quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Entrevista de Divaldo Pereira Franco à TV Portuguesa

Entrevista de Divaldo Pereira Franco à TV Portuguesa

Entrevistadora – Entrevistar Divaldo Pereira Franco é uma grande honra. Divaldo é um homem que tem uma obra social com um peso enorme, no Brasil, que se dedica aos outros e tem ajudado muitas famílias.

Divaldo – É que o sentido da vida é servir. Quando  não servimos, ainda não aprendemos a viver. Quando a criatura humana descobre que a vida tem um sentido profundo, esse sentido se converte num ato de amor e, sem dúvida, como dizia Dostoiewski, a beleza e o amor salvarão o mundo.

Entrevistadora – É nisso que sempre acreditou e é por isso que tem sempre trabalhado?

Divaldo – Exatamente. Ao descobrir o Espiritismo, encontrei um mundo inteiramente novo. Pertencente a uma religião tradicional, tinha perguntas sem respostas. Essas perguntas faziam parte do meu cotidiano porque desde os quatro anos de idade eu via os Espíritos e acreditava que eram alucinações.
Mais tarde, informações indevidas asseveravam que se tratava de uma força do mal, demoníaca e isso me lançava grande conflito. Como pode o mal aconselhar o bem? Porque me aconselhavam o bem, uma vida reta, atitudes castas perante a vida e, sobretudo o ato de abnegação, em nome de Jesus Cristo, esse Ser incomparável que ainda deslumbra o mundo e, lentamente me apaixonei por Ele. Ao ler o Sermão da Montanha, encontrei respostas para todas as inquietações da minha alma e lembrei-me de Gandhi: Se todos os livros desaparecessem e ficasse apenas o Sermão da Montanha, não necessitaríamos de mais nada.
Então, imitando esses grandes vultos tentei ser útil e não faltaram colaboradores porque o mundo é bom, as pessoas são boas, estão mal informadas. Não existe a maldade, no sentido tácito; existem transtornos de natureza emocional, patologias. Então, aquele a quem consideramos mau é o indivíduo que perdeu o endereço de si mesmo. Ao perder o endereço de si mesmo, perdeu o endereço da vida e agride porque se agride e tendo medo de ser agredido por outros, se torna violento.
Diz a Organização Mundial da Saúde que a violência é um mal do Espírito, deve ser tratado o Espírito com amor, ternura e bondade.

Entrevistadora – É tão bonito tudo aquilo que a vida tem lhe ensinado. Mas, como descobriu o Espiritismo? Realmente começou muito cedo, aos quatro anos tinha as primeiras manifestações. Levou tempo para que sua mãe percebesse o que estava acontecendo com você? Você consegue explicar aos nossos espectadores o que é Espiritismo, o que é perceber um Espírito, sentir uma Entidade?

Divaldo – Allan Kardec foi o mestre francês que propôs a palavra Espiritismo. Sempre houve a palavra Espiritualismo, essa abrangência de crenças na Imortalidade da alma e em Deus. E ele então, ao apresentar o resultado das suas investigações, estabeleceu que o Espiritismo é uma Ciência que estuda a origem, a natureza, o destino dos Espíritos e as suas relações com o mundo corporal.
Em todas as épocas, desde o período paleontológico, que se veem Espíritos. São eles que nos vêm dizer que a vida continua. As religiões são metodologias pedagógicas para nos ensinar a encontrar o equilíbrio e, naturalmente, cada uma de acordo com o seu fundador.
Allan Kardec estabeleceu que essa Ciência é também uma Filosofia. Quem de nós não perguntou: Por que eu sofro? Por que há pessoas más que progridem e outras boas que não logram nada? Qual a razão do meu infortúnio? As doenças terríveis e devastadoras, os fenômenos teratológicos, a riqueza, a miséria são interrogações que as velhas doutrinas do esoterismo denominavam como reencarnação. Mas, também, por que os mortos vêm falar conosco? Para demonstrarem que a vida continua.
O Espiritismo estuda todos esses fenômenos, hoje ditos paranormais, metapsíquicos e outras denominações, para dizer que são fenômenos naturais, apenas não são de todo o momento.
Nós possuímos um sistema nervoso específico. E foi descoberto, pelos russos, que aqueles neurônios que eram considerados lixo, são detentores de praticidade e, além dos cinco sentidos, temos outros sentidos, a intuição, a clarividência, a clariaudiência, o profetismo.

Entrevistadora – Nós temos todos?

Divaldo – Todos, é uma dependência apenas de um exercício. Allan Kardec o Codificador, o homem que nos propôs a Doutrina, estabelece que é uma faculdade paranormal dentro da nossa normalidade e todos temos a sensibilidade.
A intuição feminina é tão tradicional que mesmo os homens céticos respeitam. Quando a mulher diz uma coisa, têm muito cuidado. Os sonhos premonitórios, os fenômenos de aparição na Bíblia, no Corão, no Zenda-Avesta, e todas as obras tradicionais das religiões demonstram que existe algo e que conseguimos captar.
Nesta época da Cibernética, temos sensores que estão em nossa glândula pineal, no nosso Sistema Nervoso Central e nas glândulas endócrinas.

Entrevistadora – Agora, nos dias de hoje, ainda bem que fala nesta época da Cibernética porque estamos numa fase em que as pessoas estão num momento de muito desespero. Aqui em Portugal, muito em virtude  da crise econômica que se tem vivido, as pessoas estão desorientadas, com muito pouca esperança, com uma visão, às vezes, bastante indevida de vida, sem saber para onde caminhar. Eu pergunto o que a Doutrina Espírita poderá dizer a essas pessoas? Que mensagem você nos pode passar?

Divaldo – Vale a pena confiar na vida porque a vida muda. As alternativas entre hoje e amanhã são inesperadas. O Espiritismo é Doutrina de consolo.
Imagine a perda de uma pessoa querida, o desespero, e a certeza de que a vai reencontrar. Saber que ela volta e continua guiando-nos. Mas esse desespero que nos assalta é fruto de uma cultura ética devastadora que nos ensinando espiritualismo somente trabalhou pelo capitalismo.
Somos pessoas eminentemente individualistas, sexistas, consumistas e, quando esses três fatores, ou um deles não corresponde, desesperamo-nos. Mas, se olharmos um pôr do sol, a nascente do dia, o sorriso de uma criança, uma flor que desabrocha, a natureza e nos olharmos, voltaremos para Deus.
Para nossa crise existencial é necessário não apenas crer no que toca. A Física Quântica nos diz que tudo quanto vemos é invisível. Antes era necessário ver para crer, agora é necessário crer para ver. Essa crise é mais do indivíduo que vai somada a outro indivíduo e atinge a coletividade.
Na hora em que me torno melhor, o mundo se melhora. Na hora em que  passo a confiar, ter não é tão importante.  É mais importante ser, adquirir um estado de equilíbrio emocional e considerar esses valores nos valores que eles têm, não lhes dar um valor ultrapassado, daqueles que é a base da vida: Eu só serei feliz se...Por que se...? Eu sou feliz e me tornarei mais feliz quando lograr tal ou qual meta, que nem sempre é a felicidade, porque depois ela se converte e se reverte.
O Espiritismo nos diz: Muito bom ânimo. A vida é feita de transformações, nosso corpo, em cada segundo, perde trinta milhões de hemácias e nascem trinta milhões de hemácias. A cada sete anos, o corpo é inteiramente novo. Um homem ou mulher de setenta anos já teve dez corpos, então, tudo isso faz parte do nosso processo de autoiluminação.
Se entronizamos Deus, não importa que Deus seja, só há um, aquela Causa Criadora, a Natureza, o Cosmo....

Entrevistadora – Chamemos do que quisermos...

Divaldo – Pouco importa. Os nomes são apenas designações mas, nos voltarmos para esta crença: Eu sou filho de Deus, eu valho a pena, eu tenho que realizar algo, a minha vida tem sentido, por mínimo que seja. Como ninguém existe tão autossuficiente que não necessite de outrem, então, nasce o amor.

Entrevistadora – Por outro lado, a única pessoa que nos vai fazer seguramente companhia ao longo de toda a vida somos nós próprios.

Divaldo – Nós próprios estamos conosco.

Entrevistadora – Nós. Exatamente. Teremos sempre a nossa companhia até o fim.

Divaldo – Por isso temos que nos amar.

Entrevistadora – Exatamente.

Divaldo – O que me fascina na Filosofia de Jesus, entre outros, é o primeiro mandamento: Amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Se nós não nos amamos como iremos amar a outrem? Serão paixões, serão manifestações da libido, desejos, ansiedades. Quando nasce esse autoamor, nós nos aprimoramos interiormente, adquirimos beleza, os nossos olhos brilham e a vida se torna muito menos dolorosa do que as fitas negras do pessimismo.

Entrevistadora – Agora, eu ficaria lhe ouvindo durante dez horas... Está para acontecer um Congresso muito importante, um Congresso de três dias, quer explicar que Congresso é esse?

Divaldo – Esse Congresso reúne mais de quarenta países onde os espíritas estamos procurando entender os enigmas da vida e tornar a sociedade mais pródiga, mais generosa, mais compassiva, mais honesta, porque a nossa ética é do individualismo, é do interesse pessoal e quando temos esse interesse pessoal, o interesse da coletividade desmaia. Estaremos reunidos para poder apresentar teses espíritas e, sobretudo, o direito à vida, alegria de viver. Temos o dever de estar alegres, a maior dádiva da vida é a vida.

Entrevistadora – Não podemos maltratá-la.

Divaldo – Não temos o direito de maltratarmo-nos. Vamos encontrar uma vida exuberante, de dentro para fora.
O Congresso está reunindo quase quarenta países para discutirmos os temas que dizem respeito à grande problemática da atualidade, acompanhando a ciência, situar a ciência dentro do contexto da religião, fazer a religião científica e uma ciência religiosa.

Entrevistadora – Percebem porque esse Congresso é tão importante. Reúne mais de quarenta países, vêm grandes nomes a esse Congresso, um dos nomes mais importantes, sem dúvida, Divaldo Franco. Aliás, assim que se soube da sua vinda a Portugal, imediatamente se juntaram as Instituições e as pessoas que poderiam assistir, porque efetivamente é um homem que já fala por si.
Eu gostei muito de recebê-lo aqui. Acho que é uma pessoa muito especial. Ainda bem que escreve tantos livros e que escreve da forma que escreve, porque a sua mensagem consegue chegar tão longe.
Desejo-lhe muita saúde e felicidades.

Divaldo – Muito obrigado. Desejo-lhe também muitas bênçãos porque seu nome me é muito popular, como em Portugal e também no Brasil. Muita felicidade.

Entrevista concedida em 6.10.2016.
Mensagem extraída do endereço:

 http://www.divaldofranco.com.br/noticias.php?not=445

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

DIVULGAÇÃO ESPÍRITA

DIVULGAÇÃO ESPÍRITA

Bezerra de Menezes

Filhos, o Senhor nos abençoe. Efetivamente, as vossas responsabilidades no plano terrestre vos concitam a trabalho árduo no que se refere à implantação das ideias libertadoras da Doutrina Espírita a que fomos trazidos a servir.

Em verdade, nós outros, os amigos desencarnados, até certo ponto, nos erigimos em companheiros da inspiração, mas as realidades objetivas são vossas, enquanto desfrutardes as prerrogativas da encarnação.

Compreendamos que a vossa tarefa na divulgação do Espiritismo é ação gigantesca, de que não vos será lícito desertar.

Nesse aspecto do assunto, urge considerarmos o impositivo da distribuição equitativa e plena dos valores espirituais, tanto quanto possível, em benefício de todos.

Devotemo-nos à cúpula, uma vez que, em qualquer edificação o teto é a garantia da obra, no entanto, é forçoso recordar que a estrutura e o piso são de serventia preciosa, cabendo-lhes atender à vivência de quantos integram no lar a composição doméstica.

Em Doutrina Espírita, encontramos a Terra toda por lar de nossas realizações comunitárias e, por isso mesmo, a cúpula das ideias é conclamada a exercer a posição de cobertura generosa e benéfica em auxílio da coletividade.

Não vos isoleis em quaisquer pontos de vista, sejam eles quais forem.

Estudai todos os temas da humanidade e ajustai-vos ao progresso, cujo carro prossegue em marcha irreversível.

Observai tudo e selecionai os ingredientes que vos pareçam necessários ao bem geral.

Nem segregação na cultura acadêmica, nem reclusão nas afirmativas do sentimento.

Vivemos um grande minuto na existência planetária, no qual a civilização, para sobreviver, há de alçar o coração ao nível do cérebro e controlar o cérebro, de tal modo que o coração não seja sufocado pelas aventuras da inteligência.

Equilíbrio e justiça.

Harmonia e compreensão.

Nesse sentido, saibamos orientar a palavra espírita no rumo do entendimento fraternal.

Todos necessitamos de luz renovadora.

Imperioso saber conduzi-la, através das tempestades que sacodem o mundo de hoje, em todos os distritos da opinião.

Congreguemo-nos todos na mesma formação de trabalho, conquanto se nos faça imprescindível a sustentação de cada um no encargo que lhe compete.

Nenhuma inclinação à desordem, a pretexto de manter coesão, e nenhum endosso à violência sob a desculpa de progresso.

Todos precisamos penetrar no conhecimento da responsabilidade de viver e sentir, pensar e fazer.

Os melhores necessitam do Espiritismo para não perder o seu próprio gabarito nos domínios da elevação.

Os companheiros da retaguarda evolutiva necessitam dele para se altearem de condição.

Os felizes reclamam-lhe o amparo, a fim de não se desmandarem nas facilidades que transitoriamente lhes enfeitam as horas.

Os menos felizes pedem-lhe o socorro, a fim de se apoiarem na certeza do futuro melhor.

Os mais jovens solicitam-lhe os avisos para se organizarem perante a experiência que lhes acena ao porvir e os companheiros amadurecidos na idade física esperam-lhe o auxílio para suportar com denodo e proveito as lições que o mundo lhes reserva na hora crepuscular.

Tendes convosco todo um mundo de realizações a mentalizar, preparar, levantar, construir.

Não nos iludamos.

Hoje dispondes da ação, no corpo que envergais; amanhã seremos nós, os amigos desencarnados, que vos substituiremos na arena de serviço.

A nossa interdependência é total.

Ante a imortalidade, estejamos convencidos de que voltaremos sempre à retaguarda para corrigir-nos, retificando os erros que tenhamos, acaso, perpetrado. Mantenhamo-nos vigilantes.

Jesus na Revelação e Kardec no Esclarecimento resumem para nós códigos numerosos de orientação e conduta.

Estamos ainda muito longe de qualquer superação, à frente de um e outro, porque, realmente, os objetivos essenciais do Evangelho e da Codificação do Espiritismo exigem ainda muito esforço de nossa parte para serem, por fim, atingidos.

Reflitamos: sem comunicação não teremos caminho.

Estudemos e revisemos todos os ensinos da Verdade, aprendendo a criar estradas espirituais de uns para os outros.

Estradas que se pavimentem na compreensão de nossas necessidades e problemas em comum, a fim de que todas as nossas indagações e questões sejam solucionadas com eficiência e segurança.

Sem intercâmbio, não evoluiremos; sem debate, a lição mora estanque no poço da inexperiência, até que o tempo lhe imponha a renovação.

Trabalhemos servindo e sirvamos estudando e aprendendo. E guardemos a convicção de que, na bênção do Senhor estamos e estaremos todos reunidos uns com os outros, hoje quanto amanhã, agora como sempre.


Mensagem psicografada por Francisco Cândido Xavier, recebida em 6 dez. 1969 e publicada em Reformador, abr. 1977. (Extraída o livreto: Orientação à Comunicação Social Espírita, FEB, 2ª edição – 9/2013, pág. 13/15)

Iniciação mediúnica

Iniciação mediúnica

Assinalas contigo o fenômeno mediúnico e ante as emoções diferentes que te invadem o mundo íntimo, experimentas a perturbação e a dor...

Em vista disso, rogas orientação e socorro. Não olvides, porém, que o problema reside em ti mesmo e que não te reajustarás sem a própria cooperação.

O médico poderá ser competente e caritativo, entretanto não dispõe de recursos para salvar o enfermo que não deseja curar-se.

Se pretendes equilíbrio e segurança, antes de tudo, através da oração, solicita à Divina Providência te auxilie a policiar a própria mente, sustentando o bem a teu próprio favor.

Em seguida, trabalha na extensão desse mesmo bem, quanto estiver ao teu alcance, porque todos os processos de obsessão, quase sempre nascidos da força mediúnica inconsciente, crescem na medida de tuas horas inúteis.

Assim sendo, ainda mesmo com sacrifício cumpre teus deveres no lar ou no círculo de trabalho em que o Senhor te situou a existência, empregando o cérebro e o coração naquilo que possas realizar de melhor. E, além das obrigações naturais que te enriquecem a luta, refugia-te no estudo nobre e na caridade incansável, alavancas seguras de tua libertação.

O livro edificante opera o saneamento da alma, descerrando-te os mais elevados caminhos da Terra e o serviço prestado desinteressadamente ao próximo ampara-te com os valores da simpatia, angariando-te as bênçãos do Céu.

O doente a quem ajudas será remédio em tuas feridas e o desesperado a quem reconfortas será consolo em teu coração.

Não reclames do Cristo o milagre de teu reajuste. Pede ao Mestre Divino te conceda serviço e entendimento, para que restaures a ti próprio, enfileirando-te entre os servidores leais da luz.

Não te queixes dos adversários e perseguidores desencarnados. Eles são nossos próprios companheiros, afetos do nosso “ontem”, que deixamos à retaguarda, em muitas circunstâncias, envenenados por nossas próprias ações destrutivas.

Se aguardamos proteção e carinho dos benfeitores que se erguem na Altura, acima de nós, como fugir ao concurso aos nossos irmãos menos felizes, que sofrem, dementados, entre a delinquência e a miséria, para que se retirem do tenebroso vale das sombras, ao qual, muitas vezes, se arrojaram com o impensado impulso de nossas mãos?

Oferece-lhes, assim, o teu exemplo vivo na paciência e na abnegação, na fé e na caridade, na tolerância e no dever dignamente cumprido, para que leiam em tua vida a cartilha da própria transformação.

Não basta, pois, desenvolver a mediunidade que trazes, latente. É indispensável te aprimores, através do trabalho e da prece, com bases na fraternidade e no estudo, para que te faças operário do Cristo com que o Cristo possa contar.

Não percas tempo, entre o anestésico do desânimo e o fel da lamentação.

Devotemo-nos ao bem de todos, aprendendo e auxiliando, amando e servindo sempre.

Ser “médium” significa ser “medianeiro”.

Não vale, desse modo, apenas guardar o título. É imprescindível a nossa expansão no discernimento e no mérito, na compreensão e na bondade, com utilidade para os outros e aperfeiçoamento de nós mesmos, que nos habilitem a ser devotados artífices do amor e fiéis mensageiros da luz.

                                                 Emmanuel

Do livro Temas da Vida, obra mediúnica psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.

Esta mensagem também pode ser acessada através do endereço:
http://www.oconsolador.com.br/ano10/489/emmanuel.html


domingo, 30 de outubro de 2016

Filhos da luz

Filhos da luz

“Andai como filhos da luz.” - Paulo. (Efésios, 5:8.)
Cada criatura dá sempre notícias da própria origem espiritual.
Os atos, palavras e pensamentos constituem informações vivas da zona mental de que procedemos.
Os filhos da inquietude costumam abafar quem os ouve, em mantos escuros de aflição.
Os rebentos da tristeza espalham o nevoeiro do desânimo.
Os cultivadores da irritação fulminam o espírito da gentileza com os raios da cólera.
Os portadores de interesses mesquinhos ensombram a estrada em que transitam, estabelecendo escuro clima nas mentes alheias.
Os corações endurecidos geram nuvens de desconfiança, por onde passam.
Os afeiçoados à calúnia e à maledicência distribuem venenosos quinhões de trevas com que se improvisam grandes males e grandes crimes.
Os cristãos, todavia, são filhos da luz.
E a missão da luz é uniforme e insofismável.
Beneficia a todos sem distinção.
Não formula exigências para dar.
Afasta as sombras sem alarde.
Espalha alegria e revelação crescentes.
Semeia renovadas esperanças.
Esclarece, ensina, ampara e irradia-se.


Mensagem extraída da obra: Vinha de Luz, Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, capítulo 160

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REFLEXÃO: Porquê demoramos tanto para entender que somos filho da Luz? Há em nós uma resistência grande em nos afastarmos da nuvem escura que geramos com as nossas ações más. "Toda árvore má oferece frutos amargos", entretanto, somos seres perfectíveis, sendo que a perfeição é um fatalismo para a alma humana.
      
É certo que somos filhos da Luz, no entanto, a nossa luz está um tanto embotada, em conta as imperfeições que a envolvem, tal como a jaça que esconde o brilho da pedra preciosa.  No homem a jaça são as consequências das experiências negativas, o comprometimento da consciência com o exercício do orgulho e do egoísmo.  O comportamento desairado em relação ao próximo, o desrespeito ao mais fraco, o submeter o indefeso à mesquinhez moral, a invigilância quanto ao direito do outro em qualquer circunstância.  Tudo gera acúmulo na configuração moral de cada ser em evolução.  São experienciações que comprometem e fazem sofrer em alguma época da vida, forçando a corrigenda nesta ou em outra vida. 

Todos temos uma meta a alcançar, a nossa Luz, faz-se necessário o rumo, para onde dirigirmos nosso foco de interesse. Para isso, a luz interior precisa vencer a carapaça escura que a envolve, escapando-se pelas frinchas abertas com os esforços,  superações e a busca de entendimento, pelo acalmar das intenções fumegantes de conquistas materiais, valorizando o bom senso, o discernimento, amenizando o poder das forças desconcertantes. 

O rumo é estabelecido pela consciência cultivada numa inteligência educada pela vontade do bem. Num primeiro instante é insipiente, mas os esforços para o entendimento e a compreensão sobre a grandiosidade evolutiva da vida, dá velocidade ao aclaramento e a elucidação da alma em trânsito evolutivo. 

Somos filhos da Luz, porque da Luz viemos, com as potências em latência, aguardando o nosso desenvolvimento e as experiências que nos libertarão, apesar de que herdamos o direito ao livre arbítrio, com o qual deveremos despertar o senso de liberdade e responsabilidade, aprendendo a decidir entre o que devemos e o que não devemos fazer, considerando o estado de consciência que saberá medir as consequências de cada ato. 

A luz se fará em todos nós, mas não ocorrerá por uma causa exterior, será uma construção no tempo, superadas a ignorância e as deficiências morais, reparados os desvios, aprendidas as lições, estas que permanecerão como combustível que se ampliará  mantendo a Luz que se tornará imperecível. 

Somos filhos da Luz!

                                                           Dorival da Silva







domingo, 23 de outubro de 2016

Enfermidades saneadoras - Joanna de Ângelis

Enfermidades saneadoras - Joanna de Ângelis

Toda enfermidade que aflige o ser humano possui as suas nascentes no cerne do Espírito. Ainda imperfeito, necessita depurar-se enfrentando a lapidação das suas arestas morais perniciosas.
Herança do passado evolutivo, quando os instintos básicos dominavam todas as suas ações, eles permanecem vigorosos e geram dificuldades nos momentos de decisões que devem ultrapassar as barreiras do ego, em benefício da sociedade.
Não fosse a necessidade do crescimento interior, a fim de lhe permitir o desabrochar dos valores de enobrecimento que jazem no seu íntimo, e o sofrimento não existiria.
A sua finalidade precípua é proporcionar o respeito às soberanas leis da Vida e ampliar-lhe a capacidade intelectual e o desenvolvimento moral.
Portanto, em vez de ter apenas um caráter punitivo, a enfermidade possui o objetivo terapêutico libertador dos males que insistem em permanecer dominantes.
Toda deficiência moral produz no perispírito um sinal que o organismo decodificará no momento próprio, para dar lugar à enfermidade.
Nos fenômenos graves das expiações decorrentes dos delitos de alta significação, apresentam-se as manifestações genéticas na imensa gama de deformidades que constituem o recurso depurativo necessário à libertação, à conquista da harmonia. Como não se pode fugir do cárcere imposto pela reencarnação, desde muito cedo o Espírito vivencia a evolução a que se negou, comprometendo-se com severidade.
Noutras vezes, as dificuldades de outro gênero - moral, social, econômica, emocional e psíquica - constituem elementos de redenção por aprimorarem os sentimentos e ensejarem a autoiluminação.
Há, no entanto, o recurso do bem fazer ao alcance de todos, que propicia a sua reabilitação com perspectivas de crescimento espiritual.
Graças à lei de evolução, a ciência médica alcançou na atualidade elevado patamar que proporciona com a sua tecnologia alterações profundas para melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Certamente, esses recursos estão distantes da grande maioria dos comprometidos espirituais. No entanto, quase todos desfrutam dos benefícios da assepsia, da anestesia, de cirurgias extraordinárias, que os auxiliam na recuperação ou na atenuação das doenças.
Indispensável, todavia, que se operem também transformações internas para que ocorra o resgate do erro, o conhecimento da verdade, a consideração pela existência, tornando menos áspera a jornada.
A ausência, porém, do conhecimento espiritual responde pelo prolongamento dos processos degenerativos, degradantes da matéria e, principalmente, aqueles que dizem respeito à emoção.
Em qualquer situação, a preservação do equilíbrio mental é responsável pela atividade reparadora, especialmente quando impulsiona o paciente para a introspecção, a autodescoberta e a identificação da imortalidade de que se constitui.     
Não ocorrendo essa experiência valiosa, transfere-se de uma para outra problemática, mantendo-se o quadro enfermiço que aparece e retorna com frequência.
Seja qual for a problemática que te aflija ou desconserte na área da saúde ou de tudo o que possa te constituir infortúnio, não te entregues à ansiedade e ao desespero, visto que a tranquilidade favorecerá o teu restabelecimento.
As ondas mentais de aceitação e o contínuo direcionamento para o bem auxiliarão com vigor o processo de restauração da saúde e da manutenção da paz.
*   *   *
É fenômeno natural o desgaste orgânico, assim como as complexidades emocionais e psíquicas pertencem ao mesmo esquema de harmonia ou desajuste.
A inevitabilidade da morte ronda a existência e sempre aguarda que sejam propiciados os fatores de instalação das doenças.
Ninguém há que atravesse a existência terrena em barcas de exceção.
Observa antigos atletas que apenas cuidaram do corpo, ora consumidos pelos excessos que os induziram a manter-se no clímax ilusório do altar da vaidade.
Alguns foram vitimados por tormentos emocionais que não souberam controlar, enquanto expressivo número de triunfadores de um dia recorreram a drogas perversas que os ludibriaram e se encontram inutilizados.
Cada fase da existência possui sinais de beleza, de resistência, de valores inapreciáveis, que permitem um canto de gratidão a Deus.
A velhice, por mais postergada, é inevitável, e as características que a assinalam são irremovíveis.
Desse modo, acende a luz do amor no imo e deixa-te incendiar pela alegria de viver.
Estabelece o teu programa de educação íntima e preservarás o estado saudável em todos os períodos existenciais, mesmo naqueles em que sejas visitado por alguma ocorrência doentia.
Busca no trabalho de auxílio fraternal a sustentação da tua utilidade de viver, e faze a tua existência valiosa para todos aqueles que se te acerquem com necessidades.
Não te atormentes com as doenças nem com os desafios existenciais.
Constituem esses recursos bênçãos que Deus oferece àqueles que O buscam e necessitam de alcançar a plenitude.
Quando, porém, as dificuldades se te fizerem mais severas, recorre à oração que te vinculará aos dínamos superiores da Vida de onde haurirás forças e resistência para superar a fase angustiante.
Quem ora fortalece-se na captação das vibrações harmoniosas espalhadas pelo Universo.
Doença é sinal de imperfeição em processo de aprimoramento.
Não recalcitres, pois, contra a dor, nem ao natural fenômeno do desgaste orgânico .
*   *   *
Jesus, que é perfeito, jamais se apresentou, durante a sua existência, assinalado por qualquer distúrbio.
Saudável e jovial, apresentou o reino de ventura num momento de aridez dos sentimentos e de desesperos morais, tornando-se modelo de coragem ante a dor e a incompreensão dos seus coevos, a fim de que tu, por tua vez, transformes qualquer doença em bênção reparadora.   
Joanna de Ângelis.
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica da noite de
25 de novembro de 2015, no Centro Espírita Caminho da Redenção,
 em Salvador, Bahia.
Em 5.10.2016.
Mensagem extraída do endereço abaixo:
http://www.divaldofranco.com.br/mensagens.php?not=436 

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Obsessores... quem são eles?

Obsessores...
quem são eles?

“Recorda teus perseguidores com piedade consoladora, laborando em benefício deles com o perdão. Evoca-os em tuas orações intercessórias, que os alcançarão em forma de lenitivo e esperança. Ajuda-os, por tua vez, como ontem te auxiliaram outros corações dos quais não recordas.” (Joanna de Ângelis)

Lembremo-nos de quanto carinho devemos ter por nossos obsessores. Esquecemos quanta dor levam no peito e que não são somente ódio, pois eles têm, como todos nós, um lado humano, embora empedernido pelo desejo de vingança.

Imaginemos quanto amor alguém tem por eles. Uma mãe, um pai, um filho, irmãos, amigos... Um sentimento de piedade nosso pode lenir a alma desesperada daqueles que nos odeiam. Esse é o amor que é possível sentir pelos obsessores, mesmo que estejamos ainda muito aquém da reconciliação.

De ordinário, os obsessores são também obsidiados. Mentes vigorosas os mantêm cativos de uma influência vampirizadora, em troca de supervisão e apoio de outros obsessores que se associam a eles. Não é preciso dizer que são irmãos extremante infelizes e que os mais perigosos escondem um vazio no coração que espera o lenitivo que anseiam. Eles necessitam dos obsidiados para colher energias que os sustentem.

Entendemos que Jesus espera de nós que amemos nossos inimigos com um amor terno, com afeição e carinho.

“É natural que tenhamos adversários, mas não inimigos.” (André Luiz)

Existem adversários que se estimam mutuamente, ou que ao menos se respeitam sem nenhum tipo de animosidade. Transformar um inimigo em adversário é um primeiro passo rumo ao perdão, desde que nós já tenhamos perdoado.

O perdão significa libertação de grilhões de ódio. Mas, se nós perdoamos e nosso adversário não, espera-se que o vínculo obsessivo se desfaça naturalmente, a não ser que a provação deva continuar.

“É com brandura que se deve corrigir os adversários, na esperança de que Deus lhes conceda o arrependimento para conhecerem a verdade e voltarem ao bom senso, livrando-se das armadilhas do diabo, a cuja vontade estão sujeitos.” (2 Timóteo 2:25-26)

Muitas vezes nossos obsessores foram nossos comparsas que agora enxergam traição no fato de deixá-los para seguirmos Jesus. Voltam-se com ódio para nós e investem contra nós, atingindo-nos em nossos pontos vulneráveis e nos mais caros interesses, pois foram nossos amigos e conhecem-nos muito bem. Seu desejo é atormentar-nos para ver até que ponto permaneceremos fiéis a Jesus, embora reconheçam que mudamos de alguma sorte, mesmo que pouco. Mas eles são ainda suscetíveis de retomar, no futuro, a antiga amizade.

Enxergar amigos em nossos obsessores é a chave que abre as amarras da obsessão.

Reconhecer que a prova da obsessão é um mecanismo de redenção muda toda a nossa perspectiva acerca dos papéis que interpretamos nesse intrincado labirinto de animosidade, em que encontramos a possibilidade de conviver intimamente com nossos inimigos, estimando-os não como inimigos, mas como bons adversários.

Entender a dor como mola propulsora do ódio deve fazer com que trabalhemos não tanto pela libertação, mas para a reconciliação entre dois amigos que sofrem. Lembremos que, muitas vezes, não podemos fazer o bem diretamente aos nossos obsessores porque eles se opõem a isso, devido ao abismo que separa obsessor e obsidiado. Descobrimos, então, o valor do silêncio e da oração, que ofertarão lenitivo e esperança a um coração que sofre, porque em processos como esses ninguém é feliz e todos sofrem.



Editorial


Ano 10 - N° 485 - 2 de Outubro de 2016

Editorial da Revista Eletrônica "O Consolador", que poderá ser visitada através do endereço:
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