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domingo, 11 de julho de 2021

Alguém fez uma viagem definitiva!

                      Alguém fez uma viagem definitiva!   

Há algum tempo, assisti a um filme cujo nome não me recordo.  Neste, um menino que sofria de uma doença terminal perguntava para o seu médico se ele sabia como era morrer… O médico desviava o assunto, mas o garoto insistia e explicava: quando dormimos no sofá e alguém nos leva para a cama, nós dormimos num lugar e acordamos em outro, morrer é a mesma coisa, adormecemos aqui e acordamos do outro lado desta vida.  Essa analogia infantil revela grande verdade.  

 

Neste ano e nos últimos meses de pandemia, quantas famílias viram seus entes queridos adormecerem e não despertarem mais neste mundo.  

 

Filhos e filhas, mães e pais, avós… não estão mais presentes em seus lares. No Brasil, o número ultrapassa quinhentos mil e, no Mundo, mais de quatro milhões. Em um átimo de tempo, deixaram seus afazeres, seus planos, os seus amores, interromperam suas rotinas diárias na jornada terrena.  

 

Para todas as pessoas que amam os seus, essas ocorrências são muito difíceis de vivenciar. No entanto, tornam-se ainda mais dolorosas para aquelas que não compreendem o mecanismo da morte, após o fechamento dos olhos e a quietude dos sinais vitais do corpo.  Não é fácil conceber que aquela pessoa que amamos a partir desse ponto não é o corpo que permitia a sua proximidade, demonstrava as reações e realizava as suas tarefas sob nossas percepções. Por isso, diz-se que o corpo de fulano foi inumado, e não que o próprio fulano foi enterrado.  Pois, não se leva para o cemitério o nosso familiar querido e sim o seu corpo, em conta o respeito que devemos àquele que o habitava. 

 

A vida é sempre uma continuidade. Certamente, existe um tempo de adaptação à nova realidade, que às vezes inclui aprender a viver sem o peso do corpo, libertar-se dos reflexos de hábitos que se tornaram comuns no dia a dia da vida material, encaminhar-se para novos trabalhos, estabelecer diferentes relacionamentos sociais, sem, no entanto, esquecer daqueles que ficaram. Afinal, a saudade não é sentida apenas por aqueles que permanecem; do outro lado, isso pode ser ainda mais intenso.  

 

É preciso que tenhamos consciência que a vida normal do Espírito é aquela que dizemos do outro lado desta vida, fora do corpo físico. Existe um equívoco de entendimento, a vida que conhecemos no corpo é passageira, todos sabemos. A vida do Espírito não se interrompe. O Ser espiritual entra num corpo, quer dizer, passa pelo processo de reencarnação, através da gravidez, que requer a coparticipação do pai e da mãe, como recurso evolutivo.   

 

A inteligência se desenvolve mais rapidamente com as necessidades que o mundo material impõe, assim como o senso moral se desenvolve com as vivências proporcionadas em cada fase da vida. O objetivo fatal do indivíduo é chegar a um estado de perfeição, o que acontecerá com seus próprios esforços, livrando-se de retornar a um corpo pesado. Em conta disso, as inumeráveis reencarnações.  Se não fosse esse processo de evolução constante, embora na velocidade que cada um se impõe, estaríamos ainda na idade da pedra. 

 

Os nossos amores partem, ou nos antecedem na viagem definitiva  à presente experiência que todos estamos vivendo. Assim, todos nós iremos eventualmente. Aqueles que nos anteciparam, estarão nos aguardando o retorno, como os que anteciparam àqueles também os aguardavam. 

 

A estrutura social que conhecemos aqui no mundo material, conforme algumas obras psicografadas afirmam, é uma cópia um tanto distorcida da estrutura social do mundo espiritual, correspondendo ao estado evolutivo em que nos encontramos. Como as necessidades do Espírito, em relação às questões materiais mudam significativamente, mas com relação às condições emocionais e espirituais há continuidade, os reflexos dos condicionamentos da vestimenta carnal e dos hábitos exigem acomodação.  

 

Para atender essas necessidades, existem colônias e cidades organizadas com hospitais e todos os departamentos especializados nas questões da saúde espiritual. Elas dispõem de escolas e universidades (certamente não com essas denominações) que proporcionam a melhor formação e especialização de diversas ciências, assim como diversos segmentos nos variados níveis evolutivos intelectuais e morais. 

 

Jesus, o Cristo, sendo Mestre e Guia da Humanidade, ou seja, de todos nós que atualmente habitamos um corpo de carne e daqueles que estão na vida espiritual, compõe a Humanidade do nosso Planeta. Ele deixou claro: “A cada um segundo as suas obras.”   Como se trata de verdade inderrogável, não há dúvida que existem Espíritos felizes e outros que nem tanto, e até mesmo muitos que são infelizes nas paragens espirituais. Isto se pode constatar na nossa própria comunidade no dia a dia, no outro lado da vida não é diferente.  

 

A comunicação entre o aqui e o além da vida se dá pelo pensamento, que podemos comparar grosseiramente ao celular do Espírito. O pensamento, quando bem utilizado, com equilíbrio, sobriedade e amor, proporciona alegria, esperança, motivação nobre àquele que o recebe, de lá e de cá. Quando está em desalinho moral, desequilibrado, agressivo, impertinente, isso causa mal-estar, angústia, revolta, ódio, proporcionando desconforto, o que poderemos considerar uma obsessão (influência persistente exercida por espírito inferior, malfazejo). 

 

A Doutrina Espírita tem em seus postulados o lema: “Fora da caridade não há salvação.”, o que congrega respeito ao próximo, respeitando as condições morais e intelectuais, mesmo que divergentes, exercitando a benevolência para com todos e perdão das ofensas. Assim, cabe respeitar aquele que deixou a matéria, com a morte do corpo, independentemente do seu histórico de vida, cabendo a oração em seu benefício, porque todos temos algum ajuste a fazer diante da própria consciência, por isso, ainda, não somos perfeitos.  

 

O Evangelho de Jesus tem a finalidade de esclarecer os caminhos do Espírito na sua jornada evolutiva, não importa se está usando a indumentária carnal ou se está na vida espiritual, porque Jesus ensinou ao Espírito. Ele desejava que, quando do lado de cá, se preparasse adequadamente para chegar ao outro lado desta jornada em melhor condição, se possível, apto a alcançar outro estágio evolutivo, porque o êxito de Seus esforços como Governador da Terra é a melhoria espiritual de todos os que estão sob o seu comando.  Qual mestre não se sentiria realizado vendo que seus alunos venceram um estágio e se habilitaram para outro patamar evolutivo mais complexo? 

 

A morte do corpo libera o seu habitante para retornar ao lar espiritual, de onde veio. Lá, ele permanecerá se preparando por um certo tempo, que poderá ser de curto prazo e até por período secular, visando uma nova jornada reencarnatória (em novo corpo). Isso depende das necessidades e do estado de consciência de cada indivíduo. Em grande parte, é o próprio Espírito que requer o seu retorno à vida material, pois é nela que se refaz de seus pesares, conserta os seus erros, reverte as antipatias e se harmoniza com a própria consciência. 

 

É natural ter receio da morte, pois trata-se da preservação da vida. Até os seres irracionais têm esse temor, tanto que lutam com todas as suas forças para manter a sua existência.  Desejar a morte, mesmo estando em estado terminal, é um contrassenso. Em alguns minutos ou poucas horas, num corpo em estado de dificuldades extremas, o Espírito poderá resolver problemas espirituais de séculos, libertando-se definitivamente de certas peias morais que o infelicitavam.  

 

A saudade dos que viajaram para a espiritualidade é um laço de amor que proporciona alegria e renova a motivação para a caminhada que não termina. Afinal, a perfeição ainda está distante e a vida é para sempre. 

 

                                      Dorival da Silva               

quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Há esperança...

                                                                    Há esperança...

No final do ano os meios de comunicação fazem retrospectiva dos fatos ocorridos, dando ênfase ao que foi relevante em cada mês, em maior parte são fatos desastrosos e muito doloridos para muitos, enxameando a sociedade de lembranças que revivem sofrimentos de feridas ainda não cicatrizadas.

Olhando para o futuro, como alguém que está em mar revolto, tal como náufrago rodeado por entulhos que se movem ao sabor do turbilhão e vagas impedem a visão do continente que parece destacar-se ao longe, como notícia de provável salvação.

No tumulto governativo, que se alinha à perturbação da inconstância dos ventos que sopram furiosos, sem preocupação com o essencial que em parte soçobra incontinenti, aos estertores ouve-se à distância que existe possibilidade de salvamento, a vacina.

Sempre há esperança que algo se suceda quando as alternativas conhecidas parecem se esgotarem, intuitivamente todos sabem que sempre haverá um depois, embora nem todos acreditem, porque desconhecem de que são Espíritos e um de seus atributos é viver para sempre.

Mas não se está sozinho! O mundo não está à matroca! Todos os conscientes não querem morrer por um vírus e não desejam isso para outrem. Muitos corpos morreram e outros também sofrerão com esse mal, mas não a totalidade da população do mundo.

Cada época tem suas lições, mas que não são nem para os corpos vivos e menos ainda para os mortos, mas para os seus ocupantes, ou para os ex-ocupantes, são vivências para os Espíritos que passam ou passaram pela experiência, considerando que na atualidade, direta ou indiretamente, toda a população do planeta vive expectativa de contaminação, então a lição é geral e de amplo aspecto.

É momento de reflexão, como tudo neste mundo passa, essa pandemia também irá embora, em algum momento a vacina estará à disposição de todos em que pese as divergências governamentais, tecnológicas, interesses políticos ou particulares, o progresso da humanidade independe dos mortais, conquanto ofereçam resistência, má vontade, incompetência, insuficiência...  Como uma avalanche o Progresso sempre superará os impedimentos, não há força capaz de contê-lo em seus passos. É Lei Natural, atemporal.

Os sofrimentos, as aflições das mais variadas sociedades da Terra são grandes; pura verdade, mas toda mudança comportamental, reajuste das concepções morais, aprimoramento governamental nos diversos níveis não ocorre sem a quebra das estruturas estabelecidas, àquelas forjadas na corrupção e na imoralidade. A mudança para uma Era Nova da sociedade do Mundo passa pela mudança do estado espiritual de cada indivíduo que compõe os residentes do Planeta.

Assim é a razão de morrer e nascer, nascer e morrer. Tudo o que ocorre entre um ponto e outro, sair e entrar, entrar e sair da vida material são vivências do Espírito, que se educa, se corrige, faz novo planejamento para se tornar melhor. Na sociedade é como engrenagem de grande maquinismo evolutivo, oferece o seu contributo e sofre as consequências. “A cada um segundo as suas obras.”

Sucumbindo o corpo, o Espírito reingressa no mundo de que veio com a inteireza de suas condições, sendo que,  de acordo com os seus créditos morais, libera-se dos constrangimentos da vida que acaba de deixar; vem-lhe ao encontro aqueles que são afins, ajudando na adequação ao novo momento da existência. O Espírito é sempre um ser existente, jamais deixará de sê-lo.

O período entre a morte do corpo e o reingresso em nova experiência física é denominado pela Doutrina Espírita de erraticidade, ou vida errante. Nesse estado, o Espírito já recomposto à nova condição, sendo seu desejo, poderá estudar, trabalhar, conquistar novos conhecimentos, desenvolver projetos e compor equipe para executar planejamentos coletivos dentro do seu nível de competência, inclusive auxiliar os seus amigos e parentes que estão ainda no corpo carnal, ajudando-os no que puder. Outros, que não tiveram vida regular, que preferiram o caminho dos vícios, da criminalidade, alimentaram o ódio, a vingança, a inveja, que planejaram o mal em qualquer circunstância, certamente estarão lutando com o resultado de suas preferências, até que a misericórdia Divina entenda de reingressar esses sofredores em corpos de carne e ambientes sociais compatíveis com suas necessidades de restabelecimento.

Voltando à esperança, em que pese a miscelânea de desmandos governamentais, entendimentos divergentes sobre muitos fatos que levam o povo a sofrimentos diversos, não só pela pandemia existente, mas por tudo mais que se encontra em desequilíbrio na sociedade, prejudicando a possibilidade de vida harmônica, nada mais são que os resultados da própria desarmonia dos seus integrantes. Então, há esperança! Depende da conscientização de que sempre se encontrará, em qualquer época, a condição de vida que ajudou construir; pois, vai e volta, tanto no outro mundo, como aqui, sempre se deparará com a qualidade de suas próprias obras.

Não é difícil observar que num grupo nem todos sofrem o mesmo mal, do mesmo constrangimento de ordem econômico-financeira, nem os problemas sociais são idênticos, há sempre uma particularidade, o que corresponde à condição espiritual de cada indivíduo, mesmo na família consanguínea existe singularidade de toda ordem. 

Há esperança! Ninguém se extingue, apenas precisa vencer as suas mazelas, buscar o seu aprimoramento moral, espiritualizar-se. O Evangelho de Jesus mostra o caminho, embora não obrigue ninguém a segui-lo. O sofrimento, de qualquer ordem, é próprio do transeunte da vida, tanto como a paz e a felicidade são de sua conta, se para isso trabalhar.

Há esperança! Todos serão vencedores, quando se propuserem se vencer do egoísmo e do orgulho, da presunção e da ignorância, reconhecendo que pela sabedoria e a humildade serão reconhecidos senhores do Universo. Pandemias não existirão, pobreza, doenças e problemas sociais degradantes não se conhecerão, pois, somente as realizações nobres pulularão os pensamentos, divinizando cada vez em maior escala as consciências vencedoras de si mesmas.

Há esperança!...

                       Dorival da Silva

sábado, 31 de outubro de 2020

Você sabe orar? Poucos sabem

 Você sabe orar?  Poucos sabem

                 Na Doutrina Espírita, quando se refere ao substantivo homem em seus escritos, está se referindo ao ser humano, à humanidade. Portanto, está tratando tanto do homem quando da mulher, que correspondem às características orgânicas de Espíritos reencarnados.

         Todos os humanos da Terra -- não se trata de redundância --, estamos nos referindo aos que estão vinculados ao nosso Planeta, como ensina o Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo III, itens 8 e 9: “Nos mundos mais atrasados, os homens são de certo modo rudimentares. Possuem a forma humana, mas sem nenhuma beleza; seus instintos não são temperados por nenhum sentimento de delicadeza ou benevolência, nem pelas noções do justo e do injusto; a força bruta é a sua única lei. (...)”   “Nos mundos que atingiram um grau superior de evolução, as condições da vida moral e material são muito diferentes das que encontramos na Terra. A forma dos corpos é sempre, como por toda parte, a humana, mas embelezada, aperfeiçoada, e sobretudo purificada. O corpo nada tem da materialidade terrena, e não está, por isso mesmo, sujeito às necessidades, às doenças e às deteriorações decorrentes do predomínio da matéria. Os sentidos, mais sutis, têm percepções que a grosseria dos nossos órgãos sufoca. A leveza específica dos corpos torna a locomoção rápida e fácil. Em vez de se arrastarem penosamente sobre o solo, eles deslizam, por assim dizer, pela superfície ou pelo ar, pelo esforço apenas da vontade, à maneira das representações de anjos ou dos manes dos antigos nos Campos Elíseos. (...). Vivem o plano de vida material e o espiritual simultaneamente, embora essa realidade possa não ser compreendida sem o estudo do paradigma da reencarnação. 

         Pretendíamos apenas elucidar que existem seres humanos no Universo, além da Terra, no entanto, a citação fala de mundos inferiores e mundos superiores, em qual situação se encontra a Terra? Conforme a Doutrina dos Espíritos Ela figura na faixa vibratória em que estagiam os mundos de provas e expiações. O próximo passo é chegar ao mundo de regeneração.  A Escala Espírita pode ser estudada em O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, nas questões de 100 a 113.

          A oração é o momento em que o indivíduo alça, através do pensamento, vontade imbuída de um objetivo claro, ao Criador, a Jesus, ou algum Ser de sua confiança em busca de algo para si mesmo, ou para outrem, de socorro, alento, coragem, esclarecimento para suas dúvidas; também para agradecer petição atendida, a disponibilização dos recursos da Natureza e a própria vida, e louvar a Deus em reconhecimento à Sua grandiosidade.

         “Mas tu, quando orares, entra no teu aposento, e fechada a porta, ora a teu Pai em secreto; e teu Pai, que vê o que se passa em secreto, te dará a paga. E quando orais não faleis muito, como os gentios; pois cuidam que pelo seu muito falar serão ouvidos. Não queirais, portanto, parecer-vos com eles; porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, primeiro que vós lho peçais. (Mateus, VI: 5-8)”.  Jesus ensina a orar, referindo-se a entrar no aposento e fechar a porta; que aposento é esse? e que porta é essa? O Senhor quando orava, e isso fazia com muita frequência, ia para a montanha, para a margem do lago de Genesaré, ou para algum lugar da Natureza, onde não tinha aposento e nem porta, então, a que Ele se referia? 

         Naquele momento da Humanidade não tinha como explicar melhor, utilizou dos conhecimentos que o povo tinha nos usos do dia a dia para grafar no sentir das Almas a ciência de fundo transcendente que somente nos séculos futuros poderia encontrar entendimento.  Ele falava ao Espírito do Homem, conquanto imantado a um corpo carnal, por algum tempo, permaneceria evoluindo no tempo, e a semente lançada alcançaria resultado da Ciência iniciada, quando o terreno espiritual estivesse fértil para a eclosão da sabedoria. A moradia é o corpo, àquele em que se habita, o aposento é a Alma e a porta corresponde aos sentidos que dão acesso às realidades exteriores. O ambiente da oração é o estado espiritual, o Ser e seus valores, num impulso de humildade busca o diálogo sincero e honesto, aonde o burburinho do mundo material não tem lugar, é o coração e a mente que vibram, sem palavras, é sentimento que adentra a frequência do Ente a alcançar e a comunicação se dá Espírito a Espírito. 

         É certo que somos pequenos e não sabemos ou não temos entendimento suficiente para jornada tão grandiosa, em conta disso não ficamos abandonados, existem os Espíritos intercessores que acompanham o nosso caminhar nesta vida e fazem com que as rogativas, pedidos e os agradecimentos, àqueles que têm mérito, cheguem ao seu destino, e carreiam as virtudes de acordo com as nossas possibilidades.  

         Nada pode ser concretizado sem que exista a conformidade da Lei Divina. Os seres responsáveis pela execução daquilo que vem dos pedidos não poderão ir além dos méritos de quem solicita, tanto quanto para aquele a quem se pede. 

         “A prece é sempre agradável a Deus, quando ditada pelo coração, pois, para Ele, a intenção é tudo.   (...)¹”.  A prece livre é o sentimento que flui do estado espiritual de quem ora, influxo singular, nunca haverá outro igual, pois corresponde aos valores daquele Espírito que se expressa para a Divindade, não são o que as palavras conseguem dizer, são a essência daquele que se manifesta, lançando-se na corrente energética Universal. Atinge o objetivo e acolhe a retribuição. 

         Toda manifestação do indivíduo a título de oração, seja lida, decorada e na forma de repetição, precisa ser considerada com validade, sem se esquecer o ponto central de interação, “a intenção”, conquanto em grande parte de pouca eficácia, vez que a forma utilizada não proporciona conexão espiritual com o Ser a que se pretende alcançar ou aos intercessores, pois, não acontece nenhum fato vibracional para que isso ocorra. O que pode acontecer é que, em certo momento de dificuldade premente, mesmo utilizando-se dessa forma de orar, entra, sem se dar conta disso, num estado espiritual próprio da oração efetiva, fechando a porta do aposento”, realizando a interação vibratória significativa atingindo o atendimento para às suas necessidades. Para isso, pode receber ajuda de Espírito caridoso que o auxilia a entrar por esse caminho vibratório que desconhece. 

         “O que Deus lhe concederá sempre, se ele o pedir com confiança, é a coragem, a paciência, a resignação. Também lhe concederá os meios de se tirar por si mesmo das dificuldades, mediante ideias que fará lhe sugiram os bons Espíritos, deixando-lhe dessa forma o mérito da ação. Ele assiste os que ajudam a si mesmos, de conformidade com esta máxima: “Ajuda-te, que o Céu te ajudará”; não assiste, porém, os que tudo esperam de um socorro estranho, sem fazer uso das faculdades que possui. Entretanto, as mais das vezes, o que o homem quer é ser socorrido por milagre, sem despender o mínimo esforço.²”  Esses esclarecimentos são dos Espíritos reveladores da Doutrina Espírita, que não deixam dúvida de que tudo é trabalho e exige esforço, trata-se de conquista pessoal, é a busca permanente da elevação espiritual, o que corresponde a aquisição de valores nobres, intelectuais e morais, em todos os momentos da vida. O estado espiritual existente, por afinidade natural, propõe sintonia com Espíritos envolvidos nos mesmos propósitos de cada um de nós, e se conectam pela atmosfera mental que alimentamos, formando ligação com o mundo espiritual que nos é próprio; assim vivemos nos dois mundos simultaneamente, a qualidade corresponde às nossas escolhas. 

         A oração é uma via direta de duas mãos e chegará até onde nossas forças permitirem, até onde o combustível do mérito puder nos conduzir. 

         A fé raciocinada, àquela que a Doutrina Espírita nos apresenta com a suas revelações sobre o Homem e o mundo dos Espíritos, dando aos seus estudiosos a clareza sobre a existência, mostra a necessidade do esforço em todos os momentos da vida de forma consciente, sabendo-se que a construção efetiva é a do Espírito. Assim todos os trabalhos realizados com amor, mesmo os dificultosos, sempre visando o bem, não importando para quem seja, mesmo que o beneficiário não reconheça, é por isso uma prece, uma oração, pois o bem já existia na origem da intenção de quem a realiza, enriquecendo espiritualmente àquele que o detém.

        Aquele que sabe como orar, por que orar e para que orar é um Ser consciente em evolução espiritual. Sempre estará confiante, com coragem, paciente e resignado diante do que não pode mudar. Será vencedor de si mesmo, carregará consigo a paz e a felicidade, pois tem plena confiança em Deus.

           Oremos!

 

                                Dorival da Silva      

¹ O Livro dos Espíritos, questão 658

2   O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo XXVII, item 7 (final)

Nota: Todas as obras de Allan Kardec poderão ser consultadas no endereço:

www.kardecpedia.com.br

quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Instrumento ou arma

 

Instrumento ou arma

       Está presente em quase todos os movimentos da atualidade e é responsável por incontáveis fenômenos do processo evolutivo da Humanidade.

       Facilita as trocas, impulsiona o progresso, faculta o conforto e sustenta a vida.

       A sua presença modifica a muitas situações e resolve incontáveis problemas.

       Ajuda na enfermidade, na educação e na caridade.

       Muitos o consideram fator primordial para a felicidade.

       Todavia, responde por crimes inumeráveis: corrupção, desdita, miséria e fome…

       Catastrófico em mãos irresponsáveis, estimula o ódio e favorece a violência.

       Denigre o caráter, conduz à traição, entorpece os sentimentos…

       Referimo-nos ao dinheiro.

       Não é ele, porém, bom ou mau.

       O uso que se lhe faz e a ambição humana que o cerca, o tornam instrumento de vida ou arma de morte.

*

       Não transformes o dinheiro em meta essencial da tua existência.

       Trabalha por adquiri-lo, a fim de o aplicares nas necessidades e deveres morais.

       Busca viver, dele fazendo um meio para as finalidades superiores da vida, sem que te escravizes à sua paixão vivendo para ele.

       Conquista-o mediante o lavor digno, de modo que ele seja, em tuas mãos, em tua vida, recurso de elevação e mensageiro da felicidade, para ti e para aqueles a quem possas beneficiar.

Joanna de Ângelis (Espírito)

Mensagem extraída da oba Episódios Diários,

capítulo 44, psicografia de Divaldo Pereira Franco.