sábado, 1 de outubro de 2016

O homem de bem

O homem de bem

O verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza. Se ele interroga a consciência sobre seus próprios atos, a si mesmo perguntará se violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que podia, se desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser útil, se ninguém tem qualquer queixa dele; enfim, se fez a outrem tudo o que desejara lhe fizessem.

Deposita fé em Deus, na sua bondade, na sua justiça e na sua sabedoria. Sabe que sem a sua permissão nada acontece e se lhe submete à vontade em todas as coisas.

Tem fé no futuro, razão por que coloca os bens espirituais acima dos bens temporais.

Sabe que todas as vicissitudes da vida, todas as dores, todas as decepções são provas ou expiações e as aceita sem murmurar.

Possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem esperar paga alguma; retribui o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte e sacrifica sempre seus interesses à justiça.

Encontra satisfação nos benefícios que espalha, nos serviços que presta, no fazer ditosos os outros, nas lágrimas que enxuga, nas consolações que prodigaliza aos aflitos. Seu primeiro impulso é para pensar nos outros, antes de pensar em si, é para cuidar dos interesses dos outros antes do seu próprio interesse. O egoísta, ao contrário, calcula os proventos e as perdas decorrentes de toda ação generosa.

O homem de bem é bom, humano e benevolente para com todos, sem distinção de raças, nem de crenças, porque em todos os homens vê irmãos seus.

Respeita nos outros todas as convicções sinceras e não lança anátema aos que como ele não pensam.

 Em todas as circunstâncias, toma por guia a caridade, tendo como certo que aquele que prejudica a outrem com palavras malévolas, que fere com o seu orgulho e o seu desprezo a suscetibilidade de alguém, que não recua à ideia de causar um sofrimento, uma contrariedade, ainda que ligeira, quando a pode evitar, falta ao dever de amar o próximo e não merece a clemência do Senhor.

Não alimenta ódio, nem rancor, nem desejo de vingança; a exemplo de Jesus, perdoa e esquece as ofensas e só dos benefícios se lembra, por saber que perdoado lhe será conforme houver perdoado.

É indulgente para as fraquezas alheias, porque sabe que também necessita de indulgência e tem presente esta sentença do Cristo: “Atire-lhe a primeira pedra aquele que se achar sem pecado.”  

Nunca se compraz em rebuscar os defeitos alheios, nem, ainda, em evidenciá-los. Se a isso se vê obrigado, procura sempre o bem que possa atenuar o mal.

Estuda suas próprias imperfeições e trabalha incessantemente em combatê-las. Todos os esforços emprega para poder dizer, no dia seguinte, que alguma coisa traz em si de melhor do que na véspera.

Não procura dar valor ao seu espírito, nem aos seus talentos, a expensas de outrem; aproveita, ao revés, todas as ocasiões para fazer ressaltar o que seja proveitoso aos outros.

Não se envaidece da sua riqueza, nem de suas vantagens pessoais, por saber que tudo o que lhe foi dado pode ser-lhe tirado.

Usa, mas não abusa dos bens que lhe são concedidos, sabe que é um depósito de que terá de prestar contas e que o mais prejudicial emprego que lhe pode dar é o de aplicá-lo à satisfação de suas paixões.

Se a ordem social colocou sob o seu mando outros homens, trata-os com bondade e benevolência, porque são seus iguais perante Deus; usa da sua autoridade para lhes levantar o moral e não para os esmagar com o seu orgulho. Evita tudo quanto lhes possa tornar mais penosa a posição subalterna em que se encontram.

O subordinado, de sua parte, compreende os deveres da posição que ocupa e se empenha em cumpri-los conscienciosamente.

Finalmente, o homem de bem respeita todos os direitos que aos seus semelhantes dão as Leis da Natureza, como quer que sejam respeitados os seus.

Não ficam assim enumeradas todas as qualidades que distinguem o homem de bem; mas aquele que se esforce por possuir as que acabamos de mencionar, no caminho se acha que a todas as demais conduz.


Capítulo XVII – O Evangelho Segundo o Espiritismo – item 3 – Allan Kardec.

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Aborto criminoso

Aborto criminoso 

– Reconhecendo-se que os crimes do aborto provocado criminosamente surgem, em esmagadora maioria, nas classes mais responsáveis da comunidade terrestre, como identificar o trabalho expiatório que lhes diz respeito, se passam quase totalmente despercebidas da justiça humana? 

– Temos no Plano Terrestre cada povo com o seu código penal apropriado à evolução em que se encontra; mas, considerando o Universo em sua totalidade como Reino Divino, vamos encontrar o Bem do Criador para todas as criaturas, como Lei básica, cujas transgressões deliberadas são corrigidas no próprio infrator, com o objetivo natural de conseguir-se, em cada círculo de trabalho no Campo Cósmico, o máximo de equilíbrio e com respeito máximo aos direitos alheios, dentro da mínima pena. Atendendo-se, no entanto, a que a Justiça Perfeita se eleva, indefectível, sobre o Perfeito Amor, no hausto de Deus “em que nos movemos e existimos”, toda reparação, perante a Lei básica a que nos reportamos, se realiza em termos de vida eterna e não segundo a vida fragmentária que conhecemos na encarnação humana, porquanto, uma existência pode estar repleta de acertos e desacertos, méritos e deméritos e a Misericórdia do Senhor preceitua, não que o delinquente seja flagelado, com extensão indiscriminada de dor expiatória, o que seria volúpia de castigar nos tribunais do destino, invariavelmente regidos pela Equidade Soberana, mas sim que o mal seja suprimido de suas vítimas, com a possível redução do sofrimento. Desse modo, segundo o princípio universal do Direito Cósmico a expressar-se, claro, no ensinamento de Jesus que manda conferir “a cada um de acordo com as próprias obras”, arquivamos em nós as raízes do mal que acalentamos para extirpá-las à custa do esforço próprio, em companhia daqueles que se nos afinem à faixa de culpa, com os quais, perante a Justiça Eterna, os nossos débitos jazem associados. Em face de semelhantes fundamentos, certa romagem na carne, entremeada de créditos e dívidas, pode terminar com aparências de regularidade irrepreensível para a alma que desencarna, sob o apreço dos que lhe comungam a experiência, seguindo-se de outra em que essa mesma criatura assuma a empreitada do resgate próprio, suportando nos ombros as consequências das culpas contraídas diante de Deus e de si mesma, a fim de reabilitar-se ante a Harmonia Divina, caminhando, assim, transitoriamente, ao lado de Espíritos incursos em regeneração da mesma espécie. É dessa forma que a mulher e o homem, acumpliciados nas ocorrências do aborto delituoso, mas principalmente a mulher, cujo grau de responsabilidade nas faltas dessa natureza é muito maior, à frente da vida que ela prometeu honrar com nobreza, na maternidade sublime, desajustam as energias psicossomáticas, com mais penetrante desequilíbrio do centro genésico, implantando nos tecidos da própria alma a sementeira de males que frutescerão, mais tarde, em regime de produção a tempo certo. Isso ocorre não somente porque o remorso se lhes entranhe no ser, à feição de víbora magnética, mas também porque assimilam, inevitavelmente, as vibrações de angústia e desespero e, por vezes, de revolta e vingança dos Espíritos que a Lei lhes reservara para filhos do próprio sangue, na obra de restauração do destino. No homem, o resultado dessas ações aparece, quase sempre, em existência imediata àquela na qual se envolveu em compromissos desse jaez, na forma de moléstias testiculares, disendocrinias diversas, distúrbios mentais, com evidente obsessão por parte de forças invisíveis emanadas de entidades retardatárias que ainda encontram dificuldade para exculpar-lhes a deserção. Nas mulheres, as derivações surgem extremamente mais graves. O aborto provocado, sem necessidade terapêutica, revela-se matematicamente seguido por choques traumáticos no corpo espiritual, tantas vezes quantas se repetir o delito de lesamaternidade, mergulhando as mulheres que o perpetram em angústias indefiníveis, além da morte, de vez que, por mais extensas se lhes façam as gratificações e os obséquios dos Espíritos Amigos e Benfeitores que lhes recordam as qualidades elogiáveis, mais se sentem diminuídas moralmente em si mesmas, com o centro genésico desordenado e infeliz, assim como alguém indebitamente admitido num festim brilhante, carregando uma chaga que a todo instante se denuncia. Dessarte, ressurgem na vida física, externando gradativamente, na tessitura celular de que se revestem, a disfunção que podemos nomear como sendo a miopraxia do centro genésico atonizado, padecendo, logo que reconduzidas ao curso da maternidade terrestre, as toxemias da gestação. Dilapidado o equilíbrio do centro referido, as células ciliadas, mucíparas e intercalares não dispõem da força precisa na mucosa tubária para a condução do óvulo na trajetória endossalpingeana, nem para alimentá-lo no impulso da migração por deficiência hormonal do ovário, determinando não apenas os fenômenos da prenhez ectópica ou localização heterotópica do ovo, mas também certas síndromes hemorrágicas de suma importância, decorrentes da nidação do ovo fora do endométrio ortotópico, ainda mesmo quando já esteja acomodado na concha uterina, trazendo habitualmente os embaraços da placentação baixa ou a placenta prévia hemorragípara que constituem, na parturição, verdadeiro suplício para as mulheres portadoras do órgão germinal em desajuste. Enquadradas na arritmia do centro genésico, outras alterações orgânicas aparecem, flagelando a vida feminina como sejam o descolamento da placenta eutópica, por hiperatividade histolítica da vilosidade corial; a hipocinesia uterina, favorecendo a germicultura do estreptococo ou do gonococo, depois das crises endo metríticas puerperais; a salpingite tuberculosa; a degeneração cística do cório; a salpingooforite, em que o edema e o exsudato fibrinoso provocam a aderência das pregas da mucosa tubária, preparando campo propício às grandes inflamações anexiais, em que o ovário e a trompa experimentam a formação de tumores purulentos que os identificam no mesmo processo de desagregação; as síndromes circulatórias da gravidez aparentemente normal, quando a mulher, no pretérito, viciou também o centro cardíaco, em conseqüência do aborto calculado e seguido por disritmia das forças psicossomáticas que regulam o eixo elétrico do coração, ressentindo-se, como resultado, na nova encarnação e em pleno surto de gravidez, da miopraxia do aparelho cardiovascular, com aumento da carga plasmática na corrente sanguínea, por deficiência no orçamento hormonal, daí resultando graves problemas da cardiopatia consequente. Temos ainda a considerar que a mulher sintonizada com os deveres da maternidade na primeira ou, às vezes, até na segunda gestação, quando descamba para o aborto criminoso, na geração dos filhos posteriores, inocula automaticamente no centro genésico e no centro esplênico do corpo espiritual as causas sutis de desequilíbrio recôndito, a se lhe evidenciarem na existência próxima pela vasta acumulação do antígeno que lhe imporá as divergências sanguíneas com que asfixia, gradativamente, através da hemólise, o rebento de amor que alberga carinhosamente no próprio seio, a partir da segunda ou terceira gestação, porque as enfermidades do corpo humano, como reflexos das depressões profundas da alma, ocorrem dentro de justos períodos etários. Além dos sintomas que abordamos em sintética digressão na etiopatogenia das moléstias do órgão genital da mulher, surpreenderemos largo capítulo a ponderar no campo nervoso, à face da hiperexcitação do centro cerebral, com inquietantes modificações da personalidade, a ralarem, muitas vezes, no martirológio da obsessão, devendo-se ainda salientar o caráter doloroso dos efeitos espirituais do aborto criminoso, para os ginecologistas e obstetras delinquentes. 

– Para melhorar a própria situação, que deve fazer a mulher que se reconhece, na atualidade, com dívidas no aborto provocado, antecipando-se, desde agora, no trabalho da sua própria melhoria moral, antes que a próxima existência lhe imponha as aflições regenerativas? 

– Sabemos que é possível renovar o destino todos os dias. Quem ontem abandonou os próprios filhos pode hoje afeiçoar-se aos filhos alheios, necessitados de carinho e abnegação. O próprio Evangelho do Senhor, na palavra do Apóstolo Pedro, adverte-nos quanto à necessidade de cultivarmos ardente caridade uns para com os outros, porque a caridade cobre a multidão de nossos males.

                                                              Pedro Leopoldo, 8/6/58. 

Francisco Cândido Xavier - Evolução em Dois Mundos - pelo Espírito André Luiz  - cap. 14


Miopraxia: condição de insuficiência funcional de um órgão no conjunto orgânico.
Disendocrinia: perturbação das funções endócrinas, isto é, no funcionamento das glândulas de secreção interna.
Atonizado: relativo a um órgão que sofreu perda de tônus, isto é, perda de resistência e elasticidade normais.
Toxemia: intoxicação do sangue.
Endossalpingeano: relativo ao interior da salpinge, isto é, da trompa uterina.
Ectópico: relativo ao que se realiza ou funciona fora da localização normal.
Heterotópico: referente ao que se localiza fora da posição normal, como a formação de tecido em local onde não se deveria encontrar.
Germicultura: criação ou proliferação de germes.
Hiperatividade: Atividade excessiva.
Hiperexcitação: excitação em excesso.
Hipocinesia: diminuição da atividade motora do organismo.
Histólise: relativo à histólise, destruição ou dissolução de tecidos orgânicos.
Salpingite: inflamação da salpinge, isto é, da trompa uterina.
Salpingooforite: salpingite com ooforite (ovarite), ou seja, inflamação da trompa uterina e do ovário simultaneamente.
Anexial: referente ao anexo, o qual compreende a trompa e o ovário considerados como dependência do útero.

Observação: utilizamos  o DICIONÁRIO PESSOAL - Astolfo O. de Oliveira Filho – De Londrina


quarta-feira, 21 de setembro de 2016

PROPOSTA PARA LEGALIZAÇÃO DA INTERRUPÇÃO VOLUNTÁRIA DA GRAVIDEZ PELO SUS

PROPOSTA PARA LEGALIZAÇÃO DA INTERRUPÇÃO VOLUNTÁRIA DA GRAVIDEZ PELO SUS
Federação Espírita do Paraná - FEP
  
20/09/2016

Para ser dada ampla divulgação.
Prezados companheiros 
Uma enquete sobre a legalização do aborto vem ganhando popularidade no site do Senado, onde os internautas podem opinar sobre as propostas que tramitam na Casa. A  terceira mais popular do portal e-Cidadania é a que trata do Abortamento. Relator da proposta, o senador Magno Malta (PR-ES) é contrário ao projeto e deve entregar seu parecer até dezembro.
A popularidade e a disputa se devem à atuação de grupos feministas, favoráveis ao projeto, e grupos religiosos, contrários à proposta, que têm divulgado a enquete em campanhas nas redes sociais. Para opinar sobre a proposta, basta clicar no link https://www12.senado.leg.br/ecidadania/visualizacaomateria?id=119431
Em defesa da vida, vote pela NÃO legalização do abortamento.
Repasse a informação aos seus cadastrados, amigos, conhecidos, familiares, solicitando que se posicionem, igualmente, de forma contrária a mais essa tentativa contra a vida.
A votação está, nesta data, com mais de VINTE MIL votos à frente pelo SIM, ou seja, favoráveis à Proposta de interrupção voluntária da gravidez pelo SUS.
Trabalhemos pela vida, manifestemo-nos de forma contrária, conhecedores que somos do grande investimento que é a vida, das consequências danosas à interrupção à gravidez, para a gestante e para o Espírito reencarnante.
Manifestemo-nos, de forma consciente.
Adriano Lino Greca
Presidente da FEP

sábado, 10 de setembro de 2016

O grande futuro

“Mas agora o meu reino não é daqui” – Jesus. (João, 18:36.)

Desde os primórdios do Cristianismo, observamos aprendizes que se retiram deliberadamente do mundo, alegando que o Reino do Senhor não pertence à Terra.

Ajoelham-se, por tempo indeterminado, nas casas de adoração, e acreditam efetuar na fuga a realização da santidade.

Muitos cruzam os braços à frente dos serviços de regeneração e, quando interrogados, expressam revolta pelos quadros chocantes que a experiência terrena lhes oferece, reportando-se ao Cristo, diante de Pilatos, quando o Mestre asseverou que o seu reino ainda não se instalara nos círculos da luta humana.

No entanto, é justo ponderar que o Cristo não deserdou o planeta. A palavra dEle não afiançou a negação absoluta da felicidade celeste para a Terra, mas apenas definiu a paisagem então existente, sem esquecer a esperança no porvir.

O Mestre esclareceu: – “Mas agora o meu reino não é daqui.”

Semelhante afirmativa revela-lhe a confiança.

Jesus, portanto, não pode endossar a falsa atitude dos operários em desalento, tão-só porque a sombra se fez mais densa em torno de problemas transitórios ou porque as feridas humanas se fazem, por vezes, mais dolorosas. Tais ocorrências, muita vez, obedecem a pura ilusão visual.

A atividade divina jamais cessa e justamente no quadro da luta benéfica é que o discípulo insculpirá a própria vitória.

Não nos cabe, pois, a deserção pela atitude contemplativa e, sim, avançar, confiantemente, para o grande futuro.


Mensagem extraída da obra: Pão Nosso, Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, capitulo 133.

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Reflexão:  

O Reino de Jesus ainda não pôde ser instalado neste Mundo, porque não é um reino de materialidade, não se consubstancia no que é tangível, em atendimento às expectativas do materialismo reinante.  Esse reinado acontece no acolhimento, compreensão e vivência de Suas verdades, o que passa pela inteligência, pela razão e pelo sentimento. O que proporciona modificação profunda nos hábitos e formas de vida no Planeta.

A mensagem excelente legada por Jesus, mostrando as pegadas para se construir o Seu reino na Terra, não foi compreendida, tornou-se mote de disputas irracionais, de descrédito, de interesse mesquinhos,  de guerras hediondas, de multiplicação de credos exploradores da ignorância e da boa-fé e tantos outros desvios que a cegueira do homem foi capaz de produzir a título de fé, adoração, e tantas adjetivações e substantivações que se possa implementar. 

No entanto, a partir de 1857, com a publicação da Codificação Espírita, elaborada por Allan Kardec, que sistematiza as informações trazidas pelos Espíritos, através das comunicações mediúnicas, que no seu bojo amplia o entendimento dos registros dos Apóstolos de Jesus, mais especificamente àqueles de cunho moral, colhendo dos Espíritos Superiores as elucidações clarificadoras das verdades, com lógica.

Dessa forma, feita a revelação extraordinária a respeito do Mundo Espiritual pelos próprios Espíritos, dando conta de seus estados e de como a eles chegaram, revelando suas vivências quando no corpo físico, mostrando a correlação entre a vida que se vive no Mundo material e a que se vive no Mundo espiritual.  Mostrando que não há interrupção da vida, mas sim a sua continuidade, muito embora, em estado vibratório diferente, porque sem a indumentária física.

Revelou-se a reencarnação e a desencarnação, o entrar e o sair da carne, em cada retorno à matéria, num novo corpo, tratando-se de recomeço, oportunidade justa, para se refazer de desastres morais de vida passada, bem como aproveitar as experiências exitosas para ampliar em vivências mais complexas, sendo estas ferramentas evolutivas.

O Reino de Jesus, a ser erigido no íntimo dos seres humanos, aplicando suas lições, as regras do bem viver, em suas ações desde as menores até as grandiosas, sempre respeitando voluntariamente, conscientemente, o próximo, tanto como a Natureza, porque há uma interação com a Vida, com conhecimento de causa, embasada nas Leis Divinas, àquelas mesmas enunciadas por Jesus, quando lecionava aos Apóstolos.

O Cristo, não deserdou a Terra, apenas informou que não estava naquele momento aqui o Seu Reino, apenas se iniciara, seria preciso expor todo um planejamento que escoaria pelos tempos afora, que transcenderia todas as possibilidades de daquele tempo, além de estar as suas minúcias tão distantes dos homens mais aquinhoados de inteligência daquela época, como o próprio estágio da alma humana em relação a sua grandiosidade de Governador do Planeta Terra, desde a sua origem.

O Reino de Jesus terá lugar no Mundo quando os habitantes do Mundo se tornarem Cristãos verdadeiramente, enxergar o direito do próximo antes que o seu, exercer naturalmente o altruísmo, porque o egoísmo será algo que passou, caiu no esquecimento.  Guerra, não haverá mais possibilidades, pois ninguém deseja o que é do próximo, a ganância foi dominada. O domínio é a construção do melhor para todos. A paz é a busca permanente.  Quem se habilita permanecer? Jesus aguarda que todos façam os esforços imprescindíveis de autoeducação, moralização e espiritualização. 

O grande futuro é alvissareiro, para quem se propuser caminhar nas pegadas do Mestre Galileu!

                                                 Dorival da Silva       








  








sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Paralimpíada

Paralimpíada - 29.8.2016

Transcorreu com o brilho esperado a Olimpíada, que se caracterizou pelo desfile contínuo dos campeões dos esportes que deslumbram as multidões. O Brasil correspondeu à expectativa e foi mais além desde a apresentação que a todos nos surpreendeu até o momento final. Nada houve que chocasse a opinião mundial, nem mesmo qualquer tentativa de atentado terrorista que lhe diminuísse a grandeza. A polícia realizou o seu mister com o equilíbrio possível e soube agir com elevação nos casos complexos dos comportamentos de alguns atletas irresponsáveis. Alguns dos acontecimentos lamentáveis acontecem em toda parte, porque, infelizmente, pertencem à natureza humana ainda primária, sem formação ética para os momentos de elevação nacional.
Agora estamos nos dias da Paralimpíada que, lamentavelmente, não recebe o mesmo apoio dos veículos de comunicação, nem os investimentos necessários para demonstrar a grandeza moral do ser humano, após a vivência de sofrimentos inimagináveis que foram superados. Na Olimpíada, a beleza do corpo e sua elegância, a audácia e coragem dos atletas chamam a atenção e fascinam. Nada obstante, na Paralimpíada, igualmente há corpos belos e mutilados, reformulados e nobres capazes de ultrapassar os limites impostos pelas tragédias do cotidiano e pelos denominados infortúnios.
Esses heróis, exemplos vivos do poder da vontade, do valor do enfrentamento quase conta o impossível, são dignos de ser aplaudidos e copiados, porquanto não se detiveram no habitual estado de vítimas das circunstâncias, demonstrando que o espírito conduz a matéria. As terríveis provações a que foram submetidos pela necessidade da evolução espiritual de maneira alguma os impediram de alcançar as metas da existência e continuarem demonstrando que o amor pela arte, pela beleza, pela vida são o objetivo essencial da existência humana.
 Todos deveremos aprender a superar as dificuldades existenciais.
 Parabéns a esses notáveis desportistas! 

Divaldo Pereira Franco.
      Artigo publicado no jornal A Tarde,
 coluna Opinião, em  29.8.2016.
Em 1º.9.2016.

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Conflito


Conflito


“Acho então esta lei em mim: quando quero fazer o bem, o mal está comigo.” – Paulo. (Romanos, 7:21.)

Os discípulos sinceros do Evangelho, à maneira de Paulo de Tarso, encontram grande conflito na própria natureza.

Quase sempre são defrontados por enormes dificuldades nos testemunhos. No instante justo, quando lhes cabe revelar a presença do Divino Companheiro no coração, eis que uma palavra, uma atitude ligeira os traem, diante da própria consciência, indicando-lhes a continuidade das antigas fraquezas.

A maioria experimenta sensações de vergonha e dor.

Alguns atribuem as quedas à influenciação de espíritos maléficos e, geralmente, procuram o inimigo no plano exterior, quando deveriam sanar em si mesmos a causa indesejável de sintonia com o mal.

É indubitável que ainda nos achamos em região muito distante daquela em que possamos viver isentos de vibrações adversas, todavia, é necessário verificar a observação de Paulo, em nós próprios.

Enquanto o homem se mantém no gelo da indiferença ou na inquietação da teimosia, não é chamado à análise pura; entretanto, tão logo desperta para a renovação, converte-se o campo íntimo em zona de batalha.

Contra a aspiração bruxuleante do bem, no dia que passa, levanta-se a pesada bagagem de sombras acumuladas em nossas almas desde os séculos transcorridos. Indispensável, portanto, grande serenidade e resistência de nossa parte, a fim de que o progresso alcançado não se perca.

O Senhor concede-nos a claridade de Hoje para esquecermos as trevas de Ontem, preparando-nos para o Amanhã, no rumo da luz imperecível.

Mensagem extraída da obra: Pão Nosso, Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, capítulo 136.
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Reflexão: Conquanto os conhecimentos dos homens nos dias atuais, sobre a questão espiritual permanecem os conflitos num processo íntimo em cada um daqueles que se dão ao trabalho do autoconhecimento.
          Conhecer-se é se descobrir, desvendar um mundo novo, apesar da antiguidade, que atravessa os milênios e milênios de vivências, com experiências negativas e grande quantidade experiências positivas. São as negativas que nos incomodam mesmo inconscientemente, porque surgem para a nossa realidade de agora como tendências ou mesmo como aptidões que nos levam à realização negativa, se não refletirmos antes de nossas decisões, para avaliarmos as possíveis consequências, assim, com muito esforço, às vezes impedimos que nossa própria "influenciação" perniciosa nos induza repetir atitude que nos leva ao sofrimento.
      Mesmo assim, com esforço e medidas as consequências não evitamos a nova queda, em muitos casos, porque a nossa resistência moral ainda é frágil, inconsistente, apesar de tudo nos mostrar a inconveniência de tal ou tal atitude.  O que se verifica com muita clareza na questão da infidelidade conjugal, o desrespeito àquilo que é direito comum, como as sonegações, a vantagem desleal sobre o mais fraco...
           Sabe-se que não se deve realizar esta ou aquela ação, no entanto, na ânsia de repetir sensações, de prevalecer sobre outrem, na ilusão de poder, de uma falsa elevação da autoestima, um engrandecimento de si mesmo, num achar vantajoso o soerguimento da vaidade e do orgulho. Logo verá que o troféu que brilha por um instante, desfaz-se logo depois, maculando irremediavelmente a consciência.  Isto porque infringiu lamentavelmente a Lei Divina, que está na sua consciência¹.
        Dessa forma, como meditamos e medimos as possíveis consequências, sabíamos o que estávamos fazendo, aí a realidade para o Espírito é danosa, porque não tem a justificativa da ignorância, foi algo premeditado, as consequências serão sofrimentos que teremos que suportar por tempo que somente nós mesmos poderemos por fim, com a decisão firme de renovação.
       O grande antídoto ao sofrimento da Alma é a evangelização, não aquilo que se deu por entender por evangelização, o que não passa de muita falácia, repetições frasais, comportamentos fingidos a título de santidade que não se adquiriu, com a intenção de impressionar a outrem. 
       A evangelização é uma mudança profunda da alma, estabelecendo em si a lucidez diante da vida, que não se encerra na matéria, mas que transcende os seus limites, avançando para a Espiritualidade, tendo na mensagem de Jesus um caminho norteador, o rumo, e não a barreira psicológica do decorar e repetir verbalmente, com demonstrações excêntricas de comportamento.
        Os conflitos que nos surgem é ponto para análise, reflexão e decisão, nem sempre atendendo nosso interesse, porque o interesse predominante poderá estar sendo a repetição inconsciente de erros de outras existências, que embora negativos nos deram satisfação.
          Conflitos, conflitos...
                                                                                                                                                                                                                      Dorival da Silva

1. O Livro dos Espíritos, questão 621: Onde está escrita a Lei de Deus? "Na Consciência."

                                                        


                                                                 
                
                 

           
           
           


terça-feira, 16 de agosto de 2016

Paz do mundo e paz do Cristo

Paz do mundo e paz do Cristo

“A paz vos deixo, a minha paz vos dou; não vô-la dou como o mundo a dá.” - Jesus. (João, 14:27.)


É indispensável não confundir a paz do mundo com a paz do Cristo.

A calma do plano inferior pode não passar de estacionamento.

A serenidade das esferas mais altas significa trabalho divino, a caminho da Luz Imortal.

O mundo consegue proporcionar muitos acordos e arranjos nesse terreno, mas somente o Senhor pode outorgar ao espírito a paz verdadeira.

Nos círculos da carne, a paz das nações costuma representar o silêncio provisório das baionetas; a dos abastados inconscientes é a preguiça improdutiva e incapaz; a dos que se revoltam, no quadro de lutas necessárias, é a manifestação do desespero doentio; a dos ociosos sistemáticos é a fuga ao trabalho; a dos arbitrários é a satisfação dos próprios caprichos; a dos vaidosos é o aplauso da ignorância; a dos vingativos é a destruição dos adversários; a dos maus é a vitória da crueldade; a dos negociantes sagazes é a exploração inferior; a dos que se agarram às sensações de baixo teor é a viciação dos sentidos; a dos comilões é o repasto opulento do estômago, embora haja fome espiritual no coração.

Há muitos ímpios, caluniadores, criminosos e indiferentes que desfrutam a paz do mundo. Sentem-se triunfantes, venturosos e dominadores no século. A ignorância endinheirada, a vaidade bem vestida e a preguiça inteligente sempre dirão que seguem muito bem.

Não te esqueças, contudo, de que a paz do mundo pode ser, muitas vezes, o sono enfermiço da alma. Busca, desse modo, aquela paz do Senhor, paz que excede o entendimento, por nascida e cultivada, portas a dentro do espírito, no campo da consciência e no santuário do coração.

Obra: Vinha de Luz, Emmanuel, Francisco Cândido Xavier, cap. 105.

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Reflexão:  A paz, como a de Jesus, é construída na intimidade da Alma, no Céu de cada um. Não se perderá, sempre se ampliará, acompanhará quando retornar à espiritualidade, quer dizer quando morrer sob os olhos do Mundo, que fatalmente se morre fisicamente, liberando a Vida do corpo, que somos nós mesmos.

As convenções, os modismos, as presunções, o poder, enfim todas as vaidades do Mundo, no que há de negativo, somente avançará os sentimentos que disso resultar, geralmente nocivos aos interesses da paz daquele que a cultiva, muito embora, possa ter proporcionado uma sensação de paz enquanto ombreia os interesses passageiros da vida terrena. 

O olhar sobre a vida de agora apenas mirando o limite que o materialismo oferece, embora possa parecer infinito, sempre terá a amplidão que lhe dermos; no entanto, quando colocamos o componente espiritual na vida existe uma ampliação significativa dos horizontes do ser que pensa, que vive conscientemente uma realidade que passa, sem as ilusões que entorpecem o objetivo espiritual da vida, porque entende a razão de sua passagem pela vida material que momentaneamente exerce.

Quase sempre procurando a paz, como a entendemos na vida material, assim acumulando para o futuro motivos de sofrimento, porque a realidade que precisamos preservar para depois desta vida, sempre nos proporcionará incômodo, tirando-nos a zona de conforto, aquela que pensamos proporcionar paz, sendo que momentaneamente seja verdade, conquanto fugaz, que qualquer movimento que nos desagrade a dilui e desfaz. 

Muito embora, a construção da paz que perdurará pelos tempos a fora quase sempre proporciona desconforto, trabalho, esforço, superação e exigem desprendimento, compreensão, tolerância, perdão, renúncia e muita reflexão, o que quer dizer uma fé que raciocina, o amor que se movimenta, a caridade de todas as formas. É a construção que o mundo não vê,  o aplauso não existe, o elogio passa distante, com frequência paira a ingratidão, a crítica ácida, a desconfiança, a incompreensão. 

A instalação das virtudes, o patrimônio incorruptível, que alçará a Alma no Reino da Paz, esta sim não será a paz do Mundo, deste mundo do faz de conta, onde a ilusão impera, pela ausência de uma consciência de espiritualidade, um conhecer-se a si mesmo, o saber porque estou aqui, de onde vim e para onde vou, após a falência da carne.

Após a morte do corpo a Vida existe, permanecerá sempre, e terá paz, se a construirmos como Jesus indicou e não como o mundo a impôs.

O mundo a apresenta de acordo com a soma de suas imperfeições, seus vícios, seus interesses, atendendo as satisfações imediatas, sem perspectiva de longanimidade, porque é estanque, finito, terminável, tal como toda matéria.  

Jesus, através do Evangelho, mostra uma realidade transcendente aos limites da matéria, porque não terá fim, porque fala a realidade do Espírito, do que não é material, e transita pelos tempos infinitos, rumo ao fulcro essencial, a origem, que é Deus, onde a paz é permanente, imperecível.

Fiquemos com a paz do Cristo, embora não atenda aos interesses imediatos que o Mundo exige. O nosso olhar deverá ultrapassar as convenções deste momento...

Dorival da Silva