quinta-feira, 14 de março de 2013

Eutanásia e vida



Elucidações de Emmanuel
Ano 6 - N° 301 - 3 de Março de 2013

Eutanásia e vida

Amigos da Terra perguntam frequentemente pela opinião dos companheiros desencarnados, com respeito à eutanásia. E acrescentam que filósofos e cientistas diversos aderem hoje à ideia de se apoiar longamente a morte administrada, seja por imposição de recursos medicamentosos ou por abandono de tratamento.

Declaram-se muitos deles confrangidos diante dos problemas das crianças que surgem desfiguradas no berço, ou à frente dos portadores de enfermidades supostas irreversíveis, muitas vezes em estado comatoso nos recintos de assistência intensiva.

Alguns chegam a indagar se os pequeninos excepcionais devem ser considerados seres humanos e se existe piedade em delongar os constrangimentos dos enfermos interpretados por criaturas semimortas, insensíveis a qualquer reação. Entretanto, imaginam isso pela escassez dos recursos de espiritualidade de que dispõem para dilatar a visão espiritual para lá do estágio físico.

É preciso lembrar que, em matéria de deformação, os complexos de culpa determinam inimagináveis alterações no corpo espiritual.

O homem vê unicamente o carro orgânico em que o espírito viaja no espaço e no tempo, buscando a evolução própria, mas habitualmente não enxerga os retoques de aprimoramento ou as dilapidações que o passageiro vai imprimindo em si mesmo, para efeito de avaliação de mérito e demérito, quando se lhe promova o desembarque na estação de destino.

À vista disso, o homem comum não conhece a face psicológica dos nossos irmãos suicidas e homicidas conscientes, ou daqueles outros que conscientemente se fazem pesadelos ou flagelos de coletividades inteiras. Devidamente reencarnados, em tarefas de reajuste, não mostram senão o quadro aflitivo que criaram para si próprios, de vez que todo espírito descende das próprias obras e revela consigo aquilo que fez de si mesmo.

Diante das crianças em prova ou dos irmãos enfermos, imaginados irrecuperáveis, medita e auxilia-os!

Ninguém, por agora, nas áreas do mundo físico, pode calcular a importância de alguns momentos ou de alguns dias para o espírito temporariamente internado num corpo doente ou disforme. 


Perante todos aqueles que se abeiram da desencarnação, compadece-te e ajuda-os quanto puderes.

Recorda que a ciência humana é sempre um fato admirável, em transformação constante, embora respeitável pelos benefícios que presta. No entanto, não te esqueças de que a vida é sempre formação divina, e, por isto mesmo, em qualquer parte será sempre um ato permanente de amor.


Do cap. 20 do livro Diálogo dos Vivos, de autoria de Francisco Cândido Xavier, J. Herculano Pires e Espíritos diversos.

Mensagem extraída do endereço: http://www.oconsolador.com.br/ano6/301/emmanuel.htm

quinta-feira, 7 de março de 2013

Mediunato

Mediunato

Todo aquele que consegue exercer a mediunidade com elevação, engrandecendo-se e alçando-a aos nobres cimos da vida, no cumprimento da gloriosa missão de ser instrumento do Divino Pensamento, alcança, na Terra, a excelência do mediunato.

Dever de grande abrangência, a sua desincumbência revela-se difícil pelos impositivos de que se reveste, pelos sacrifícios que impõe e pelas dificuldades a superar.

Poucos discípulos da verdade se hão entregado com a necessária abnegação, graças à qual, ao largo do tempo, o homem se doa em espírito de serviço à humanidade, com tal renúncia de si mesmo, que ultrapassa a sua condição para lograr o apostolado mediúnico, o mediunato.

A princípio, são os fortes apelos para a edificação pessoal, a plenitude psíquica e emocional, acalmando as necessidades materiais e superando as fraquezas delas decorrentes, para depois, experimentando as superiores satisfações do espírito, imolar-se por amor, na execução das atividades a que se sente convocado.

Nesse caminho atulhado de pedrouços, os desafios se sucedem, ameaçadores, ao mesmo tempo ferindo e macerando os audaciosos transeuntes que põem os olhos nas metas à frente e buscam alcançá-las. Não se trata de um empreendimento fácil ou de curto prazo, antes, de uma realização prolongada, na qual são enfrentados os perigos que procedem da inferioridade, que teima em permanecer, dominadora.

Definido o rumo e aceito o compromisso, torna-se mais factível a vitória, ganhando-se, dia-a-dia, o espaço que medeia entre a aspiração e o objetivo.

Zoroastro, o grande reformador, nascido na Média, não descansou enquanto não concluiu a missão para a qual reencarnou.

Buda, o Sábio Solitário dos Sákias, entregou-se com total renúncia ao ministério de reformar a religião adulterada pelo formalismo brâmane, e, não se detendo diante dos impedimentos que o afligiam, permanece fiel até o momento final.

Pitágoras, inspirado pelos espíritos, colocou-se a serviço da verdade, tornando-se responsável pela descoberta das matemáticas, geométricas e astronômicas, deixando um rastro luminoso na história.

Sócrates e Moisés, Isaías e Daniel, entre outros, foram exemplos de missionários que, no mediunato, atingiram as mais elevadas expressões do intercâmbio espiritual em favor da humanidade.

Posteriormente, João Batista e João Evangelista se fizeram expoentes da mediunidade gloriosa, demonstrando o poder da imoralidade sobre as vicissitudes humanas.

Acima, porém, de todos eles, Jesus-Cristo fez-se o Médium de Deus e tornou-se insuperável como Fonte Inspiradora para os homens de todos os séculos.


Perseguido e macerado, sob injunções dolorosas mais se ligava ao Pai, em Quem hauria forças para o Messianato a que se ofereceu, preferindo a coroa do martírio à falaciosa grandeza terrena.

Depois dEle, outros servidores da Sua Seara, profundamente vinculados à vida espiritual e aos desencarnados com os quais confabulavam, exerceram o mediunato de forma eloquente, imolando-se todos por amor ao bem geral e certos da vitória final sobre as fugazes condições terrenas.

Com o espiritismo, o exercício do mediunato tornou-se mais acessível, em se considerando as diamantinas claridades que projeta nos emaranhados e sombrios mistérios da vida, especialmente sobre a realidade do além-túmulo, onde nascem as estruturas do ser e se encontram a sua origem e o seu destino final.

Trazendo de volta, à atualidade, o profetismo hebreu e helênico, os fenômenos que constituíram a glória das civilizações passadas, deu-lhes um sentido novo, perfeitamente concorde com as conquistas do hodierno conhecimento, de modo a impulsionar o homem em direção do autodescobrimento e da razão pela qual se encontra no mundo físico.

Em uma ligeira análise, explicam-se, à luz da revelação espírita, a inspiração do Homero, cujos Cantos procediam de ignotas e nobres regiões espirituais;

de Virgílio, sintonizando com as entidades elevadas, e sendo também considerado profeta;

de Dante, que demonstrou possuir superiores faculdades mediúnicas, graças às quais manteve permanente contato com os espíritos;

de Torquato Tasso, que, em contínuo intercâmbio espiritual e inspirado por Ariosto, aos dezoito anos compôs o seu Renaud, concluindo a célebre Jerusálem Libertada, que é a obra máxima da sua vida extraordinária...

E quantos outros, médiuns inspirados ou psicógrafos, audientes ou sonambúlicos, que se deixaram conduzir pelos guias da humanidade, a fim de apressarem a obra do progresso terrestre?!

Comunicações indiretas como insólitas hão despertado a consciência humana para a realidade espiritual do ser, a todos conclamando para a ação do bem, da justiça e do amor.

No mediunato, entretanto, o servidor atinge o seu momento supremo, deixando de manter a personalidade dominadora, para que o Cristo nele se manifeste e habite, conforme declarou o médium de Tarso, na sua doação total à causa da verdade: - “Já não sou eu o que vivo, mas é o Cristo que vive em mim.”


Espírito: Vianna de Carvalho, psicografia do Médium:
 Divaldo P. Franco – Médiuns e Mediunidades.


Mensagem extraída do site: http://www.mediunato.com.br/

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Nossos deveres

Nossos deveres

A partir da ciência que tenhamos das Supremas Leis de Deus e da consciência que guardemos da importância em vivenciá-las, será menos difícil identificar quais são os nossos deveres no seio da vida terrena.

Se pensarmos na sociedade à qual estamos ajustados, serão deveres nossos o trato da boa convivência, o respeito às leis constituídas, a participação consciente nos labores dedicados ao progresso comum, e assim por diante.

Se frenteamos a questão da liberdade, cabe-nos admitir a chance de aplicar as benesses dessa liberdade em favor da alforria da alma, liberando-nos dos condicionamentos retrógrados como preconceitos e animosidades, além de reconhecer que os outros também devem experimentar essa mesma oportunidade, estabelecendo, então, que o limite da nossa é a liberdade do semelhante.

Se considerarmos o progresso, serão deveres nossos a identificação da importância de desenvolver não somente as coisas relativas ao homem corporal, mas, primordialmente, aquelas condizentes com o ser imortal, caminhante consciente da evolução. Cabe-nos ativar o progresso de tudo o que constitua valor para a alma perene, independentemente de onde haja surgido, uma vez que Jesus tem servidores grandiosos em todos os escaninhos da Humanidade.

Se tratarmos da adoração a Deus, cumpre-nos realizar o esforço de amadurecer concepções, rever como estão as nossas relações com o Criador, afastando-nos tanto do fanatismo, gerado pela ignorância presunçosa, quanto do pieguismo, que representa a ignorância acomodada.

Nossos deveres no mundo, diante da Divina Consciência, refletirão sempre a nossa maior disposição de aprender e servir, deverão demonstrar sempre a nossa capacidade de pensar e espalhar o bem, indicando a nossa maior integração com a harmonia das proposições do Senhor.

Procuremos pensar no dever não como uma cruz, que espezinha e pesa, mas, sim, como uma vestimenta confortável e bela, à qual vamos acrescentando rendas e luzes, na medida em que desenvolvamos maior condição de cumpri-lo sem dor, sem amargura, sem frustrações, mas com os júbilos de quem se supera e não aguarda a imposição dos sofrimentos, das pressões provacionais para executá-lo.

Nossos deveres bem atendidos representarão a nossa maioridade espiritual, que nos abre as portas ao Grande Reino pelo qual anelamos há milênios.

Rosângela C. Lima
Psicografia de Raul Teixeira, em 25.02.2001, na Fazenda Recreio, em Pedreira - SP.
Publicada no Jornal Mundo Espírita em julho de 2001.
Em 16.01.2012.

Mensagem extraída  do endereço: 
http://www.raulteixeira.com.br/mensagens.php?not=308

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Flexibilidade

Flexibilidade

Todo comportamento extremista responde por danos imprevisíveis e de lamentáveis consequências, por se sustentar na intolerância e no desrespeito à inteligência e ao discernimento dos demais. 
A consciência equilibrada busca sempre o comportamento mais saudável, expressando-se de maneira gentil, mesmo nas circunstâncias mais severas e afligentes. 
A flexibilidade é medida de cometimento edificante pela faculdade de compreender a postura do outro, aquele que nem sempre sabe expressar-se ou agir como seria de desejar, mas, nada obstante, pensa e tem ideias credoras de respeito e de consideração, que devem ser levadas a sério. 
 Quando se assume uma atitude de dureza, destrói-se a futura floração do bem, porque nenhuma ideia é irretocável de tal maneira que não mereça reparo ou complementação, e diversas mentes elaborando programas são mais eficazes do que apenas uma. 
Ademais, essa imposição representa alta presunção decorrente da vaidade de se deter o conhecimento total ou mesmo a verdade plena. 
 Quando se age dessa maneira, gera-se temor e animosidade por se bloquear as possibilidades dos demais, igualmente portadores da faculdade de pensar, de discernir. 
Uma atitude flexível contribui para o somatório das realizações dignificantes que são confiadas a todos. 
 Não obstante reconhecer o equívoco da mulher surpreendida em adultério, o Mestre foi-lhe flexível, dando-lhe nova oportunidade, embora não concordando com a sua conduta desrespeitosa aos estatutos morais e legais. 
Entre dois ladrões no momento extremo, solicitado por um deles, que se arrependera de existência de erros, concedeu-lhe a bênção da esperança de que também alcançaria o paraíso. 
Obras expressivas e honoráveis de serviço social e de edificações do bem no mundo soçobram e desaparecem em ruínas, quando alguns dos seus membros apresentam-se detentores de inflexibilidade em suas proposituras e comportamentos diários. 
A harmonia do conjunto exige que todos contribuam com a sua parte em favor do equilíbrio geral, mesmo que ceda agora, a fim de regularizar no futuro. 
Se alguém discorda e mantém-se inflexível na sua óptica ocorre o desastre no grupo, que se divide, dando lugar a ressentimentos e queixas, amarguras e dissabores. 
Assevera milenária sabedoria oriental que a floresta exuberante cresce em silêncio e discrição, mas quando tomba alguma árvore é com estrondo que o faz, como a significar que o bem, o lado edificante de tudo, acontece com equilíbrio, enquanto a queda, a destruição, sempre se dá de maneira ruidosa e chocante. 
Todo grupamento humano necessita do contributo valioso da tolerância, da paciência, da compreensão. 
A prepotência é geradora de desmandos e tormentos incalculáveis, que poderiam ser evitados com um pouco de fraternidade. 
Sê flexível, mesmo que penses diferente, que tenhas ideias próprias, felizes, facultando aos outros também serem ouvidos e seguidos.
 
*   *   *
No vendaval, a árvore que não deseja ser arrancada verga-se, para depois retornar a postura. Se pretender manter-se ereta, sofrerá a violência que a derrubará na sucessão das horas. 
O bambu é um dos mais belos exemplos de flexibilidade, pois que se recurva, submete-se com facilidade às imposições que lhe são dirigidas, sem arrebentar-se, mantendo-se vigoroso.
Consciente das responsabilidades que te dizem respeito, não te imponhas pela rigidez. Os teus valores morais serão a tua identificação e o cartão de crédito da tua existência. 
Estás convidado a servir, não a estabelecer diretrizes estritas para os outros, especialmente se te encontras servindo na Seara de Jesus, que sempre te proporciona chances novas, mesmo quando malbarataste aquelas que te foram anteriormente concedidas. 
Fácil é ser inflexível para com o próximo e difícil é submeter-se a situação equivalente, quando se altera a circunstância e mudam-se os padrões apresentados. 
Dialogando, ouvindo e abrindo-se novos conceitos e proposituras, adquire-se a faculdade da gentileza, indispensável ao êxito de todo e qualquer empreendimento humano. 
No dia a dia da existência sempre ocorrem fenômenos inesperados, que alteram a programação mais bem estabelecida, exigindo mudanças de rumo, formulações novas e necessárias.
 
O imprevisto é uma forma de intervenção das leis soberanas, ensejando diferente opção para o comportamento saudável. 
Não sejas, desse modo, aquele que cria embaraços, embora as abençoadas intenções de que te encontras revestido. 
Todos são úteis numa equipe e importantes no conjunto de qualquer realização.
 
Sê, portanto, dócil e acessível, porque sempre há alguém mais adiante, portador de aspereza que, com certeza, suplantará a tua. 
Nunca sentirás prejuízo por ceder em favor do bem comum, da ordem geral, abrindo espaço para outras experiências e atitudes.
 
*   *   *
A flexibilidade é dileta filha do amor, que se expande e enriquece a vida com esperança e paz. 
Todos aqueles que se fizeram temerários e se impuseram não fugiram de si mesmos, do envelhecimento, das enfermidades, da desencarnação. 
Pacientemente e com flexibilidade, Jesus espera por ti e te inspira sem descanso. 
Medita e age conforme gostarias que assim procedessem em relação a ti.
 
Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão
mediúnica de 26 de setembro de 2012, no Centro Espírita
Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia

Extraída do endereço eletrônico: .http://www.divaldofranco.com/mensagens.php?not=316

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Súplica de Amor



Súplica de Amor

Tu, que nos convidaste para o banquete da Boa Nova, embora não dispuséssemos da túnica nupcial, aceitamos a invitação, e aqui estamos.

Tu, que nos convidaste para trabalhar na Tua vinha, embora não tivéssemos condições hábeis para o bom serviço, e assim mesmo nos aceitaste.

Tu, que nos foste buscar perdidos no abismo, depois que tresmalhamos do Teu rebanho, e a ele retornamos.

Tu, sublime amigo dos desventurados, que nunca Te cansaste de chamar-nos ao seio da Tua misericórdia, em nome de Deus, e sempre acompanhas o nosso sucesso dominado pela compaixão, novamente abres os Teus braços, para que repousemos no Teu regaço.
Jesus!
Temos sede de paz.

Anelamos pelo encontro com a saúde integral que somente existe no Teu afável coração.

Permite que, deste conúbio em que desces até nós, e nos mimetizas com as Tuas energias santas, possamos representar-Te em qualquer lugar por onde deambulemos, dizendo a todos que somos os Teus discípulos, fracamente fiéis, carregando o madeiro das próprias aflições.

Jesus, Tu que nos amas, ajuda-nos a aprender a amar, de tal forma que a Tua presença em nós anule a dominação arbitrária das nossas paixões, e sejas Tu a dominar-nos interiormente, como um dia penetraste no Teu discípulo, o cantor das gentes, por intermédio de quem passaste a cantar a Tua mensagem.

Segue conosco Senhor, e ajuda-nos a conquistar o nosso mundo interior para que o Teu reino se estabeleça em nós, e se prolongue por toda a Terra.
Filhos da alma!

Eia, agora! Não depois, nem amanhã, nem mais tarde. O processo de transformação  íntima deve começar neste instante, sem recidivas no mal, sem retorno às situações embaraçosas e perturbadoras. O Mestre conta conosco na razão direta em que contamos com Ele.

Que brilhe, portanto, em nós, a luz que vem dEle, apagando por completo a treva teimosa que permanece nas paisagens do nosso coração.

Bezerra.
Mensagem psicofônica, recebida pelo médium Divaldo Pereira Franco,
no encerramento da sua palestra na noite de 2 de agosto de 2012, no Grupo
Espírita André Luiz, no Rio de Janeiro, Brasil.
Em 18.1.2013.

Mensagem extraída  do site: http://divaldofranco.com/mensagens.php?not=315

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Jesus expulsa uma legião de demônios e estes entram numa manada de porcos.

Postamos a página abaixo considerando que os apontamentos e os argumentos formam a resposta mais precisa sobre o tema narrado no Evangelho de Mateus, 8:28 a 8:34, de nosso conhecimento.  Entendemos que muitas pessoas gostariam de encontrar elucidação tão lógica, calcada em argumentação lúcida. Pelo que agradecemos ao Diretor de Redação da Revista Eletrônica "O Consolador", Sr. Astolfo O. de Oliveira Filho, que, com grande fidelidade aos Postulados Espíritas, elabora as respostas em esclarecimentos aos seus leitores. 
Dorival da Silva
http://www.oconsolador.com.br/ano6/294/oespiritismoresponde.html
O Espiritismo responde
Ano 6 - N° 294 - 13 de Janeiro de 2013
ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
BLOG
ESPIRITISMO SÉCULO XXI

 Uma leitora nos pergunta se nos estudos publicados em nossa revista já foi editada alguma matéria que tenha abordado a passagem em que Jesus expulsa uma legião de demônios e estes entram numa manada de porcos. “Gostaria de entender melhor essa citação”, diz-nos a leitora.

O relato bíblico é narrado no Evangelho de Mateus, 8:28 a 8:34. Ei-lo de forma resumida:
Dois endemoninhados, saindo dos túmulos, vieram ao encontro de Jesus e protestaram, em altos gritos: “Que temos nós contigo, Filho de Deus? vieste aqui atormentar-nos antes do tempo?” Perto dali, pastava uma grande manada de porcos. Os demônios rogavam-lhe: “Se nos expeles, envia-nos para a manada de porcos”. Disse-lhes Jesus: “Ide”. Tendo eles saído, passaram para os porcos. Toda a manada precipitou-se pelo declive no mar e, então, os porcos se afogaram. Os pastores fugiram e foram à cidade, onde contaram o que havia acontecido. Então a cidade toda saiu ao encontro de Jesus e, ao vê-lo, o povo rogou-lhe que se retirasse de suas terras.

No livro A Gênese, cap. XV, item 34, Kardec fez ligeiras observações sobre o assunto. Eis o que ele escreveu:
“O fato de serem alguns maus Espíritos mandados meter-se em corpos de porcos é o que pode haver de menos provável. Aliás, seria difícil explicar a existência de tão numeroso rebanho de porcos num país onde esse animal era tido em horror e nenhuma utilidade oferecia para a alimentação. Um Espírito, porque mau, não deixa de ser um Espírito humano, embora tão imperfeito que continue a fazer mal, depois de desencarnar, como o fazia antes, e é contra todas as leis da Natureza que lhe seja possível fazer morada no corpo de um animal. No fato, pois, a que nos referimos, temos que reconhecer a existência de uma dessas ampliações tão comuns nos tempos de ignorância e de superstição; ou, então, será uma alegoria destinada a caracterizar os pendores imundos de certos Espíritos”.

Corroborando o pensamento de que os Espíritos “não entraram” efetivamente nos corpos dos porcos, mas simplesmente os assustaram, fato que os levou a precipitar-se no mar, Irvênia Prada, em palestra realizada no dia 10 de setembro de 2011 em São Bernardo do Campo-SP, ao tratar do tema percepções anímicas dos animais, reproduziu o seguinte comentário assinado pelo Espírito de Erasto:
"É certo que os Espíritos podem tornar-se visíveis e tangíveis aos animais e, muitas vezes, o terror súbito que eles denotam, sem que lhe percebais a causa, é determinado pela visão de um ou de muitos Espíritos, mal-intencionados com relação aos indivíduos presentes, ou com relação aos donos dos animais. Ainda com mais frequência vedes cavalos que se negam a avançar ou a recuar, ou  que empinam diante de um obstáculo imaginário. Pois bem! tende como certo que o obstáculo imaginário é quase sempre um Espírito ou um grupo de Espíritos que se comprazem em impedi-los de mover-se. Lembrai-vos da mula de Balaão que, vendo um anjo diante de si e temendo-lhe a espada flamejante, se obstinava em não dar um passo. É que, antes de se manifestar visivelmente a Balaão, o anjo quisera tornar-se visível somente para o animal”. (O Livro dos Médiuns, cap. XXII, item 236.)

Na sequência da palestra, Irvênia Prada disse que por este relato de Erasto e pela observação de muitas pessoas quanto ao comportamento sugestivo de seus animais é possível concluir que os animais têm, sim, a capacidade de perceber a presença espiritual, como certamente se deu no caso da manada de porcos que se precipitou no mar e se afogou. Dessa forma, é provável que, no mencionado episódio, os chamados “demônios” (Espíritos muito necessitados) não propriamente “entraram” nos porcos, mas a eles dirigiram sua necessidade de vampirização de fluido vital, de modo que os animais “perceberam”, “sentiram” as características de suas pesadas vibrações e se "descontrolaram”.

A palestra de Irvênia Prada a que nos referimos é mencionada na reportagemEvidências científicas da vida espiritual publicada em nossa revista no dia 18/9/2011. Eis o link que remete o leitor ao seu conteúdo:http://www.oconsolador.com.br/ano5/227/especial2.html

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Depressão: na periferia do assunto

Crônicas e Artigos
Ano 6 - N° 294 - 13 de Janeiro de 2013


RICARDO ORESTES FORNI
iost@terra.com.br
Tupã, SP (Brasil)



Depressão: na periferia do assunto

“A depressão é semelhante à noite inopinada em pleno dia. É nuvem ameaçadora que tolda o sol. É tóxico que envenena lentamente as mais belas florações do ser.” – Joanna de Ângelis.

A revista VEJA, edição 2297 de 28 de novembro de 2012, traz uma reportagem de capa intitulada DEPRESSÃO – A PROMESSA DE CURA. No interior da revista, às páginas 152 a 159, encontramos uma reportagem com uma análise da utilização de uma substância anestésica – cetamina – como uma nova arma para o combate à depressão.

Como todos os interessados no assunto já conhecem, não podemos confundir os momentos de tristeza normais perante determinados fatos, tais como, a perda de um ente querido, um plano muito desejado que seja frustrado, uma determinada enfermidade temporária que nos atinja interferindo na nossa rotina, com a doença depressiva. Os momentos de tristeza passageiros não traduzem essa última exatamente porque nela – doença depressiva – a amargura permanece por período indeterminado, sendo capaz de grandes tragédias – o suicídio – quando não devidamente tratada. A doença depressiva atinge a elevada cifra de 20% da população mundial. De 30 a 40% dos pacientes não encontram alívio algum com os recursos terapêuticos desenvolvidos até hoje. E é aí que entra a nova tentativa com essa substância utilizada em anestesia humana e no animal, a cetamina. Da utilização em soldados americanos na década de 60, na guerra do Vietnã, a alucinógeno ilícito nos anos 90, acena-se com ela uma nova possibilidade de tratamento da depressão. O grande problema é que, seja qual for a medicação em uso, ela visa sempre ao efeito que se estampa no corpo físico, não atingindo a causa que está no Espírito imortal com as suas mazelas morais não resolvidas. Discutem a periferia do problema e ignoram o centro, exatamente como quem fala do efeito acreditando tratar-se da causa.

Recorramos a Joanna de Ângelis: “A nostalgia reflete evocações inconscientes, que parecem haver sido ricas de momentos felizes que não mais se experimentam. Pode proceder de existências transatas do Espírito, que ora as recapitula nos recônditos profundos do ser, lamentando, sem dar-se conta, não mais as fruir; ou de ocorrências da atual.

A depressão é sempre uma forma patológica do estado nostálgico.

A depressão é acompanhada, quase sempre, da perda da fé em si mesmo, nas demais pessoas e em Deus... Os postulados religiosos não conseguem permanecer gerando equilíbrio, porque se esfacelam ante as reações aflitivas do organismo físico. Não se acreditar capaz de reagir ao estado crepuscular caracteriza a gravidade do transtorno emocional.

Do mesmo modo, a depressão tem a sua repercussão orgânica ou vice-versa. Um equipamento desorganizado não pode produzir como seria de desejar. Assim, o corpo em desajuste leva a estados emocionais irregulares, tanto quanto esses produzem sensações e inarmonias perturbadoras na conduta psicológica.

A situação se torna mais grave quando se acerca de uma idade especial, 35 ou 40 anos, um pouco mais, um pouco menos, e lhe parece que não conseguiu o que anelava, não se havendo realizado em tal ou qual área, embora noutras se encontre muito bem. Essa reflexão autopunitiva dá gênese a um estado depressivo com indução ao suicídio”. (Da obra: Amor, imbatível amor.)

Enquanto as medicações mais variadas percorrem o corpo físico na tentativa de solucionar o problema da depressão como de outras patologias graves, a consciência endividada cobra a si mesma a reparação do desequilíbrio em que alguém foi lesado. E sempre que lesamos a outrem recebemos o efeito bumerangue do mal praticado por livre e espontânea vontade. A consciência registra o fato e o submete ao porão do inconsciente acreditando ter deletado o fato criminoso. Nas futuras existências, por razões variadas, desse porão escapam fragmentos dos desequilíbrios praticados que passam a minar os dias daquela existência nova no corpo, mas velha em Espírito necessitado de obedecer ao alerta longínquo: vá e não peques mais. É o homem velho visitando o homem novo como o visitante não desejável, mas impossível de ser impedido. A nova substância em estudo – a cetamina – será a solução definitiva? Não acreditamos. Representará um curativo com gaze nova em feridas velhas. Feridas profundas abrigadas na consciência enferma perante si mesma. A cura definitiva de todo e qualquer mal que traga a dor ao ser imortal permanece nos ensinamentos que reverberam através dos séculos passados e dos tempos vindouros Daquele que estará conosco até a consumação dos séculos...


Extraída da Revista "O Consolador", no endereço:
http://www.oconsolador.com.br/ano6/294/ricardo_forni.html