado para sempre.

Ninguém sabe até hoje quais tenham sido os tratadores de animais que te ofertaram esburacada manta por leito simples, e ignora-se quem foi o benfeitor que te arrancou ao desconforto da estrebaria para o clima do lar.

Cresceste sem nada pedir que não fosse o culto à verdadeira fraternidade.

Escolheste vilarejos anônimos para a moldura de tua palavra sublime... Buscaste para companheiros de tua obra homens rudes, cujas mãos calejadas não lhes favoreciam os voos do pensamento. E conversaste com a multidão, sem propaganda condicionada.

No entanto, ninguém conhece o nome das crianças que te pousaram nos joelhos amigos, nem das mães fatigadas a quem te dirigiste na via pública!

A História, que homenageava Júlio César, discutia Horácio, enaltecia Tibério, comentava Virgílio e admirava Mecenas, não te quis conhecer em pessoa, ao lado de tua revelação, mas o povo te guardou a presença divina e as personagens de tua epopeia chamam-se “O cego Bartimeu”, «o homem de mão mirrada», «o servo do centurião», «o mancebo rico», «a mulher cananeia», «o gago de Decápolis», «a sogra de Pedro», «Lázaro, o irmão de Marta e Maria»...

Ainda assim, Senhor, sem finanças e sem cobertura política, sem assessores e sem armas, venceste os séculos e estás diante de nós, tão vivo hoje quanto ontem, chamando-nos o espírito ao amor e à humildade que exemplificaste, para que surjam, na Terra, sem dissensão e sem violência, o trabalho e a riqueza, a tranquilidade e a alegria, como bênção de todos.

É por isso que, emocionados, recordando-te a manjedoura, repetimos em prece:
— Salve, Cristo! os que aspiram a conquistar desde agora, em si mesmos, a luz de teu reino e a força de tua paz, te glorificam e te saúdam!... 


Do cap. 90 do livro Religião dos Espíritos, de Emmanuel, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.

Copiada da Revista Eletrônica "O Consolador", no endereço: