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quinta-feira, 16 de março de 2017

Microcefalia não é pena de morte

Microcefalia não é pena de morte


            Os que defendem a legalização do aborto encontraram na associação do aumento da microcefalia com o surto de zika uma oportunidade para retomar a discussão da liberação do procedimento no Brasil. Querem transformar o diagnóstico de microcefalia em atestado de morte para todas as crianças das mães que contraíram o vírus e que optarem pela interrupção da gravidez, mesmo com possibilidades de nascerem sem sequelas neurológicas graves.


               Com o avanço da medicina fetal e da genética médica, hoje é possível a detecção, ainda no útero, de várias anomalias fetais. Querer considerar apenas as crianças saudáveis com direito à vida é retomar a prática da eugenia feita na Grécia antiga e pelo nazismo, abrindo um precedente para a liberação do aborto em outros casos de microcefalia.


               Não se pode falar na opção de abortamento, pois não se trata de patologia letal que inviabilize a vida extrauterina. A discussão do aborto em casos de microcefalia retrata bem o momento pós-moderno em que vivemos.


               Para a maioria dos autores, a pós-modernidade é marcada como a época das incertezas, das fragmentações, do narcisismo, da troca de valores, do vazio, do niilismo, da deserção, do imediatismo, da efemeridade, do hedonismo, da substituição da ética pela estética, da apatia, do consumo de sensações e do fim dos grandes discursos.


               Na sociedade pós-moderna, predomina a permi
ssividade que justifica que tudo é bom desde que eu me sinta bem. É um relativismo no qual não há nada absoluto, nada totalmente bom ou mau, onde as verdades são oscilantes.


               Vive-se numa época de grande competitividade e de pouca solidariedade. Em nome dessa nova ideologia, os indivíduos se permitem agir passando por cima de valores fundamentais.


               A coisificação da vida e o predomínio dos interesses pessoais em detrimento do coletivo são bem característicos dessa fase em que vivemos.


               Entretanto, aprendemos com a genética que a diversidade é a nossa maior riqueza coletiva. E o feto anômalo, mesmo o portador de grave deficiência, como é o caso da microcefalia, faz parte dessa diversidade. Deve ser, portanto, preservado e respeitado.


               Necessário se faz proteger também a gestante, dando-lhe apoio em sua gravidez e proporcionando tratamento ao seu futuro filho.


               O aborto provocado é um procedimento traumático, com repercussões gravíssimas para a saúde mental da mulher, que geralmente aparecem tardiamente. Produz um luto incluso, devido à negação da ocorrência de uma morte real, mas esse aspecto é totalmente desconsiderado.


               As mulheres sofrem uma perda, e suas necessidades emocionais são relegadas ou escondidas. Esse processo vai gerar profundas marcas e favorecer o surgimento da síndrome pós-aborto.

               A evolução de uma sociedade é medida pela sua capacidade de amparar os mais frágeis. A sociedade que apela para o aborto se declara falida em suas bases educacionais, porque dá guarida à violência no que ela tem de pior, que é a pena de morte para inocentes. Compromete, portanto, o seu projeto mais sagrado, que é o da construção da paz.


Gilson Luís Roberto é presidente da Associação Médico-Espírita do Brasil.

Mensagem extraída da Revista Eletrônica "O Consolador", que poderá ser acessada no endereço:
 http://www.oconsolador.com.br/ano9/454/cartas.html

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Adolfo Bezerra de Menezes: o homem e o missionário - 1ª parte

Especial Inglês Espanhol
Ano 9 - N° 437 -25 de Outubro de 2015
JOSÉ SOLA GOMES
josesolagomes@gmail.com
São Paulo, SP (Brasil)

José Sola Gomes

Adolfo Bezerra de Menezes: o homem e o missionário
Ele viveu a filosofia e também a ciência, mas não se
esqueceu de praticar a caridade
Parte 1
 
Sinto-me prestigiado por uma oportunidade maravilhosa, entretanto, imerecida, pois terei que tecer alguns comentários a respeito de um missionário divino, pois o Espírito de Adolfo Bezerra de Menezes foi um missionário, conforme no-lo narra Humberto de Campos, em o livro Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho.
Nessa obra, Humberto de Campos, através das mãos de nosso inesquecível médium Francisco Cândido Xavier, nos informa que em uma reunião espiritual presidida pelo Anjo Ismael, este, após haver transmitido a todos sua palavra de paz e de amor encarecendo a importância de trabalharmos pela implantação do Evangelho de Jesus no país do Cruzeiro, lembrou que o Mestre dos Mestres houvera cumprido sua promessa quando nos afirmou que enviaria o Consolador, para permanecer eternamente conosco.
E, dirigindo-se a um dos discípulos de Jesus, que fazia parte da plêiade de Espíritos empenhados junto a Ismael no divino desejo de solidificar o Consolador prometido, que é o Espiritismo, incumbiu-o de reencarnar com a missão de unificar o movimento espírita no Brasil, pois as reuniões espíritas em seus primórdios não tinham ainda um roteiro de desenvolvimento, cada centro espírita tinha o seu método e cada um deles se julgava o portador da verdade, o que criava entre os espíritas a desunião e a adversidade.
Alguns de nós, espíritas, ainda servimos à causa, como um cumprimento do dever, uma necessidade de evoluir, tanto é assim que ainda sentimos a necessidade de tirar férias na realização do trabalho que desempenhamos na instituição espírita, alegando que estamos cansados, embora o trabalho que realizamos na casa espírita não nos deva cansar, visto que não é estressante, ou pelo menos não deveria ser. No meu entender, deveria ser algo que realizamos com prazer, não como uma obrigação.
Narra-nos Humberto de Campos que os olhos do discípulo, após haver sido incumbido da importante missão, derramaram lágrimas de gratidão a Deus e a Jesus, pela oportunidade bendita, que lhe foi outorgada por Ismael, de estar cooperando com a unificação do movimento espírita, o que deixa evidente que não entendeu o chamamento como uma imposição, mas como uma bênção, que é poder realizar algo a favor dos necessitados do espírito e da matéria, como veremos mais adiante. 
Em agosto de 1831 nascia Bezerra de Menezes 
Atento à lei de amor universal, esse discípulo de Ismael reencarnou no dia 29 de agosto de 1831, na pequenina Riacho do Sangue, no estado do Ceará, filho de Antônio Bezerra de Menezes, capitão das antigas milícias e então tenente-coronel da Guarda Nacional, e de Fabiana de Jesus Maria Bezerra.
Antônio Bezerra era importante fazendeiro local que “nunca mediu sacrifícios, na hora de socorrer aqueles que lhe estendiam a mão”. Tanta generosidade acabou por levar sua fortuna material e, em determinado momento, a grandes dívidas, que atingiram níveis insuportáveis. 

Antônio foi então procurar cada um de seus credores, decidido a entregar seus bens para saldar as dívidas. Os credores, contudo, reuniram-se e decidiram que o coronel Bezerra continuaria com seus bens. Assinaram um documento que afirmava com força legal que o velho Bezerra poderia ficar com eles e “que gozasse deles e pagasse como e quando quisesse, que eles, credores, se sujeitariam aos prejuízos que pudessem ter”. O velho Bezerra, contudo, não aceitou tal decisão. Depois de muita discussão, resolveu que daquela data em diante seria simplesmente um administrador dos bens para seus credores. Passou a retirar apenas o extremamente necessário para o sustento da família e muita vez passou privações.
A essa altura, o menino Adolfo, último filho do casal, já estava terminando o então chamado curso preparatório. Os dois filhos mais velhos tinham-se formado em Direito e o terceiro ainda cursava o segundo ano na Faculdade de Direito de Olinda, Pernambuco. 

O pequeno Adolfo Bezerra de Menezes tinha sete anos de idade quando foi levado pela mãe para ser matriculado na escola pública da Vila do Frade. Em dez meses o menino aprendeu a ler, escrever e fazer contas simples. Quatro anos depois, quando o pai estava sendo alvo de perseguição política, a família mudou-se para o Rio Grande do Norte. O pequeno Adolfo “foi matriculado na aula pública de latinidade, que funcionava na Serra dos Martins e era dirigida por padres jesuítas” em Maioridade, hoje cidade de Imperatriz. Após dois anos, o rapaz tornou-se tão bom na matéria que chegou a substituir o professor. 

Aos 25 anos doutorou-se pela Faculdade de Medicina

Em 1846, o velho Bezerra voltou para a capital do Ceará, onde o pequeno Adolfo foi matriculado no Liceu, que era dirigido pelo seu irmão mais velho. Terminando seus estudos, mostrou a vontade de ser médico, e não advogado como os irmãos. Como não havia faculdade de medicina no Nordeste do país, o pai foi obrigado a mandá-lo para a então sede da Corte, a cidade do Rio de Janeiro. Contou-lhe então tudo que havia acontecido com os bens da família, explicando a pobreza por que passavam. Os parentes cotizaram-se e levantaram quatrocentos mil réis para pagar a viagem até o Rio. Foi assim que Adolfo Bezerra de Menezes pôde pegar o navio e chegar à então sede do Império.

O jovem Adolfo instalou-se em uma pensão, e foi com muita dificuldade que conseguiu alcançar o seu intento, porque sofreu muitas dificuldades para pagar seu alojamento e teve de prestar alguns serviços para conseguir manter o aluguel em dia. Entretanto manteve-se firme em seu propósito, continuou os estudos e conseguiu atingir seu propósito, realizando seu sonho de ser médico.
Aos vinte e dois anos, ingressou como praticante interno no Hospital da Santa Casa de Misericórdia. Aos 25, no ano de 1856, doutorou-se pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, defendendo a tese "Diagnóstico do Cancro". Nessa altura abandonou o último patronímico, passando a assinar apenas Adolfo Bezerra de Menezes.

Como não tinha dinheiro para montar um consultório, entrou em acordo com um colega de faculdade que possuía mais recursos e passou a dividir uma sala no centro comercial da cidade. Durante os meses em que o consultório ficou aberto, quase não houve pacientes. Mas a casa onde morava o médico Bezerra ficava repleta de doentes. Começou a atender os componentes da família e depois os amigos. Sua fama correu pelo bairro e, com isso, os clientes apareceram; mas ninguém pagava, pois eram todos gente pobre e o dinheiro nunca foi mencionado. 

Foi então que um amigo e médico militar, Dr. Manoel Feliciano Pereira de Carvalho, chefe do corpo de saúde do Exército, resolveu contratá-lo como médico militar. Dr. Feliciano era chefe da clínica cirúrgica do Hospital da Misericórdia, hospital esse onde Dr. Bezerra tinha sido praticante e interno em 1852, quando ainda cursava o segundo ano de faculdade.

Como Dr. Bezerra via a função de um médico

Em 1856, o governo imperial fez a reforma do Corpo de Saúde do Exército e nomeou o Dr. Feliciano como cirurgião-mor. Ele, então, chamou Bezerra para ser seu assistente e foi assim que, com um emprego remunerado estável, começou o caminho do médico dos pobres. 

Adolfo Bezerra de Menezes continuava atendendo gratuitamente aqueles que não podiam pagar. Sua fama continuava a se espalhar e o consultório do centro da cidade começou a ficar movimentado e frequentado por clientes que pagavam. O dinheiro que recebia no consultório era gasto com seus pobres em remédios, roupas e também, muitas vezes,  auxílio em dinheiro. 

O médico dos pobres tinha a função de médico no mais elevado conceito. Dizia ele:

"Um médico não tem o direito de terminar uma refeição, nem de perguntar se é longe ou perto, quando um aflito qualquer lhe bate à porta. O que não acode por estar com visitas, por ter trabalhado muito e achar-se fatigado, ou por ser alta hora da noite, mau o caminho ou o tempo, ficar longe ou no morro, o que, sobretudo, pede um carro a quem não tem com que pagar a receita, ou diz a quem lhe chora à porta que procure outro – esse não é médico, é negociante de medicina, que trabalha para recolher capital e juros dos gastos de formatura. Esse é um desgraçado, que manda para outro o anjo da caridade que lhe veio fazer uma visita e lhe trazia a única espórtula que podia saciar a sede de riqueza do seu Espírito, a única que jamais se perderá nos vaivéns da vida”.

Com a vida mais organizada, resolveu casar-se. Ele encontrara seu amor na pessoa de D. Maria Cândida Lacerda e casaram-se em 6 de novembro de 1858. Nessa época, Dr. Bezerra tinha uma posição social estável: além de médico, era jornalista e escrevia para os principais jornais da cidade; e no meio militar era muito respeitado.

Não demorou muito até que lhe oferecessem um lugar na chapa de um partido para as eleições do Poder Legislativo. 

Por que Dr. Bezerra renunciou à carreira militar

D. Maria, sua esposa, foi uma das maiores incentivadoras da candidatura de Bezerra de Menezes. Os habitantes de São Cristóvão, bairro onde morava e clinicava, também queriam tê-lo como representante na Câmara Municipal. Foi então assim que em 1860 Dr. Bezerra se elegeu por um grupo de São Cristóvão. Surgiu na ocasião uma tentativa de impugnar seu diploma sob o pretexto de que um militar não podia ser eleito. Bezerra teve então de escolher entre a carreira militar e a política. Seguindo os conselhos da esposa, renunciou à patente militar e abraçou a vida política de vez. 

O destino, porém, reservava-lhe uma difícil provação para o ano de 1863. Depois de uma doença rápida e repentina, sua esposa desencarnou em menos de vinte dias, deixando o marido com dois filhos: um com três anos e outro com um ano de idade.

O golpe da viuvez inesperada moveu os sentimentos religiosos que a dor sempre traz à tona. Em busca de consolação, Dr. Bezerra passou a ler a Bíblia com frequência. Verificava a expansão vertical que a dor oferece às almas dos que sofrem, ligando-os a Deus.

Nessa época, o Espiritismo estava se expandindo no mundo. Em 1869 desencarnara Allan Kardec em Paris, deixando consolidada para a humanidade a codificação espírita. As ideias de Kardec eram revolucionárias e atraíam a atenção dos investigadores e cientistas em todos os recantos do mundo. Desencarnado o Codificador, restava a obra, a arregimentar novos espíritas. 

No Brasil, principalmente na Capital, a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, as influências europeias eram muito grandes. A homeopatia popularizava-se aos poucos, principalmente nos meios espíritas, e teve como um dos seus primeiros experimentadores o baluarte da República José Bonifácio de Andrada e Silva, que se correspondia com Hahnemann, o criador da Homeopatia. Como médico, as discussões sobre a terapêutica homeopática também interessaram ao Dr. Bezerra de Menezes e notícias de curas creditadas a essa terapêutica chegaram a seus ouvidos. 

O Dr. Carlos Travassos havia empreendido a primeira tradução das obras de Allan Kardec e levara a bom termo a versão portuguesa de "O Livro dos Espíritos".

Como Dr. Bezerra conheceu a doutrina espírita

Logo que esse livro saiu do prelo levou um exemplar ao deputado Bezerra de Menezes, entregando-o com dedicatória. O episódio foi descrito do seguinte modo pelo futuro Médico dos Pobres:

"Deu-mo na cidade e eu morava na Tijuca, a uma hora de viagem de bonde. Embarquei com o livro e, como não tinha distração para a longa viagem, disse comigo: ora, adeus! Não hei de ir para o inferno por ler isto... Depois, é ridículo confessar-me ignorante desta filosofia, quando tenho estudado todas as escolas filosóficas. Pensando assim, abri o livro e prendi-me a ele, como acontecera com a Bíblia. Lia. Mas não encontrava nada que fosse novo para meu Espírito. Entretanto, tudo aquilo era novo para mim!... Eu já tinha lido ou ouvido tudo o que se achava no ‘O Livro dos Espíritos’. Preocupei-me seriamente com este fato maravilhoso e a mim mesmo dizia: parece que eu era espírita inconsciente, ou, mesmo como se diz vulgarmente, de nascença".

O Espiritismo difundia-se, ajudado em muito pelas práticas dos médicos homeopatas e espíritas, que passaram a prestar a caridade também através de sua mediunidade. Um desses médicos era João Gonçalves do Nascimento e muitos colegas de Bezerra de Menezes falavam das curas realizadas através desse médium. E tanto falaram que um dia Bezerra resolveu pedir-lhe uma receita enviando um pedaço de papel que dizia apenas: “Adolfo, tantos anos, residente na Tijuca”. Não demorou e ele recebeu uma resposta com o diagnóstico correto de seu problema de estômago. 

Dr. Bezerra f
icou tão impressionado com a exatidão de seu diagnóstico, que resolveu pedir receitas também para pessoas que apresentavam problemas psíquicos – a loucura foi uma das áreas que Dr. Bezerra mais estudou.

Acompanhou o desenvolvimento do tratamento em seus pacientes e, depois de simplesmente assistir aos trabalhos desobsessivos, resolveu participar ativamente desse tipo de tratamento. Na visão da Doutrina Espírita, os portadores de doenças psíquicas são pessoas que podem apresentar problemas mentais devido às causas biológicas detectáveis pela ciência humana e também devido à influência de Espíritos desencarnados, também doentes. 
(Este artigo será concluído na próxima edição desta revista.)

Página colhida da Revista Eletrônica "O Consolador", que poderá ser acessada através do endereço: http://www.oconsolador.com.br/ano9/437/especial.html

quinta-feira, 12 de março de 2015

O perispírito e o duplo etérico

LEONARDO MARMO MOREIRAleonardomarmo@gmail.com  
São João Del Rei, MG (Brasil)

 
Leonardo Marmo Moreira
O perispírito e o duplo etérico e suas relações com o magnetismo humano e a saúde integral

O perispírito, também chamado corpo espiritual, corpo astral, psicossoma, modelo organizador biológico (MOB), entre outras denominações, corresponde ao corpo semimaterial que serve de interface entre o Espírito propriamente dito e o corpo material. Além do perispírito propriamente dito, o chamado duplo etérico ou corpo vital também constitui estrutura semimaterial, neste caso mais materializada do que o perispírito propriamente considerado, funcionando como estrutura intermediária entre o perispírito e o corpo físico.

Considerando a constante busca pela chamada “saúde integral” do Espírito encarnado, perispírito e duplo etérico não podem ser negligenciados em nossos estudos e considerações. 

Perispírito: nova fronteira da medicina 

Doutor Décio Iandoli Júnior afirmou em certa ocasião que “o perispírito é a nova fronteira da medicina”. Realmente, o conceito de saúde vem evoluindo significativamente, não sendo mais associado tão somente à ausência de doença, mas também à chamada promoção de saúde nos mais diferentes níveis de atuação humana. Nesse contexto, a Doutrina Espírita fornece importante contribuição, pois esclarece a composição tríplice do ser humano encarnado (Espírito/Perispírito - incluindo, nessa abordagem simplificada, o duplo etérico/Corpo físico), e suas consequentes implicações em termos de sinais e sintomas, e, até mesmo, em termos de comportamento social por parte do indivíduo em questão.

Waldo Vieira afirma que “raramente nós temos encontros interpessoais neutros fluidicamente. Normalmente, alguém doa e alguém recebe". Note que tal informação não diz respeito a uma obsessão propriamente dita, pois alguém que “sugou”, inconscientemente, nossas emanações fluídicas pode ser um indivíduo que deseja o bem para nós e que nunca mais iremos encontrar. Portanto, o caso em tela não se caracteriza por ser uma “influência persistente”, como é o caso da obsessão, mas de uma transfusão fluídica inconsciente.  

Em nosso meio alguns dizem: “Sou uma esponja fluídica” 

Tal processo muitas vezes causa grande desconforto ao doador fluídico, que costuma afirmar: “Eu sou um para-raios! Eu sou uma esponja fluídica!”. Esse tipo de reclamação ocorre porque o doador fluídico pode apresentar dores de cabeça bem características, sonolência, preguiça, inexplicável mau humor, indisposição, entre outros, sem a presença de nenhum Espírito desencarnado obsessor. Se considerarmos que alguns indivíduos podem sofrer esse tipo de processo muitas vezes em uma única semana (através do contato com diferentes ambientes e/ou pessoas), perceberemos quão séria pode ser a questão do chamado “magnetismo humano” para a saúde integral de todos nós.

É interessante notar que os indivíduos que possuem maior facilidade de emanação fluídica, a qual gera a exteriorização do fluido vital comumente chamado “ectoplasma”, acabam sofrendo mais com essas “transfusões fluídicas” inconscientes. Nesse contexto, os chamados “magnetizadores” e/ou “médiuns curadores” são indivíduos que precisam ter um cuidado redobrado para não sofrerem frequentemente processos de desvitalização e, o que é pior, assimilação de fluidos negativos difíceis de serem “desassimilados”.

Informados dessa realidade, a questão passa a girar em torno dos mecanismos de defesa que devemos utilizar para que evitemos sofrer impactos negativos indesejados. Assim sendo, que é preciso fazer para manter um equilíbrio interno fluídico-energético, sendo menos susceptíveis a esses tipos de “vampirizações” inconscientes? 

A importância do culto do Evangelho no lar 

A Doutrina Espírita esclarece-nos que o hábito da prece e a reflexão sobre os objetivos superiores da vida; a leitura diária de mensagens edificantes moralmente (sugerimos “O Evangelho segundo o Espiritismo”, os livros de mensagens sobre versículos evangélicos de Emmanuel, os livros de mensagens edificantes de André Luiz, entre outros); o culto do Evangelho no lar, no mínimo uma vez por semana (e, se possível, diariamente); a frequência ao centro espírita (no mínimo uma vez por semana e preferencialmente duas a três vezes), além, obviamente, do esforço na transformação moral para melhor – são os recursos fundamentais para elevar vibratoriamente nossas condições espirituais e, por consequência, melhorar fluidicamente perispírito/duplo etérico, mesmo que estejamos submetidos a influências e contatos que afetem nossas energias.

Além dos tópicos comentados no parágrafo anterior, o recebimento de passes magnéticos, que podem ser recebidos nas supracitadas reuniões no centro espírita, contribuirá bastante  para que impregnações negativas oriundas de companheiros que emanam fluidos mais grosseiros sejam desassimiladas.

Matthieu Tubino, autor do livro “Um fluido vital chamado Ectoplasma” e “Saúde e Ectoplasma/ A ação do ectoplasma: visão prática e dissertações filosóficas”, enfatiza a eficiência dos passes dispersivos para melhoria de uma série de sintomas em adultos e crianças.

Técnicas utilizadas com sucesso

De qualquer maneira, algumas técnicas têm sido utilizadas com significativo sucesso, objetivando um estado constante de “autodefesa fluídica”, que torne menor nossa susceptibilidade magnética.  Jacob Melo (“O Passe”; “Cure-se e Cure pelos Passes”; “Manual do Passista”; e “A cura da depressão pelo magnetismo”) e Waldo Vieira (“Projeções da Consciência”/Livraria Allan Kardec Editora-LAKE), entre outros autores, sugerem que a caminhada, a ducha (“chuveirada magnética”) e a respiração diafragmática são recursos interessantes para que consigamos manter um equilíbrio fluídico individual, mesmo quando tivermos contato frequente com ambientes fluídicos mais negativos. Esse equilíbrio fluídico individual, no caso, está diretamente relacionado às condições energéticas do perispírito e do duplo etérico.

Assim, a busca pela chamada saúde integral não é restrita a Espírito e Corpo físico apenas, mas também engloba o trabalho pela saúde do Perispírito e do Duplo Etérico, assim como as interações entre cada uma dessas estruturas do ser humano.

O crescente estudo do magnetismo humano, o qual foi recomendado por Allan Kardec, desde Franz Anton Mesmer e dos outros autores clássicos (Marquês de Puységur; Deleuze; Du Potet; Lafontaine; Hector Durville, entre outros) até os estudiosos contemporâneos, deve ser, portanto, um tópico considerado dentro das metas de aprofundamento doutrinário de dirigentes, palestrantes, doutrinadores e médiuns espíritas, como um dos diversos temas de que necessitamos em nossos estudos individuais e nos realizados pelas casas espíritas.

 Texto extraído da Revista Eletrônica "O Consolador", que poderá ser acessada no endereço: http://www.oconsolador.com.br/ano8/404/especial.html

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Alcoolismo e obsessão

Especial
Ano 1 - N° 38 - 13 de Janeiro de 2008

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@yahoo.com.br Londrina, Paraná (Brasil)
Alcoolismo e obsessão 
O alcoolismo é considerado pela Organização Mundial de
 Saúde uma doença incurável, mas pode ser tratado
com sucesso com o apoio da terapia espírita 
O alcoolismo e a Medicina  Esteve em agosto de 1999 no Rio de Janeiro, para participar do 13o Congresso Brasileiro de Alcoolismo, o psiquiatra americano George Vaillant (foto), autor do livro A História Natural do Alcoolismo Revisitada, fruto da maior pesquisa feita até hoje sobre o alcoolismo, em que pesquisadores da Universidade de Harvard acompanharam a vida de 600 homens.
Em sua obra e na entrevista que concedeu a uma publicação brasileira, dr. Vaillant afirma que, ao contrário do que muitos pensam, não existe o gene do alcoolismo, mas sim um conjunto de genes que tornam o indivíduo vulnerável à dependência do álcool. O alcoolismo é, na verdade, uma doença provocada por múltiplos fatores e condições sociais e que, segundo a Organização Mundial de Saúde, é incurável, progressiva e quase sempre fatal.
Eis, de forma sintética, as principais informações e esclarecimentos dados por George Vaillant:
1. O alcoolismo é um problema de dimensões trágicas ainda subdimensionadas e seu maior dano é a destruição de famílias inteiras.
2. Metade de todas as crianças atendidas nos serviços psiquiátricos vem de famílias de alcoólatras e boa parte dos abusos cometidos contra crianças tem raiz no alcoolismo.
3. Sem qualquer sombra de dúvida, o alcoolismo é uma doença. É o resultado de um cérebro que perdeu a capacidade de decidir quando começar a beber e quando parar.
4. Não é possível detectar numa criança ou num pré-adolescente traço algum que permita antever que eles se tornarão alcoólatras. “Alcoolismo cria distúrbios da personalidade, mas distúrbios da personalidade não levam necessariamente ao alcoolismo.”
5. A principal diferença entre alcoolismo e outras dependências diz respeito ao tipo de droga. Opiáceos são tranqüilizantes, mas o álcool é um mau tranqüilizante, tende a fazer as pessoas infelizes ficarem mais infelizes e piora a depressão. A pequena euforia que o álcool proporciona é sintoma do início da depressão do sistema nervoso central.
6. Do ponto de vista da sociedade, o álcool é um problema muito grave. O alcoólatra provoca não somente acidentes de trânsito, mas problemas graves à sua volta, a começar por sua família.
7. As únicas pessoas que estão sob o risco de alcoolismo são as que bebem regularmente, mas, se nunca passar de dois drinques por dia, o indivíduo pode usufruir socialmente da bebida em festas, casamentos, carnaval, e não se tornar alcoólatra.
8. Há pouco a fazer para ajudar um alcoólatra, mas uma coisa é essencial: não se deve tentar proteger alguém de seu vício. Se uma mulher encontra seu marido caído no chão, desmaiado sobre seu próprio vômito, não deve dar banho e levá-lo para a cama. O único caminho para sair do alcoolismo é descobrir que o álcool é seu inimigo. Proteger uma pessoa nessa situação não ajuda.
9. Não é papel da família tentar convencer o alcoólatra de que o álcool é um mal para ele. Na verdade, em tal situação, a família precisa de ajuda, como a oferecida pelo Al-Anon, a divisão dos Alcoólicos Anônimos voltada ao apoio a famílias de alcoólatras.
10. A abstinência é fundamental no tratamento do alcoolismo. Um alcoólatra até pode beber socialmente, da mesma forma que um carro pode andar sem estepe, ou seja, é uma situação precária e um acidente é questão de tempo.
11. Num horizonte de seis meses, muitos alcoólatras conseguem manter seu consumo de álcool dentro de padrões socialmente aceitos, mas, se observarmos um intervalo maior de tempo, vamos verificar que a tendência é ir aumentando gradualmente o consumo, até voltar ao padrão antigo. Em períodos mais longos, normalmente, só quem pára de beber não sucumbe ao vício.
12. Em 1995, uma substância, a naltrexona, foi saudada como a pílula antialcoolismo, vendida no Brasil com o nome de Revia. Mas, em linhas gerais, drogas podem funcionar como apoio por, no máximo, um ano, visto que é muito difícil tirar algo de alguém sem oferecer alternativas de comportamento. Usar essas drogas equivale a tirar o brinquedo de uma criança e não dar nada no lugar.
13. A terapia oferecida pelos Alcoólicos Anônimos é parecida com as terapiasbehavioristas, que pretendem obter uma determinada mudança de comportamento. Mas, além de ser um tratamento barato e que dura para sempre, a terapia dos A.A. tem um componente espiritual importante. Terapias ajudam a não beber, mas os Alcoólicos Anônimos dão ao indivíduo um círculo de amigos sóbrios, dão-lhe significados, amigos, espiritualidade. “É o melhor tratamento que temos.”
14. Embora as estatísticas nesse campo não sejam precisas, sabe-se que cerca de 40% das abstinências estáveis são intermediadas pelos Alcoólicos Anônimos.  

Conseqüências do alcoolismo – Os efeitos do alcoolismo atingem não apenas a saúde do alcoólatra, mas igualmente a comunidade em que ele vive e, especialmente, sua família.

1.) Seus efeitos na saúde:
Físicos – afecções como a cirrose hepática e cânceres diversos.
Mentais – perda da concentração e da memória.
Neurológicos – prejuízos na coordenação motora e o caminhar cambaleante.
Psicológicos – apatia, tédio, depressão.
2.) Seus efeitos sociais:

Crimes – o número de homicídios detonados pelo álcool é surpreendente.

Acidentes de trânsito – pelo menos 30% de todos os acidentes com vítimas que ocorrem no Brasil são motivados pelo álcool.
 produtividade no trabalho – além dos danos produzidos à empresa que paga o salário ao alcoólatra, o fato geralmente redunda na demissão e muitos não conseguem um novo emprego devido a isso.
Perda do senso do dever e dos bons costumes – falta ao trabalho, desemprego.
3.) Seus efeitos na família:
Comprometimento dos filhos – 80% dos filhos aprendem a beber em casa, diz a psicóloga Denise de Micheli.
Desestruturação do lar – o desemprego gera as dificuldades financeiras e as discussões inevitáveis.
As separações conjugais – a mulher não agüenta as conhecidas fases da euforia: a momice, a valentia e a indolência, popularmente simbolizadas na figura do macaco, do leão e do porco.
A violência doméstica – dois terços (2/3) dos casos de violência contra a criança ocorrem quando o agressor está alcoolizado. 

O alcoolismo na visão espírita  A exemplo de André Luiz (Espírito), que nos mostra em seu livro Sexo e Destino, capítulo VI, págs. 51 a 55, como os Espíritos conseguem levar um indivíduo a beber e, ao mesmo tempo, usufruir das emanações alcoólicas, José Herculano Pires também associa alcoolismo e obsessão.

No capítulo de abertura do livro Diálogo dos Vivos, obra publicada dez anos após o referido livro de André Luiz, Herculano assevera, depois de transcrever a visão do Espírito de Cornélio Pires sobre o uso do álcool:   “A obsessão mundial pelo álcool, no plano humano, corresponde a um quadro apavorante de vampirismo no plano espiritual. A medicina atual ainda reluta – e infelizmente nos seus setores mais ligados ao assunto, que são os da psicoterapia – em aceitar a tese espírita da obsessão. Mas as pesquisas parapsicológicas já revelaram, nos maiores centros culturais do mundo, a realidade da obsessão. De Rhine, Wickland, Pratt, nos Estados Unidos, a Soal, Carrington, Price, na Inglaterra, até a outros parapsicólogos materialistas, a descoberta do vampirismo se processou em cadeia. Todos os parapsicólogos verdadeiros, de renome científico e não marcados pela obsessão do sectarismo religioso, proclamam hoje a realidade das influências mentais entre as criaturas humanas, e entre estas e as mentes desencarnadas”.
A dependência do álcool prossegue além-túmulo e, como o Espírito não pode obtê-lo no local em que agora reside, no chamado plano extrafísico, ele só consegue satisfazer a sua compulsão pela bebida associando-se a um encarnado que beba. 
Um caso de enxertia fluídica  Eis como André Luiz relata, em sua obra citada, o caso Cláudio Nogueira:
Estando Cláudio sentado na sala de seu apartamento, aconteceu de repente o impre­visto. Os desencarnados vistos à entrada do apartamento penetraram a sala e, agindo sem-cerimônia, abordaram o chefe da casa. "Beber, meu caro, quero beber!", gritou um deles, tateando-lhe um dos ombros. Cláudio mantinha-se atento à leitura de um jornal e nada ouviu. Contudo, se não pos­suía tímpanos físicos para registrar a petição, trazia na cabeça a caixa acústica da mente sintonizada com o apelante. O Espírito repe­tiu, pois, a solicitação, algumas vezes, na atitude do hipnotizador que insufla o próprio desejo, reafirmando uma ordem. O resultado não demorou. Viu-se o paciente desviar-se do jornal e deixar-se envolver pelo desejo de beber um trago de uísque, convicto de que buscava a be­bida exclusivamente por si.
Abrigando a sugestão, o pensamento de Cláudio transmudou-se, rápido."Beber, beber!..." e a sede de aguar­dente se lhe articulou na idéia, ganhando forma. A mucosa pituitária se lhe aguçou, como que mais fortemente impregnada do cheiro acre que vague­ava no ar. O Espírito malicioso coçou-lhe brandamente os gorgomi­los, e indefinível secura lhe veio à garganta. O Espírito, sagaz, percebeu-lhe, então, a adesão tácita e colou-se a ele. De começo, a carícia leve; depois da carícia, o abraço envolvente; e depois do abraço, a associação recíproca. Integraram-se ambos em exótico sucesso deenxer­tia fluídica.
Produziu-se ali – refere André Luiz - algo seme­lhante ao encaixe perfeito. Cláudio-homem absorvia o desencarnado, à guisa de sapato que se ajusta ao pé. Fundiram-se os dois, como se mo­rassem num só corpo. Altura idêntica. Volume igual. Movimentos sincrô­nicos. Identificação positiva. Levantaram-se a um tempo e giraram in­tegralmente incorporados um ao outro, na área estreita, arrebatando o frasco de uísque. Não se podia dizer a quem atribuir o impulso ini­cial de semelhante gesto, se a Cláudio que admitia a instigação, ou se ao obsessor que a propunha. A talagada rolou através da garganta, que se exprimia por dualidade singular: ambos os dipsômanos estalaram a língua de prazer, em ação simultânea.
Desman­chou-se então a parelha e Cláudio se dispunha a sentar, quando o outro Espí­rito investiu sobre ele e protestou: "eu também, eu também quero!", reavivando-se no encarnado a sugestão que esmorecia. Absolu­tamente passivo diante da sugestão, Cláudio reconstituiu, mecanica­mente, a impressão de insaciedade. Bastou isso e o vampiro, sorri­dente, apossou-se dele, repetindo-se o fenômeno visto anteriormente.
André aproximou-se então de Cláudio, para avaliar até que ponto ele sofria mentalmente aquele processo de fusão. Mas ele continuava livre, no íntimo, e não experimentava qualquer espécie de tortura, a fim de render-se. Hospe­dava o outro simplesmente, aceitava-lhe a direção, entregava-se por deliberação própria.
Nenhuma simbiose em que fosse a vítima. A associação era implícita, a mistura era natural. Efetuava-se a ocorrência na base da percussão. Apelo e resposta. Eram cordas afi­nadas no mesmo tom. Após novo trago, o dono da casa estirou-se no divã e retomou a leitura, enquanto os Espíritos voltaram ao corredor de acesso, chas­queando, sarcásticos...  

Tratamento do alcoolismo  Embora o alcoolismo tenha sido definido pela Organização Mundial de Saúde como uma doença incurável, progressiva e quase sempre fatal, o dependente do álcool pode ser tratado e obter expressiva vitória nessa luta, que jamais será fácil e ligeira.

Sintetizando aqui os passos recomendados pelos especialistas na matéria e as recomendações específicas do Espiritismo a respeito da obsessão, nove são os pontos do tratamento daquele que deseja, no âmbito espírita, livrar-se dessa dependência:
1. Conscientização de que é portador de uma doença e vontade firme de tratar-se.
2. Mudança de hábitos para assim evitar os ambientes e os amigos que com ele bebiam anteriormente.
3. Abstinência de qualquer bebida alcoólica, convicto de que não bebendo o primeiro gole não haverá o segundo nem os demais.
4. Buscar apoio indefinidamente num grupo de natureza idêntica à dos Alcoólicos Anônimos, que proporcionam, segundo o dr. George Vaillant, o melhor tratamento que se conhece.
5. Cultivar a oração e a vigilância contínua, como elementos de apoio à decisão de manter a abstinência.
6. Utilizar os recursos oferecidos pela fluidoterapia, a exemplo dos passes magnéticos, da água fluidificada e das radiações.
7. Leitura de páginas espíritas, mensagens ou livros de conteúdo elevado, que possibilitem a assimilação de idéias superiores e a renovação dos pensamentos.
8. A ação no bem, adotando a laborterapia como recurso precioso à saúde da alma.
9. Realizar pelo menos uma vez na semana, na intimidade do lar, o estudo do Evangelho, prática que é conhecida no Espiritismo pelo nome de culto cristão no lar. A família que lê o Evangelho e ora em conjunto beneficia a si e a todos os que a rodeiam.  
O recado de Cornélio Pires – No capítulo 1 do livroDiálogo dos Vivos, José Herculano Pires transcreve a resposta em versos que Cornélio Pires (Espírito) enviou a um amigo que o interpelou, através de Chico Xavier, sobre o problema do alcoolismo na visão dos Espíritos. IntituladaInformações do Além, a mensagem diz o seguinte:

“Recebi o seu bilhete,

Meu amigo João da Graça,


Notícias sobre a cachaça.

                   O assunto não é difícil.
                   Cachaça, meu caro João,
                   Recorda simples tomada
                   Que liga na obsessão.
Você sabe. Aí na Terra,
Nas mais diversas estradas,
Todos temos inimigos
Das existências passadas.
                   Muitos deles se aproximam
                   E usando a idéia sem voz
                   Propõem cousas malucas
                   Escarnecendo de nós.
Nas tentações manejamos
Nossa fé por luz acesa,
Mas se tomamos cachaça
Lá se vai nossa firmeza.
                   Olhe o caso de Antoninha.
                   Não queria desertar,
                   Encafuou-se na pinga,
                   Hoje é mulher sem lar.
Titino, homem honesto,
Servidor de tempo curto,
Passou a viver no copo,
Agora vive de furto.
                   Rapaz de brio e saúde
                   Era Juca de João Dório,   
                   Enveredou na garrafa,
                   Passou para o sanatório.
Era amigo dos mais sérios
Silorico da Água Rasa,
Começou de pinga em pinga,
Acabou largando a casa.
                   Companheiro certo e bom
                   Era Neco de Tião,
                   Afundou-se na garrafa,
                   Aleijou o próprio irmão.
Cachaça será remédio,
É o que tanta gente ensina...
Mas álcool, para ajudar,
É cousa de Medicina.
                   Eis no Além o que se vê.
                   Seja a pinga como for,
                   Enfeitada ou caipira,
                   É laço de obsessor.
Nas velhas perturbações,
Das que vejo e que já vi,
Fuja sempre da cachaça,
Que cachaça é isso aí.”


Página extraída da Revista Eletrônica: O Consolador, que pode ser acessada através do endereço:  http://www.oconsolador.com.br/38/especial.html

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Medicina reconhece obsessão espiritual

Código Internacional de Doenças (OMS) inclui influência dos Espíritos - Medicina reconhece obsessão espiritual

Por Dr. Sérgio Felipe de Oliveira*

A obsessão espiritual como doença-da-alma, já é reconhecida pela Medicina. Em artigos anteriores, escrevi que a obsessão espiritual, na qualidade de doença da alma, ainda não era catalogada nos compêndios da Medicina, por esta se estruturar numa visão cartesiana, puramente organicista do Ser e, com isso, não levava em consideração a existência da alma, do espírito. 
No entanto, quero retificar, atualizar os leitores de meus artigos com essa informação, pois desde 1998, a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu o bem-estar espiritual como uma das definições de saúde, ao lado do aspecto físico, mental e social. Antes, a OMS definia saúde como o estado de completo bem-estar biológico, psicológico e social do indivíduo e desconsiderava o bem estar espiritual, isto é, o sofrimento da alma; tinha, portanto, uma visão reducionista, organicista da natureza humana, não a vendo em sua totalidade: mente, corpo e espírito.

Mas, após a data mencionada acima, ela passou a definir saúde como o estado de completo bem-estar do ser humano integral: biológico, psicológico e espiritual.

Desta forma, a obsessão espiritual oficialmente passou a ser conhecida na Medicina como possessão e estado-de-transe, que é um item do CID - Código Internacional de Doenças - que permite o diagnóstico da interferência espiritual Obsessora.

O CID 10, item F.44.3 - define estado de transe e possessão como a perda transitória da identidade com manutenção de consciência do meio-ambiente, fazendo a distinção entre os normais, ou seja, os que acontecem por incorporação ou atuação dos espíritos, dos que são patológicos, provocados por doença.

Os casos, por exemplo, em que a pessoa entra em transe durante os cultos religiosos e sessões mediúnicas não são considerados doença.

Neste aspecto, a alucinação é um sintoma que pode surgir tanto nos transtornos mentais psiquiátricos - nesse caso, seria uma doença, um transtorno dissociativo psicótico ou o que popularmente se chama de loucura bem como na interferência de um ser desencarnado, a Obsessão espiritual.

Portanto, a Psiquiatria já faz a distinção entre o estado de transe normal e o dos psicóticos que seriam anormais ou doentios.

O manual de estatística de desordens mentais da Associação Americana de Psiquiatria - DSM IV - alerta que o médico deve tomar cuidado para não diagnosticar de forma equivocada como alucinação ou psicose, casos de pessoas de determinadas comunidades religiosas que dizem ver ou ouvir espíritos de pessoas mortas, porque isso pode não significar uma alucinação ou loucura.

Na Faculdade de Medicina DA USP, o Dr. Sérgio Felipe de Oliveira, médico, que coordena a cadeira (HOJE OBRIGATÓRIA) de Medicina e Espiritualidade.

Na Psicologia, Carl Gustav Jung, discípulo de Freud, estudou o caso de uma médium que recebia espíritos por incorporação nas sessões espíritas.

Na prática, embora o Código Internacional de Doenças (CID) seja conhecido no mundo todo, lamentavelmente o que se percebe ainda é muitos médicos rotularem todas as pessoas que dizem ouvir vozes ou ver espíritos como psicóticas e tratam-nas com medicamentos pesados pelo resto de suas vidas.

Em minha prática clínica (também praticada por Ian Stevenson), a grande maioria dos pacientes, rotulados pelos psiquiatras de "psicóticos" por ouvirem vozes (clariaudiência) ou verem espíritos (clarividência), na verdade, são médiuns com desequilíbrio mediúnico e não com um desequilíbrio mental, psiquiátrico. (Muitos desses pacientes poderiam se curar a partir do momento que tivermos uma Medicina que leva em consideração o Ser Integral).

Portanto, a obsessão espiritual como uma enfermidade da alma, merece ser estudada de forma séria e aprofundada para que possamos melhorar a qualidade de vida do enfermo.

*Dr. Sérgio Felipe é médico psiquiatra que coordena a cadeira de Medicina e Espiritualidade na USP.

Extraído do FEB Boletim   -   Junho 2011 -  2ª Quinzena