segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Auditórios Sofisticados


            Em todos os tempos, os oradores mais hábeis, sempre que convidados a discursar nos auditórios que se celebrizaram por aqueles que por ali passaram, tiveram a preocupação de dar à sua palavra os tons insuperáveis da sabedoria, em formulações cultas, que produzissem impacto e admiração inicial nos seus ouvintes.
            Apelavam para as técnicas do discurso, citando personagens célebres e suas palavras, em tonalidades harmoniosas unidas à gesticulação bem estudada, de forma que pudessem produzir o desejado anelo de simpatia geral.
        Era sempre muito grande a preocupação com o estilo e a forma, sem olvido, naturalmente, do conteúdo.
            Nada obstante esses cuidados, quando as ideias não lhes eram conhecidas ou não lhes despertavam o interesse imediato, os presentes desviavam a atenção, demonstrando enfado ou desprezo pelo orador e sua mensagem.
            O caso típico desse comportamento encontra-se na apresentação do Apóstolo Paulo, no  Areópago, em Atenas.
            A presunção e a falsa cultura que predominavam entre os intelectuais gregos, distantes dos postulados éticos de muitos dos seus nobres ancestrais, apesar de leve condescendência para com o expositor malvestido, deixaram de aceitar-lhe as informações, logo que ele aprofundou-se no tema, revelando a grandeza da personalidade de Jesus.
            Empanturrados do hedonismo uns, e do cinismo filosófico outros, não dispunham de espaço mental para novas formulações em torno da vida e dos seus objetivos essenciais.
            O tédio e a futilidade dominavam-lhes o comportamento, reservando a Inteligência para os sofismas, silogismos e debates intermináveis quão inúteis, em que se exibiam, cada qual pretendendo ser mais hábil e profundo conhecedor  do que o outro.
            Perderam, pela vã filosofia, extraordinária oportunidade de travar  contato com o Nazareno que desprezaram, porque ele ressuscitara, o que lhes parecia mitológico, absurdo, insensato...
            Antes havia sido Estêvão que, obrigado a defender-se das acrimoniosas e injustas acusações a respeito do seu ministério na Casa do Caminho, viu-se agredido fisicamente por Saulo, o arrogante doutor da Lei, que lhe não participava das ideias, porque aferrado ao Judaísmo decadente.
            Entre apupos e vociferações de toda ordem, o jovem cristão enfrentou os tiranos sem disfarçar a nobreza dos postulados que abraçava, abordando com lógica irretorquível as lições libertadoras de Jesus, por aquele mesmo sodalício condenado à morte pouco antes, porque se não submetera às suas tricas e objurgatórias.
            A simplicidade e profundeza dos conceitos emitidos irritavam os opositores que, incapazes de debater no campo das ideias, apelavam para a desordem e a força, em vãs tentativas de intimidar o apóstolo preparado para o martírio.
            Ainda hoje encontram-se no mundo os grandiosos auditórios onde desfilam as vaidades e multiplicam-se os déspotas disfarçados de portadores do conhecimento e formadores de opiniões.
            Normalmente asfixiados pelo soez materialismo ou pelo daninho fanatismo religioso, consideram-se os únicos pensadores capazes de traçar comportamentos culturais para os demais, situando-se acima daqueles que não compartem as suas opiniões. E aureolando-se dos louros da vitória em simulacro de parceiros das musas e dos deuses do Olimpo da cultura.
            Parecem impassíveis às propostas de desenvolvimento intecto-moral fora das suas escolas de pensamento e de fé, combatendo com acrimônia tudo e todos que se proponham a melhorar a situação espiritual da sociedade.
            Suas tribunas e cátedras estão sempre reservadas aos pares, àqueles que são portadores dos títulos lisonjeiros que se permutam na disputa do estrelado magnífico da exaltação do ego.
            Não que sejam escassos aqueloutros que, igualmente portadores dos louvores dos centos de cultura e de ciência, estão abertos a novas reflexões e análises do que ignoram, abraçando os resultados defluentes da investigação que se permitem afanosamente, de imediato transmitidos aos demais.
            São esses verdadeiros estoicos da abnegação e da coragem que mantêm acesa a claridade do conhecimento livre, que se reconhecem como aprendizes da Vida, sempre crescendo no rumo da plenitude intelectual, sem a perda dos elevados compromissos éticos indispensáveis à existência enobrecida.
            Diante dos paradoxos de tal natureza, torna-se imprescindível a todo aquele que divulga as incomparáveis lições em torno da imortalidade da alma não temer a presunção e o fastio da falsa e dourada cultura, usando cátedras, tribunas ou os singelos recintos de edificação espiritual, qual o fizeram a princípio, Estêvão na Casa do Caminho e Paulo nas mais diversas situações, inclusive na Domus Aurea, em Roma, diante da truculência de Nero, cirurgiando os tumores malignos da hipocrisia e da promiscuidade, enquanto aplicava o mercúrio cromo para a cura desses males, em forma da mensagem de Jesus.
            Provavelmente, os untuosos dominadores mundanos rejeitarão a partitura musical da inolvidável Palavra, mas nunca se olvidarão desses momentos sinfônicos em que a escutaram, apesar dos ouvidos entorpecidos pela mentira e a mente atribulada pelos interesses subalternos.
            Nunca preocupar-se em demasia, portanto, todo aquele que se dispõe a elucidar a ignorância e disseminar a verdade em nome de Jesus, especialmente através do Espiritismo, com os cultores da Inteligência trabalhada pelo academicismo tradicional, mais preocupado em dar brilho ao conhecimento, colocando os seus iluminados distante das necessidades humanas, que alguns se recusam atender.
            As tribunas clássicas dos debates culturais vêm sendo corroídas pelo tempo, que lhes tem imposto novos comportamentos, enquanto os exemplos daqueles que usam a palavra na construção e manutenção da ética da solidariedade e do amor permanecem solucionando os graves problemas que afligem a sociedade.
            A palavra espírita é simples e desataviada, tendo como escopo conduzir as mentes e os sentimentos às esferas da harmonia mediante a razão e o discernimento, porque totalmente livre de adereços e dependências do status quo.
            Ela é destinada a todos os indivíduos que se encontram na Terra, sejam eles intelectuais ou modestos cultivadores do solo, administradores poderosos ou mendigos, exemplos de saúde ou enfermos, possuidores de riquezas materiais ou despojados de todos os bens, qual ocorreu com os ensinamentos de Jesus que foram direcionados para todos os biótipos humanos. Entretanto, não será ouvida pelos discutidores inveterados, pelos que se encontram empanturrados de presunção e se acreditam bem situados nos acolchoados da inutilidade.
            Verberando o erro e orientando a conduta saudável, a Mensagem deve chegar aos ouvidos das necessidades como brisa perfumada em plena primavera, que impregna e nunca mais desaparece.
            Em qualquer lugar, portanto, seja a nobre sala das conferências, o modesto recinto da Casa Espírita, o santuário da Natureza, o confortável areópago das grandes cidades, o contanto com o transeunte, o verbo eloquente e abençoado poderá atender os transeuntes carnais, para os quais os Espíritos nobres elaboraram, com Allan Kardec, a Codificação.

Vianna de Carvalho
(Página psicografa pelo médium Divaldo Pereira Franco,
 no dia 10 de junho de 2011, no G-19, em Zurique, Suíça.) –
Extraída da revista REFORMADOR, da FEB, nº 2.193,
  dezembro de 2011.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Chamamento


            Os Céus nos chamam para a felicidade. Quantos ouvem? Esse chamar tem voz?

            Sempre esperamos que atraiam nossa atenção aos berros, nos despertem aos safanões, mesmo para que cumpramos nossas obrigações.

            Temos dificuldade, resguardadas as exceções, de cumprir com as coisas do cotidiano, simples, tais como: pagar voluntariamente os impostos, paga-se porque a lei exige e tem multa, então somos coagidos a cumprir a nossa obrigação. Chegar no horário compromissado...

            O chamamento dos Céus, que não é material e está na própria intimidade do “ser” exige melhor ouvido de cada um, é o do sentimento. Precisa-se de calma, serenidade, meditação e ação no bem, a tão decantada caridade, que poucos a entendem.

            Este processo para o homem comum em ascensão é custoso. É uma espécie de apequenamento de suas ambições materiais. Contrariando o seu gosto de vangloriar suas conquistas. O que exercitou enormemente na esteira do tempo.

            Agora é época de silenciar as vaidades, o que demanda força hercúlea, gera conflito aterrador: o orgulho e o egoísmo versus o dever e a obrigação, mediados pela consciência, que ora parece estar dormindo ora despertando, porque a lucidez espiritual é conquista de muitos esforços, ninguém a tem plenamente de imediato.

            Essa transformação do homem “terra a terra” em espiritualizado pede tempo e muitas lutas, não contra os outros, mas consigo mesmo, aí estão às necessidades e as soluções.

            Na antiguidade havia um ensinamento: “conheça-te a ti mesmo”, àqueles que entenderam essa mensagem e a aplicaram em sua vida estão a anos-luz dos que ainda acham que são os donos do mundo.

            O grande facilitador para esse despertar é o esquecimento do passado, no mecanismo da reencarnação, somente assim temeremos menos a nós mesmos e poderemos levantar a cortina do tempo lentamente e acostumarmos com a complexidade da própria individualidade, para que não soframos impacto enlouquecedor, sendo isto totalmente indesejável e improdutivo para os interesses espirituais. A finalidade da vida física é auxiliar o ser pensante alcançar a lucidez espiritual, aproximando-se do Criador, trilhando o caminho do mérito, a conquista do aprimoramento de si mesmo.

            Quando se diz: a Natureza não dá saltos, precisamos entender que se fala da justiça de verdade, que não se verga a interesses particulares, como é vício no homem; ainda o privilégio, a facilidade, o conforto, nem sempre calcado no mérito.

            Salvação Divina não se dá fora do Espírito, é um eclodir em si mesmo. Conquanto as ferramentas sejam as mãos no trabalho da caridade entendida e que representa o desabrochar da divindade que está adormecida na profundidade do “ser”, herança do Criador na criatura, aguardando quando a ambiência espiritual estiver adequada para isso e se dá num parto lendo. 

Dorival da Silva

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Comunhão com o mais Além



Nos dias mais tumultuosos da atividade cristã, durante as perseguições iniciadas por Saulo e pelo Sinédrio, assim como aquelas desencadeadas mais tarde pelos imperadores romanos, a comunhão com o Mais Além constituiu o estímulo e fortalecimento da fé, para que os apóstolos e mártires pudessem enfrentar os inimigos comuns, dominados pela coragem e pelo arrebatamento espiritual.
As incomparáveis comunicações dos Espíritos com os trabalhadores da seara de Jesus vitalizavam-nos, oferecendo-lhes o divino pábulo para que não desfalecessem no turbilhão dos ódios desenfreados que lhes arrebatavam tudo, humilhando-os, afligindo-os e roubando-lhes as vidas mediante a urdidura de planos nefandos.
A tirania farisaica era hábil em criar situações persecutórias, refinando sempre os métodos de antagonismo através das infindáveis arengas com que envolviam a lei mosaica de tal forma que ninguém, tornado sua vítima, conseguia fugir às injunções cruéis que promovia. Dessa inesgotável e generosa fonte da imortalidade jorrava a água lustral e cristalina que dessedentava as vítimas e as sustentava antes e durante os testemunhos vigorosos.
Os métodos insanos das bastonadas e chibatadas, dos ferimentos nos lábios e na face,  logo seguidos do apedrejamento até a morte, quando não era utilizada a cruz de vergonha e de supremo desprezo pela vida dos outros, sempre se caracterizavam pela absoluta ausência de compaixão, de misericórdia, de respeito, demonstrando a ferocidade maldisfarçada pelas vestes impecáveis e pela conduta de gestos medidos...
Os romanos, por sua vez, eram específicos em punições perversas em que dilaceravam as vítimas ou as queimavam com o azeite fervente, com ferros em brasa, em combates com as feras, com os centuriões ou simplesmente os martirizavam nos espetáculos burlescos, disfarçados de teatro do horror, em que padeciam cruelmente na representação de irônicas peças mitológicas da tragédia ancestral...
Infelizmente, o ser humano sempre descobre métodos bárbaros para afligir as demais criaturas, atingindo supremos níveis de bestialidade que é despertada de maneira rápida e por qualquer pequena faísca de ira que se converte em ódio.
Surpreende a qualquer estudioso dos espetáculos circenses e das infames perseguições contra os discípulos de Jesus, a coragem com que enfrentavam o martírio, muitas vezes cantando, sem o menor rancor pelos seus insensíveis algozes, o que mais os exasperavam...
Essa força desconhecida provinha do Mestre amado e da certeza do valor das Suas promessas, bem como da presença dos Espíritos amigos e protetores que os assistiam, infundindo-lhes ânimo sempre novo e vitalidade desconhecida.
Quanto mais terríveis eram as tenazes com que tentavam silenciá-los, mais altivez e dignidade revestiam as vítimas das cruentas injunções.
Esses inexcedíveis amigos desencarnados rociavam com a sua ternura as ardências das dores acerbas, lenindo os sentimentos dos valorosos servidores transformados em réprobos, fazendo que as suas existências fossem o testemunho ímpar da sua crença libertadora.
*   *   *
Em todas as épocas da humanidade sempre foram ouvidas as vozes do Além-túmulo, confirmando a sobrevivência da vida ao fenômeno desagregador da morte biológica. Foram os imortais que comunicaram ao mundo físico a sobrevivência em inequívocos testemunhos da imortalidade.
Suas vozes claras e dignificantes ressoaram do túmulo convidando os demais seres humanos a reflexionar em torno dos seus ensinamentos, ora em forma de cantos de sublime beleza, noutros momentos em informações complexas e verdadeiras, mas também mediante os graves distúrbios obsessivos que esmagavam os deambulantes carnais.
Constituindo a população pulsante do Universo, os Espíritos, no Cristianismo, têm sido a força viva e atuante ao lado dos seus irmãos da retaguarda material deles necessitados.
Jesus dialogou com alguns, apresentassem-se na condição de vampirizadores das energias das suas vítimas, ou vingadores das ofensas sofridas e não desculpadas ao longo do tempo, de igual maneira com o inesquecível legislador Moisés e o profeta Elias no memorável fenômeno da transfiguração, quando esses O reverenciaram...
Foram, no entanto, a Sua ressurreição gloriosa e a Sua convivência com os discípulos, que assinalaram de maneira explícita e grandiosa o intercâmbio espiritual que o Espiritismo adota na vivência dos seus postulados, ensinados pelos próprios mentores e guias da sociedade.
Mediante esse intercâmbio de bênçãos reformulam-se conceitos existenciais, abrem-se espaços para a esperança e a certeza da continuidade do amor além dos limites orgânicos e para a felicidade sem jaça após o portal de cinza e de lama da sepultura.
Por isso, as células cristãs do Espiritismo sempre terão nas comunicações espirituais, a fonte geradora de luz da imortalidade, para diminuir as sombras do caminho evolutivo, para a sustentação do ânimo dos seus membros, para o encorajamento ao trabalho, quando o desfalecimento ameace ou as perseguições, que prosseguem sob outros aspectos, atemorizem os corações menos fortalecidos.
Jamais faltam o convívio com os imortais, as claridades da sua sabedoria, a presença estimuladora, o doce encantamento das suas vozes, sustentando as forças combalidas ou não dos transeuntes terrestres.
A caridade deles para com os seus irmãos reencarnados é imensa, estando sempre às ordens, testemunhando-lhes fidelidade e amor, a fim de que todos possam alcançar os altiplanos da espiritualidade em clima de festa de corações e arrebatamento das emoções superiores.
Por sua vez, sustentados pela mágica assistência desses anjos tutelares, os lidadores do bem terão mais encantamento para seguir adiante, assinalando a sua passagem na Terra em sombras com as estrelas luminosas da sua bondade e da afeição a todos os seres, semeando esperança e alegria de viver, superando as angústias da morte e os desencantos da existência.
Desse modo, mantém-te atento às inspirações que procedem do Mais Além, deixando-te conduzir pelos formosos Benfeitores da humanidade que trabalham ao teu lado em favor do mundo melhor e da sociedade mais feliz.
Não fosse esse formidando auxílio e muito mais difícil seria o prosseguimento dos ideais superiores, em face dos enfrentamentos perversos da cultura imediatista e ateia que vive na Terra.
*   *   *
Nos inolvidáveis dias do martirológio cristão, enquanto as lágrimas e as angústias dilaceravam as esperanças das vítimas, confundindo-se com a psicosfera pestilenta dos recintos infelizes, os angélicos amigos espirituais esparziam o zéfiro perfumado e aguardavam que as carnes despedaçadas libertassem-lhes os Espíritos, a fim de os conduzirem aos páramos celestiais, vitoriosos após as refregas impostas pela evolução.
Seja em qual situação te encontres hoje, recorda Jesus sempre amoroso, oferecendo-te apoio e vontade, ao mesmo tempo facultando que os Seus embaixadores rompam a cortina de matéria e entrem em contato contigo através dos fios invisíveis da inspiração e do apoio.
Segue adiante sem temor, porque o curso da vida não se encerra no túmulo, e além dele estua o amor vigilante e misericordioso.
Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na manhã de 8 de junho de 2011 na residência de Josef Jackulak, 
em Viena, Áustria.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Passeterapia



Restituí a saúde aos doentes...
Mateus, 10:8.


A proposta de Jesus para que os seus discípulos se aplicassem ao ministério da cura das enfermidades, que afligem as criaturas humanas, encontra suporte abençoado na terapia através dos passes.
A transmissão da energia constituída por raios psíquicos-magnéticos está ao alcance de todas as criaturas que se queiram devotar à ação do bem.
dom de curar  não constitui privilégio de ninguém, embora algumas pessoas sejam mais bem aquinhoadas dos recursos energéticos destinados a esse fim.
Desejando contribuir em favor da saúde do seu próximo, cabe ao interessado equipar-se dos recursos hábeis para o desiderato.
Inicialmente, o desejo sincero de servir torna-se-lhe fundamental para o empreendimento a que se propõe. Interessado em adquirir o conhecimento para lograr os resultados melhores, cabe-lhe conhecer a natureza humana, a constituição orgânica e os fulcros de energia no corpo físico bem como no espiritual, assim como as leis dos fluidos, desse modo, equipando-se com os elementos valiosos indispensáveis ao tentame.
Em seguida, torna-se necessária a consciência do contributo que deve oferecer, trabalhando os sentimentos da simpatia, da amizade e da compaixão, a fim de envolver o enfermo em ondas de energia favorável à sua recuperação.
Cuidados especais são-lhe imprescindíveis, tais como a higiene física e mental, mediante os hábitos superiores da oração e dos bons pensamentos, cultivando as ideias edificantes, reflexionando em páginas portadoras de conteúdos morais relevantes, para servirem de sustentáculo emocional ao equilíbrio.
A mente é a fonte geradora da energia que procede do Espírito e se transforma em ação. Todo e qualquer investimento inicia-se na sede da alma, transformando-se em ideia e corporificando-se em ato.
Pensar corretamente, cultivando os ideais do amor, da fraternidade e do bem, são a regra áurea para uma existência saudável e, portanto, para ser repartida em favor daqueles que se encontram em situação menos favorável.
Adotando atitudes morigeradas e evitando qualquer tipo de comportamento esdrúxulo ou carregado de misticismo, o passista deve manter-se sempre sereno e em condição de sintonia com os abnegados mentores do Mais Além.
A iniciativa do bem nasce no sentimento da criatura humana e encontra ressonância na Espiritualidade que, de imediato, se faz presente através de nobres Amigos dedicados ao labor da misericórdia e do progresso.
Naturalmente, à medida que o passista se afeiçoa à atividade e adquire autoconfiança, mais facilmente registrará as presenças dos nobres guias espirituais que passarão a supervisionar-lhe a tarefa, predispondo-se ao auxílio valioso com segurança por seu intermédio.
O passista é alguém que opta pelo edificante serviço de ajuda ao próximo por ocasião da sua problemática no campo da saúde. Mas, não somente pode ser útil no período de enfermidade, quanto também nos processos de revitalização de energia dos que estão mais debilitados, assim como na renovação de entusiasmo e de forças para o prosseguimento da jornada reencarnacionista.
De igual modo, favorece a solidariedade por meio da conversação edificante, do aconselhamento fraternal, ensejando, a quem necessite, diretrizes dignas para o feliz desiderato existencial.
Trabalhando-se emocionalmente e cada vez mais conscientizando-se da responsabilidade assumida, é imperioso esforçar-se para adquirir e multiplicar os bônus de energia que possa doar. Tal recurso é conseguido como decorrência natural do esforço que empreende e da dedicação ao serviço socorrista.
De bom alvitre também, ter em mente que a investidura curativa não o imuniza contra os agentes do mal, as contaminações, os desgastes, os fenômenos perturbadores, as possíveis obsessões, os transtornos do cansaço e do mal-estar...
Todo indivíduo encontra-se sujeito às intercorrências da jornada empreendida, não havendo regime de exceção, e caso houvesse daria lugar a procedimentos de injustiça nos divinos códigos, privilegiando uns em detrimento de outros.
O trabalho é o campo especial de desenvolvimento dos valores adormecidos no ser, que se agiganta na razão direta em que empreende as atividades de enobrecimento moral e espiritual, desse modo, a ginástica para o Espírito é o contínuo labor em benefício da autoiluminação.
Para bem desincumbir-se, portanto, do mister aceito espontaneamente, é necessário ao passista desfrutar de saúde, especialmente moral, tanto quanto psíquica, emocional e física, a fim de poder transmiti-la com eficiência aos necessitados que o busquem.
Sempre que experimente, porém, algum mal-estar ou qualquer outra sensação desagradável durante a operação socorrista, é justo considerar que algo se encontra desajustado nele próprio, Por certo, deve estar intoxicado pelos resíduos de vibrações negativas, por tentativas de perturbações provindas de fora, por obsessão instalando-se...
Cabe-lhe suspender de imediato o concurso fraternal e, mentalmente, em clima de calma, sem qualquer prática externa, concentrar-se, e, pelo pensamento, procurar eliminar as energias deletérias, expulsando-as das áreas em que se encontram localizadas, fazendo-as sair pelas extremidades inferiores...
Noutras circunstâncias, é de bom alvitre, antes da aplicação dos passes nos enfermos, fazê-la em si próprio através dos recursos mentais de que é portador.
A irrestrita confiança em Deus, conectando-se às Fontes da Vida, proporcionará a correta captação de forças psíquicas e fluídicas que serão transmitidas aos sofredores, auxiliando-os na necessária recuperação.
Em qualquer cometimento, portanto, de natureza espiritual, são indispensáveis o amor e a caridade como recursos transcendentes para os bons resultados do labor em desenvolvimento.
Conscientizando-se de que sempre transitará na faixa vibratória dos próprios pensamentos e atos, a manutenção dos valores otimistas e edificantes torna-se de vital significado.
Restituí a saúde aos enfermos – propôs Jesus – enfermos, que somos ainda quase todos, nEle, o Sublime Psicoterapeuta, encontramos o apoio necessário a fim de servirmos com abnegação, certos de que ao largo do tempo conseguiremos a saúde integral.
Manoel Philomeno de Miranda
Página psicografada por Divaldo Pereira Franco, 
na sessão mediúnica da noite de 19 de janeiro 
de 2009, no Centro Espírita Caminho 
da Redenção, em Salvador, Bahia.

Extraído do  site:
http://www.divaldofranco.com.br/mensagens.php?not=244  

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

As crianças não-batizadas


As crianças não-batizadas e sua destinação 


Em abril de 2012 fará cinco anos desde que foi publicado o documento "A esperança de salvação para bebês que morrem sem serem batizados", no qual a Comissão Teológica Internacional da Igreja Católica considerou inadequado o conceito de limbo.
Originária do latim, a palavra limbo – limbu, 'orla' – tem vários significados, mas, no âmbito da religião, é o nome que se dava ao lugar onde, segundo a teologia católica posterior ao século XIII, se encontrariam as almas das crianças muito novas que, embora não tivessem alguma culpa pessoal, morreram sem o batismo que as livrasse do pecado original.
O texto publicado em abril de 2007 pela Igreja “diz que a graça tem preferência sobre o pecado, e a exclusão de bebês inocentes do céu não parecia refletir o amor especial que Cristo tinha pelas crianças". O documento, de 41 páginas, considera que o conceito de limbo refletia uma "visão excessivamente restritiva da salvação". Segundo seus autores, "Deus é piedoso e quer que todos os seres humanos sejam salvos". E aduziram: "Nossa conclusão é que os vários fatores que analisamos fornecem uma base teológica e litúrgica séria para esperar que os bebês não-batizados que morrerem sejam salvos".
Em face deste novo entendimento da Igreja, os bebês que morrem sem batismo são considerados inocentes e sua destinação, portanto, passa a ser o céu, verificando-se o mesmo com os chamados infiéis, ou não-batizados, desde que tenham levado uma vida justa.
O pensamento acima traz algumas implicações que pouca atenção mereceram dos estudiosos em matéria de religião.
Uma delas diz respeito diretamente ao batismo, conhecido sacramento da Igreja Católica, considerado indispensável para apagar os efeitos do pecado original e as faltas cometidas pela pessoa antes de sua admissão, o qual passa a não ser mais condição necessária para a salvação, fato que representa uma evolução do pensamento católico e faz justiça à bondade e à misericórdia de Deus.
Antes disso, sob o pontificado de João Paulo II, o inferno deixara de ser considerado um lugar determinado, para tornar-se, segundo palavras do próprio papa, um estado de espírito. Os anos se sucederam e, com o documento ora em exame, a ideia de limbo deixou também de existir.
A Igreja, porém, insiste ainda em um equívoco lamentável ao ensinar a seus fiéis que a alma é criada por ocasião da concepção, o que explicaria sua condição de inocência no período da infância, quando sabemos, com base em fatos inúmeros, que a alma de uma criança pode chegar a uma nova existência corpórea trazendo um longo passivo de erros e enganos.
Segundo os ensinamentos espíritas, criado simples e ignorante, o Espírito tem de passar pela experiência da encarnação para progredir. A perfeição é sua meta, mas o caminho até ela é árduo e longo, o que significa que terá de passar por uma série de existências até que esteja depurado o suficiente para desligar-se dos liames materiais.
A Igreja, ao não reconhecer o limbo, avança para uma visão mais justa da vida humana e rompe com o sectarismo que caracteriza a necessidade do batismo para a destinação feliz do homem. Esta nova visão está, além disso, de conformidade com a lógica, porquanto, como sabemos, apenas um terço dos que habitam nosso planeta professa as ideias cristãs, enquanto dois terços as ignoram e, evidentemente, não se submetem ao batismo cristão.
Não sendo batizadas, para onde irão essas pessoas?
Até abril de 2007, segundo a Igreja, não poderiam ir para o céu. Mas, agora, com as novas ideias contidas no documento em exame, sim. Basta que tenham levado uma vida justa.
Lembremo-nos, porém, sempre que falarmos em céu e em inferno, das palavras proferidas pelo saudoso papa João Paulo II.
"Nem o inferno é uma fornalha nem o céu um lugar”, afirmou o papa.
“O céu não é o paraíso nas nuvens nem o inferno é aterradora fornalha. O primeiro é uma situação em que existe comunhão com Deus e o segundo é uma situação de rejeição.” (Correio da Manhã, de 29/7/1999.)

Editorial da Revista Eletrônica "O Consolador"
Ano 5 - N° 237 - 27 de Novembro de 2011

A Revista poderá ser acessada pelos endereço:

Tomamos a liberdade de incluir o fragmento abaixo de “O Evangelho Segundo o Espiritismo” que amplia o entendimento e dá o ensinamento da Doutrina Espírita sobre as questões enfocadas no que diz respeito à criança que morre em tenra idade.  A ideia da preexistência da vida espiritual a presente vida no corpo físico e a compreensão da justiça da reencarnação derrogam, por si sós, as ideias cristalizadas no tempo, que não sofreram análise e crítica séria, o que somente foi possível com o surgimento da fé raciocinada exarada pelo Espiritismo.



BEM-AVENTURADOS OS AFLITOS
Causas anteriores das aflições

(...)

Que dizer, enfim, dessas crianças que morrem em tenra idade e da vida só conheceram sofrimentos? Problemas são esses que ainda nenhuma filosofia pôde resolver, anomalias que nenhuma religião pôde justificar e que seriam a negação da bondade, da justiça e da providência de Deus, se se verificasse a hipótese de ser criada a alma ao mesmo tempo que o corpo e de estar a sua sorte irrevogavelmente determinada após a permanência de alguns instantes na Terra. Que fizeram essas almas, que acabam de sair das mãos do Criador, para se verem, neste mundo, a braços com tantas misérias e para merecerem no futuro uma recompensa ou uma punição qualquer, visto que não hão podido praticar nem o bem, nem o mal?
Todavia, por virtude do axioma segundo o qual todo efeito tem uma causa, tais misérias são efeitos que hão de ter uma causa e, desde que se admita um Deus justo, essa causa também há de ser justa. Ora, ao efeito precedendo sempre a causa, se esta não se encontra na vida atual, há de ser anterior a essa vida, isto é, há de estar numa existência precedente. Por outro lado, não podendo Deus punir alguém pelo bem que fez, nem pelo mal que não fez, se somos punidos, é que fizemos o mal; se esse mal não o fizemos na presente vida, tê-lo-emos feito noutra. E uma alternativa a que ninguém pode fugir e em que a lógica decide de que parte se acha a justiça de Deus.
O homem, pois, nem sempre é punido, ou punido completamente, na sua existência atual; mas não escapa nunca às consequências de suas faltas. A prosperidade do mau é apenas momentânea; se ele não expiar hoje, expiará amanhã, ao passo que aquele que sofre está expiando o seu passado. O infortúnio que, à primeira vista, parece imerecido tem sua razão de ser, e aquele que se encontra em sofrimento pode sempre dizer: 'Perdoa-me, Senhor, porque pequei”. (Item 6 – fragmento – de  “O Evangelho Segundo o Espiritismo” de Allan Kardec, 112ª edição, tradução de Guillon Ribeiro – FEB) 

pode ser consultado através do endereço:
 http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/bibliotecavirtual/principal.html )

domingo, 25 de dezembro de 2011

Sexo e educação


Arrancado das masmorras, dos porões do obscurantismo, da ignorância para a praça pública da agressão e vulgaridade, o sexo continua a merecer, se não a exigir tratamento condigno por parte de educadores, psicólogos, sociólogos, religiosos, de todas as pessoas sensatas.

Ignoradas ou relegadas a plano secundário as funções da sua usança com responsabilidade, no ministério procriativo, prossegue recebendo estardalhaço e escândalo, embora sob o disfarce de educação, em moldes provocativos e de escárnio.

A ausência de maturidade emocional em muitos daqueles que se encarregam de estudá-lo com objetivos de divulgação, quase sempre portando problemas de complexidade imensa, que os torna incapazes de formulações de elevado conteúdo, esses apressados educadores mais perturbam e açulam as mentes jovens do que as orientam para as finalidades superiores da vida.


De profundas e graves complexidades na sua aparelhagem fisiológica, com correspondentes vinculações psicológicas mais afetas ao campo da alma encarnada, o sexo é sempre resultado, numa vida, das experiências cultivadas nas existências anteriores.

Qualquer estudo das questões da sexualidade, portanto, para alcançar as legítimas finalidades, como contributo imprescindível para a paz do homem e o equilíbrio da comunidade, deverá ser feito mediante o exame da anterioridade da alma, sem o que, por mais se penetrem nas  causas dos seus distúrbios, defrontar-se-ão, em realidade, efeitos dos fatores reais, que dormitam desde o pretérito espiritual, expressando-se nas caracterizações duvidosas em que ora sejam apreciadas.  

Por isso que as várias gamas das suas manifestações fora da heterossexualidade não podem ser examinadas e concluídas perfunctoriamente, assim como os dramas da sexualidade no lar, de difícil compreensão imediata nas suas causalidades, jamais encontrarão ao soluções nos aberrantes comentários do sensacionalismo livresco ou do periodismo escabroso...

A ciência conhece, sem dúvida, grande parte dos mecanismos fisiológicos, anatômicos e alguns resultantes emocionais das engrenagens sexuais, após significativas incursões e honestos trabalhos de investigação responsável.


Falta, no momento, uma filosofia ética sobre a correta utilização do sexo como normativa eficaz para o exercício das suas faculdades.

O homem controla o fogo e drena regiões pantanosas.

Engenhos hidrelétricos extraem dos cursos d’água, em barragens monumentais, fo9rçpa colossal que movimenta cidades gigantescas.

As leis de trânsito corrigem os abusos de condutores de veículos, e policiais, juristas, administradores hábeis conduzem a disciplina na comunidade, tentando evitar a criminalidade, a corrupção.

Espaçonaves engenhosas rasgam os espaços sob controles remotos, respondendo corretamente a programações extensas com que o homem penetra nos intrincados fenômenos do Cosmo.

Hábitos de higiene confraternizam com técnicas de comportamento; criteriosas terapêuticas preventivas e medidas profiláticas contribuem eficazmente para o equilíbrio, para a felicidade humana...

Todavia, quando se trata dos compromissos e das relevantes manifestações sexuais recorrem-se a tabus ou a atitudes do cinismo, sem a sã preocupação de um comportamento sério, grave, com vistas ao entendimento da questão, em clima de elevação, naturalidade, sublimação.

Inclusive no capítulo do sexo, Jesus foi excelente educador, orientando-o, embora veladamente quando à necessidade de o conduzir a fim de não ser por ele perturbado e mal dirigido, ao elucidar:  “Onde estiver o tesouro aí se encontrará o coração.”

O problema do sexo, em grande parte decorrente da educação, resulta, sem dúvida, da atitude mental que se mantém em relação a ele.

Colocando-se o pensamento exclusivamente nas suas necessidades, reais ou falsas, estas assomarão em atividade perniciosa, geradora de alienações e promotora de suicídios.
          
Dirigido pela mente esclarecida, faz-se nobre instrumento da vida, produzindo equilíbrio emocional e paz, na programação para a qual foi elaborado pela Divindade com os elevados misteres da perpetuação da espécie.

            Carneiro de Campos
(Mensagem extraída do  livro: Terapêutica de
Emergência, psicográfica de
 Divaldo Pereira Franco.) 

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Exaltação do Natal



            Se já consegues perceber a sublime mensagem do Natal de Jesus, faze um exame dos benefícios que fruis com o conhecimento e dos resultados produzidos na tua vida.
            Refaze, mentalmente, o caminho percorrido, desde que a sinfonia do natal permeou teu espírito de alegrias, e considera as tuas atitudes.
            Embalado pelo cântico da esperança cristã, rememora quantas lágrimas estancaste, quantos companheiros soergueste da queda moral lastimável, quantos corações vitalizaste com a fé clara e pura, quantas vezes silenciaste se ultrajado, se perseguido,  se instado ao revide, quanto desculpaste reatando liames de afeto com o ofensor, quanto confiaste embora aparentemente perdido, quanto pudeste perseverar nos propósitos sadios, apesar das tentações de toda ordem!...  Tens elegido a serenidade como companheira nas horas difíceis, o amor como sustentáculo das tuas aspirações, a caridade como normativa fraternal e a fé como lâmpada  sempre acesa no curso das tuas horas?!
       O Natal evoca o Rei Divino descendo à Terra para amar, como uma lição viva e inconfundível de como se devem conduzir os amados que conseguem amá-Lo.
            Esses, os que ensaiam amá-Lo, experimentam gáudio pelo Seu nascimento, mas não convertem a alegria em estroinice nem a gratidão afetuosa em repasto exagerado, motivando desequilíbrios e abusos de variada contextura.
            Buscam, à semelhança d’Ele, aqueles que não têm tido ensejo de ser amados nem socorridos e cujos leitos de dores se encontram à mercê das escuras tormentas da aflição em que eles se debatem, convertendo os sentimentos de que se encontram possuídos em alavancas de socorro e proteção.
           Não se queixam, nem lamentam, pois que têm os olhos n’Aquele que tudo cedeu e todas as honras desdenhou para exaltar o amor e elevá-lo à condição de astro-rei no arquipélago das conquistas humanas.
*
           Se ainda não consegues sentir a glória do Natal de Jesus vibrar nas íntimas fibras do teu ser, porque a tua coleta há sido de desencantos e tristezas, perversidades e incompreensões, ou porque as amarras do cepticismo cedo te  enovelaram aos pélagos da indiferença pelas questões transcendentais do espírito, evoca a história daquele Homem que medrou como lírio imaculado em chavascal odiento e não se conspurcou, que viveu sitiado pelo sofrimento de todos e não desanimou, que sofreu zombaria e apodo de toda natureza e não descreu, que se viu a sós quando mais era convocado ao testemunho ímpar e não se fez amargo nem decepcionado.
      Recorda-O, simples e majestoso, face crestada pelo sol, cabelos ao vento, pés sangrentos, esguio e nobre, misturado à plebe, enxugando suor e lavando feridas, limpando raízes morais, acolitado por mulheres mutiladas nos ideais da maternidade e reduzidas à condição mais dolorosa, e por homens vencidos por impostos exorbitantes ou dominados por misérias sem nome... Elegeu esses, os sem-ninguém, à condição de amigos, sem se voltar contra aqueles outros, também infelizes, momentaneamente guindados ao poder ou enganados pela ilusão.
     A cruz em que o cravejariam mais tarde, simbolizou-a sempre, de braços abertos, aconchegando ao perito afável quantos desejassem paz e, descrentes, necessitassem de luz e vida.
         Evoca-O, e deixa que cheguem ao teu espírito e o penetrem, neste Natal, as vibrações d’Ele, o Amigo por quase todos esquecido, que jamais se esqueceu de ninguém.
*
      Aquieta o turbilhão que te atordoa, e, enquanto se espraiam no ar as sutis vibrações do Natal de Jesus, escuta a voz dos anjos e alça-te dos sítios sombrios onde te demoras para as culminâncias do amor clarificador de rotas em homenagem ao Governador da Terra, quando da sua visita, no passado, para que, agora, novamente Ele te possa visitar, sendo o conviva invisível e presente na formosa festa de paz em que se converterão tuas horas de agora em diante.
      O Natal é mensagem perene que desceu do Céu para a Terra e que agora, em ti, se levanta da Terra na direção do Céu.


Nota  – Tema para estudo: L.E. (O Livro dos Espíritos) -- Parte 3ª – Capítulo I – Conhecimento da lei natural.
              Leitura complementar:  E. (O Evangelho Segundo o Espiritismo) Capítulo I – O Cristo – Itens 3/4.

            Joanna de Ângelis
(página extraída do livro Lampadário Espírita, 
psicografia do médium Divaldo Pereira Franco.)

 Sugestão  –  As obras citadas na “nota” acima podem ser consultadas no endereço: http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/bibliotecavirtual/principal.html