terça-feira, 20 de março de 2012

A FAMÍLIA É IMPORTANTE?!

“Cantada em verso e prosa", a família nem sempre é respeitada. Isto por falta de consciência dos próprios componentes, ressalvadas exceções, vez que a generalização não cabe apropriadamente. Como construir uma sociedade justa, sem a estrutura familiar embasada no respeito e, assim, elastecida no relacionamento com as demais famílias da sociedade? 

Nessa composição familial estão diversos fatores influenciadores, que são: cultural, educacional, econômico, comportamental, religioso..., mas existe um componente  primordial que tem ficado marginalizado por grande parte dos pensadores, dos filósofos e demais estudiosos da composição nuclear social, que é elemento espiritual.

Muito embora estes pensadores façam referência à alma da família e ao espírito grupal, não adentram propriamente este aspecto que transcende os limites materiais observáveis e táteis.

Analisemos a composição da família com o componente espiritual, como nos ensina a Doutrina Espírita. Em primeiro lugar precisamos estar cientes de que somos seres espirituais, que temos a nossa vida normal no espaço ou no plano espiritual. Lá está a nossa origem. É para lá que retornaremos.

Nosso estágio na vida social deste mundo, na verdade, é uma programação, um "artifício" da Divina Providência, para que nós, criaturas, venhamos a conquistar méritos, mais rapidamente, através de esforços consistentes galgarmos um estado de consciência elevado. Para isto é preciso que o "Ser" criado por Deus, no estágio em que alcançado, isto é, com a inteligência em desenvolvimento, com alguma ênfase, mas longe do ápice espiritual, e a consciência em desabrochamento, tenha oportunidade de exercitar suas potencialidades, vivenciando as consequências e responsabilizando-se por elas, corrigindo as suas causas, quando negativas. 

Não podemos esquecer que assim é a Lei do Progresso e Ela vem desde os primórdios da nossa existência espiritual, quando ainda éramos insipientes -- simples e ignorantes --, mas detínhamos, pela origem, o germe de todas as possibilidades permitidas na criação Divina, que são iguais para todas as criaturas no estágio hominal.

O estágio de insipiência durou milênios e como a criatura depende da criatura para seu progresso, isto é: todos dependem de todos, por isso vivemos em grupo, por isso vivemos em família. 

E no caminho dos milênios estamos inseridos, saindo de um estado de total ignorância, guiados, como fazemos com as crianças em tenra idade, ajudando-as nos seus primeiros movimentos, seus esforços para entenderem o significado das coisas, socorrendo nos seus primeiros tropeços, nas suas curiosidades, nas suas primeiras tentativas de compreender o que lhes apresenta o seu ambiente vivencial.

Assim que a criança aprende a andar e se torne mais amadurecida para perceber a diversidade apresentada pelo seu ambiente, nós a liberamos gradativamente de cuidados; assim, ocorre com o "Ser" espiritual nos seus longos milênios, os Guiadores espirituais vão permitindo-nos assumir o livre-arbítrio, e vamos assumindo as responsabilidades de acordo com as capacidades em desenvolvimento. Sempre este desenvolvimento se deu nos grupos familiares, consciente ou inconscientemente.

Por princípio Divino, o homem é monogâmico, as exceções são pelos costumes, ainda calcados no egoísmo. Daí toda família humana tem, primacialmente, um casal, que é conhecido por pai e mãe, estes que derivam de outras famílias, que têm pais e mães e irmãos. E assim a multiplicação da prole, formando o tecido social, numa trama infinita, tendo em seus nós os agrupamentos familiares, que se multiplicam incessantemente, dada a necessidade da perpetuação da espécie e a construção de si mesmo, espiritualmente, com o crescimento da inteligência, dos sentimentos, da consciência, das percepções socioambientais, que são de responsabilidade do Espírito. 


Essa construção, que parece material, que também é, é mais espiritual do que se pensa, pois a matéria, que também evolui, é o meio para o crescimento espiritual; através das vicissitudes inerentes à vida física, para consigo mesmo, para com a sua descendência, e com mais lucidez, para com os outros, quando se enfraquece do egoísmo mais avassalador.


Dissemos inicialmente que nossa origem é espiritual e por consequência os grupamentos familiares também se dão a partir da espiritualidade, com planejamento individual e coletivo, de acordo com as necessidades individuais e também as coletivas. Estas necessidades são infinitas, pois são resultados de atitudes voluntárias de cada um, para atender interesses seus ou do grupo, que podem ser negativos ou positivos, tendo as consequências correspondentes. 

Em grande parte os elementos constitutivos de uma família têm responsabilidades, dívidas, de um para com o outro, principalmente responsabilidades negativas, que geram antipatias, aversões, dissidências, desequilíbrios emocionais, descomprometimento com o grupo familiar, ódios; que refletem na teia social, levando a sua parcela de desequilíbrio. Por isso que não é possível ter uma sociedade equilibrada sem o equilíbrio individual. Estamos interligados e somos interdependentes.

Somente com a construção de famílias dentro do regime de respeito e dignidade, onde pode proporcionar condições para que os indivíduos ali nascidos (Espíritos ali reencarnados) venham retemperar o seu caráter, sendo educado e educando-se intelectual, moral e espiritualmente; assim dando sequência na reformulação de todo o tecido social.

A família é importante, pois sem ela não temos oficina para consertar o egoísmo e o orgulho, que arrasam a vida social planetária, gerando grandes sofrimentos nos dois planos da vida (físico e espiritual), com excessiva demora para que o homem galgue o patamar desejado de paz e felicidade.

Dorival da Silva

segunda-feira, 19 de março de 2012

Lucros



No Evangelho, há uma interessante passagem conhecida como A parábola do rico insensato.

Trata-se de um homem que havia trabalhado muito para ajuntar bens.

Quando finalmente se deu por satisfeito, propôs-se a gozar de sua fortuna.

Contudo, o Senhor da vida deliberou nessa mesma noite promover o regresso do rico ao plano espiritual.

Daí se colocou a questão: Para quem seria tudo o que ele tinha ajuntado?

* * *

Essa lição não poderia ser mais atual.

Em todos os agrupamentos humanos, palpita a preocupação de ganhar.

O espírito de lucro alcança os setores mais singelos.

Meninos, mal saídos da primeira infância, mostram-se interessados em amontoar egoisticamente alguma coisa.

Mães numerosas abandonam seu lar a desconhecidos, a fim de experimentarem a mina lucrativa.

Pais deixam de dar atenção a sua família, enquanto multiplicam ao extremo as horas de trabalho.

Nesse sentido, a maioria das criaturas converte a marcha evolutiva em corrida inquietante.

No entanto, por trás do sepulcro, ponto de chegada de todos os que saíram do berço, a verdade aguarda o homem e interroga: O que você trouxe?

O infeliz tende a responder que reuniu vantagens materiais.

Diz que se esforçou para assegurar a posição tranquila de si mesmo e dos seus.

Examinada, porém, a sua bagagem, quase sempre as pretensas vitórias são derrotas fragorosas.

Elas não constituem valores da alma, nem trazem o selo dos bens eternos.

Atingida semelhante equação, o viajor olha para trás e sente frio.

Prende-se, de maneira inexplicável, aos resultados de tudo o que amontoou na crosta da Terra.

A sua consciência se enche de sombrias nuvens.

E a voz do Evangelho lhe soa aos ouvidos: Pobre de você, porque seus lucros foram perdas desastrosas.

E o que tem ajuntado, para quem será?

É importante meditar sobre essa lição enquanto se está a caminho.

Os bens do mundo são preciosos enquanto instrumentos de realização da paz.

O trabalho é um meio de vida e não de morte.

A título de enriquecer ou ter mais conforto não compensa esquecer o essencial.

É inútil brindar os filhos com coisas e não se fazer presente em suas vidas, com palavras e exemplos dignos.

As posições tão cobiçadas no mundo sempre terminam por trocar de mãos.

Constitui loucura convertê-las no objetivo da existência.

É preciso viver no mundo, sem ser do mundo.

Fazer os sacrifícios necessários à vida na Terra.

Mas jamais esquecer que se está apenas de passagem por ela, com destino ao infinito.

Pense nisso.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 56 do livro
 Caminho, verdade e vida, pelo Espírito Emmanuel,
psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Palavras


Que pensar das muitas palavras pronunciadas a cada segundo no mundo? É um exercício fantástico de músculos, de respiração, de pensamento, de propósito... 

Uma pessoa que não falasse e nem expressasse seus sentimentos de forma nenhuma, praticamente ninguém saberia da sua existência, não nos referimos à identidade civil, mas da personalidade, o ser que está habitando àquele corpo.

É através da palavra, da expressão de nossos sentimentos, da comunicação, que nos revelamos ao mundo externo, quando os outros nos conhecem, quando nos mostramos confiáveis ou não, simpáticos ou não...

Não é à toa que quando se procura um emprego profissional existe a tal  entrevista, é um meio para demonstrar a nossa personalidade, e é defrontada com o currículo apresentado antecipadamente, embora a apresentação da nossa “persona” seja muito superficial, e, ainda, que pode ser falseada, mas na maioria das vezes qualifica o perfil do candidato.

Através do processo do diálogo, da exposição das ideias conhece-se a qualidade do Espírito que está se manifestando; você, seu colega, seu patrão..., são Espíritos reencarnados que se manifestam através da fala, de e-mail e de todas as mídias. São as palavras ditas através do sistema fonador, dos escritos, dos símbolos que estabelecem a comunicação (emissão e recepção), aí há um ser pensante transmitindo uma mensagem para outro ser pensante, que nada mais são que Espíritos, não importando se no corpo físico ou fora dele.

Palavras nas suas mais diversas formas de expressão são manifestações espirituais, que representam o cabedal de conteúdo conquistado de cada um. 

Jesus lecionou: “cada um diz do que está cheio o coração...”; para ensinar que cada um se manifesta com os recursos que possui, por isso que o ignorante não se torna intelectualizado da noite para o dia e nem o culto pode retornar a mediocridade do conhecimento. O Espírito não retrograda do patamar de desenvolvimento alcançado.

Conhecendo esses detalhes pode-se aquilatar quanto vale a manifestação do indivíduo, a palavra nas suas muitas facetas.

Cuidar do que se fala é educar o Espírito, é conquistar melhor grau de evolução. 

quarta-feira, 7 de março de 2012

20 ensinamentos sobre o Centro Espírita


LEONARDO MARMO MOREIRAleonardomarmo@gmail.com  
São José dos Campos, 
São Paulo (Brasil)

 

Leonardo Marmo Moreira
20 ensinamentos sobre o Centro Espírita 
O Centro Espírita é a sede principal do Movimento Espírita. Por sua vez, o Movimento Espírita é a manifestação social viva da busca fraterna de todos nós pela Doutrina Espírita. Apesar de o Movimento Espírita estar sujeito a falhas que não correspondem ao Espiritismo, é fundamental que todos os espíritas sinceros valorizem a tarefa da Casa Espírita, reconhecendo no Centro Espírita um núcleo onde a verdadeira “Comunhão Espiritual” pode acontecer através das inúmeras atividades da Instituição Espiritista. Para que nós, espíritas, possamos contribuir para o bom funcionamento e crescimento das tarefas do Centro Espírita, é fundamental que façamos algumas reflexões sobre importantes informações a respeito desse Lar de Jesus:
 
1)                “O Centro Espírita é a Universidade da Alma”. Essa frase atribuída ao Espírito do Doutor Bezerra de Menezes e estudada com grande eloquência por relevantes oradores espíritas, como J. Raul Teixeira, denota que a função primordial da Casa Espírita é a Educação. Entendamos que Educação, nesse contexto, é algo bastante amplo, em especial, ênfase sobre os valores ético-morais do indivíduo. De qualquer maneira, como diria o próprio Raul Teixeira, esse amplo trabalho educacional começa e termina com a tarefa de “ensinar Espiritismo!”.

2)                O Centro Espírita é a sede da “Maior Revolução da Humanidade”. Essa análise do Professor J. Herculano Pires reforça que a verdadeira revolução somente poderá ser obtida através da transformação espiritual do homem para melhor. É a chamada “Revolução silenciosa” ou “Revolução interna”. Sistematicamente ensinando o homem a viver melhor, o Centro Espírita interfere direta e indiretamente na sociedade, fomentando ideais superiores e noções espirituais da vida.

3)                O Centro Espírita é “Hospital, Escola e Oficina”. Essa reflexão, elaborada por alguns ilustres confrades, tais como Richard Simonetti, representa alguns papéis da Casa Espírita. De fato, um indivíduo pode chegar, em um primeiro momento, ao Centro Espírita, necessitado de amparo espiritual ou até mesmo físico-espiritual. Concomitantemente ao tratamento espiritual, começa a se instruir nessa escola bendita sobre questões complexas envolvendo o sentido mais profundo da vida física. E, eventual e livremente, pode decidir participar ativamente desse trabalho a fim de aprofundar e ampliar suas próprias conquistas, disponibilizando-as também a outros irmãos igualmente necessitados que adentrarem as portas do Centro Espírita. 
O Centro Espírita é instituição de acesso
totalmente gratuito
 
4)                “Onde houver dois ou mais reunidos em Meu Nome, aí Eu estarei.” - A Célebre frase de nosso Mestre Jesus demonstra que a instituição religiosa, seja ela de qual denominação for, só atingirá os objetivos maiores a que foi destinada pela Providência Divina se estiver profundamente vinculada com a fraternidade legítima. Somente indivíduos que vibrem valores elevados poderão fornecer a uma construção física os valores legítimos de um verdadeiro “Lar de Jesus”. O Centro Espírita, eliminando uma série de artifícios materiais e ilusórios para a manifestação da fé, tem grande potencial para a busca de uma verdadeira religiosidade. Entretanto, essas preliminares vantagens não garantem a qualidade espiritual do trabalho se o grupo reunido não estiver harmoniosamente conectado com um verdadeiro ideal de espiritualidade.

5)                O Centro Espírita deve manter equilíbrio entre os pilares científico, filosófico e religioso. De fato, a própria origem da expressão “Centro Espírita” é até hoje motivo de debates em relação ao seu surgimento histórico, sendo que muitos atribuem sua origem à atuação de Doutor Bezerra de Menezes e seu papel conciliador no movimento espírita brasileiro do fim do século XIX. Em um movimento dividido por visões doutrinárias distintas, a ideia de “Centro” sugeriria a busca sincera pela Verdade através de uma atitude de bom senso e de compreensão com aqueles que, eventualmente, possam ter um ponto de vista ou outro ligeiramente diferenciado da interpretação mais ortodoxa da Doutrina. Outrossim, a expressão reforça o meio-termo entre as tendências mais científicas e/ou mais filosóficas e/ou mais religiosas dos grupos espíritas. Buscando sempre respeitar as bases Kardequianas, a Casa Espírita deveria estar preparada para estudar a doutrina, estudando-se continuamente, a fim de que eventuais desvios do percurso mais coerente com Allan Kardec pudessem ser corrigidos pelos próprios confrades do núcleo em questão.

6)                “Dai de graça o que de graça recebestes.” - O Centro Espírita é instituição de acesso totalmente gratuito! Esse tópico, indiscutivelmente, é um dos pontos de honra da Casa Espírita. O desrespeito a esse Ensinamento, além de desvalorizar quaisquer atividades do ponto de vista moral, elimina delas o rótulo de “Espírita”. Além disso, os dirigentes devem evitar solicitar com frequência doações de caráter material durante as reuniões públicas para não constranger os frequentadores. Independentemente do nível econômico da assembleia reunida, não devemos fazer os adeptos sentirem-se pressionados a ajudar materialmente.

7)                Palestrantes devem assistir a palestras. O trabalhador espírita não se torna jamais um espírita profissional. Desta forma, devemos ter cuidado para não repetir na Casa Espírita os equívocos cometidos historicamente por outras denominações. Os palestrantes que assistem a palestras melhoram o seu próprio conteúdo doutrinário e favorecem uma troca sadia de informações que elevará o nível de todo o grupo espírita. Além disso, os trabalhadores devem buscar ser atuantes nas suas respectivas esferas de trabalho, tentando, sempre que possível, contribuir minimamente com as demais atividades do Centro Espírita. 
Unificação Espírita não significa Uniformização Espírita
 
8)                Todos os setores do Centro Espírita devem ser valorizados. Assim, devemos apoiar os diferentes tipos de reunião doutrinária, sabendo que todas são muito úteis do ponto de vista educacional para trabalhadores e frequentadores. Tanto palestras como grupos de estudos, por exemplo, atingem metas pedagógicas e espirituais amplas e valiosas, podendo enriquecer a encarnados e desencarnados. Assim, respeitando as características dos confrades de cada Casa Espírita e as eventuais limitações de cada trabalhador no que se refere a diversos fatores, como, por exemplo, a disponibilidade de tempo, todos os setores do Centro Espírita devem ser reconhecidos como altamente relevantes para atingirmos o objetivo final da Casa Espírita que é sempre o mesmo: Ensinar Espiritismo, melhorar a nós mesmos, auxiliar aos irmãos em suas necessidades, exercitando a fraternidade e a capacidade de trabalharmos em equipe.

9)                As reuniões mediúnicas são privativas. Sem tal critério, jamais o intercâmbio mediúnico adquirirá a qualidade necessária para um trabalho de maior valor espiritual. Ademais, riscos inerentes ao trabalho mediúnico serão potencializados e todos os envolvidos no projeto serão limitados em sua capacidade de ajudar e de serem ajudados.

10)            Os companheiros da Casa Espírita são membros da nossa família espiritual. A convivência no Centro Espírita é oportunidade de promover a verdadeira “Comunhão Espiritual”. Portanto, devemos considerar os confrades do Centro Espírita como verdadeiros membros da nossa família pessoal.

11)            Valorizar todas as chamadas “pequenas” tarefas. Diz-nos o Evangelho: “Se não podeis com as Coisas Mínimas, por que estais ansiosos pelas outras?”. Sempre é importante lembrar que se o Centro Espírita está limpo é porque alguém limpou. Se as contas de água, luz e telefone são pagas é porque alguém tem contribuído para isso. Os espíritas mais conscientes devem solicitar pequenas responsabilidades desse teor para que os dirigentes da Casa possam sempre manter discrição sobre assuntos de manutenção material da casa, evitando erros grosseiros mantidos até hoje por outras denominações religiosas que mercantilizam as reuniões de ensino evangélico solicitando ajuda financeira.

12)            Se possível, preferir atendimentos de Passes após exposições evangélicas. Todo o intervalo de tempo que dura a sessão espírita torna a ação fluidoterápica muito mais eficiente, pois a condição vibracional de todos os presentes tende a estar em um patamar espiritual bem superior àquele do início da reunião. Além disso, quando os passes ocorrem durante a reunião, tanto os passistas como os assistentes que receberão os passes perdem, no mínimo parcialmente, o conteúdo explanado pelos expositores.

13)            “Unificação Espírita não significa Uniformização Espírita.” - Esta frase enunciada por Divaldo Pereira Franco é bastante significativa na nossa busca de harmonização no relacionamento entre confrades de uma determinada casa espírita e, até mesmo, entre os diferentes grupos espíritas. Assim, mesmo em casas que sejam igualmente respeitadoras dos postulados Kardequianos, é possível identificar algumas peculiaridades que não representam nenhuma diferença na essência do conteúdo ministrado e praticado por cada grupo espírita.

14)            Ter a consciência que realmente o Espiritismo começa com “O Livro dos Espíritos”, mas não termina com ele. Logo, o estudo de todas as obras Kardequianas, inclusive a Revista Espírita, bem como de diversas obras subsidiárias de elevado valor, favorecerá significativamente o crescimento em nosso conhecimento, enriquecendo as reuniões tanto para os encarnados como para os desencarnados.
Se houver demanda, apoiar iniciativas artísticas
no campo espírita

15)            Valorizar o trabalho na Casa Espírita como um serviço extraordinariamente relevante! Aqueles que sugerem o contrário, ou não são, de fato, espíritas propriamente considerados, ou podem estar sujeitos a influências espirituais negativas.

16)            Não permitir a ocorrência de bingos, bailes e outras atividades similares sob o patrocínio do Centro Espírita. Quando se tratar de eventos nas dependências da Casa Espírita ser ainda mais rigoroso para que a Casa de Jesus não possa vir a ser lenta e gradualmente desvirtuada de sua vibração superior e de suas finalidades precípuas. Tal negativa deve ser mantida mesmo que tais eventos estejam “amparados” sob o falso pretexto de que os recursos obtidos serão vertidos à caridade. Os fins não são justificados pelos meios e as atividades no ambiente espírita ou promovidas pelo Centro Espírita devem zelar pelo nome do Espiritismo bem como pelo Evangelho de Jesus. Não respaldar tais eventos é fundamental para não violentar as diretrizes evangélico-doutrinárias de todos os espíritas.

17)            Se houver demanda, apoiar iniciativas artísticas no campo espírita. Entretanto, tal aprovação somente deve ser fornecida se houver um elevado critério na seleção do roteiro das peças teatrais, nas letras das músicas consideradas espíritas etc. Não apoiar, todavia, ensaios e reuniões artísticas que substituam horários de reuniões doutrinárias, como, por exemplo, a reunião da mocidade espírita. Não devemos trocar o essencial pelo acessório.

18)            Evitar comentar ou sugerir a leitura de obras ditas espíritas ou não, mas de conteúdo duvidoso, que possam criar imagens e/ou diretrizes comportamentais equivocadas ou erros doutrinários na mentalidade dos assistentes. Lembrar sempre que cada indivíduo tem fragilidades espirituais específicas e todos nós, sobretudo trabalhando no meio espírita, temos grande responsabilidade em não alimentar distúrbios espirituais.

19)            Apoiar, sempre que possível, os trabalhos de casas espíritas que não frequentamos. Quanto mais evoluímos, mais trabalhamos por um número cada vez maior de criaturas, pois as nossas responsabilidades, estabelecidas em nossas consciências, passam a reconhecer um número muito maior de indivíduos como verdadeiros amigos e irmãos.

20)            Jamais distorcer a verdade doutrinária para justificar eventuais erros comportamentais individuais. Por outro lado, nunca usar de “desculpismos” de que somos inferiores para fugir da responsabilidade do trabalho doutrinário, reconhecendo que, quanto maior for a nossa queda moral, maior será a nossa necessidade de amparo doutrinário para que outras quedas não aconteçam novamente na presente reencarnação. Assim sendo, a vergonha relacionada à falha cometida pode ser uma provação incômoda, mas necessária, para que os confrades não nos considerem indivíduos desprovidos de grandes fragilidades espirituais e para que nós não nos envaideçamos na tarefa do bem que mal começamos a cultivar. Ademais, sempre reconhecer em Jesus e Allan Kardec nossos grandes Mestres e nos Mentores Espirituais os verdadeiros trabalhadores das tarefas que eventualmente sejam bem-sucedidas na seara espírita. Essa consciência é fundamental para os trabalhadores tanto nos projetos bem concluídos como nos objetivos que não puderam ser bem executados.


Texto extraído da Revista Eletrônica "O Consolador", que pode ser acessado no endereço:

Outros textos podem ser lidos no endereço: 

sexta-feira, 2 de março de 2012

Fenômenos Naturais



Tudo se transforma em a Natureza, ocorrem destruições de grande monta: construções, vegetações, inclusive do homem.

Seria injustiça? De quem para com quem? Não; não existe injustiça, estamos sob a governança Divina, tudo tem um razão de ser.

O homem tem dificuldades para entender isso, pois se julga prejudicado em “suas perdas”, pelos transtornos à sociedade, pelas ocorrências econômicas... 

Quando for corrente o entendimento que todos os seres humanos são espíritos e que o trânsito na vida material é temporário e que a vida regular é no mundo espiritual, então ficará mais fácil entender.

Ampliando-se a compreensão sobre os mecanismos evolutivos, sobre as reencarnações, pelas quais todos passam; compreende-se que participou, em algum momento de eventos coletivos de beligerância, tais como guerras, massacres, eliminação voluntária de populações para locupletarem de seus pertences...

Daí como tudo se transforma e se renova, para reflorescer novos períodos evolutivos, tanto dos seres vivos como do próprio Planeta, que também é um organismo pulsante.

A convulsão telúrica responsável pelas transformações das paisagens, também serve de meio para oportunizar ajustes coletivos, daqueles que coletivamente realizaram destruições a bel-prazer, sentindo-se necessitados de perecer ou sofrer as injunções de tais acontecimentos de forma a livrarem-se de seus registros de consciência que perduram desde épocas recuadas.

Os que precisam passar pela experiência sempre estarão nas proximidades das possíveis catástrofes e àqueles que estiverem longe no momento aprazado estão rumando ao encontro dos recursos libertadores. 

Não há fatalidade; há planejamento compatível com a condição consciencial de cada um; em grande parte é o próprio devedor que estabelece tal desfecho da sua existência, vez que vendo sua realidade espiritual, antes de renascer na carne, avalia quanto melhor estará após essa passagem, que pode ser aflitiva.

Não é sem propósito que os eventos terreais como as enchentes, deslizamentos, vendavais, tornados, terremotos, “tsunamis” e todos os demais fenômenos que geram destruições, ceifando muitas vidas, existem.

Nem de longe se pode pensar em vingança da Divindade pelas arbitrariedades dos homens, mas são os portadores de consciências manchadas que se põem no caminho das possibilidades, pela atração das afinidades vibratórias espirituais.


O homem é parte da Natureza e da Natureza participa em igualdade de condições com os demais reinos, salientando que tem consciência e discernimento e responde por suas ações, da mesma maneira que interfere na harmonia do Planeta e de seus habitantes.

O abuso gera desarmonia, que produz dor, algum dia.

Dorival da Silva

Compreensão Espírita

O espírita quando, finalmente, alcança a compreensão de que, espiritualmente, trabalha para si e não para os outros:  -- nada mais o faz recuar, nada mais o desanima, nada mais o entristece, nada mais o decepciona, nada mais o magoa...

Quando o servidor de Jesus na seara espírita, conquista o entendimento maior de que é o artífice da própria felicidade, na construção cotidiana do destino, nada mais o abate, nada mais o desespera, nada mais o deprime...

Quando o discípulo do Evangelho nas luzes da Terceira Revelação, assimila, em espírito e verdade, as lições do Mestre, ele não mais se permite cruzar os braços, perder tempo em polêmicas estéreis, tecer críticas destrutivas; ele não mais se consente a ociosidade, malbaratando o tesouro dos minutos; ele se esforça sem procurar reconhecimento, aplausos, louvores, elogios, destaques meramente humanos; trabalha como quem presta obediência unicamente a Deus, na convicção inabalável de que a Lei o observa em ação, registrando o menor de seus gestos, e considera as suas intenções em tudo quanto faz!

Quando o espírita atinge, assim, a maioridade espiritual a que estamos nos referindo, liberta-se das querelas humanas, emancipa-se das picuinhas terrestres que, para tantos outros, constituem provações difíceis de serem superadas...

Contam-se aos milhares as almas que poderiam avançar, mas que permanecem estacionadas, porque se deixam paralisar pelas energias pessimistas. 

Quando o espírita logra o estágio de sua própria emancipação íntima, caminha imperturbável, realizando sempre, trabalhando com alegria e oferecendo de si mesmo o melhor do melhor.

Albino Teixeira
Psicografia  do médium: Carlos A. Baccelli,  
extraída    do livro  Mediunidade, Corpo e Alma.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Causalidade


Somos um mundo de causas, ao mesmo tempo em que somos mundo de efeitos. A doença e a cura. O mestre e o aluno. A origem causal do que somos.

O homem, na sua essência, é o produto mais perfeito da Natureza, depois de seu início, a criação Divina, a construção é sua. O ser espiritual é perfeito de origem, mas sutil e neutro, composto de todas as possibilidades, que estão adormecidas, aguardando ambiente espiritual adequado para eclodirem, tornarem-se causas.

O despertar é lento, percorre tempo infindável, as movimentações vão mostrando o que é bom e o que é ruim, no entanto, é uma descoberta que se faz com o resultado de cada ação, depois de compreendida e experimentada.

Em outro passo, essa verificação, vivida e maturada, desperta em relação aos outros, porque de mesma maneira observa o que é bom ou ruim, nos seus efeitos e consequências, que retornam para si mesmo.

Nenhum ser surgiu com um manual, conquanto a consciência, que sofre a tal construção, que será autônoma depois de saber discernir, mesmo que relativamente.

As orientações externas, daqueles que chamamos mais vividos, tais como nossos pais, tem a figura de nos chamar a atenção para aquilo que já vivemos em vidas passadas e não lembramos objetivamente, mas o que temos no eu profundo, que está encoberto, pelos recursos da reencarnação, em nosso proveito, para nos dizer tenha cuidado, isso você já viveu e não foi bom, é a observação do pendor negativo, vez que o certo e o justo sempre serão apoiados, pois o bem não precisa ser justificado diante da consciência. 

Precisamos atenção para perceber de como somos e o que estamos realizando, analisar os efeitos do que causamos aos outros, é o espelho da nossa imagem causal, que mostra a posição evolutiva, a nossa condição espiritual.

A responsabilidade aumenta conforme o discernimento desabrocha. É intimo. Por isso, a consciência dos atos torna-se juiz implacável, vez que conhece a causa e não aceita retrocesso, não aceita ignorar o que já foi revelado, percebido e compreendido. Daí que antes de qualquer ação deve anteceder a reflexão, nesse exercício buscamos todos os valores para precisar ou antever os resultados e seus desdobramentos, porque com todas as vivências dos tempos que não se contam, tem condições de avaliar se devemos ou não, se os resultados serão bons ou não, é a razão, é a consciência e a lucidez, mesmo que ainda um pouco embaçadas, mostrando a nossa própria direção na vida.

Deflui com isso que ninguém é responsável pelas nossas dores e nem pelas nossas felicidades, muito embora a influência de uns nos outros. Recolhemos o que nos toca, porque sempre os efeitos retornam à causa. São Francisco ensinou: “é dando que se recebe...”; é por isso que retornamos à origem da origem, à causa da causa primeira, que é Deus, mas nos aproximamos lentamente, através da esteira do tempo, de acordo com o crescimento espiritual, até chegarmos ao estado de sublimidade, onde a interação se faz grandiosa e definitivamente.

Dorival da Silva