quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

ATRAVESSANDO A FLORESTA



O espírita no mundo assemelha-se ao homem que se embrenha na selva... Determinado a vencê-la, ele precisa atravessar a floresta, alcançando a grande clareira no vale ensolarado; no entanto as dificuldades são imensas para que as supere...

Ele se defrontará com os mais diversos perigos e obstáculos; sem bússola que o norteie, correrá o risco de perder-se na mata fechada; forças da Natureza conspirarão contra o tentame, porquanto a floresta, nunca dantes devassada, quer permanecer inexplorada...

À medida que avança, o homem se deparará com cipoais a se enrodilharem nas pernas, provocando-lhe sucessivas quedas... Terrenos escorregadios, pântanos, areias movediças, serpentes, troncos praticamente intransponíveis, insetos de todas as espécies, mas o homem prossegue decidido a vencer a escura floresta, para alcançar, do outro lado, a claridade solar...

Assim, simbolicamente, acontece com o espírita. Podemos vê-lo no mundo atravessando a gigantesca floresta das provações; além de lutar contra o próprio carma, contra as próprias limitações, ele se vê diante de problemas e de empecilhos exteriores; no entanto precisa vencer o matagal espesso da vida turbulenta e alcançar o outro lado, varar a floresta, abrindo picadas para que outros, mais tarde, possam seguir-lhe os passos. Às vezes, o homem, na floresta, se sente como que detido pelas ramagens; caminha vacilante, dois passos adiante, um passo atrás, esfalfado e sedento...

Assim também acontece com o espírita. Quantas vezes o companheiro de ideal supõe não estar realizando progresso algum na romagem terrestre?! Quantas vezes se imagina retrocedendo, em vez de avançar e se pergunta, agoniado e aflito: -- Estarei verdadeiramente caminhando, saindo do lugar, buscando a luz que me proponho?!...

Figuradamente, o espírita se defronta com o chão desnivelado da incompreensão e com o trecho escorregadio da vaidade pessoal, todavia ele não deve se deter e não deve se lançar a essa aventura sem bússola que o norteie, para que não ande em círculos e não se perca no labirinto das amargas experiências da desilusão.

Com a bússola da fé, o espírita é convidado a caminhar, passo a passo, superando as dificuldades, podando   os galhos  pontiagudos  de  suas  próprias   mazelas,   corrigido-se   em   seus   equívocos... Naturalmente lhe será lícito o repouso no refazimento das energias, mas não a desistência diante do que se propõe...

A vida na Terra assemelha-se a uma floresta em que o espírito encarnando se embrenha, com o propósito de vará-la e alcançar o vale majestosos e belo de sua própria redenção espiritual.

De fato, o trilho é estreito; convenhamos, no entanto, que, dentro de um matagal, quanto mais estreito o trilho, com mais segurança e noção de rumo se poderá movimentar ao longo de seu curso...

Impossível abrir-se um caminho largo em meio à floresta sem lamentável perda de tempo, mesmo porque, para que o homem possa atravessá-la com êxito, não há necessidade que ele construa uma estrada ampla... Bastar-lhe-á pequeno espaço desimpedido, onde apóie os pés com firmeza para seguir adiante...

Que o espírita agradeça tudo quanto possa constrangê-lo a manter-se na direção e tudo quanto possa discipliná-lo para que chegue ao outro lado; no nosso caso, o outro lado significa o regresso à Vida Espiritual com a bagagem da experiência acumulada...

Que os companheiros de Doutrina Espírita compreendam, pois, o imperativo de seguirem adiante, com determinação e coragem, e continuem varando a floresta repleta de gritos e gemidos que nos representam o eco da própria consciência culpada.

IRMÃO JOSÉ

(Extraída do livro: Mediunidade, Corpo e Alma,
psicografado por Carlos A. Bacelli/Espíritos Diversos,
página 24 a 26, 1ª edição, junho de 1999)

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

O fenômeno da morte


O fenômeno da morte

Presente e constante na existência humana, o fenômeno da morte constitui uma fatalidade da qual ninguém consegue eximir-se.
Ocorrendo a cada momento nas células, que também se renovam, ocasião chega em que a anóxia cerebral se encarrega de parar as funções do tronco encefálico, interrompendo a ocorrência biológica da vida física.
Todos os seres que nascem morrem, dando prosseguimento ao milagre da vida em outra dimensão, aquela de onde tudo procede.
O objetivo essencial da existência física, em consequência,  é a construção e a vivências dos valores éticos responsáveis pelo progresso incessante do Espírito até o momento em que alcança a plenitude.
Mesmo nos reinos vegetal e animal, o processo de nascimento e morte obedece à planificação do desenvolvimento evolutivo da essência divina presente em tudo e em toda parte como fundamental manifestação da vida.
Desde quando criado o ser, o deotropismo atrai-o com força dinâmica inescapável...
Ao atingir a fase do instinto, desenham-se-lhe no psiquismo, pelas experiências, os pródromos da razão, passo gigantesco no rumo da angelitude.
Fixar os valores que dignificam e elevam, que o libertam das heranças grosseiras da fase antropológica primitiva, torna-se-lhe, portanto, imposição inevitável que o arrasta no rumo da ascese, que se lhe constitui meta a ser conquistada.
Passo a passo, experiência após vivência, a ânsia de alcançar a paz e a sabedoria estimula-o ao prosseguimento, mesmo quando sob ações penosas do sofrimento, decorrente da desatenção e da rebeldia ante as leis que regem o universo.
Parte integrante do Cosmo, essa unidade minúscula que é o ser humano, à semelhança de uma micropartícula que forma a unidade atômica, deve manter a sua constância sob o comando da consciência lúcida que reflete o estágio em que se encontra.
As ocorrências desastrosas por falta de discernimento, por teimosia dos instintos agressivos, retardam-lhe a marcha, sem dúvida, porém, não impedem que ocorram novas oportunidades vigorosas em provações ou expiações pungitivas que se encarregam de corrigir as anfractuosidades morais e os desvios comportamentais, impondo a conduta correta como a solução adequada para o equilíbrio e o bem-estar.
Viver é automático, porém, bem viver, selecionando as questões que promovem os sentimentos e a inteligência em níveis mais elevados, para a conquista da sabedoria, deve ser o objetivo de máxima importância para todo viajante na indumentária carnal.
Sócrates, totalmente lúcido e decidido a demonstrar a sua grandeza moral em fidelidade a tudo quanto ensinou e viveu, recebeu a morte como um grande bem.
Instado a fugir por Críton, que houvera organizado um plano audacioso com os seus demais amigos, surpreendeu-se e o repreendeu, demonstrando que as leis, mesmo quando injustas, devem ser obedecidas, de modo que a sociedade aprenda a estabelecer códigos de nobreza.
Caso fugisse, evidenciaria que era realmente o que dele diziam os inimigos, especialmente aqueles que o levaram ao tribunal com infâmias grosseiras.
E sofismando a respeito da existência, qual fizeram antes os juízes, anuiu com tranquilidade à sentença infame, demonstrando que a existência física é uma experiência de iluminação e não uma pousada para o prazer infinito.
Buda, de igual maneira, despedindo-se dos discípulos que aguardavam mais informações, a fim de darem continuidade à divulgação dos seus pensamentos, informou que lhes legava o dharma – a ordem universal imutável – e, serenamente abandonado por muitos que antes o assistiam, silenciou a voz e retornou à pátria da imortalidade.
Jesus é o exemplo máximo, porque no auge dos sofrimentos pôde pronunciar frases que assinalariam com vigor a sua despedida, desde o perdão aos crucificadores que não sabiam o que estavam fazendo (Lucas, 23:34), até entregar a mãezinha aos cuidados do discípulo amado e este ao seu carinho (João, 19:26-27), rompendo os laços da consanguinidade terrestre em favor da fraternidade universal.
Foi mais além, dialogando com o ladrão que lhe suplicava ajuda e socorrendo-o com a resposta da sublime esperança da sua entrada no reino dos Céus (Lucas, 23:43), assim que se desvencilhasse das asperezas dos erros, e se cumprisse tudo para quanto viera, num inolvidável silêncio após o tudo consumado(João, 19:30).
Logo mais, porém, retornava em júbilo na madrugada esplendente de sol e de beleza, confirmando a imortalidade e o triunfo da vida sobre contingência material, de modo que os amigos e quantos outros que o viram pudessem superar a injunção corpórea e voar nos rumos do Infinito.
Francisco de Assis, sofrido pela ingratidão de alguns dos melhores companheiros, ferido e maltratado, sem forças nem resistências orgânicas, exauriu-se lentamente, cantando sempre até o último hausto, a ponto de ser censurado por tanta alegria...
Todos aqueles que descobriram a imortalidade enfrentaram o fenômeno da consumpção dos tecidos orgânicos com estoicismo e naturalidade, alegrando-se com o término da tarefa terrestre abraçada, de modo a retornarem vitoriosos ao grande Lar de onde partiram no rumo do planeta terrestre.

*

Reflexiona diariamente a respeito da tua partida em direção à imortalidade, preparando-te, a fim de que não te fixes em interesses mesquinhos retentivos da retaguarda material.
Treina o pensamento em considerações constantes em torno da desencarnação, porquanto ela chegará, talvez, quando menos a esperes.
Se tiveres a felicidade de enfermar por longo prazo, diluindo os liames retentivos do corpo físico, isto será uma bênção.
Mas se fores convocado repentinamente, deixa-te conduzir com alegria, certo de que viverás.
Nada obstante, prepara-te conscientemente para enfrentar esse fenômeno terminal, agradecido ao corpo que te vem servindo de instrumento para a evolução, bem como a tudo quanto te ocorre na atual conjuntura evolutiva.
 
                                                                    Joanna de Ângelis.
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na tarde de
2 de junho de 2014, na residência de Dominique e
Armandine Chéron, em Vitry-sur-Seine, França.
Em 8.12.2014.
A mensagem acima foi copiada do sítio:
http://divaldofranco.com.br/mensagens.php?not=287

sábado, 20 de dezembro de 2014

Coisas invisíveis

Coisas invisíveis

“Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder como a sua divindade se estendem e claramente se veem pelas coisas que estão criadas.” – Paulo. (Romanos, 1:20.)


O espetáculo da Criação Universal é a mais forte de todas as manifestações contra o materialismo negativista, filho da ignorância ou da insensatez.

São as coisas criadas que falam mais justamente da natureza invisível.

Onde a atividade que se desdobre sem base?

Toda forma inteligente nasceu de uma disposição inteligente.

O homem conhece apenas as causas de suas realizações transitórias, ignorando, contudo, os motivos complexos de cada ângulo do caminho. A paisagem exterior que lhe afeta o sensório é uma parte minúscula do acervo de criações divinas, que lhe sustentam o habitat, condicionado às suas possibilidades de aproveitamento. O olho humano não verá além do limite da sua capacidade de suportação. A criatura conviverá com os seres de que necessita no trabalho de elevação e receberá ambiente adequado aos seus imperativos de aperfeiçoamento e progresso, mas que ninguém resuma a expressão vital da esfera em que respira no que os dedos mortais são suscetíveis de apalpar.

Os objetos visíveis no campo de formas efêmeras constituem breve e transitória resultante das forças invisíveis no plano eterno.

Cumpre os deveres que te cabem e receberás os direitos que te esperam. Faze corretamente o que te pede o dia de hoje e não precisarás repetir a experiência amanhã.


Capítulo 55, da obra: Pão Nosso, psicografia de Francisco Cândido Xavier, pelo espírito Emmanuel.



quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Enfermidades da alma

 
 
 
Enfermidades da alma

Gravame de significado perigoso nos relacionamentos humanos é a intriga.

Perversa, é semelhante à erva daninha e traiçoeira que medra no jardim das amizades, gerando desconforto e agressividade.

A intriga é enfermidade da alma que se alastra perigosamente na sociedade, tornando-se terrível inimiga dos bons costumes.

O intrigante é sempre alguém infeliz e invejoso que projeta os seus conflitos onde se encontra, alegrando-se com os embaraços que proporciona no meio social.

À semelhança de cupim sorrateiro, destrói sem ser vista, até o momento em que as resistências fragilizadas em suas vítimas, rompem-se, dando lugar ao caos, à destruição.

Muitas vezes, o insensato não faz ideia do poder mefítico da intriga, permitindo-se-lhe a manifestação verbal ou gráfica, por falta de responsabilidade ou desvio de conduta psicológica.

Da simples referência a respeito de alguém ou de algum acontecimento adulterado pela imaginação enferma, surge a rede das informações infelizes que dilaceram as vidas que lhes são o alvo inditoso.

Ninguém, na Terra, encontra-se indene à difamação das pessoas espiritualmente enfermas, e, quando são atingidas pelas flechas das narrações deturpadas, permitem-se sucumbir, abandonando os propósitos superiores em que se fixavam, sem ânimo para o prosseguimento nos ideais abraçados.

Lamentavelmente a intriga consegue grassar com imensa facilidade em quase todos os agrupamentos sociais, religiosos, familiares, políticos, de todos os matizes, em razão da presença de alguns dos seus membros que se encontram em desarmonia interior.

Todo empenho deve ser aplicado para a vitória sobre a intriga.

Cabe àqueles que são devotados ao bem não darem ouvidos à intriga que se apresenta disfarçada de maledicência, de censura em relação a outrem ausente, aplicando o antídoto do silêncio nesse trombetear da maldade.

Cuidasse o intrigante do próprio comportamento e dar-se-ia conta do quanto necessita de corrigir, em si mesmo, ao invés de projetar no seu próximo o morbo infeccioso.

Toda censura com sinais de acusação é filha da crueldade que se converte em intriga.

São célebres as intrigas das cortes, nas quais os ociosos e inúteis, compraziam-se em tecer redes vigorosas que asfixiavam as melhores expressões do trabalho, que mesmo imperfeitas ou necessitadas de aprimoramento, produziam para o bem...

Nada se edifica ou se faz sem o exercício, em cujo início os equívocos têm lugar.

As mais colossais realizações são resultado de pequenos ou incertos tentames.

O intrigante, porém, sempre ativo e vigilante, porque insidioso, logo se apropria da mínima falha que se observa em qualquer projeto para investir furibundo e devastador.

*   *   *

Jesus referiu-se com firmeza àquele que vê o argueiro no olho do próximo, embora a trave pesada que se encontra no seu.

Sê tu, no entanto, aquele que adota a complacência, que compreende o limite e a dificuldade do outro.

Fala, quando a tua boca possa cantar o bem de que está cheio o teu coração.

A palavra enunciada torna-te servo, enquanto que a silenciada faz-te dela senhor.

Não estás convidado para vigiar o próximo, mas para conviver e trabalhar com ele.

Tocado no sentimento pelo amor, usa a bondade nas tuas considerações em relação às demais pessoas com as quais convives ou não.

Faz-te a criatura gentil por quem todos anelam, estando sempre às ordens dos Mensageiros da luz para o serviço da fraternidade e da construção do bem no mundo.

A palavra é portadora de grande poder, tanto para estimular, conduzir à plenitude, assim como para gerar sofrimento, destruição e amargura...

Guerras terríveis, representando a inferioridade humana, surgiram de intrigas de pequeno porte, que se tornaram ameaças terríveis...

Tratados de paz e de união também são frutos do acordo pela parlamentação e pelos diálogos, pelas decisões de alto porte.

Tem, pois, cuidado com o que falas, a respeito do que ouves, vês ou participas. Serás responsável pelo efeito das expressões que externes, em razão do seu conteúdo.

Convidado a servir na Seara de Jesus, mantém-te vigilante em relação a esta enfermidade contagiante: a intriga!

Tentado, em algum momento, a acusar, a criar situações danosas, resiste e silencia, legando ao tempo a tarefa que te compete.

Isso não quer dizer conivência com o erro, mas interrupção da corrente prejudicial, mantida pela intriga. Antes, significa também a decisão de não vitalizar o mal, mantendo-te em paz, sustentado pela irrestrita confiança em Deus, na execução da tarefa abraçada, seja ela qual for.

A intriga apresenta-se de forma sutil ou atrevidamente, produzindo choques emocionais que se transformam em dores naqueles que lhes padecem a injunção cruenta.

*   *   *

Allan Kardec, o nobre mensageiro do Senhor, preocupado com o próprio e o comportamento dos indivíduos, buscando uma diretriz segura para evitar a intriga e outros desvios na convivência social, indagou aos Guias espirituais, conforme se lê na questão 886, de O Livro dos Espíritos:

-Qual o verdadeiro sentido da palavra  caridade, como a entendia Jesus?

E eles responderam com expressiva sabedoria:

Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas.

Nessa resposta luminosa encontra-se todo um tratado de ética para o bem viver, ser feliz e contribuir para a alegria dos outros.

Joanna de AngelisPsicografia de Divaldo Pereira Franco,na reunião
mediúnica de 23 de janeiro de 2012,no Centro Espírita
Caminho da Redenção,em Salvador,Bahia.
Em 17.05.2012

Mensagem extraída do endereço:
 http://www.divaldofranco.com.br/mensagens.php?not=285

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

MOMENTO DECISIVO

Mensagem de Bezerra de Menezes pela psicofonia de Divaldo Franco

MOMENTO DECISIVO

Filhas e filhos da alma!

Abençoe-nos o Senhor com a sua paz.

Estes são dias de turbulência.

A sociedade terrestre, com a inteligência iluminada, traz o coração despedaçado pela angústia do ser existencial. Momento grave na historiografia do processo evolutivo, quando se operam as grandes mudanças para que se alcance a plenitude na Terra, anunciada pelos Espíritos nobres e prometida por Jesus.


Nosso amado planeta, ainda envolto em sombras, permanece na sua categoria de inferioridade, porque nós, aqueles que a ele nos vinculamos, ainda somos inferiores, e à medida que se opera nossa transformação moral para melhor, sob a égide de Jesus, nosso modelo e guia, as sombras densas vão sendo desbastadas para que as alvíssaras de luz e de paz atinjam o clímax em período não muito distante.


Quando Jesus veio ter conosco, a humanidade experimentava a grande crise de sujeição ao Império Romano, às suas paixões totalitárias e aos interesses mesquinhos de governantes arbitrários.

O Espiritismo, a seu turno, instalando-se no planeta, enfrenta clima equivalente em que o totalitarismo do poder arbitrário de políticas perversas esmaga as aspirações de enobrecimento das criaturas humanas e, por consequência, o ser, que se agita na busca da plenitude, aturde-se e, confundindo-se, não sabe como vivenciar as claridades libertadoras do Evangelho.

Com a conquista do conhecimento científico e o vazio existencial, surgem as distrações de vário porte para poder diminuir a ansiedade e o desespero. Naturalmente, essa manifestação de fuga da realidade interfere no comportamento geral dos seareiros da Verdade que, nada obstante, considerando serem servidores da última hora, permitem-se os desvios que lhes diminuem a carga aflitiva.


Tende, porém, bom ânimo, filhas e filhos do coração!

É um momento de siso, de decisões, para a paz no período do porvir.

Recordai-vos de que o Cristianismo nascente experimentou também inúmeras dificuldades.
A palavra revolucionária do apóstolo Paulo, a ruptura com as tradições judaicas ainda vigentes na igreja de Jerusalém geraram a necessidade do grande encontro, que seria o primeiro debate entre os trabalhadores de Jesus que se espalhavam pelo mundo conhecido de então.

No momento grave, quando uma ruptura se desenhava a prejuízo do Bem, a humildade de Simão Pedro, ajoelhando-se diante da voz que clamava em toda parte a Verdade, pacificou os corações e o posteriormente denominado Concílio de Jerusalém se tornou um marco histórico da união dos discípulos do Evangelho.

Neste momento de desafio e de conflitos de todo porte, é natural que surjam divergências, opiniões variadas, procurando a melhor metodologia para o serviço da Luz. O direito de discordar, de discrepar, é inerente a toda consciência livre. Mas, que tenhamos cuidado para não dissentir, para não dividir, para não gerar fossos profundos ou abismos aparentemente intransponíveis.

Que o espírito de união, de fraternidade, leve-nos todos, desencarnados e encarnados, à pacificação, trabalhando essas anfractuosidades para que haja ordem em nome do progresso.

O amor é o instrumento hábil para todas as decisões. Desarmados os corações, formaremos o grupo dos seres amados do ideal da Era Nova.

Nunca olvideis que o mundo espiritual inferior vigia as nascentes do coração dos trabalhadores do Bem e, ante a impossibilidade de os levar a derrocadas morais, porque vigilantes na oração e no trabalho, pode infiltrar-se, gerando desequilíbrio e inarmonias a benefício das suas sutilezas perversas e a prejuízo da implantação da Era Nova sob o comando do Senhor.

Nunca olvidemos, em nossas preocupações, que a Barca terrestre tem um Nauta que a conduz com segurança ao porto da paz.

Prossegui, lidadores do Bem, com o devotamento que se vos exige de fazerdes o melhor que esteja ao vosso alcance, em perfeita identificação com os benfeitores da humanidade, especialmente no Brasil, sob a égide de Ismael, representando o Mestre inolvidável.

Venceremos lutando juntos, esquecendo caprichos pessoais, de imposições egotistas, pensando em todos aqueles que sofrem e que choram, que confiam em nossa fragilidade e aguardam o melhor exemplo da nossa renúncia em favor do Bem, do nosso devotamento em favor da caridade, da nossa entrega em novo holocausto.


Já não existem as fogueiras, nem os empalamentos. Os circos derrubaram as suas muralhas e agora expandem as suas fronteiras por toda a Terra, mas o holocausto ainda se faz necessário.

Sacrificai as próprias imperfeições, particularmente neste sesquicentenário de evocação da chegada do Evangelho à Terra, decodificado pelos Imortais.

Recordai também, almas queridas, que o Espiritismo é, sem qualquer contradita, o Cristianismo que não pôde ser consolidado e que esteve na sua mais bela floração nos trezentos primeiros anos, antes das adulterações nefastas, e que foi Jesus quem o denominou Consolador.

Este Consolador sobreviverá a todas as crises e quando, por alguma circunstância, não formos capazes de dignificá-lo, a irmã morte arrebatará aqueles que não correspondem à expectativa do Senhor da Vinha, substituindo-os por outros melhormente habilitados, mais instrumentalizados para os grandes enfrentamentos que já ocorrem na face do planeta.

Todos sabemos que a transformação moral de cada indivíduo é penosa, de longo curso, por efeito do atavismo ancestral, e que a Lei dispõe do recurso dos exílios coletivos para apressar a chegada da Era Nova.

Abençoados servidores!

Abençoadas servidoras da Causa!

Amai! Amai com abnegação e espírito de serviço a Doutrina de santificação, para que os vossos nomes sejam escritos no livro do reino dos Céus e possais fruir de alegrias, concluindo a etapa como o apóstolo das gentes, após haverdes lutado no bom combate.


Os mentores da brasilidade, neste momento grave por que também passa o nosso país, assim como o planeta, estão vigilantes.

Permiti-vos ser por eles inspirados e saí entoando o hino do otimismo e da esperança, diluindo a treva, não fixando o medo nem a sombra, que por momento domina muitas consciências. Não divulgando o mal, somente expondo o bem, para que a vitória não seja postergada.

E ide de volta, seareiros da luz!

O mundo necessita de Jesus, hoje mais do que ontem, muito mais do que no passado, porque estamos a caminho da intuição, após a conquista da razão, para mantermos sintonia plena com aquele que é o nosso guia de todos os dias e de todas as horas.

Muita paz, filhas e filhos do coração!

São os votos do servidor humílimo e paternal, em nome dos obreiros da seara de todos os tempos, alguns dos quais aqui conosco nesta hora.

Muita paz!...

Bezerra

(Mensagem psicofônica recebida pelo médium Divaldo Pereira Franco, no encerramento da Reunião Ordinária do Conselho Federativo Nacional, em Brasília, DF, na manhã de domingo, em 9 de novembro de 2014.)
Revisão do Autor Espiritual.

Fonte: Reformador | Dezembro de 2014

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Os mortos sairão dos túmulos

Os mortos sairão dos túmulos

(Revista Espírita, fevereiro de 1868 - Instruções dos Espíritos)

Povos, escutai!... Uma grande voz se faz ouvir de um extremo a outro dos mundos; é a do precursor, anunciando a vinda do Espírito de Verdade, que vem endireitar as vias tortuosas por onde o espírito humano se desgarrava em falsos sofismas. É a trombeta do anjo que vem despertar os mortos para que saiam de seus túmulos.
Muitas vezes tendes lido a revelação de João e vos perguntastes: Mas, o que quer ele dizer? Como, então, cumprir-se-ão essas coisas surpreendentes? E vossa razão confusa, mergulhava num tenebroso dédalo de onde ela não podia sair, porque queríeis tomar ao pé da letra o que estava expresso em sentido figurado.
Agora que chegou o tempo em que uma parte dessas predições vai cumprir-se, pouco a pouco aprendeis a ler nesse livro onde o discípulo bem-amado consignou as coisas que lhe tinha sido dado ver. Entretanto, as más traduções e as falsas interpretações ainda vos aborrecerão um pouco, mas com um trabalho perseverante chegareis a compreender o que, até o presente, tinha sido para vós uma carta fechada.
Compreendei apenas que se Deus permite que o véu seja levantado mais cedo para alguns, não é para que esse conhecimento fique estéril em suas mãos, mas para que, pioneiros infatigáveis, eles desbravem as terras incultas. É, enfim, para que eles fecundem com o doce orvalho da caridade os corações ressequidos pelo orgulho e impedidos pelos embaraços mundanos, onde a boa semente da palavra de vida não pôde ainda germinar.
Ah! Quantos encaram a vida humana como devendo ser uma festa permanente em que as distrações e os prazeres se sucedem sem interrupção! Eles inventam mil nadas para encantar os seus lazeres; eles cultivam o seu espírito, porque é uma das facetas brilhantes que servem para fazer destacar a sua personalidade; são semelhantes a essas bolhas efêmeras que refletem as cores do prisma e balançando no espaço atraem os olhares por algum tempo, depois as procurais... e elas desapareceram sem deixar traços. Assim, essas almas mundanas brilharam com uma luz de empréstimo, durante sua curta passagem terrestre, e dela nada restou de útil, nem para os seus seme­lhantes, nem para elas próprias.
Vós que conheceis o valor do tempo, vós a quem as leis da eterna sabedoria são reveladas pouco a pouco, sede nas mãos do Todo-Poderoso instrumentos dóceis servindo para levar a luz e a fecundidade a essas almas, das quais se diz: “Têm olhos e não veem, têm ouvidos e não escutam”, porque tendo-se desviado do facho da verdade, e tendo escutado a voz das paixões, sua luz não é senão trevas, em meio às quais o Espírito não pode reconhecer a estrada que o faz gravitar para Deus.
O Espiritismo é essa voz poderosa que já repercute até as extremidades da Terra; todos a ouvirão. Felizes aqueles que, não tapando voluntariamente os ouvidos, sairão de seu egoísmo, como o fariam os mortos de seus túmulos, e daí por diante realizarão os atos da verdadeira vida, a do Espírito, desembaraçando-se dos entraves da matéria, como fez Lázaro de seu sepulcro, à voz do Salvador.
O Espiritismo marca a hora solene do despertamento das inteligências que usaram de seu livre-arbítrio para se demorar nos caminhos pantanosos cujos miasmas deletérios infectaram a alma com um veneno lento que lhe dá a aparência da morte. O Pai celeste tem misericórdia desses filhos pródigos, caídos tão baixo que nem mesmo pensam na morada paterna, e é para eles que ele permite essas manifestações brilhantes, destinadas a convencer que além deste mundo das formas perecíveis, a alma conserva a lembrança, o poder e a imortalidade.
Possam esses pobres escravos da matéria sacudir o torpor que os impediu de ver e compreender até hoje; possam estudar com sin­ceridade, para que a luz divina, penetrando-lhes a alma, dela expulse a dúvida e a incredulidade.

JOÃO EVANGELISTA, Paris, 1866.
Copiado do Boletim Informativo do IPEAK, de 19.11.2014.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Entrevista de Divaldo Pereira Franco ao Jornal Tribuna de Minas



Entrevista de Divaldo Pereira Franco ao Jornal Tribuna de Minas, de Juiz de Fora, Minas Gerais, em 2 de setembro de 2014  - Publicada em sua edição de 14 de setembro de 2014.
 
Orador espírita fala sobre violência, perdão, céu e inferno
 
Reconhecido como um dos maiores médiuns e oradores espíritas da atualidade e o maior divulgador do Espiritismo por todo o mundo, o baiano de Feira de Santana, Divaldo Pereira Franco, chega aos 87 anos com números que impressionam: são mais de treze mil conferências, em cerca de duas mil cidades brasileiras e em sessenta e cinco países, em sessenta e sete anos dedicados à religião que abraçou. 
Como médium, publicou duzentos e cinquenta e cinco livros, com mais de oito milhões de exemplares, registrando-se duzentos e onze autores espirituais. Traduzidos para dezessete idiomas. A renda proveniente da venda dos livros e os direitos autorais foram doados a entidades filantrópicas e mantêm a Mansão do Caminho, instituição fundada por ele em Salvador e que hoje atende a cerca de três mil crianças e adolescentes de famílias de baixa renda. 
Aposentado como escriturário no antigo Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado (IPASE), em Salvador, Divaldo tem mais de seiscentos filhos adotivos e mais de duzentos netos e bisnetos. Mesmo com a idade avançada e após ter vencido um câncer e um infarto, o espírita não recusa convites para levar o conhecimento da doutrina codificada por Kardec a qualquer parte do mundo. Religião que, para ele, é ciência e filosofia de vida. No dia 2 de setembro, quando esteve na cidade para mais uma palestra, o orador recebeu a Tribuna e falou sobre perdão, violência, céu e inferno.
 
Tribuna – Onde o senhor encontra vitalidade para tantos compromissos?
 
Divaldo Franco - É a alegria de viver. Quando abraçamos uma doutrina que nos oferece a satisfação da vida, parece que o tempo não comporta as responsabilidades, os compromissos que abraçamos. O Espiritismo é uma ciência porque demonstra, em laboratório, a sobrevivência da alma, mas é também uma filosofia de vida. Todos nós temos problemas, conflitos, heranças de perturbações emocionais, a hereditariedade e os nossos próprios delitos. Através da filosofia espírita da reencarnação, sabemos que tudo isso tem uma razão de ser. Não existe efeito sem causa. Desde que haja uma causa inteligente, o efeito será inteligente. Então consideramos a dor não um ato punitivo, mas um fenômeno normal. O organismo é matéria, degenera, então a dor é inevitável. O emocional aspira, o ser psicológico deseja e nem sempre consegue, então tem conflito. O ser psíquico, às vezes, não tem resistência para enfrentar as vicissitudes e delira.
O Espiritismo nos ensina não o conformismo, em que nós cruzamos as mãos e aceitamos, mas uma resignação dinâmica:Isso está me acontecendo por tal razão. Eu vou lutar para superar. Porque tudo que nos acontece é pela permissão de Deus, e Deus nos ama, realmente. Eu já tive um câncer, uma parada cardíaca, mas nunca me deixei abater. Graças a isso, sinto uma imensa alegria em viver e tenho ainda a oportunidade de confortar as pessoas.
 
- Como não se deixar abater pelas desilusões?
 
- Quando eu guardo mágoa, ela me faz mais mal do que bem, e quem me ofendeu não está dando a menor importância. Quando eu perdoo, eu me liberto, mas quem fez o mal continua devendo às leis divinas. O perdão não é esquecer o mal que nos fizeram, porque isso é fenômeno da memória. É não devolver o mal que nos fizeram, ficar em paz. Se alguém não gosta de você, a pessoa é que tem conflito. Mas na hora em que nós não gostamos, o conflito é nosso. Hoje adotamos a psicologia do perdão. Necessitamos perdoar muita coisa aos outros, mas também a nós mesmos. Somos muito enérgicos conosco. Qualquer mal que fazemos, às vezes, escamoteamos, procuramos anular. Mas chega o dia em que ele volta. O que fazer? Dá-se o direito de ser uma criatura humana, errar e levantar-se.
 
- O que o Espiritismo entende como céu e inferno?
 
- Como estados de consciência. Na Idade Média, se podia compreender a existência do alto e do baixo. Mas hoje sabemos que o infinito não está nem acima e nem abaixo. Neste momento, poderíamos estar de cabeça para baixo, em outra posição. Mas, nessa realidade, concebeu-se que o baixo, inferior, era um lugar de desgraça. Inferno era aquele lugar de irrecuperação, e o alto era a misericórdia de Deus. Com a visão da física quântica, da cosmofísica, da psicologia, não podemos conceber um pai que castiga um filho, que é mais ignorante do que perverso, eternamente, por um crime que, às vezes é infantil. O indivíduo, por exemplo, comete um crime, assassinou o outro em um momento de fúria. Ele merece uma reeducação, e não uma punição permanente. O estado de consciência leva-nos à paz ou leva-nos à desgraça. Quando temos culpa, quando temos arrependimentos, estamos no inferno. Quando estamos bem com nossa consciência, estamos no céu. Consideramos que, após a morte do que nós vivemos, iremos para regiões felizes ou regiões infelizes transitórias. Porque o mundo é uma associação de energia. O universo é um conjunto de ondas concêntricas e excêntricas. De acordo com o nosso tônus vibratório, tanto podemos ascender qualitativamente como cair qualitativamente. Eis aí o mais fascinante: o Papa João Paulo II, um homem notável, reconheceu que céu e inferno são estados de consciência, como Allan Kardec o fez.
 
- Juiz de Fora vive hoje uma situação de violência, onde jovens matam uns aos outros. O que o Espiritismo tem a dizer para as pessoas que perderam entes queridos para a violência?
 
- Há uma falência da cultura, que é imediatista. O triunfo é você derrubar o outro para ocupar o lugar. Felicidade é você ter uma paixão, fruir e descartar depois a pessoa. O conceito ético e moral sofreu uma mudança terrível. E hoje o que vale é o individualismo, o consumismo, o erotismo. Quando o indivíduo se sente frustrado, não tendo resistências morais, apela para o crime. Seja contra o outro, seja contra o patrimônio, ou contra ele mesmo, no estado de desamor. É da Divindade a proposta de nos amarmos. Amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Se eu não me amo, eu nunca amarei você. Eu terei um sentimento de paixão, de desejo, mas, na hora em que eu for contrariado, o amor se transforma em revolta. Não era amor, era desejo. Mas se eu me amo, se eu me respeito, se eu desejo evoluir intelectual e moralmente, eu compreendo o quanto é difícil para mim vencer certas tendências negativas. Então eu dou direito ao outro de também ter essas tendências negativas. Eu não posso impor o meu sentimento a outrem. Eu posso expor, mas se eu for rejeitado, muito bem, parto para outra. Dessa maneira, através da reencarnação, podemos mudar esse quadro de violência. A violência do indivíduo contra si mesmo, contra a sociedade. Quando não pode destruir o outro, então mata-se, num processo de vingança, para que o outro tenha conflito. A proposta de Jesus Cristo, como filósofo, pensador, como homem que mudou a cultura do mundo em todos os tempos, é de autoamar-se para amar e educar, porque através da educação, mudamos hábitos e daremos resistências. Oferecemos ao indivíduo a esperança de que o que hoje não deu certo é véspera do que vai ser acertado amanhã. E, para aqueles que ficam no sofrimento ante a perda, dizemos: Não se desespere. Os seres queridos vivem, voltarão e você terá contato com eles.
 
- E como os praticantes acreditam poder ajudar os Espíritos que desencarnam vítimas da violência?
 
- Através da prece, lembrar com carinho. Todo impacto nos produz um grande choque emocional, e quando algo de trágico acontece ficamos fixados na tragédia. Um dia, um materialista me disse uma coisa notável: Quando vem um paciente que perdeu um familiar, eu, como materialista, não tenho nada a dizer. Então, eu formulei uma frase. Lembre-se de tudo o que você viveu de alegria, de bom e de felicidade com o seu ente querido. Não se lembre da morte dele, lembre-se do período de alegria. Nem tudo será para sempre. Ele morreu, mas eu fui feliz durante um tempo X, e aceite isso. Eu achei notável. Porque o que importa não é ser feliz permanentemente, porque é impossível, chega o momento em que a felicidade se interrompe. Mas quando recordamos coisas boas, voltamos a vivê-la. Ah, mas terminou em uma tragédia! Eu digo: Não. Interrompeu naquele momento para continuar depois.
 
- No livro Transição planetária, que o senhor psicografou, do Espírito Manoel Philomeno de Miranda, o autor diz que a Terra está passando por uma transformação, deixando de ser um planeta de provas e expiações para se transformar em um planeta de regeneração. Ou seja, só reencarnariam na Terra Espíritos que estão a caminho da evolução, que fizeram o bem. Pessoas que só fizeram o mal na Terra iriam reencarnar em outro planeta, de sofrimento e dor. Como as pessoas que não são espíritas podem entender essa situação?
 
- É o que pregam todas as doutrinas cristãs. A grande guerra do Armagedon, a batalha final. O Armagedon é uma região chamada Vale de Jericó, em Israel. Todas as batalhas se travavam ali, porque é uma passagem estreita. Hoje, com as armas inteligentes, não há guerra local. A guerra pode ser aqui, mas o navio pode estar do outro lado do Atlântico e mandar o míssil teleguiado de cinco mil quilômetros, e ele atinge esse hotel. É uma arma inteligente. O Armagedon é nosso estado de conflito. Nós vivemos numa sociedade conflitiva, as pessoas não se amam, se armam. Ao invés de amar umas às outras, armam-se umas contras as outras, um verdadeiro caos. Mas, concomitantemente, nunca houve tanta bondade no mundo. Estamos vendo a tragédia no Afeganistão, do Iraque, dessa intolerância do radicalismo, degolando pessoas, é trágico. Mas quantos milhares de pessoas boas. Evocamos Madre Teresa de Calcutá, Chico Xavier, pessoas anônimas, pais e mães generosos, abnegados por filhos ingratos e perversos. Cientistas notáveis, como os Médicos sem Fronteiras, contaminando-se pelo Ebola para salvar a Humanidade. Outros, em laboratórios, tentando encontrar antivírus para a AIDS, Ebola, infecções degenerativas. Creia que há muito mais gente boa do que má. Sucede que as pessoas perversas fazem muita zoada, e as pessoas boas são discretas, então passam desapercebidas. Está havendo uma mudança de conceito. Já nem todos estão satisfeitos, almejam um mundo melhor no qual não haverá dor, porque não haverá má conduta, não haverá essas enfermidades degenerativas porque já não necessitaremos sofrer. Teremos o amor como nosso norte