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domingo, 22 de março de 2020

Coronavírus (Covid-19)


Coronavírus (Covid-19)

Estamos em quarentena por conta de um ser minúsculo, que não bate em nossa porta, mas entra, não pede licença e não se apresenta, apenas toma conta e nos submete impiedosamente se formos idosos, se temos alguma deficiência cardíaca, pulmonar ou uma fraqueza imunológica, não há comiseração, arrasa. Na sua voragem também abala crianças, jovens e adultos saudáveis.

As informações vindas através da imprensa são importantes e ajudam a salvar muitas vidas, no entanto, os excessos também causam o seu mal, são um martelamento insistente, como uma tortura globalizada, oferecendo perturbação de etiologias diversas.

Para as pessoas que não têm um nível de entendimento mais amplo da vida, aquele transcendente dos limites da vida no corpo, que têm plena consciência que o seu instrumento de carne é finito em qualquer circunstância, porque a sua morte independe de doença, esta ou aquela, pode se dar a qualquer momento, mas que se trata apenas da morte do equipamento e não de si mesmo, o sofrimento, o pavor, a angústia, a apreensão, o desespero e a ideia de solidão são insuportáveis.

Temos o dever de conservar o equipamento carnal que possuímos, sob todos os aspectos, arregimentando meios e recursos, colaborando com quem tem menos força ou conhecimento; preocupar-nos com os nossos familiares, é natural, pois, quem ama cuida, são as responsabilidades de um para com o outro, trata-se da solidariedade que é lei que rege os indivíduos e os mundos.

Há um movimento mundial que altera o modo de vida das sociedades, dos mais diferentes comportamentos, obrigando o retorno para casa, ficar aquartelado, ao mesmo tempo que  prevenindo-se contra um inimigo que não se vê, com risco iminente, sem prever de que direção surgirá, e se surgirá, no entanto, com o tempo disponível para pensar, principalmente em si mesmo, pois não adianta pensar em nenhuma outra coisa material, que por hora não servirá de nada, não importando que valor tem, ou para que servia até ontem.

O pensar em si mesmo não elimina o pensar nos outros, pois, eles podem trazer o vírus que não vemos, mas também podemos levar o micróbio devastador, tal como os demais, sem sabermos que estamos contaminados, sendo contaminadores.

Precisamos pensar, é hora do exercício de uma educação diferente, cuidar do próximo indistintamente, cuidando-se.

A doença provocada pelo Covid-19 tem sua gradação desde o pequeno incômodo até o desfecho com a morte do padecente. Nesse périplo, deixa um rastro de sofrimento que se irradia. Por onde passa e se estaciona, deixa disseminados miasmas atormentadores.

A escola, o comércio, o shopping, o templo, a festa, o ajuntamento de gente estão suspensos, agora somos nós, dois ou três de nossas casas, ou sozinhos, que mais nos resta? A fé? Qual fé? Publicação de frases e textos bonitos?  Rezas inumeráveis? O que, verdadeiramente, nos consola, encoraja, dá alento e esperança no momento em que tudo ao redor está suspenso? 

Existe uma ferramenta, a mais importante do ser humano, que é o pensamento, pouco conhecido dos indivíduos, embora sem ele não existiríamos. Esse atributo da alma é capaz de percorrer todos os pontos do Universo e através dele se fala com Deus, com Jesus, com os Santos, com os Espíritos de Escol, com qualquer nome que queiram denominá-los.

Não se faz necessário que estejamos num templo, igreja, centro espírita, isso não importa, sendo que estamos chegando num momento em que o templo, a igreja, a casa espírita precisará transladar-se para o nosso coração, onde alcemos ao Criador a partir de nossa vontade através do pensamento que como um raio contata as forças superiores diretamente.  É o momento do reencontro.

Estar num corpo ou sem ele não importa, quem pensa é o Espírito, não é o corpo, a vontade é do Espírito, e o que permanece para sempre é o Espírito; então, é uma questão de entendimento.

Jesus Cristo, na sua passagem pelo Mundo, deixou essas questões enunciadas:

·        Respondendo a Pilatos: “O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo, certo que os meus ministros haviam de pelejar para que eu não fosse entregue aos judeus; mas por agora o meu reino não é daqui.” (João, cap. XVIII, 33-37) 

O reino de Jesus é o do Espírito, a conquista é moral, não precisa de peleja como no mundo da matéria, portanto, o corpo material nesse reino não terá nenhuma importância.

·        “Há muitas moradas na casa de meu Pai. Se assim não fosse, eu vo-lo teria dito; pois vou preparar-vos o lugar. (...).” (João, cap. XIV: 1/3)

“A Casa do Pai é o Universo. As diferentes moradas são os mundos que circulam no espaço infinito, oferecendo aos Espíritos desencarnados estações apropriadas ao seu adiantamento.”

“Independentemente da diversidade dos mundos, essas palavras podem também ser interpretadas pelo estado feliz ou infeliz dos Espíritos na erraticidade¹.”

(Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo III, 1 e 2)

·        “E havia um homem dentre os Fariseus, por nome Nicodemos, senador dos Judeus. Este, uma noite, veio buscar a Jesus, e disse-lhe: Rabi, sabemos que és mestre, vindo da parte de Deus, porque ninguém pode fazer estes milagres, que tu fazes, se Deus não estiver com ele. Jesus respondeu e lhe disse: Na verdade, na verdade te digo que não pode ver o Reino de Deus, senão aquele que renascer de novo. Nicodemos lhe disse: Como pode um homem nascer, sendo velho?  Porventura pode entrar no ventre de sua mãe e nascer outra vez? (...)”   (João, cap. III: 1:12)

Neste ponto Jesus anota para os habitantes da Terra o ensinamento sobre a reencarnação², que mais tarde com a Doutrina Espírita estendeu explicação modificando grandemente a relação entre a vida do plano material e espiritual.

¹) Erraticidade [do francês erraticité] - Estado dos Espíritos desencarnados, durante os intervalos de suas existências corporais. Deixando o corpo físico, a alma reentra no Mundo dos Espíritos, permanecendo um lapso de tempo mais ou menos longo na situação de Espírito errante, até retomar uma nova existência material.

²) Reencarnação [do latim re + incarnatione] - 1. Retorno do Espírito à vida corpórea, em um novo corpo especialmente formado para ele. É progressiva ou estacionária, nunca é retrógrada. 2. Uma das personalidades do Espírito dentro da pluralidade das suas existências.

www.portalkardec.com.br/Livros/Dicionario%20Espirita.htm

A pandemia do Coronavírus que está sufocando o Mundo neste momento, demonstra uma grande virtude, está conseguindo fazer o homem moderno, cheio de conhecimentos e de tecnologias, olhar para o mais essencial para todos os seres humanos: a vida, aquela que permanecerá. 

Até agora a multidão da era moderna teve os seus olhares voltados para o que está fora ao seu redor ou até mesmo distante no Mundo, ou, ainda, fora dele. Com o aparecimento do vírus atormentador desses dias, os indivíduos de todas as classes sociais, raças, credos e continentes estão voltando para casa, preocupados com o que é de maior importância, a sua vida, o que corresponde à vida de seu corpo, instrumento de sua manifestação nessa sociedade da Terra.

Certamente, o ser humano iniciará uma viagem introspectiva com avaliação de si mesmo, buscando uma razão maior para os seus dias, entendendo que a sua existência é a eternidade.

O nosso corpo de carne é um companheiro que deixaremos pelo caminho, como tantos outros que ficaram, para que espiritualmente pudéssemos chegar até o presente estágio evolutivo.

A Lei de Progresso através de algo tão pequeno e invisível nos faz meditar sobre a nossa própria insignificância diante de uma infinidade de coisas que nem fazemos ideia.

Por que tanto orgulho e egoísmo?

Tenhamos coragem. Que Deus e Jesus nos abençoem.

                                                     Dorival da Silva

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Suicídio Assistido

Suicídio Assistido

Lemos na imprensa que jovem de 29 anos, americana, com um câncer no cérebro e a expectativa da doença avançar rapidamente, com o fim de livrar-se de possíveis sofrimentos,  programou morrer no dia primeiro de novembro de 2014, pelo suicídio assistido.

Em “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec,  encontramos na questão 957: – Quais são, em geral, com relação ao estado do Espírito, as consequências do suicídio?
“As consequências do suicídio são muito diversas. Não há penas fixadas e, em todos os casos, são sempre relativas às causas que o produziram. Há, porém, uma consequência à qual o suicida não pode escapar: o desapontamento. Ademais, a sorte não é a mesma para todos; depende das circunstâncias. Alguns expiam sua falta imediatamente, outros em nova existência, que será pior do que aquela cujo curso interromperam. ”

A doença surge por uma necessidade do Espírito, que ora está reencarnado, sendo que o corpo físico funciona como um mata-borrão da alma que está maculada com os erros de vidas passadas.  Não temos lembrança, é certo, mas se estudamos com afinco a Lei da Reencarnação compreendemos sem dificuldades essas questões, que tanto aturdem as pessoas nos dias atuais.

As consequências dos atos antigos, que não aconteceram nessa vida, grassam na consciência exigindo reparação, pagamento, para liberá-la de seu sofrimento.  Isso é muito vivo, intensivamente presente quando estamos na vida errante, fora da matéria, depois do falecimento do corpo, quando o Espírito está livre e sofre constantemente com a lembrança de suas pendências. Sendo que fora da matéria os fatos são uma realidade e estão no próprio indivíduo, por isso o sofrimento intenso.

Quando se pretende resolver a suas aflições, toma resolução, e solicita aos orientadores Espirituais responsáveis pelo progresso de cada um de nós o retorno à vida material, isto é, renascer em um novo corpo, para esquecermos, através do processo da reencarnação, quando teremos a oportunidade de vivenciar uma nova realidade, nos aperfeiçoando através dos esforços no bem.

Sendo que na nova existência material, muito se aprende, há renovação de sentimentos, conquistamos virtudes, no entanto, existem situações que não somos capazes de nos livrar, dada a gravidade; e é objetivo da vida física proporcionar condições, mesmo que haja dificuldades no campo físico, tais como as doenças graves, para sanear a nossa consciência das perturbações que eram superlativas quando da vida na espiritualidade. Lá está a vida real, para lá retornaremos, seja na juventude ou na velhice; aqui, na vida física é a oportunidade de resolvermos as nossas dificuldades mais rapidamente, se soubermos vivenciar as circunstâncias geradas pelo planejamento que fizemos, ou pelo menos concordamos com ele, antes da atual existência aportarmos.

Repetimos, a doença é uma necessidade do Espírito para solucionar seus problemas de consciência. Assim não existe justificativa de buscar diante dos momentos decisivos a nosso favor, quer dizer a favor do saneamento de nossa consciência, nos liberando do sofrimento, que é mais aturdidor do que quaisquer sofrimento no campo material – porque o sofrimento espiritual é ininterrupto --, sendo que por maior seja o  sofrimento causado com a doença física isso pode ser minorado com os medicamentos e procedimentos médicos disponíveis, mesmo que não seja em sua totalidade, mas sempre há recurso para diminuir-se o sofrimento, é a misericórdia de Deus em favor do devedor da Lei Divina imutável e justa.

Pretender escapar às consequências libertadoras da alma, através do suicídio, independentemente do método, é pura ilusão, é agravar imensamente o estado espiritual doente. Como alerta! os Espíritos reveladores da Doutrina Espírita, na questão citada inicialmente, ao suicida virá o desapontamento; pois, a morte para o Espírito não existe, restando-lhe o remorso diante das consequências do suicídio, que ao invés de sanar a dor que era remediada, agora se tornou irremediável com a oportunidade jogada fora, podendo os sofrimentos se tornarem superlativos.

A morte é fato natural, mas se faz necessário que trabalhemos, quer dizer: que façamos tudo ao nosso alcance para cumprir com o nosso dever, em todas as circunstâncias da vida, mesmo a de lutar para nos manter vivos no corpo físico, até quando o Anjo libertador, que cumprindo ordem Divina, venha nos desobrigar dessa tarefa regeneradora da alma.

É bom relembrar de que não somos o corpo, somos a vida que o utiliza para se cumprir a Lei de Progresso Espiritual, não é o corpo o responsável pela doença é o Espírito que está doente, eliminar o corpo não soluciona o sofrimento, na verdade amplia a dívida.


                                                                        Dorival da Silva

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Medicina reconhece obsessão espiritual

Código Internacional de Doenças (OMS) inclui influência dos Espíritos - Medicina reconhece obsessão espiritual

Por Dr. Sérgio Felipe de Oliveira*

A obsessão espiritual como doença-da-alma, já é reconhecida pela Medicina. Em artigos anteriores, escrevi que a obsessão espiritual, na qualidade de doença da alma, ainda não era catalogada nos compêndios da Medicina, por esta se estruturar numa visão cartesiana, puramente organicista do Ser e, com isso, não levava em consideração a existência da alma, do espírito. 
No entanto, quero retificar, atualizar os leitores de meus artigos com essa informação, pois desde 1998, a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu o bem-estar espiritual como uma das definições de saúde, ao lado do aspecto físico, mental e social. Antes, a OMS definia saúde como o estado de completo bem-estar biológico, psicológico e social do indivíduo e desconsiderava o bem estar espiritual, isto é, o sofrimento da alma; tinha, portanto, uma visão reducionista, organicista da natureza humana, não a vendo em sua totalidade: mente, corpo e espírito.

Mas, após a data mencionada acima, ela passou a definir saúde como o estado de completo bem-estar do ser humano integral: biológico, psicológico e espiritual.

Desta forma, a obsessão espiritual oficialmente passou a ser conhecida na Medicina como possessão e estado-de-transe, que é um item do CID - Código Internacional de Doenças - que permite o diagnóstico da interferência espiritual Obsessora.

O CID 10, item F.44.3 - define estado de transe e possessão como a perda transitória da identidade com manutenção de consciência do meio-ambiente, fazendo a distinção entre os normais, ou seja, os que acontecem por incorporação ou atuação dos espíritos, dos que são patológicos, provocados por doença.

Os casos, por exemplo, em que a pessoa entra em transe durante os cultos religiosos e sessões mediúnicas não são considerados doença.

Neste aspecto, a alucinação é um sintoma que pode surgir tanto nos transtornos mentais psiquiátricos - nesse caso, seria uma doença, um transtorno dissociativo psicótico ou o que popularmente se chama de loucura bem como na interferência de um ser desencarnado, a Obsessão espiritual.

Portanto, a Psiquiatria já faz a distinção entre o estado de transe normal e o dos psicóticos que seriam anormais ou doentios.

O manual de estatística de desordens mentais da Associação Americana de Psiquiatria - DSM IV - alerta que o médico deve tomar cuidado para não diagnosticar de forma equivocada como alucinação ou psicose, casos de pessoas de determinadas comunidades religiosas que dizem ver ou ouvir espíritos de pessoas mortas, porque isso pode não significar uma alucinação ou loucura.

Na Faculdade de Medicina DA USP, o Dr. Sérgio Felipe de Oliveira, médico, que coordena a cadeira (HOJE OBRIGATÓRIA) de Medicina e Espiritualidade.

Na Psicologia, Carl Gustav Jung, discípulo de Freud, estudou o caso de uma médium que recebia espíritos por incorporação nas sessões espíritas.

Na prática, embora o Código Internacional de Doenças (CID) seja conhecido no mundo todo, lamentavelmente o que se percebe ainda é muitos médicos rotularem todas as pessoas que dizem ouvir vozes ou ver espíritos como psicóticas e tratam-nas com medicamentos pesados pelo resto de suas vidas.

Em minha prática clínica (também praticada por Ian Stevenson), a grande maioria dos pacientes, rotulados pelos psiquiatras de "psicóticos" por ouvirem vozes (clariaudiência) ou verem espíritos (clarividência), na verdade, são médiuns com desequilíbrio mediúnico e não com um desequilíbrio mental, psiquiátrico. (Muitos desses pacientes poderiam se curar a partir do momento que tivermos uma Medicina que leva em consideração o Ser Integral).

Portanto, a obsessão espiritual como uma enfermidade da alma, merece ser estudada de forma séria e aprofundada para que possamos melhorar a qualidade de vida do enfermo.

*Dr. Sérgio Felipe é médico psiquiatra que coordena a cadeira de Medicina e Espiritualidade na USP.

Extraído do FEB Boletim   -   Junho 2011 -  2ª Quinzena

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Carências

            O homem ainda está afeito às carências das mais diversas ordens.  Carências são necessidades não atendidas. Como a fome, a ausência de alimento adequado -- da carência nutricional advém insuficiência orgânica -- traz a doença.  A complexidade do homem que se amplia infinitamente, quando além das necessidades do corpo percebemos a alma que na ânsia de descobrir e  progredir gera outras mais instigantes que almeja fluí-las, gerando novas e ampliadas carências. Atendidas umas, outras surgem. Existe, em decorrência disto a deturpação de necessidades, que produzem efeitos devastadores, os desequilíbrios, os vícios, que levam à insensatez.

            Os que se envolvem por esse caminho da loucura sofrerão graves consequências -- considerando os que engendraram a dependência viciosa pelo exemplo, ou interesse financeiro, ou de poder... Quando foi enunciado: “o plantio é livre, no entanto, a colheita é obrigatória”, a escolha ficou por conta de cada um, o indivíduo é o seu próprio juiz. E esse juízo quando julga e estabelece os meios de corrigenda é implacável, não aceita atenuante e justificativa. Não coloca o infrator dentro de grades, mas enjaula-lhe na sua intimidade, perturba-lhe até a loucura, infunde-lhe dores morais intensas, somente solucionáveis com o exsudar dos pesares da consciência pelo sofrimento. Muitas vezes por várias vidas físicas de busca incessante no atendimento de carência intensa que não sabe identificar exatamente, que somente é atendida com o amor a si mesmo e ao próximo, no exercício grandioso da autodescoberta e do autoperdão.

            Na busca frenética de novidades a ausência da crítica e da autocrítica, leva o indivíduo a despertar em si necessidades descabidas, impróprias à harmonização da vida, à saúde física e emocional. Na verdade são decisões irresponsáveis. A indiferença para com as implicações, desde que esteja gozando ou pressagiando gozo, quase sempre fugaz no seu intento imediatista, fugidio, mas que deixa rastro profundo na alma. O único cirurgião capaz de extirpar as consequências é o tempo, que não existirá sem aflição.

            As perturbações mentais e emocionais têm geralmente sua origem nas ações irresponsáveis e irrefletidas. O que requer especialização médica para a amenização dos seus efeitos, com eficácias individualizadas. O que é excelente para um não serve para outro, mesmo as pendências sendo similares, de características próximas.  Por quê?  As pessoas são diferentes, as consciências são exclusivas, é “a cada um segundo as suas obras”.

            O sofrimento alcança o infrator na intensidade do plantio, na potência da intenção, com o impacto dos efeitos produzidos em si mesmo e nos outros, e perdurará enquanto não cesse os desdobramentos de tais iniciativas. As carências das mais variadas formas encontradas no mundo, em grande parte, não são resultados de feitos de agora, mas têm suas raízes em épocas recuadas, em vidas passadas.

            Por isso, os casos de desajustes mais graves requerem cuidados médicos especializados, os medicamentos e os procedimentos outros são necessários. São colaboradores dos ajustes. Considerando-se que quando as cobranças da consciência não são remissíveis naquele momento servem de paliativos, são como água fria na fervura da alma, minora o sofrimento. É a misericórdia Divina atuando através da ciência e dos homens. O cuidado espiritual, o cultivo da fé e a ação no bem não podem ser esquecidos, porque potencializam os meios profissionais a favor do convalescente da alma.

Dorival da Silva


sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Enfermidades

Agradece as bênçãos da saúde que te facultam laborar com eficiência, ampliando-te os horizontes do desenvolvimento intelecto-moral.

Uma organização fisiológica saudável é bem de valor inestimável que deve ser preservado a qualquer sacrifício. Para que o logres, faz-se indispensável o balanço harmônico entre o espírito e a matéria, o que equivale dizer, entre a mente e o corpo.

És tudo quanto elaboras mentalmente e vivencias nas internas paisagens do ser profundo.

Aquilo que cultivas interiormente condensa-se nos arquipélagos celulares, produzindo os efeitos correspondentes.

No curso largo da evolução antropossociopsicológica, a desnecessidade de alguma função eliminou o órgão que a produzia, substituindo-a por outro mais eficiente e delicado, no que têm resultado as admiráveis conquistas do sentimento e da emoção. Dos instintos primevos à razão, e dessa à consciência, a vida investiu grandiosos valores que o Espírito consegue mediante esforço de depuração. A sensibilidade vegetal, a sensação animal em caminho da emoção humana, como um passo avançado no rumo da intuição e logo da sublimação espiritual.

Saúde, portanto, é bem-estar, harmonia psicofísica, equilíbrio dos sentimentos e dos anseios.

Nada obstante, periodicamente ocorrem desajustes na maquinaria, que necessitam ser corrigidos na sua fonte de origem.

Em face das admiráveis conquistas da ciência médica, farmacológica e da tecnologia de ponta, já é possível reequilibrar diversos fatores de perturbação orgânica geradores das enfermidades, corrigindo o ritmo da mitose celular. Não obstante, o sistema imunológico prossegue como o grande defensor da excelente organização em relação aos agentes externos destrutivos.

Para a sua preservação torna-se inevitável o contributo mental, de modo a ser-lhe facultados os hábeis recursos para as lutas ingentes e contínuas a que se encontra submetida.

Vibrações delicadas interferem nos campos celulares proporcionando-lhes vitalização ou desgaste, defesas ou perdas...

Em todo esse conjunto se manifestam as heranças espirituais que procedem das existências pela formação dos equipamentos de que se constituem os glóbulos brancos, assim como as hemácias e demais órgãos. No fenômeno da fagocitose, por exemplo, as energias da mente oferecem os recursos para que os defensores do organismo sejam protegidos na luta contra os agressores de fora...

Enfermidade, portanto, é resultado de comportamentos incorretos que favorecem a distonia emocional com as suas consequências perniciosas.

Ademais, o corpo na sua constante transformação é perecível, encontrando-se, portanto, em processo contínuo de transformações, e cada uma das peças que o constituem apresenta-se dentro de um prazo de ação útil, logo substituída em mecanismo de automático funcionamento.

As enfermidades fazem parte da programação natural da vida.

À exceção das expiações mais confrangedoras, os processos de envelhecimento orgânico acompanhado das carências de energia facultam a manifestação de muitas doenças que fazem parte das necessidades evolutivas do Espírito.

Na sua condição de veste transitória, a matéria é a forma que conserva as marcas inscritas no perispírito em decorrência das atitudes morais e comportamentais transatas. Em consequência, momento chega em que essas matrizes abrem o seu sacrário e liberam os impositivos depuradores dos erros, expressando-se, não raro, em enfermidades de diagnóstico difícil e complexo, em doenças degenerativas, irreversíveis, em transtornos neuróticos e psicóticos variados, sempre de acordo com as necessidades evolutivas do ser.

Ao mesmo tempo, as pesadas cargas morais negativas facultam a interferência de inimigos desencarnados que se imantam psiquicamente àqueles que anteriormente os infelicitaram, em lamentável processo de cobrança, dando lugar ao surgimento de obsessões espirituais e de doenças simulacros.

À medida que o tempo transcorre, em razão da incidência das emissões das ondas mentais destrutivas do agente infeliz sobre os delicados tecidos orgânicos da sua vítima, os mesmos podem sofrer danos que se convertem em campo propício à instalação de microorganismos deletérios, ensejando a presença de enfermidades de vária etiologia.

Muitos problemas na área da saúde, porém, são decorrência da intemperança humana, dos hábitos viciosos, da alimentação desorientada, do abuso das forças e da aplicação descontrolada das energias.

Igualmente, os costumes permissivos, o abuso da ingestão de bebidas alcoólicas, o tabagismo, a sexolatria, as drogas aditivas são de relevante importância para o surgimento de muitas doenças.

Descuidos com o corpo respondem sempre por equivalentes distúrbios que podem ser evitados mediante o zelo que se lhe deve dedicar, dever a todos imposto pelas Leis da Vida.

Ninguém abusa das divinas concessões sem incorrer em graves compromissos que passa a conduzir até o momento em que se lhe anuncia a liberação através dos sofrimentos de uma ou de outra natureza.

O processo de crescimento pessoal é inadiável e pessoal. Ninguém é convidado a responder por problemas que lhe não dizem respeito. Todos aqueles que experimentam doenças e desafios de qualquer natureza encontram-se colhendo a insensatez que semearam oportunamente.

Em realidade não existem vítimas, porque todos são responsáveis pela sua sementeira...

* * *

Os biógrafos de Jesus nunca referiram que Ele houvesse adoecido, experimentando transtornos emocionais ou psíquicos, por ser perfeito como o Pai é perfeito.

A busca, portanto, da saúde é o caminho para a perfeição relativa que a todos está destinada.

Deter-se na lamentação ou na revolta, no ressentimento ou na amargura, constitui demonstração de inferioridade que o sofrimento se encarregará de modificar, ensejando renovação interior da qual surgirão os fatores para o equilíbrio e a felicidade.

Joanna de Angelis
Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, na noite de 5 de dezembro
de 2009, em Calpe, Espanha, onde se realizou o XVII Congresso Nacional Espírita.
 Texto extraído do site Divaldo Franco, conforme endereço abaixo: