Nos dias mais tumultuosos da atividade cristã, durante as perseguições iniciadas por Saulo e pelo Sinédrio, assim como aquelas desencadeadas mais tarde pelos imperadores romanos, a comunhão com o Mais Além constituiu o estímulo e fortalecimento da fé, para que os apóstolos e mártires pudessem enfrentar os inimigos comuns, dominados pela coragem e pelo arrebatamento espiritual. As incomparáveis comunicações dos Espíritos com os trabalhadores da seara de Jesus vitalizavam-nos, oferecendo-lhes o divino pábulo para que não desfalecessem no turbilhão dos ódios desenfreados que lhes arrebatavam tudo, humilhando-os, afligindo-os e roubando-lhes as vidas mediante a urdidura de planos nefandos. A tirania farisaica era hábil em criar situações persecutórias, refinando sempre os métodos de antagonismo através das infindáveis arengas com que envolviam a lei mosaica de tal forma que ninguém, tornado sua vítima, conseguia fugir às injunções cruéis que promovia. Dessa inesgotável e generosa fonte da imortalidade jorrava a água lustral e cristalina que dessedentava as vítimas e as sustentava antes e durante os testemunhos vigorosos. Os métodos insanos das bastonadas e chibatadas, dos ferimentos nos lábios e na face, logo seguidos do apedrejamento até a morte, quando não era utilizada a cruz de vergonha e de supremo desprezo pela vida dos outros, sempre se caracterizavam pela absoluta ausência de compaixão, de misericórdia, de respeito, demonstrando a ferocidade maldisfarçada pelas vestes impecáveis e pela conduta de gestos medidos... Os romanos, por sua vez, eram específicos em punições perversas em que dilaceravam as vítimas ou as queimavam com o azeite fervente, com ferros em brasa, em combates com as feras, com os centuriões ou simplesmente os martirizavam nos espetáculos burlescos, disfarçados de teatro do horror, em que padeciam cruelmente na representação de irônicas peças mitológicas da tragédia ancestral... Infelizmente, o ser humano sempre descobre métodos bárbaros para afligir as demais criaturas, atingindo supremos níveis de bestialidade que é despertada de maneira rápida e por qualquer pequena faísca de ira que se converte em ódio. Surpreende a qualquer estudioso dos espetáculos circenses e das infames perseguições contra os discípulos de Jesus, a coragem com que enfrentavam o martírio, muitas vezes cantando, sem o menor rancor pelos seus insensíveis algozes, o que mais os exasperavam... Essa força desconhecida provinha do Mestre amado e da certeza do valor das Suas promessas, bem como da presença dos Espíritos amigos e protetores que os assistiam, infundindo-lhes ânimo sempre novo e vitalidade desconhecida. Quanto mais terríveis eram as tenazes com que tentavam silenciá-los, mais altivez e dignidade revestiam as vítimas das cruentas injunções. Esses inexcedíveis amigos desencarnados rociavam com a sua ternura as ardências das dores acerbas, lenindo os sentimentos dos valorosos servidores transformados em réprobos, fazendo que as suas existências fossem o testemunho ímpar da sua crença libertadora. * * * Em todas as épocas da humanidade sempre foram ouvidas as vozes do Além-túmulo, confirmando a sobrevivência da vida ao fenômeno desagregador da morte biológica. Foram os imortais que comunicaram ao mundo físico a sobrevivência em inequívocos testemunhos da imortalidade. Suas vozes claras e dignificantes ressoaram do túmulo convidando os demais seres humanos a reflexionar em torno dos seus ensinamentos, ora em forma de cantos de sublime beleza, noutros momentos em informações complexas e verdadeiras, mas também mediante os graves distúrbios obsessivos que esmagavam os deambulantes carnais. Constituindo a população pulsante do Universo, os Espíritos, no Cristianismo, têm sido a força viva e atuante ao lado dos seus irmãos da retaguarda material deles necessitados. Jesus dialogou com alguns, apresentassem-se na condição de vampirizadores das energias das suas vítimas, ou vingadores das ofensas sofridas e não desculpadas ao longo do tempo, de igual maneira com o inesquecível legislador Moisés e o profeta Elias no memorável fenômeno da transfiguração, quando esses O reverenciaram... Foram, no entanto, a Sua ressurreição gloriosa e a Sua convivência com os discípulos, que assinalaram de maneira explícita e grandiosa o intercâmbio espiritual que o Espiritismo adota na vivência dos seus postulados, ensinados pelos próprios mentores e guias da sociedade. Mediante esse intercâmbio de bênçãos reformulam-se conceitos existenciais, abrem-se espaços para a esperança e a certeza da continuidade do amor além dos limites orgânicos e para a felicidade sem jaça após o portal de cinza e de lama da sepultura. Por isso, as células cristãs do Espiritismo sempre terão nas comunicações espirituais, a fonte geradora de luz da imortalidade, para diminuir as sombras do caminho evolutivo, para a sustentação do ânimo dos seus membros, para o encorajamento ao trabalho, quando o desfalecimento ameace ou as perseguições, que prosseguem sob outros aspectos, atemorizem os corações menos fortalecidos. Jamais faltam o convívio com os imortais, as claridades da sua sabedoria, a presença estimuladora, o doce encantamento das suas vozes, sustentando as forças combalidas ou não dos transeuntes terrestres. A caridade deles para com os seus irmãos reencarnados é imensa, estando sempre às ordens, testemunhando-lhes fidelidade e amor, a fim de que todos possam alcançar os altiplanos da espiritualidade em clima de festa de corações e arrebatamento das emoções superiores. Por sua vez, sustentados pela mágica assistência desses anjos tutelares, os lidadores do bem terão mais encantamento para seguir adiante, assinalando a sua passagem na Terra em sombras com as estrelas luminosas da sua bondade e da afeição a todos os seres, semeando esperança e alegria de viver, superando as angústias da morte e os desencantos da existência. Desse modo, mantém-te atento às inspirações que procedem do Mais Além, deixando-te conduzir pelos formosos Benfeitores da humanidade que trabalham ao teu lado em favor do mundo melhor e da sociedade mais feliz. Não fosse esse formidando auxílio e muito mais difícil seria o prosseguimento dos ideais superiores, em face dos enfrentamentos perversos da cultura imediatista e ateia que vive na Terra. * * * Nos inolvidáveis dias do martirológio cristão, enquanto as lágrimas e as angústias dilaceravam as esperanças das vítimas, confundindo-se com a psicosfera pestilenta dos recintos infelizes, os angélicos amigos espirituais esparziam o zéfiro perfumado e aguardavam que as carnes despedaçadas libertassem-lhes os Espíritos, a fim de os conduzirem aos páramos celestiais, vitoriosos após as refregas impostas pela evolução. Seja em qual situação te encontres hoje, recorda Jesus sempre amoroso, oferecendo-te apoio e vontade, ao mesmo tempo facultando que os Seus embaixadores rompam a cortina de matéria e entrem em contato contigo através dos fios invisíveis da inspiração e do apoio. Segue adiante sem temor, porque o curso da vida não se encerra no túmulo, e além dele estua o amor vigilante e misericordioso. Joanna de Ângelis Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na manhã de 8 de junho de 2011 na residência de Josef Jackulak, em Viena, Áustria. Mensagem extraída do site:http://www.divaldofranco.com.br/mensagens.php?not=243 |
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quinta-feira, 12 de janeiro de 2012
Comunhão com o mais Além
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sexta-feira, 6 de janeiro de 2012
Passeterapia
Restituí a saúde aos doentes... Mateus, 10:8. A proposta de Jesus para que os seus discípulos se aplicassem ao ministério da cura das enfermidades, que afligem as criaturas humanas, encontra suporte abençoado na terapia através dos passes. A transmissão da energia constituída por raios psíquicos-magnéticos está ao alcance de todas as criaturas que se queiram devotar à ação do bem. O dom de curar não constitui privilégio de ninguém, embora algumas pessoas sejam mais bem aquinhoadas dos recursos energéticos destinados a esse fim. Desejando contribuir em favor da saúde do seu próximo, cabe ao interessado equipar-se dos recursos hábeis para o desiderato. Inicialmente, o desejo sincero de servir torna-se-lhe fundamental para o empreendimento a que se propõe. Interessado em adquirir o conhecimento para lograr os resultados melhores, cabe-lhe conhecer a natureza humana, a constituição orgânica e os fulcros de energia no corpo físico bem como no espiritual, assim como as leis dos fluidos, desse modo, equipando-se com os elementos valiosos indispensáveis ao tentame. Em seguida, torna-se necessária a consciência do contributo que deve oferecer, trabalhando os sentimentos da simpatia, da amizade e da compaixão, a fim de envolver o enfermo em ondas de energia favorável à sua recuperação. Cuidados especais são-lhe imprescindíveis, tais como a higiene física e mental, mediante os hábitos superiores da oração e dos bons pensamentos, cultivando as ideias edificantes, reflexionando em páginas portadoras de conteúdos morais relevantes, para servirem de sustentáculo emocional ao equilíbrio. A mente é a fonte geradora da energia que procede do Espírito e se transforma em ação. Todo e qualquer investimento inicia-se na sede da alma, transformando-se em ideia e corporificando-se em ato. Pensar corretamente, cultivando os ideais do amor, da fraternidade e do bem, são a regra áurea para uma existência saudável e, portanto, para ser repartida em favor daqueles que se encontram em situação menos favorável. Adotando atitudes morigeradas e evitando qualquer tipo de comportamento esdrúxulo ou carregado de misticismo, o passista deve manter-se sempre sereno e em condição de sintonia com os abnegados mentores do Mais Além. A iniciativa do bem nasce no sentimento da criatura humana e encontra ressonância na Espiritualidade que, de imediato, se faz presente através de nobres Amigos dedicados ao labor da misericórdia e do progresso. Naturalmente, à medida que o passista se afeiçoa à atividade e adquire autoconfiança, mais facilmente registrará as presenças dos nobres guias espirituais que passarão a supervisionar-lhe a tarefa, predispondo-se ao auxílio valioso com segurança por seu intermédio. O passista é alguém que opta pelo edificante serviço de ajuda ao próximo por ocasião da sua problemática no campo da saúde. Mas, não somente pode ser útil no período de enfermidade, quanto também nos processos de revitalização de energia dos que estão mais debilitados, assim como na renovação de entusiasmo e de forças para o prosseguimento da jornada reencarnacionista. De igual modo, favorece a solidariedade por meio da conversação edificante, do aconselhamento fraternal, ensejando, a quem necessite, diretrizes dignas para o feliz desiderato existencial. Trabalhando-se emocionalmente e cada vez mais conscientizando-se da responsabilidade assumida, é imperioso esforçar-se para adquirir e multiplicar os bônus de energia que possa doar. Tal recurso é conseguido como decorrência natural do esforço que empreende e da dedicação ao serviço socorrista. De bom alvitre também, ter em mente que a investidura curativa não o imuniza contra os agentes do mal, as contaminações, os desgastes, os fenômenos perturbadores, as possíveis obsessões, os transtornos do cansaço e do mal-estar... Todo indivíduo encontra-se sujeito às intercorrências da jornada empreendida, não havendo regime de exceção, e caso houvesse daria lugar a procedimentos de injustiça nos divinos códigos, privilegiando uns em detrimento de outros. O trabalho é o campo especial de desenvolvimento dos valores adormecidos no ser, que se agiganta na razão direta em que empreende as atividades de enobrecimento moral e espiritual, desse modo, a ginástica para o Espírito é o contínuo labor em benefício da autoiluminação. Para bem desincumbir-se, portanto, do mister aceito espontaneamente, é necessário ao passista desfrutar de saúde, especialmente moral, tanto quanto psíquica, emocional e física, a fim de poder transmiti-la com eficiência aos necessitados que o busquem. Sempre que experimente, porém, algum mal-estar ou qualquer outra sensação desagradável durante a operação socorrista, é justo considerar que algo se encontra desajustado nele próprio, Por certo, deve estar intoxicado pelos resíduos de vibrações negativas, por tentativas de perturbações provindas de fora, por obsessão instalando-se... Cabe-lhe suspender de imediato o concurso fraternal e, mentalmente, em clima de calma, sem qualquer prática externa, concentrar-se, e, pelo pensamento, procurar eliminar as energias deletérias, expulsando-as das áreas em que se encontram localizadas, fazendo-as sair pelas extremidades inferiores... Noutras circunstâncias, é de bom alvitre, antes da aplicação dos passes nos enfermos, fazê-la em si próprio através dos recursos mentais de que é portador. A irrestrita confiança em Deus, conectando-se às Fontes da Vida, proporcionará a correta captação de forças psíquicas e fluídicas que serão transmitidas aos sofredores, auxiliando-os na necessária recuperação. Em qualquer cometimento, portanto, de natureza espiritual, são indispensáveis o amor e a caridade como recursos transcendentes para os bons resultados do labor em desenvolvimento. Conscientizando-se de que sempre transitará na faixa vibratória dos próprios pensamentos e atos, a manutenção dos valores otimistas e edificantes torna-se de vital significado. Restituí a saúde aos enfermos – propôs Jesus – enfermos, que somos ainda quase todos, nEle, o Sublime Psicoterapeuta, encontramos o apoio necessário a fim de servirmos com abnegação, certos de que ao largo do tempo conseguiremos a saúde integral. Manoel Philomeno de MirandaPágina psicografada por Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica da noite de 19 de janeiro de 2009, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.Extraído do site:http://www.divaldofranco.com.br/mensagens.php?not=244 |
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
As crianças não-batizadas
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domingo, 25 de dezembro de 2011
Sexo e educação
Arrancado das masmorras, dos porões do obscurantismo, da ignorância para a praça pública da agressão e vulgaridade, o sexo continua a merecer, se não a exigir tratamento condigno por parte de educadores, psicólogos, sociólogos, religiosos, de todas as pessoas sensatas.
Ignoradas ou relegadas a plano secundário as funções da sua usança com responsabilidade, no ministério procriativo, prossegue recebendo estardalhaço e escândalo, embora sob o disfarce de educação, em moldes provocativos e de escárnio.
A ausência de maturidade emocional em muitos daqueles que se encarregam de estudá-lo com objetivos de divulgação, quase sempre portando problemas de complexidade imensa, que os torna incapazes de formulações de elevado conteúdo, esses apressados educadores mais perturbam e açulam as mentes jovens do que as orientam para as finalidades superiores da vida.
De profundas e graves complexidades na sua aparelhagem fisiológica, com correspondentes vinculações psicológicas mais afetas ao campo da alma encarnada, o sexo é sempre resultado, numa vida, das experiências cultivadas nas existências anteriores.
De profundas e graves complexidades na sua aparelhagem fisiológica, com correspondentes vinculações psicológicas mais afetas ao campo da alma encarnada, o sexo é sempre resultado, numa vida, das experiências cultivadas nas existências anteriores.
Qualquer estudo das questões da sexualidade, portanto, para alcançar as legítimas finalidades, como contributo imprescindível para a paz do homem e o equilíbrio da comunidade, deverá ser feito mediante o exame da anterioridade da alma, sem o que, por mais se penetrem nas causas dos seus distúrbios, defrontar-se-ão, em realidade, efeitos dos fatores reais, que dormitam desde o pretérito espiritual, expressando-se nas caracterizações duvidosas em que ora sejam apreciadas.
Por isso que as várias gamas das suas manifestações fora da heterossexualidade não podem ser examinadas e concluídas perfunctoriamente, assim como os dramas da sexualidade no lar, de difícil compreensão imediata nas suas causalidades, jamais encontrarão ao soluções nos aberrantes comentários do sensacionalismo livresco ou do periodismo escabroso...
A ciência conhece, sem dúvida, grande parte dos mecanismos fisiológicos, anatômicos e alguns resultantes emocionais das engrenagens sexuais, após significativas incursões e honestos trabalhos de investigação responsável.
Falta, no momento, uma filosofia ética sobre a correta utilização do sexo como normativa eficaz para o exercício das suas faculdades.
O homem controla o fogo e drena regiões pantanosas.
Engenhos hidrelétricos extraem dos cursos d’água, em barragens monumentais, fo9rçpa colossal que movimenta cidades gigantescas.
As leis de trânsito corrigem os abusos de condutores de veículos, e policiais, juristas, administradores hábeis conduzem a disciplina na comunidade, tentando evitar a criminalidade, a corrupção.
Espaçonaves engenhosas rasgam os espaços sob controles remotos, respondendo corretamente a programações extensas com que o homem penetra nos intrincados fenômenos do Cosmo.
Hábitos de higiene confraternizam com técnicas de comportamento; criteriosas terapêuticas preventivas e medidas profiláticas contribuem eficazmente para o equilíbrio, para a felicidade humana...
Todavia, quando se trata dos compromissos e das relevantes manifestações sexuais recorrem-se a tabus ou a atitudes do cinismo, sem a sã preocupação de um comportamento sério, grave, com vistas ao entendimento da questão, em clima de elevação, naturalidade, sublimação.
Inclusive no capítulo do sexo, Jesus foi excelente educador, orientando-o, embora veladamente quando à necessidade de o conduzir a fim de não ser por ele perturbado e mal dirigido, ao elucidar: “Onde estiver o tesouro aí se encontrará o coração.”
O problema do sexo, em grande parte decorrente da educação, resulta, sem dúvida, da atitude mental que se mantém em relação a ele.
Colocando-se o pensamento exclusivamente nas suas necessidades, reais ou falsas, estas assomarão em atividade perniciosa, geradora de alienações e promotora de suicídios.
Dirigido pela mente esclarecida, faz-se nobre instrumento da vida, produzindo equilíbrio emocional e paz, na programação para a qual foi elaborado pela Divindade com os elevados misteres da perpetuação da espécie.
Carneiro de Campos
(Mensagem extraída do livro: Terapêutica de
Emergência, psicográfica de
Divaldo Pereira Franco.)
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
Exaltação do Natal
Se já consegues perceber a sublime mensagem do Natal de Jesus, faze um exame dos benefícios que fruis com o conhecimento e dos resultados produzidos na tua vida.
Refaze, mentalmente, o caminho percorrido, desde que a sinfonia do natal permeou teu espírito de alegrias, e considera as tuas atitudes.
Embalado pelo cântico da esperança cristã, rememora quantas lágrimas estancaste, quantos companheiros soergueste da queda moral lastimável, quantos corações vitalizaste com a fé clara e pura, quantas vezes silenciaste se ultrajado, se perseguido, se instado ao revide, quanto desculpaste reatando liames de afeto com o ofensor, quanto confiaste embora aparentemente perdido, quanto pudeste perseverar nos propósitos sadios, apesar das tentações de toda ordem!... Tens elegido a serenidade como companheira nas horas difíceis, o amor como sustentáculo das tuas aspirações, a caridade como normativa fraternal e a fé como lâmpada sempre acesa no curso das tuas horas?!
O Natal evoca o Rei Divino descendo à Terra para amar, como uma lição viva e inconfundível de como se devem conduzir os amados que conseguem amá-Lo.
Esses, os que ensaiam amá-Lo, experimentam gáudio pelo Seu nascimento, mas não convertem a alegria em estroinice nem a gratidão afetuosa em repasto exagerado, motivando desequilíbrios e abusos de variada contextura.
Buscam, à semelhança d’Ele, aqueles que não têm tido ensejo de ser amados nem socorridos e cujos leitos de dores se encontram à mercê das escuras tormentas da aflição em que eles se debatem, convertendo os sentimentos de que se encontram possuídos em alavancas de socorro e proteção.
Não se queixam, nem lamentam, pois que têm os olhos n’Aquele que tudo cedeu e todas as honras desdenhou para exaltar o amor e elevá-lo à condição de astro-rei no arquipélago das conquistas humanas.
*
Se ainda não consegues sentir a glória do Natal de Jesus vibrar nas íntimas fibras do teu ser, porque a tua coleta há sido de desencantos e tristezas, perversidades e incompreensões, ou porque as amarras do cepticismo cedo te enovelaram aos pélagos da indiferença pelas questões transcendentais do espírito, evoca a história daquele Homem que medrou como lírio imaculado em chavascal odiento e não se conspurcou, que viveu sitiado pelo sofrimento de todos e não desanimou, que sofreu zombaria e apodo de toda natureza e não descreu, que se viu a sós quando mais era convocado ao testemunho ímpar e não se fez amargo nem decepcionado.
Recorda-O, simples e majestoso, face crestada pelo sol, cabelos ao vento, pés sangrentos, esguio e nobre, misturado à plebe, enxugando suor e lavando feridas, limpando raízes morais, acolitado por mulheres mutiladas nos ideais da maternidade e reduzidas à condição mais dolorosa, e por homens vencidos por impostos exorbitantes ou dominados por misérias sem nome... Elegeu esses, os sem-ninguém, à condição de amigos, sem se voltar contra aqueles outros, também infelizes, momentaneamente guindados ao poder ou enganados pela ilusão.
A cruz em que o cravejariam mais tarde, simbolizou-a sempre, de braços abertos, aconchegando ao perito afável quantos desejassem paz e, descrentes, necessitassem de luz e vida.
Evoca-O, e deixa que cheguem ao teu espírito e o penetrem, neste Natal, as vibrações d’Ele, o Amigo por quase todos esquecido, que jamais se esqueceu de ninguém.
*
Aquieta o turbilhão que te atordoa, e, enquanto se espraiam no ar as sutis vibrações do Natal de Jesus, escuta a voz dos anjos e alça-te dos sítios sombrios onde te demoras para as culminâncias do amor clarificador de rotas em homenagem ao Governador da Terra, quando da sua visita, no passado, para que, agora, novamente Ele te possa visitar, sendo o conviva invisível e presente na formosa festa de paz em que se converterão tuas horas de agora em diante.
O Natal é mensagem perene que desceu do Céu para a Terra e que agora, em ti, se levanta da Terra na direção do Céu.
Nota – Tema para estudo: L.E. (O Livro dos Espíritos) -- Parte 3ª – Capítulo I – Conhecimento da lei natural.
Leitura complementar: E. (O Evangelho Segundo o Espiritismo) – Capítulo I – O Cristo – Itens 3/4.
Joanna de Ângelis
(página extraída do livro Lampadário Espírita,
psicografia do médium Divaldo Pereira Franco.)
Sugestão – As obras citadas na “nota” acima podem ser consultadas no endereço: http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/bibliotecavirtual/principal.html
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
Memória Além-Túmulo
Nos dias atuais se
fala muito em destruição, atentados, assassinatos, insurgências de toda ordem;
enfim, muito desrespeito para com a existência. Embora o ser humano carregar a
própria história, transita com um corpo de carne, tendo-o desgastado por muitos
fatores, que se enumeram, principalmente, com a velhice, a doença, o
acidente..., ainda, a autodestruição, pelo suicídio direto ou indireto,
abandona o corpo de manifestação no mundo material mantendo toda a memória,
recobrando-a no plano espiritual, de acordo com as suas possibilidades morais. Com
essa abordagem vamos transcrever adiante a questão nº 220 de "O Livro dos Espíritos", de Allan Kardec, e o texto
extraído do livro: Religião dos Espíritos, do espírito Emmanuel, pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, esta que
enseja o título da postagem, que é muito elucidativa sobre a percepção própria
do Espírito quando retorna à espiritualidade.
220 – Mudando de corpo (reencarnando), pode o Espírito perder algumas faculdades intelectuais, deixar de ter, por exemplo, o gosto das artes? (grifo nosso).
Resposta dos Espíritos responsáveis pelas revelações constantes da Codificação Doutrinária Espírita: “Sim, se corrompeu sua inteligência ou a utilizou mal. Além disso, uma faculdade qualquer pode ficar adormecida durante uma existência inteira, se o Espírito quiser exercitar outra que com ela não guarde relação. Neste caso, permanece em estado latente, para ressurgir mais tarde.”
Na continuidade registramos o comentário do Espírito Emmanuel, que se deu em reunião pública do dia 16-01-1959, em estudo realizado juntamente com a equipe da Comunhão Espírita Cristã da cidade de Uberaba (MG), com a anotação do médium Francisco Cândido Xavier, como segue:
“Memória além-túmulo
Reunião pública de 16/1/59
Questão nº 220
Automaticamente, por força da lógica, elege o homem na contabilidade uma das forças de base ao próprio caminho.
Contas maiores legalizam as relações do comércio e contas menores regulamentam o equilíbrio do lar.
Débitos pagos melhoram as credenciais de qualquer cidadão, enquanto que os compromissos menosprezados desprestigiam a ficha de qualquer um.
Assim também, para lá do sepulcro, surge o registro contábil da memória como elemento de aferição do nosso próprio valor.
A faculdade de recordar é o agente que nos premia ou nos pune, ante os acertos e os desacertos da rota.
Dessa forma, se os atos louváveis são recursos de abençoada renovação e profunda alegria nos recessos da alma, as ações infelizes se erguem, além do túmulo, por fantasmas de remorso e aflição no mundo da consciência.
Crimes perpetrados, faltas cometidas, erros deliberados, palavras delituosas e omissões lamentáveis esperam-nos a lembrança, impondo-nos, em reflexos dolorosos, o efeito de nossas quedas e o resultado de nossos desregramentos, quando os sentidos da esfera física não mais nos acalentam as ilusões.
Não olvideis, assim, que, além da morte, a vida nos aguarda em perpetuidade de grandeza e de luz, e que, nessas mesmas dimensões de glorificação e beleza, a memória imperecível é sempre o espelho que nos retrata o passado, a fim de que a sombra, reinante em nós, se dissolva, nas lições do presente, impelindo-nos a seguir, desenleados da treva, no encalço da perfeição com que nos acena o futuro. ”
Observação - a obra inteira pode ser consultada através do endereço:
http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/bibliotecavirtual/chicoxavier/terça-feira, 6 de dezembro de 2011
O que ensina o Espiritismo
ROGÉRIO COELHO rcoelho47@yahoo.com.brMuriaé, Minas Gerais (Brasil) |
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