sábado, 14 de julho de 2012

Noite inexcedível



Vivia-se o período da supremacia do poder absoluto sobre as pessoas e as nações.

O ser humano era, de alguma sorte, alimária submetida ao jugo das paixões dos conquistadores impiedosos e dos regimes perversos.

Os direitos repousavam nos poderes execrandos que não distinguiam justos de injustos, nobres de serviçais, todos colocados na mesma lixeira de degradação gerada pelos fâmulos das glórias mentirosas de um dia.

A Terra estorcegava sob as legiões romanas que, embora tolerassem alguns cultos dos vencidos e as suas tradições, estorquiam ao máximo todas as possibilidades de sobrevivência, mediante impostos absurdos e perseguições sem nome.

Esplendia o Império em glórias da literatura, da arte, da beleza, mas, sobretudo, da guerra.

Espalhadas, praticamente, por quase todo o mundo conhecido, não havia fronteiras para delimitar o poder de Roma, que se assenhoreara do planeta através das suas forças poderosas.

Antes desse período, Alexandre Magno, da Macedônia, Ciro, rei dos persas, Aníbal, o cartaginês e outros sicários dos povos haviam passado, deixando rastros de destruição e de desgraça, assinalando as suas conquistas com o pesado tributo das vidas que eram arrebatadas.

O mundo sofria a opressão dos mais perversos e a lei era sempre aplicada pelas armas de aniquilamento das vidas.

Israel havia perdido a direção do seu pensamento vinculado ao Deus único, padecendo as injunções arbitrárias dos seus governantes insanos, encontrando-se sob o jugo de Herodes, o Grande, que nem sequer era judeu, mas idumeu. Tentando harmonizar a sua origem com a raça hebreia, casou-se com Marianne, de origem hasmoniana, filha de nobre sacerdote do Templo, a quem mandou matar por inconcebível suspeita de adultério, como fizera com alguns dos seus próprios filhos, temendo que lhe tomassem o poder.

Tentando diminuir os ódios da raça que administrava, encarregou-se de embelezar o Templo, adornando-o com uma parreira de ouro maciço numa das laterais de entrada, e continuando a construção grandiosa, que seria derrubada por Tito, no ano 70 d. C., não ficando pedra sobre pedra.

O seu execrando governo deixou marcas inapagáveis de imoralidade e de perversão por toda parte, facultando que o povo sofresse todos os tipos de perseguição e aumentasse a sanha dos ódios entre as diferentes classes.

A religião descera ao fundo do poço do desrespeito às leis mosaicas e às tradições proféticas, tornando-se um negócio rendoso que engabelava os frequentadores do Templo de Jerusalém e das sinagogas, mais caracterizados pelos formalismos do que, realmente, pelo significado espiritual que desaparecera quase em totalidade.

Raros, eram os sacerdotes escrupulosos e respeitáveis, porquanto a imensa maioria se encontrava mancomunada com os governantes em lamentáveis conciliábulos de exploração da ignorância e da superstição.


*   *   *


É nesse clima de hostilidades e no surgimento de uma fase nova na governança do Império romano, que nasceu Jesus.

Contrastando com as construções luxuosas e as hospedarias erguidas no fausto e na ostentação, Ele veio ter com a Humanidade numa gruta modesta de calcário nas cercanias de Belém, numa noite arrebatadora de estrelas fulgurantes em verdadeira orquestração de luzes.

Ao invés da presença da elite em torno do seu berço e dos destacados administradores do país, esteve cercado pelos pais e pelos animais domésticos que dormiam na modesta brecha da Natureza.

O vento frio que soprava no exterior não perturbava o aquecimento pela fogueira no pequenino espaço em que Ele dormia.

Nada obstante, uma insuperável musicalidade angélica esparzia as vibrações harmônicas em toda parte, anunciando a chegada à Terra do Seu Rei e Senhor.

Nunca mais o opróbrio ganharia prêmios nem se destacaria nas comunidades humanas, porque Ele viera para que os oprimidos experimentassem o arrebentar das grilhetas, os vencidos pudessem respirar o ar balsâmico da liberdade, os infelizes tivessem ensejo de cultivar a esperança e os abandonados recebessem carinho onde quer que se encontrassem.

Jesus foi o Homem que demarcou a História com a Sua presença, assinalando-lhe todos os fastos antes e depois da Sua estada entre nós.
Mais tarde, atendendo às injunções tradicionais, Seus pais levaram-nO ao Templo, onde foi reconhecido como o Messias e distinguido por Simeão e Ana que logo O identificaram.

Ainda jovem, retornou ao grande santuário durante as celebrações da Páscoa, que mais tarde se tornarão trágicas, enfrentando os astutos sacerdotes num diálogo extraordinário, a todos confundindo com a Sua palavra excepcional.

(...) E, posteriormente, saiu a ensinar o amor e a vivê-lo em toda a sua gloriosa dimensão, modificando a paisagem humana do planeta que, embora ainda não haja absorvido todos os Seus ensinamentos, caminha, inexoravelmente, para o clímax após a transição que hoje experimenta.

Jesus não é um símbolo da grandeza do amor, mas o Amor mesmo em nome do Pai, alterando a legislação dos homens, sempre interesseiros, e da governança, invariavelmente injusta, em novas condutas para a felicidade dos povos.

Sob todos os aspectos considerados, é excepcional o Seu ministério terrestre e incomparável a Sua dedicação.

Ruiu o Império Romano, outros o sucederam, modificaram-se as organizações terrestres, a Sua doutrina foi ultrajada pelos interesses mesquinhos dos infiéis seguidores, mas ela permanece imutável na mensagem moral de que se reveste, renascendo sob outras formas de dedicação e de caridade, como caminhos de autoiluminação e de vida para todas as criaturas.

Logo mais, celebrar-se-ão as festas evocativas daquela noite inexcedível.

Faze silêncio de oração e deixa-te mimetizar pelo psiquismo do Mestre a quem amas, dedicando a tua existência ao serviço de amor, nestes tormentosos dias da Humanidade.

Não permitas que o Natal seja apenas uma festa vulgar de trocas de presentes e de comilanças, mas, sobretudo, de espiritualidade, contribuindo para que a dor seja menos sofrida e o desespero ceda lugar à alegria em memória dEle, o Conquistador inconquistado.

Joanna de Ângelis.
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, no dia 30 de setembro de 2011, na Mansão do Caminho, em Salvador, Bahia.
Em 27.01.2012.

Mensagem extraída do site: http://www.divaldofranco.com/mensagens.php?not=269  

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Os seis estágios da morte e a vida no mundo espiritual


LEONARDO MARMO MOREIRAleonardomarmo@gmail.com  
São José dos Campos, 
São Paulo (Brasil)








Os seis estágios da morte e a vida no mundo espiritual
A duração destas fases é extremamente variável, sendo que algumas delas podem ser drasticamente reduzidas
ou mesmo suprimidas

Os estágios básicos enfrentados pelo Espírito desencarnante podem ser divididos em seis fases/situações fundamentais: A Morte propriamente dita; A Desencarnação; O Socorro Espiritual; A adaptação ao Mundo Espiritual; As Realizações; e A preparação para a Nova Reencarnação.
A morte consiste na falência biológica do organismo que permite a vida material do Espírito, ou seja, é a interrupção da vigência das condições mínimas exigidas para que o corpo físico desenvolva suas manifestações fisiológicas imprescindíveis à manifestação da vida.
A morte do corpo físico pode ocorrer de forma brusca, quando um acidente físico interrompe a vida orgânica de um indivíduo minimamente saudável, ou de forma lenta e gradual, quando a velhice ou determinada doença vão desgastando, passo a passo, a vitalidade do organismo. Nestes casos, sobretudo quando é dito popularmente que o indivíduo “morreu de velhice” ou simplesmente “morreu de velho”, podemos inferir que ocorreu um esgotamento total do fluido vital que é uma espécie de combustível da vida física. Além disso, o fluido vital tem participação fundamental na constituição do chamado “cordão de prata” ou “cordão prateado”, que é o liame que une o perispírito ao corpo físico desde o momento da concepção até a desencarnação.
Apesar de utilizarmos frequentemente como sinônimos os termos morte e desencarnação, a rigor, estes seriam fenômenos distintos. De fato, em nosso nível evolutivo, é rara a coincidência temporal das durações de ambos os processos. Para Espíritos que, como nós que moramos na Terra, habitam planos de Provas e Expiações, é muito mais frequente o processo de morte propriamente dita ser concluído muito antes da chamada desencarnação.
A desencarnação seria a desvinculação de quaisquer elos entre o perispírito e o corpo físico. André Luiz e Irmão Jacob discorrem com profundidade sobre o tema em suas obras “Obreiros da Vida Eterna” e “Voltei”, respectivamente. Irmão Jacob chega a afirmar que quando foi “cortado” o chamado “cordão prateado” entre o cadáver e seu perispírito durante o seu velório, o impacto que ele sentiu foi tão intenso que ele achou que “estava morrendo por segunda vez”. Vale adir que, segundo Irmão Jacob (pseudônimo do ex-presidente da Federação Espírita Brasileira, Frederico Figner), após esse processo de rompimento do “cordão prateado”, a deterioração do cadáver se acentuou significativamente.
A passagem depuradora pelo Umbral tem relação com o nível de materialidade excessiva de nosso perispírito
Em casos de suicídios diretos e indiretos, esse processo é bem mais lento, pois, além de ser um atentado grave frente às Leis de Deus, o desencarnante ainda possui excesso de fluido vital, uma vez que está “morrendo” muito antes do previsto. Essa abundância de fluido vital (também conhecido como “ectoplasma”, quando exteriorizado e/ou materializado) fortalece a intensidade de interação entre perispírito e corpo físico, deixando o perispírito ou corpo espiritual excessivamente “materializado”, e dificultando demasiadamente o processo de libertação do Espírito em relação ao cadáver. A diminuição de fluido vital explica, de certa forma, fenômenos comuns a doentes terminais que, apesar de nunca terem sido médiuns ostensivos durante toda sua vida física, começam a ter sonhos verdadeiramente espirituais, vidências claras, intuições mais concretas. Além da proteção espiritual preparatória para a morte, a maior liberdade em termos de desdobramento perispiritual, em função do desligamento lento e gradual do doente, ocorre devido à menor intensidade de interação perispírito/corpo físico associada ao esgotamento dos órgãos fisiológicos e à escassez de fluido vital. Esses processos podem ocorrer com elevada ostensividade no leito de morte, quando, apesar de ainda encarnado, o Espírito desencarnante acentua sua percepção espiritual. André Luiz comenta sobre esse assunto em um capítulo intitulado “Mediunidade no Leito de Morte”, da obra “Nos Domínios da Mediunidade”. Além disso, vários casos de “Experiência de Quase-Morte (EQM)” relatados por médicos e profissionais da área de saúde totalmente desvinculados do Espiritismo têm corroborado as análises espíritas a respeito destes fenômenos de desenlace quase total do Espírito encarnado.
A própria passagem depuradora pelo Umbral, necessária para muitos de nós, tem relação com o nível de materialidade excessiva de nosso perispírito, em função de excesso de foco mental em questões puramente materiais que muitos indivíduos mantêm durante suas existências materiais. Tal vício mental, associado a outros estados doentios da alma como consciência de culpa, medo, ódio, ressentimento, apego à matéria, entre outros, aumenta o nível de materialidade do perispírito, tornando-o mais “denso”, mais “grosseiro”, deixando-o, por consequência, mais próximo ao corpo material em suas necessidades e manifestações. Em função da afinidade espiritual que define as barreiras vibratórias do mundo espiritual, Espíritos de evolução semelhante acabam habitando as mesmas regiões ou regiões de nível espiritual semelhante.
O socorro ou o resgate espiritual pode simultaneamente acontecer nos processos de morte e desencarnação
Quanto mais materializado for o perispírito, mais complexo, demorado e sofrido tende a ser a elevação de padrão vibratório do Espírito recém-desencarnado. Consequentemente, mais tardia tende a ser a saída desse Espírito de um estado de perturbação espiritual ociosa e contraproducente em uma região umbralina em direção a uma região de trabalho efetivo no bem, como é o caso das colônias espirituais como Nosso Lar, Campo da Paz, entre outras. Essa etapa é conhecida como “socorro ou regaste espiritual”.
Esse “socorro ou resgate espiritual” pode acontecer simultaneamente aos processos de morte e desencarnação, mas essa é uma situação comum a Espíritos que retornam ao Mundo dos Espíritos em boas condições espirituais, o que, infelizmente em nosso mundo, ainda corresponde à minoria das criaturas. Esse socorro espiritual, com posterior encaminhamento para regiões onde o bem é o comportamento predominante, livraria o desencarnante de um maior período depurativo em regiões de sofrimento.
Apesar da ajuda espiritual constante que sempre recebemos em quaisquer situações, o “socorro espiritual” somente será efetivamente providenciado e sentido pelo Espírito recém-desencarnado quando ele ascender minimamente do ponto de vista espiritual para ter condições de ser recebido em uma região espiritual de trabalho ativo no campo do bem. Esse tipo de cuidado evita que o Espírito desencarnante seja motivo de problemas para os trabalhadores espirituais e atrapalhe suas funções nas inúmeras tarefas a que se dedicam. Por outro lado, a inserção em uma colônia de um Espírito que ainda se encontra em uma atitude rebelde não será produtiva para esse próprio Espírito, pois ele não dará o devido valor à sua nova condição, uma vez que nem começou a reflexionar sobre os motivos que o teriam levado a uma situação de sofrimento após sua desencarnação.
Obviamente, a eventual passagem pelo Umbral também gera intenso temor. Esse medo costuma ser mais pronunciado em adeptos de religiões ortodoxas que pregam que as referidas regiões de sofrimento no além-túmulo, conhecidas pelo vulgo genericamente como “inferno”, estariam associadas a uma condenação eterna.
Subsequentemente, o desencarnante iniciaria a quarta etapa, que seria um processo mais amplo de adaptação ao mundo espiritual, no qual as evoluções moral e intelectual, com especial destaque para a bondade e o conhecimento associado às questões relacionadas à espiritualidade, seriam fundamentais para o recém-chegado à Erraticidade.
O ser desencarnado compreende cada vez mais que colherá o que plantou na última encarnação
Neste estágio, o Espírito começa a trabalhar e estudar com afinco e dedicação, procurando analisar, concomitantemente, os objetivos mais profundos da vida e, principalmente, sua atual condição espiritual. É uma fase importante, pois além de aprender sobre o mundo espiritual e conhecer mais sobre as leis da vida, analisa sua encarnação passada, identificando pontos positivos e negativos da sua trajetória, analisando tarefas desenvolvidas e trabalhos negligenciados. Vale destacar que, além da avaliação das tarefas desenvolvidas, é uma fase em que o processo de autoconhecimento, muitas vezes através de criteriosa autocrítica, surge ou aprofunda-se, pois a Lei de Deus, que está escrita na consciência da criatura, eclode ainda mais concreta e lúcida do que no momento que envolve a desencarnação. Normalmente, essa fase também está associada aos primeiros contatos com entes queridos no mundo espiritual, mas essa oportunidade está sujeita a uma série de variações, dependendo de uma gama de contingências espirituais dos Espíritos envolvidos nesse eventual reencontro.
A quinta fase seria uma etapa extremamente interessante, pois corresponde à vida Espiritual do Ser desencarnado perfeitamente adaptado à sua nova condição. Consciente do seu nível espiritual, incluindo falhas e conquistas, bem como ciente de dívidas espirituais e muitas vezes das condições espirituais de seres queridos. Esse Espírito passa a trabalhar com dedicação, muitas vezes tendo objetivos a curto, médio e longo prazo, envolvendo realizações no bem, conquistas espirituais, reencontros desejados com seres que permanecem encarnados, entre outros. Essa fase pode ser curta ou relativamente longa, dependendo de diversos fatores. De qualquer maneira, o ser desencarnado compreende cada vez mais que colherá o que plantou na última encarnação ou que esteja plantando no mundo espiritual e, se minimamente maduro e consciente, acentua o esforço e o aproveitamento do tempo para cada vez mais realizar, aprender e ajudar, visando aos desafios do futuro. 
Vale lembrar que André Luiz descreve atividades extraordinárias desenvolvidas por seis ministérios em Nosso Lar: Regeneração, Auxílio, Comunicação, Esclarecimento, Elevação e União Divina. Os quatro primeiros estariam mais vinculados à inter-relação entre Nosso Lar e a Esfera física da Crosta Terrena e os dois últimos conectariam mais efetivamente Nosso Lar a esferas espirituais superiores.
André Luiz disse ter tido uma morte difícil e sofrida em um hospital, tendo passado mais de 8 anos no umbral
A sexta e última fase seria a preparação para a reencarnação. Essa fase que em significativa parte coexiste com a quinta fase, começa a ganhar contornos mais definidos quando os projetos começam a ser delineados mais concretamente. De fato, na quinta fase, em que pese a consciência de que deverá reencarnar no futuro, essa preocupação ainda não é prioritária, pois o mundo espiritual reserva muitos trabalhos, estudos e oportunidades de crescimento. Quando os projetos da nova experiência carnal passam a ser efetivamente planejados, o regime de urgência na preparação para a próxima experiência física começa a coexistir com as tarefas próprias à vida espiritual.
Em função muito provavelmente dos nossos ancestrais medos de morrer fisicamente e de ir para o “inferno”, sempre nos preocupamos mais com as 3 primeiras etapas (Morte, desencarnação e socorro espiritual). De fato, mesmo a preocupação com o chamado socorro espiritual não é tão difundida, pois depende de um nível de informação a respeito da vida após a morte que poucos indivíduos em nossa sociedade detêm. Nós sempre nos preocupamos mais em ter uma “boa morte”, de preferência sem dor e com rápido socorro espiritual, do que realmente com a nossa futura condição espiritual real. André Luiz, por exemplo, teve uma morte difícil e sofrida em um hospital, tendo passado mais de 8 anos no umbral. Entretanto, ainda assim, após sua fase de adaptação à colônia espiritual Nosso Lar, apresentou extraordinário amadurecimento espiritual, tendo sido escolhido em função de suas conquistas para a grande missão de se tornar uma espécie de “repórter do mundo espiritual”, desvelando-nos grandes realidades e permitindo a todos nós espíritas um aprofundamento nos ensinos da Codificação, a nós deixados por Allan Kardec. Portanto, apesar de não ter tido excelentes morte e desencarnação, André Luiz tinha uma notável bagagem espiritual, as quais catalisadas por seu esforço e disciplina espiritual permitiram que o nobre autor espiritual proporcionasse uma obra de relevância ímpar para o avanço espiritual do planeta Terra.
Muitas vezes também nos preocupamos com o nível evolutivo da colônia espiritual em que seremos socorridos, o que também não deixa de ser algo secundário, pois, apesar de certo nivelamento, essa homogeneização não é absoluta, implicando que Espíritos de evoluções bem diferenciadas podem habitar uma mesma colônia espiritual, sobretudo nas mais populosas.
O intervalo entre encarnações é um período significativo que pode melhorar as condições futuras da pessoa
É comum Espíritos verdadeiramente missionários como Veneranda (conforme narrado em Nosso Lar) e Bezerra de Menezes abdicarem de habitar esferas superiores para auxiliar-nos em nosso processo evolutivo em nome da prática autêntica do Amor e da Fraternidade. Irmão Jacob, autor da extraordinária obra “Voltei”, é um exemplo de um Espírito que realizou muito enquanto encarnado, fazendo jus ao que poderíamos classificar de uma “ótima morte”, uma vez que foi digno de ser socorrido espiritualmente por uma equipe espiritual liderada pelo próprio Dr. Adolfo Bezerra de Menezes. Esse socorro aconteceu durante o processo de morte e desencarnação, minimizando grandemente a perturbação inerente à grande transição, pois foram imediatamente sucedidas pela entrada de Irmão Jacob em uma elevada colônia espiritual. No entanto, o nobre trabalhador espírita percebeu, após determinado tempo de adaptação no mundo espiritual, que não tinha as condições de elevação espiritual que, a priori, supusera deter, mesmo tendo sido merecedor de toda assistência desencarnatória, bem como da inserção na referida colônia espiritual.
É importante frisar que a duração destas fases é extremamente variável, sendo que algumas delas podem ser drasticamente reduzidas ou mesmo ser praticamente suprimidas dependendo da evolução espiritual de cada ser. A título de ilustração, podemos citar o pai de André Luiz que, em função de suas dificuldades espirituais, saiu literalmente do umbral para o procedimento reencarnatório. Portanto, as fases de socorro espiritual e de preparação para a reencarnação se sobrepuseram, havendo uma supressão praticamente total das fases de adaptação ao mundo espiritual e de realizações.
De qualquer maneira, em ocorrências mais gerais e frequentes, as seis etapas são observadas para um grande número de Espíritos. Realmente, o período de permanência no mundo espiritual para a maioria dos Espíritos que habitam atualmente a Terra costuma ser superior ao tempo médio em que permanecemos encarnados na crosta. Assim sendo, o intervalo entre encarnações é um período significativo, o qual, se realmente bem aproveitado, pode melhorar muito as condições do indivíduo em sua próxima experiência reencarnatória.
A nós encarnados resta realizar mais e melhor no campo dos deveres materiais e espirituais, estudando cada vez com mais dedicação a Doutrina Espírita, para termos o mérito moral e o conhecimento intelectual sobre a vida espiritual, os quais tornarão nosso futuro período na Erraticidade uma fase de paz, trabalho no bem e realizações plenificadoras, desde o primeiro momento, isto é, o momento da morte física.
 
Página extraída da Revista Eletrônica "O Consolador" que pode ser acessada através do endereço: 
http://www.oconsolador.com.br/ano4/189/especial.html

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Aborto



Há pouco tempo o Supremo Tribunal Federal descriminalizou o aborto de feto anencéfalo, ampliando a autorização que já existia para a interrupção de gravidez oriunda de estupro e àquela que indica risco à vida da mãe. Excetuando a gestação que coloca a mãe em risco de morte, haverá de sã consciência justificativa para o impedimento da continuidade da vida de um ente indefeso? Apesar de ocorrência adversa?

Vendo o fato simploriamente como um procedimento técnico qualquer é banalizar a vida de outrem, pois a criança em formação, independentemente do estágio embrionário, não pertence à mãe, é uma individualidade outra com uma história de milênios buscando oportunidade de aprimoramento intelectual e moral numa nova vida, num novo corpo físico.  Mas, se é anencéfala é provável que tenha uma existência breve, no entanto, existem exceções, com a continuidade da existência física por tempo indeterminado, como qualquer outra criança tida  de formação normal.

Considerando que todos vivemos muitas vezes, em corpos físicos diferentes, a chamada reencarnação, que é lei Divina em favor da criatura, oportunizando progresso contínuo, pelos séculos sem fim.  A gestação problemática (má formação fetal) ou por circunstância agressiva e não consentida (criminosa) tem uma causa, e essa causa é moral (estado de consciência), que não estando nesta existência, estará em vida passada.

A mãe de agora, como todos os familiares envolvidos, são corresponsáveis com as ocorrências, que julgam incômodas, embora sejam, mas, não há conserto de problema de consciência, e nem material, sem desconforto. Se cremos em Deus de infinita bondade e justiça não poderemos aceitar que exista alguma impropriedade na vida presente, por menor que possa ser imaginada, caso isto se desse, Deus não seria Deus.

Todos os que influenciam a decisão do abortamento ou participam de qualquer modo, mesmo por omissão, têm sua parcela de responsabilidade, que resultará em pendência na economia da consciência, se agora dormem, pela ignorância, ou estão anestesiados por interesses, sejam: financeiros, políticos, vaidade, orgulho ou egoísmo, a lei natural não se dobrará às justificativas estapafúrdias, e aguardará o reparo justo, em qualquer tempo, que poderá ser em vida futura.     

A alma tem vida infinita, e para alcançar a felicidade permanente, -- a promessa de Jesus --, como registrada nas bem-aventuranças (1), deverá estar vestida da veste nupcial (2), o que corresponde à consciência límpida, lúcida e nobre. 

Em tudo há uma razão justa; não há efeito sem uma causa (4).  A vida física é o cadinho para depuração da alma. Ninguém sofre consequência do que não cometeu ou influenciou.  Que brilhe a vossa luz... (3)

(1)    e  (3)  – Mateus, 5;   (2) – Mateus, 22, 1-14; e (4)-O Livro dos Espíritos, questão 4.

Sugerimos a leitura da página: “Você Gostaria de ser abortado?”, acessando:

                                                                                Dorival da Silva
                                                                                

sexta-feira, 22 de junho de 2012

HORA DA DIVULGAÇÃO ESPÍRITA



Na gênese dos males que afligem o homem e a Humanidade, permanece a ignorância.

Seja por desconhecimento da verdade ou se expresse em forma de desprezo por ela, a ocorrência é a mesma.

O único antídoto eficaz e mais imediato para esse mal é o ensino, que acende a luz do discernimento com que o homem descobre e adota os princípios hábeis para a felicidade, mediante os comportamentos coerentes em relação à vida.

A dor, irrompendo devastadora, no organismo individual ou social, é uma metodologia rápida para o despertamento da consciência, terapêutica promotora de revolução grave, que traduz a mudança de atitude, renovando as paisagens íntimas sob o clamor da afeição, linguagem de momentâneo efeito, que predispõe para o conhecimento libertador.

O amor, em doação espontânea, promove os fatores que ensejam a abertura do sentimento e da razão para o saber, através do qual se logram os valiosos tesouros para a conduta equilibrada.

A fome, a enfermidade, a carência de recursos financeiros sensibilizam, convidando-nos ao auxílio.

Na matriz, porém, dessas afligentes conjunturas, jaz a ignorância das Divinas Leis, desrespeitadas por precipitação ou má fé, nos vários estados de rebeldia galvanizadora.

Na etiopatogenia das alienações de natureza psiquiátrica ou por obsessão, está viva e atuante a ignorância, que aguarda a terapia do esclarecimento, como medida de socorro imediato para posterior ou simultâneo atendimento que favoreça a libertação.

O conhecimento é luz acesa na noite da ignorância, clareando os rumos.

A Doutrina Espírita, porque representa a mais completa expressão do divino pensamento, que pode ser examinado e vivido pela razão, não deve enclausurar-se em chavões ultrapassados, aprisionando-se em limites que atendam a paixões e “pontos de vista”, por mais respeitáveis se apresentam.

Doutrina de livre exame, também o é de livre ação, convidando cada consciência a assumir responsabilidades, após iluminada pelo ensino espírita, de cujos resultados responderá, hoje ou depois, sem mecanismos de evasão, nem justificações urdidas por meio de maquiavelismo de qualquer natureza.

Há muita angústia aguardando a contribuição espírita, e muita loucura necessitando de socorro espírita.

Todos os nobres contributos lavrados na Codificação Kardequiana – viga mestra, inconfundível e indispensável, do edifício do Espiritismo – independentes da ação de grupos ou consensos humanos, são de valiosa e urgente necessidade de aplicação.

Obviamente, a ação em grupo, o trabalho em equipe, resultando da permuta de experiência como dos estudos bem dirigidos, torna-se de alto significado.

Todavia, não somente através de tal metodologia, senão, também, pela atividade individual, abnegada e rica de devotamento de cada espírita.

O apóstolo Paulo encontrou Jesus, e, não obstante sofrendo as suspeitas da grei, doou-se à tarefa do esclarecimento e da iluminação de consciência, até a morte, já então amado pelos companheiros, escrevendo com sabedoria e renúncia a história da doutrina cristã nas paisagens ermas dos corações e das terras que percorreu...

Pedro levantou-se do delíquio moral da negação, saindo a ensinar e a viver o Cristo, tornando-se o maior exemplo de fé viva do colégio Galileu, que conheceu e viveu com o Mestre...

Allan Kardec, sofrendo calúnias, e acusações indébitas, permaneceu fiel aos ditames da “Vozes dos Céus”, trazendo à Terra o Consolador , sem excogitar da conveniência de pessoas ou de grupos que o apedrejaram e feriram com todas as armas da covardia e da inveja, fazendo o legado do Pentateuco insuperável e sempre atual, porque elaborando com os metais da verdade, trabalhados no fogo da dedicação e do sacrifício integral.  

Não há, portando, por que malbaratar-se recursos nem desperdiçar tempo, enquanto os desafios permanecem vitimando e destruindo vidas.

Todos os espíritas sinceros, estudiosos e afeiçoados ao bem, encontram-se convocados para o ministério do auxílio, através da difusão dos postulados espíritas, que, propiciando perfeito entendimento das lições evangélicas, representam a medicação oportuna e urgente para a massa desesperada, o homem aturdido...

Sem complexidades nem estruturações estapafúrdias, trabalhemos na sã divulgação do Espiritismo.

Não basta apontar erros. Indispensável saná-los. 

Muito cômodo é estabelecer e impor diretrizes para os outros. Urgente, no entanto, vivê-las.

Fácil é condenar e agredir. O desafio, porém, é mudar a situação.

O conhecimento espírita objetiva reformular as atuais conceituações e transformar as estruturas vigentes, facultando felicidade às criaturas, sem o que perde a finalidade.

Esta é, por consequência, hora de decisão espírita.

Uma página espírita breve é carta de alento ao homem em depressão.

Uma palestra espírita é classe de otimismo e ensino para a ignorância em predomínio.

Um livro espírita é curso de profundidade para despertamento e conduta dos que se atêm no desconhecimento dos valores e da oportunidade da vida.

Uma conferência espírita é fecundo veio aurífero de informação e roteiro, ao alcance de quem pensa.

Um debate espírita é intercâmbio  de esclarecimentos com que se reformulam conceitos.

A ação espírita, em qualquer lugar, é vida nova, atraente, chamando a atenção para a liberdade e a saúde.

Firmar-se no contexto da revelação espírita para ensinar e informar é fundamental, nos momentos que vivemos.

Na hora da Informática com os seus valiosos recursos, o espírita não se pode marginalizar, sob pretexto pueris, em que disfarça a timidez, o desamor causa ou a indiferença pela divulgação, porquanto o único antídoto à má Imprensa, na sua vária expressão, é a aplicação dos postulados espíritas, hoje ainda ignorados e confundidos com as superstições, crendices, sofrendo as velhas  conotações infelizes com que o caluniaram no passado, aguardando ser despojado das mazelas que lhe atiraram os frívolos e os déspotas, os fanáticos e os de má fé, quanto os que se apoiavam nos interesses subalternos inconfessáveis...

Hora de mentalidades abertas às informações de toda ordem, este é o nosso momento de programar tarefas, fomentar a divulgação por todos os meios, tornando-se cada companheiro honesto e dedicado, nova “carta-via” para a estruturação de um homem melhor, portanto, de uma sociedade mais justa, uma humanidade mais feliz.

Caridade para com o Espiritismo é dever de todos que nele haurem paz e vigor, sendo nossa maneira de exercê-la, divulgá-lo, levá-lo à ignorância e àqueles que sofrem a férrea prisão, sem desânimo e  nem tergiversação de nossa parte. (*)


(*) A presente mensagem foi escrita com a participação do espírito Hugo Reis. Nota do médium.


Extraído da obra mediúnica Reflexões Espíritas, capítulo 28, pelo espírito Vianna de Carvalho, psicografia de Divaldo Pereira Franco. 

domingo, 17 de junho de 2012

Construção de si mesmo!



Embora pareça fantasia a ideia de que somos responsáveis pela própria construção espiritual,  no entanto,  é realidade incontestável.  Esse entendimento somente alcança sustentação se compreendermos a lei da reencarnação, a lei das vidas sucessivas, a continuidade sempre da vida espiritual.  A reencarnação, por se tratar de lei da Natureza, não é condição de crença, ela existe independentemente de aceitarmos ou não, estamos sofrendo a sua aplicabilidade naturalmente, não depende do homem. 

Abre-se assim uma perspectiva grandiosa de esperança, há possibilidades de retornarmos em nova vida no mundo material, poderemos rever situações, consertar trajetórias, concluir projetos inacabados, reatar laços interrompidos, dar aplicação aos nossos aperfeiçoamentos.    

Podendo retornar depois de uma terminada vida terrena,  no intervalo de uma e outra existência física  estaremos em algum lugar; se não retornamos imediatamente, deveremos estar agindo de algum modo.  Então encontramos razão para a existência da vida fora do plano físico, porque a inteligência e os demais valores adquiridos não podem ficar estagnados – é o que nos diz o bom senso  --, compreendemos que neste mecanismo de “ir e vir ou vir e ir”, na verdade viemos para retornar ao campo espiritual, por isso a vida na matéria é temporária, mas a vida do Espírito é infinita, ela não sofre interrupção nem quando entra na matéria e nem quando sai. 

O Espírito só teve um início, porque foi criado, não terá fim, será um ser em aprimoramento permanente.  “Deus é a  inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas.” (1)  Deus é o criador dos Espíritos e os criou simples e ignorantes, jamais aniquilará a criatura, dará oportunidades evolutivas, não fará o que deveremos fazer por nós mesmos, por isso deu-nos a inteligência e todas as demais virtudes em potencial para que as desenvolvamos e encontremos a paz e a felicidade meritoriamente, nessa construção que somos o principal construtor.

Tal construção é lenta na esteira dos séculos, enquanto não temos consciência de nós mesmos somos conduzidos, como os pais conduzem suas crianças, na proporção que a lucidez vai se instalando no ser libera-o dos cuidados dos orientadores da Humanidade e o indivíduo  assume as rédeas da condução da vida conforme as suas possibilidades. 

Agora, a nossa construção está mais avançada, temos mais inteligência e o potencial de discernimento está mais desenvolvido, também as responsabilidades existem maiores, e seremos cobrados na mesma intensidade das disponibilidades da consciência. Esta construção se apresentará feliz ou infeliz por conta do construtor. 

A construção é nossa...

(1)   –O Livro dos Espíritos, questão nº 1, Allan Kardec.

                                                                                                                                     Dorival da Silva
                                                                      


terça-feira, 12 de junho de 2012

As profecias e O Livro dos Espíritos





Ano 6 - N° 263 - 3 de Junho de 2012


GERSON SIMÕES MONTEIRO
gerson@radioriodejaneiro.am.br
Rio de Janeiro, RJ (Brasil)



Gerson Simões Monteiro

As profecias e O Livro dos Espíritos   
2012: data inventada por Hollywood. As palavras proféticas de Jesus. O Apocalipse e a questão 1.019 d´O Livro dos Espíritos

O filme produzido em 2008, nos Estados Unidos, tentando reativar o tema catastrófico – 2012: O dia do Juízo Final – é na verdade mais uma tentativa de se criar uma onda de terrorismo psicológico de que o mundo vai acabar em 2012, explorando sem fundamento as profecias relativas às transformações por que a Terra passará para ingressar numa nova era. Segundo soubemos, os produtores desse filme usaram as profecias Maias e tentaram cristianizá-las, mas se esqueceram de que, quando ela foi concebida, aquele povo nem tinha ouvido falar de Jesus, muito menos pensavam em acreditar em um único Deus.

Segundo Emmanuel, no capítulo VI da segunda parte, intitulado “Alvoradas do reino do Senhor”, do livro Há dois mil anos, psicografado por Chico Xavier, Jesus, quando recepcionava no mundo espiritual um grupo de mártires sacrificados no circo romano, profetizou acerca do que a humanidade passaria nos dias atuais. Nessas profecias encontramos de que forma se dará a transição do nosso mundo de expiações e provas para mundo de regeneração.  
O que vai acontecer sem data marcada 
Eis as palavras do Mestre:
"Quando a escuridão se fizer mais profunda nos corações da Terra, determinando a utilização de todos os progressos humanos para o extermínio, para a miséria e para a morte, derramarei minha luz sobre toda a carne, e todos que vibrarem com o meu Reino e confiarem nas minhas promessas, ouvirão as nossas vozes e apelos santificadores.
Um sopro poderoso de verdade e vida varrerá toda a Terra, que pagará, então, à evolução dos seus institutos, os mais pesados tributos de sofrimentos e de sangue... Exausto de receber os fluidos venenosos da ignomínia e da iniquidade de seus habitantes, o próprio planeta protestará contra a impenitência dos homens, rasgando as entranhas em dolorosos cataclismos. As impiedades terrestres formarão pesadas nuvens de dor que rebentarão, no instante oportuno, em tempestades de lágrimas na face escura da Terra e, então, das claridades da minha misericórdia, contemplarei meu rebanho desditoso e direi como os meus emissários: Ó Jerusalém, ó Jerusalém...
Trabalharemos com amor, na oficina dos séculos porvindouros, reorganizaremos todos os elementos destruídos, examinaremos detidamente todas as ruínas buscando o material passível de novo aproveitamento e, renovadoras da vida planetária, organizaremos para o mundo um novo ciclo evolutivo, consolidando, com as divinas verdades do Consolador, os progressos definitivos do homem espiritual.” 
“Para os montes” 
Em o Novo Testamento, vamos encontrar em Mateus, nos capítulo 24 (profecia da ruína de Jerusalém) e 25 (sinais do fim do mundo), o mesmo sentido das palavras de Jesus anotadas por Emmanuel no romance mediúnico, a respeito do momento de transição pelo qual a Terra está passando.
Gostaria de destacar, ainda, o versículo 16, do capítulo 24, das palavras proféticas de Jesus, quando aconselha: "Então, os que estiverem na Judeia, fujam para os montes", e para entender o significado desse aconselhamento, vamos nos valer da interpretação de Emmanuel, no capítulo 140, da obraCaminho, Verdade e Vida, que é a seguinte:
‘Referindo-se aos instantes dolorosos que assina­lariam a renovação planetária, aconselhou o Mestre aos que estivessem na Judeia procurar os montes, A advertência é profunda, porque, pelo termo "Ju­deia", devemos tomar a "região espiritual" de quan­tos, pelas aspirações íntimas, se aproximem do Mestre para a suprema iluminação.
E a atualidade da Terra é dos mais fortes qua­dros nesse gênero. Em todos os recantos, estabelecem-se lutas e ruínas. Venenos mortíferos são inoculados pela política inconsciente nas massas populares. A baixada está repleta de nevoeiros tre­mendos. Os lugares santos permanecem cheios de trevas abomináveis. Alguns homens caminham ao sinistro clarão de incêndios. Aduba-se o chão com sangue e lágrimas, para a semeadura do porvir.
É chegado o instante de se retirarem os que permanecem na Judeia para os "montes" das ideias superiores. É indispensável manter-se o discípulo do bem nas alturas espirituais, sem abandonar a coope­ração elevada que o Senhor exemplificou na Terra; que aí consolide a sua posição de colaborador fiel, invencível na paz e na esperança, convicto de que, após a passagem dos homens da perturbação, portadores de destroços e lágrimas, são os filhos do trabalho que semeiam a alegria, de novo, e reconstroem o edifício da vida.’        
O que diz O Livro dos Espíritos 
Diante das profecias de Jesus a respeito desse momento que estamos vivendo no nosso planeta, vamos conferi-las com a resposta dos Benfeitores Espirituais à questão 1.019, de O Livro dos Espíritos, quando Allan Kardec indaga: “Poderá jamais implantar-se na Terra o reinado do bem?”.
Eis o que foi respondido:
"O bem reinará na Terra quando, entre os Espíritos que a vêm habitar, os bons predominarem, porque, então, farão que aí reinem o amor e a justiça, fonte do bem e da felicidade. Por meio do progresso moral e praticando as leis de Deus é que o homem atrairá para a Terra os bons Espíritos e dela afastará os maus. Estes, porém, não a deixarão, senão quando daí estejam banidos o orgulho e o egoísmo.
Predita foi a transformação da Humanidade e vos avizinhais do momento em que se dará, momento cuja chega­da apressam todos os homens que auxiliam o progresso. Essa transformação se verificará por meio da encarnação de Espí­ritos melhores, que constituirão na Terra uma geração nova.
Então, os Espíritos dos maus, que a morte vai ceifando dia a dia, e todos os que tentem deter a marcha das coisas serão daí excluídos, pois que viriam a estar deslocados entre os homens de bem, cuja felicidade perturbariam. Irão para mundos no­vos, menos adiantados, desempenhar missões penosas, tra­balhando pelo seu próprio adiantamento, ao mesmo tempo em que trabalharão pelo de seus irmãos ainda mais atrasados. Neste banimento de Espíritos da Terra transformada, não percebeis a sublime alegoria do Paraíso perdido e, na vinda do homem para a Terra em semelhantes condições, trazendo em si o gérmen de suas paixões e os vestígios da sua inferioridade primitiva, não descobris a não menos sublime alegoria do pe­cado original? Considerado deste ponto de vista, o pecado ori­ginal se prende à natureza ainda imperfeita do homem que, assim, só é responsável por si mesmo, pelas suas próprias faltas e não pelas de seus pais.
Todos vós, homens de fé e de boa vontade, trabalhai, portanto, com ânimo e zelo na grande obra da regeneração, que colhereis pelo cêntuplo o grão que houverdes semeado.
Ai dos que fecham os olhos à luz! Preparam para si mesmos lon­gos séculos de trevas e decepções. Ai dos que fazem dos bens deste mundo a fonte de todas as suas alegrias! Terão que so­frer privações muito mais numerosas do que os gozos de que desfrutaram! Ai, sobretudo, dos egoístas! Não acharão quem os ajude a carregar o fardo de suas misérias." 
Conclusão 
Todos esses acontecimentos relativos ao período de transição por que passamos para o início de uma nova era foram previstos no Apocalipse, palavra originária do grego, que quer dizer revelação, mas ele fala de transição, não destruição do mundo.
Foi João, um dos discípulos de Jesus, já bem idoso e vivendo na Ilha de Patmos, que escreveu o Apocalipse, o último livro do Novo Testamento. Nele, João apresenta a descrição das visões proféticas apresentadas por Jesus acerca dos acontecimentos pelos quais a humanidade iria passar nos tempos futuros, os quais, na verdade, já estamos vivendo: violência, fome, cataclismos, guerras alimentadas pelo ódio. A linguagem empregada era em diversos trechos figurada: por exemplo, a expressão “pássaros desovando ovos de fogo” descreve, na realidade, aviões despejando bombas destruidoras. Mas, depois de tudo isso, Jesus revela a João o surgimento de uma era de paz para o nosso mundo.
É claro que já estamos vivendo os sinais que antecedem esse novo tempo para a humanidade, previstos pelo Cristo, quando profetizou: “Ouvireis falar também de guerras (...) porque se verá levantar-se povo contra povo e reino contra reino”. Mas, como Ele próprio afirmou no “Sermão da Montanha”, “os brandos e pacíficos possuirão a Terra”, ou seja, após o fim de toda essa turbulência, o homem pacificado viverá a paz no planeta.

Página copiada da Revista Eletrônica "O Consolador", que pode ser visitada no endereço: http://www.oconsolador.com.br/ano6/263/especial.html

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Mediunidade



A mediunidade é faculdade inerente a todos os seres humanos, que um dia se apresentará ostensiva mais do que ocorre no presente momento histórico.



À medida que se aprimoram os sentidos sensoriais, favorecendo com mais amplo cabedal de apreensão do mundo objetivo, amplia-se a embrionária percepção extrafísica, ensejando o surgimento natural da mediunidade.

Não poucas vezes, é detectada por características especiais que podem ser confundidas com síndromes de algumas psicopatologias que, no passado, eram utilizadas para combater a sua existência.
Não obstante, graças aos notáveis esforços e estudos de Allan Kardec, bem como de uma plêiade de investigadores dos fenômenos paranormais, a mediunidade vem podendo ser observada e perfeitamente aceita com respeito, face aos abençoados contributos que faculta ao pensamento e ao comportamento moral, social e espiritual das criaturas.

Sutis ou vigorosos, alguns desses sintomas permanecem em determinadas ocasiões gerando mal-estar e dissabor, inquietação e transtorno depressivo, enquanto que, em outros momentos, surgem em forma de exaltação da personalidade, sensações desagradáveis no organismo, ou antipatias injustificáveis, animosidades mal disfarçadas, decorrência da assistência espiritual de que se é objeto.

Muitas enfermidades de diagnose difícil, pela variedade da sintomatologia, têm suas raízes em distúrbios da mediunidade de prova, isto é, aquela que se manifesta com a finalidade de convidar o Espírito a resgates aflitivos de comportamentos perversos ou doentios mantidos em existências passadas. 

Por exemplo, na área física: dores no corpo, sem causa orgânica; cefalalgia periódica, sem razão biológica; problemas do sono - insônia, pesadelos, pavores noturnos com sudorese -; taquicardias, sem motivo justo; colapso periférico sem nenhuma disfunção circulatória, constituindo todos eles ou apenas alguns, perturbações defluentes de mediunidade em surgimento e com sintonia desequilibrada. 

No comportamento psicológico, ainda apresentam-se: ansiedade, fobias variadas, perturbações emocionais, inquietação íntima, pessimismo, desconfianças generalizadas, sensações de presenças imateriais - sombras e vultos, vozes e toques - que surgem inesperadamente, tanto quanto desaparecem sem qualquer medicação, representando distúrbios mediúnicos inconscientes, que decorrem da captação de ondas mentais e vibrações que sincronizam com o perispírito do enfermo, procedentes de Entidades sofredoras ou vingadoras, atraídas pela necessidade de refazimento dos conflitos em que ambos - encarnado e desencarnado - se viram envolvidos.

Esses sintomas, geralmente pertencentes ao capítulo das obsessões simples, revelam presença de faculdade mediúnica em desdobramento, requerendo os cuidados pertinentes à sua educação e prática.

Nem todos os indivíduos, no entanto, que se apresentam com sintomas de tal porte, necessitam de exercer a faculdade de que são portadores. 

Após a conveniente terapia que é ensejada pelo estudo do Espiritismo e pela transformação moral do paciente, que se fazem indispensáveis ao equilíbrio pessoal, recuperam a harmonia física, emocional e psíquica, prosseguindo, no entanto, com outra visão da vida e diferente comportamento, para que não lhe aconteça nada pior, conforme elucidava Jesus após o atendimento e a recuperação daqueles que O buscavam e tinham o quadro de sofrimentos revertido.

Grande número, porém, de portadores de mediunidade, tem compromisso com a tarefa específica, que lhe exige conhecimento, exercício, abnegação, sentimento de amor e caridade, a fim de atrair os Espíritos Nobres, que se encarregarão de auxiliar a cada um na desincumbência do mister iluminativo.

Trabalhadores da última hora, novos profetas, transformando-se nos modernos obreiros do Senhor, estão comprometidos com o programa espiritual da modificação pessoal, assim como da sociedade, com vistas à Era do Espírito imortal que já se encontra com os seus alicerces fincados na consciência terrestre.

Quando, porém, os distúrbios permanecerem durante o tratamento espiritual, convém que seja levada em conta a psicoterapia consciente, através de especialistas próprios, com o fim de auxiliar o paciente-médium a realizar o autodescobrimento, liberando-se de conflitos e complexos perturbadores, que são decorrentes das experiências infelizes de ontem como de hoje.

O esforço pelo aprimoramento interior aliado à prática do bem, abre os espaços mentais à renovação psíquica, que se enriquece de valores otimistas e positivos que se encontram no bojo do Espiritismo, favorecendo a criatura humana com alegria de viver e de servir, ao tempo que a mesma adquire segurança pessoal e confiança irrestrita em Deus, avançando sem qualquer impedimento no rumo da própria harmonia.

Naturalmente, enquanto se está encarnado, o processo de crescimento espiritual ocorre por meio dos fatores que constituem a argamassa celular, sempre passível de enfermidades, de desconsertos, de problemas que fazem parte da psicosfera terrestre, face à condição evolutiva de cada qual.

A mediunidade, porém, exercida nobremente se torna uma bandeira cristã e humanitária, conduzindo mentes e corações ao porto de segurança e de paz.

A mediunidade, portanto, não é um transtorno do organismo. O seu desconhecimento, a falta de atendimento aos seus impositivos, geram distúrbios que podem ser evitados ou, quando se apresentam, receberem a conveniente orientação para que sejam corrigidos.

Tratando-se de uma faculdade que permite o intercâmbio entre os dois mundos - o físico e o espiritual - proporciona a captação de energias cujo teor vibratório corresponde à qualidade moral daqueles que as emitem, assim como daqueloutros que as captam e as transformam em mensagens significativas.

Nesse capítulo, não poucas enfermidades se originam desse intercâmbio, quando procedem as vibrações de Entidades doentias ou perversas, que perturbam o sistema nervoso dos médiuns incipientes, produzindo distúrbios no sistema glandular e até mesmo afetando o imunológico, facultando campo para a instalação de bactérias e vírus destrutivos.

A correta educação das forças mediúnicas proporciona equilíbrio emocional e fisiológico, ensejando saúde integral ao seu portador.

É óbvio que não impedirá a manifestação dos fenômenos decorrentes da Lei de Causa e Efeito, de que necessita o Espírito no seu processo evolutivo, mas facultará a tranqüila condução dos mesmos sem danos para a existência, que prosseguirá em clima de harmonia e saudável, embora os acontecimentos impostos pela necessidade da evolução pessoal.

Cuidadosamente atendida, a mediunidade proporciona bem-estar físico e emocional, contribuindo para maior captação de energias revigorantes, que alçam a mente a regiões felizes e nobres, de onde se podem haurir conhecimentos e sentimentos inabituais, que aformoseiam o Espírito e o enriquecem de beleza e de paz.

Superados, portanto, os sintomas de apresentação da mediunidade, surgem as responsabilidades diante dos novos deveres que irão constituir o clima psíquico ditoso do indivíduo que, compreendendo a magnitude da ocorrência, crescerá interiormente no rumo do Bem e de Deus.

Psicografia de Divaldo Franco. Livro: Temas da Vida e da Morte - Manoel Philomeno de Miranda 
Texto copiado do site:  http://www.mediunato.com.br/