Meus filhos! Que Jesus nos abençoe!
Pergunta-se, ante a grandeza dos postulados exarados no Evangelho de Jesus, se é possível vivê-los na atualidade, mantendo a pulcritude dos seus conteúdos.
Esclarece-se que os desafios contemporâneos são muitos graves, e os comportamentos humanos variaram desde aquela época até este momento.
Apresenta-se a grande problemática do sofrimento coletivo nos transtornos pandêmicos, que sacodem o planeta por meio das criaturas a se debaterem em aflições inenarráveis.
Demonstra-se que a ironia e a perversão dos valores ético-morais, com a eleição do erotismo ao posto mais representativo das aspirações imediatas, constituem impedimento à vivência das palavras sublimes de Jesus.
Cada época, no entanto, caracteriza-se pelas suas próprias dificuldades e celebriza-se pelas conquistas incomparáveis de natureza intelecto-moral.
Não seja de surpreender que a Ciência, através de homens notáveis e mulheres extraordinárias, vem realizando a sua parte missionária, oferecendo ao ser humano melhores condições de vida, longevidade, conforto para alguns e perspectivas de melhores dias para todos.
Do ponto de vista filosófico, recordamo-nos que no século XVII grandes filósofos e cientistas, desejando ampliar os horizontes do conhecimento e libertar a Ciência das garras totalitárias das religiões ortodoxas, optaram pela restauração do atomismo grego, abrindo o grande abismo entre Ciência e Religião.
Nos séculos que sucederam àquele período, a Ciência pôde, enfim, penetrar nos laboratórios, entender a psique humana, interpretar vários enigmas do Universo nas macro e micropartículas, desenhando extraordinários contributos para o progresso e para a sociedade.
Graças ao Espiritismo, na sua feição de ciência experimental, foi possível lançar a primeira ponte sobre o abismo, demonstrando que o resultado máximo da investigação científica é o encontro com a verdade relativa pela linguagem dos fatos e, ao constatar-se a imortalidade da alma, ao confirmar-se a reencarnação nos laboratórios da mediunidade, foi inevitável a aceitação de Deus como causa do Universo.
E, aberto este novo paradigma, a evolução da física quântica chega, na atualidade, a detectar o bóson como assinatura de Deus,enquanto a decodificação do genoma humano propõe a fórmula para se descobrir como Deus gerou a vida.
E, a cada dia, novas conquistas aproximam a Ciência da Religião. Porém, a Religião baseada nos fatos, com uma filosofia otimista e uma psicoterapia libertadora da ignorância, essa geratriz dos males que afligem a criatura humana.
Vivemos o momento histórico da grande transição, quando se abraçarão a Ciência e a Religião, conduzindo as mentes humanas a Deus e, por consequência, ao amor, ampliando os horizontes da solidariedade para que todas as vidas constituam o ideal proposto por Jesus: o rebanho único e o seu Pastor.
Vivemos um momento decisivo para se demonstrar que é possível, sim, viver o Evangelho conforme os apóstolos de Jesus exemplificaram.
Certamente, mudaram as circunstâncias, e as exigências do progresso são diferentes, mas os testemunhos que comovem e edificam, que fazem a verdadeira divulgação do Bem, prosseguem assinalando as vidas fiéis ao incomparável Rabi Galileu.
* * *
Fostes convidados a contribuir neste momento glorioso com o conhecimento que liberta e o amor que edifica.
Não seja de estranhar que, muitas vezes, sentireis na alma o aguilhão do testemunho, disfarçado com aspectos diferenciados, mas convidando-vos à confirmação de que sois discípulos do Rabi Galileu que ainda não encontrou no mundo a aceitação que merece.
O Espiritismo, meus filhos, é o próprio pensamento de Jesus retornando ao mundo, que o abandonou, com o fim de poder construir a Era Regeneradora para todas as criaturas.
Sede fiéis! Sem qualquer proposta masoquista, pagai o tributo pela honra e a glória de conhecer Jesus. O holocausto hoje é silencioso, discreto e passa despercebido da multidão galhofeira, dos espetáculos circenses e dos quinze minutos tradicionais dos holofotes da ilusão.
Assinalados pela mansidão do Cordeiro de Deus, avançai, espargindo luz e felizes pela oportunidade autorredentora, pela conquista da autoconsciência e pela alegria da certeza imortalista.
Nestes dias, estabelecestes programas para a vivência do Evangelho dentro dos novos paradigmas da sociedade, não esquecendo nunca que o amor – do qual se origina o perdão, nasce a compaixão e estua a caridade – é a vossa condecoração, para que a imolação no Bem seja o momento culminante das vossas vidas entregues a Jesus.
Os espíritos-espíritas, que comungam convosco e aqui estivemos, congratulam-se, todos congratulamo-nos com os ideais que abraçais e com os propósitos firmados de servir, sempre e mais, diminuindo-nos para que o Mestre cresça em vossas, em nossas, na vida de todos.
Muita paz, meus filhos!
São os votos do servidor humílimo e paternal de sempre,
Bezerra.
Mensagem psicofônica recebida pelo médium Divaldo Pereira Franco, no encerramento da reunião ordinária do Conselho Federativo Nacional, em Brasília, DF, na manhã de domingo, em 11 de novembro de 2012. Em 21.1.2013.
Mensagem extraída do endereço:
|
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quinta-feira, 9 de maio de 2013
Novas conquistas aproximam a Ciência da Religião
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quinta-feira, 2 de maio de 2013
POLÍTICA DIVINA
“Eu, porém, entre vós, sou como aquele
que serve.” – Jesus. (Lucas, 22:27)
O
discípulo sincero do Evangelho não necessita respirar o clima da política
administrativa do mundo para cumprir o ministério que lhe é cometido.
O
Governador da Terra, entre nós, para atender aos objetivos da política do amor,
representou, antes de tudo, os interesses de Deus junto do coração humano, sem
necessidade de portarias e decretos, respeitáveis embora.
Administrou
servindo, elevou os demais, humilhando a si mesmo.
Não
vestiu o traje do sacerdote, nem a toga do magistrado.
Amou
profundamente os semelhantes e, nessa tarefa sublime, testemunhou a sua
grandeza celestial.
Que
seria das organizações cristãs, se o apostolado que lhes diz respeito estivesse
subordinado a reis e ministros, câmaras e parlamentos transitórios?
Se
desejas penetrar, efetivamente, o templo da verdade e da fé viva, da paz e do
amor, com Jesus, não olvides as plataformas do Evangelho Redentor.
Ama
a Deus sobre todas as coisas, com todo o teu coração e entendimento.
Ama
o próximo como a ti mesmo.
Cessa
o egoísmo da animalidade primitiva.
Faze
o bem aos que te fazem mal.
Abençoe
os que te perseguem e caluniam.
Ora
pela paz dos que te ferem.
Bendize
os que te contrariam o coração inclinado ao passado inferior.
Reparte
as alegrias de teu espírito e os dons de tua vida com os menos afortunados e
mais pobres do caminho.
Dissipa
as trevas, fazendo brilhar a tua luz.
Revela
o amor que acalma as tempestades do ódio.
Mantém
viva a chama da esperança, onde sopra o frio do desalento.
Levanta
os caídos.
Sê
a muleta benfeitora dos que se arrastam sob aleijões morais.
Combate
a ignorância, acendendo lâmpadas de auxílio fraterno, sem golpes de crítica e
sem gritos de condenação.
Ama,
compreende e perdoa sempre.
Dependerás,
acaso, de decretos humanos para meter mãos à obra?
Lembra-te,
meu amigo, de que os administradores do mundo são, na maioria das vezes,
veneráveis prepostos da Sabedoria Imoral, amparando os potenciais econômicos,
passageiros e perecíveis do mudo; todavia, não te esqueças das recomendações
traçadas no Código da Vida Eterna, na execução das quais devemos edificar o
Reino Divino, dentro de nós mesmos.
Obra:
Vinha de Luz, capítulo 59, pelo espírito Emmanuel, psicografia de Francisco
Cândido Xavier.
quinta-feira, 25 de abril de 2013
Transição Planetária
“A população terrestre alcança a passos largos o expressivo número de sete bilhões de seres reencarnados simultaneamente, disputando a oportunidade da evolução...
Embora as grandes aquisições do conhecimento tecnológico e dos avanços da ciência na sua multiplicidade de áreas, nestes dias conturbados os valores transcendentes não têm recebido a necessária consideração dos estudiosos que se dedicam à análise e à promoção dos recursos humanos, vivendo mais preocupados com as técnicas do que com o comportamento moral, que é de suma importância. Por isso, a herança que se transfere para as gerações novas que ora habitam o planeta diz mais respeito à ganância, ao prazer dos sentidos físicos, à conquista de espaço de qualquer maneira, dando lugar à violência e à desordem...
O desprezo de muitos líderes e de incontáveis multiplicadores de opinião pelas religiões do passado e o fanatismo que vem sendo desenvolvido em torno do espiritualismo de ocasião, encarregado de amealhar recursos monetários para a existência e de favorecer com saúde aqueles que mais facilmente a possam comprar a soldo dos poderes endinheirados, têm dado lugar ao materialismo e ao utilitarismo em que as pessoas comprazem-se, distantes da solidariedade, da compaixão e do espírito fraternal, ante a dificuldade da real vivência do amor, conforme ensinado e vivido por Jesus.
Podemos dizer que se vive o período da extravagância e do gozo imediato, sem que sejam mensuradas as consequências perniciosas dessa conduta decorrentes.
Podemos dizer que se vive o período da extravagância e do gozo imediato, sem que sejam mensuradas as consequências perniciosas dessa conduta decorrentes.
Os indivíduos parecem anestesiados em relação aos tesouros da alma, com as exceções compreensíveis, e mesmo entre alguns daqueles que abraçam a revelação espírita, os conflitos de vária ordem permanecem na condição de mecanismos de defesa contra a abnegação e a entrega total ao Messias de Nazaré.
Alguns indivíduos, que se consideram ousados e cépticos, não levam em consideração os acontecimentos que assolam o planeta, seja no que diz respeito às convulsões sísmicas, cada vez mais vigorosas e trágicas, seja no tocante às de natureza sociológica, econômico-financeira, psicológica, ético-moral aterrorizantes. Outros, mais tímidos, deixam-se seduzir por informações religiosas ortodoxas, amedrontados e inquietos ante a perspectiva do fim do mundo.
Estabelecem-se datas compulsórias com certa leviandade, como se um cataclismo cósmico devesse ocorrer, com um caráter punitivo à sociedade que se tem distanciado de Deus, numa espécie de absurda vingança... Ignorando a extensão do amor de Nosso Pai, esperam o desencadear da Sua ira em processo de punição extrema, como se a vida ficasse encerrada no fenômeno da morte física.
Alguns indivíduos, que se consideram ousados e cépticos, não levam em consideração os acontecimentos que assolam o planeta, seja no que diz respeito às convulsões sísmicas, cada vez mais vigorosas e trágicas, seja no tocante às de natureza sociológica, econômico-financeira, psicológica, ético-moral aterrorizantes. Outros, mais tímidos, deixam-se seduzir por informações religiosas ortodoxas, amedrontados e inquietos ante a perspectiva do fim do mundo.
Estabelecem-se datas compulsórias com certa leviandade, como se um cataclismo cósmico devesse ocorrer, com um caráter punitivo à sociedade que se tem distanciado de Deus, numa espécie de absurda vingança... Ignorando a extensão do amor de Nosso Pai, esperam o desencadear da Sua ira em processo de punição extrema, como se a vida ficasse encerrada no fenômeno da morte física.
Felizmente, o fim do mundo de que falam as profecias refere-se àquele de natureza moral, sem dúvida, com a ocorrência inevitável de sucessos trágicos, que arrebatarão comunidades, facultando a renovação, que a ausência do amor não consegue lograr como seria de desejar... Esses fenômenos não se encontram programados para tal ou qual período, num fatalismo aterrador, mas para um largo período de transformações, adaptações, acontecimentos favoráveis à vigência da ordem e da solidariedade entre todos os seres.
É compreensível, portanto, que a ocorrência mais grave esteja, de certo modo, a depender do livre-arbítrio das próprias criaturas humanas, cuja conduta poderá apressar ou retardar, ou mesmo modificar, a sua constituição, suavizando-a ou agravando-a...
Com muita justeza alguém definiu o Universo como um grande pensamento, pois que tudo quanto nele exite vibra, reflete-se na sua estrutura, contribuí para a sua preservação ou desordem.
Qualquer definição de período torna-se temerária, em razão dos acontecimentos de cada dia, responsáveis pelas funestas ocorrências.
Com muita justeza alguém definiu o Universo como um grande pensamento, pois que tudo quanto nele exite vibra, reflete-se na sua estrutura, contribuí para a sua preservação ou desordem.
Qualquer definição de período torna-se temerária, em razão dos acontecimentos de cada dia, responsáveis pelas funestas ocorrências.
Se as mentes humanas, ao invés do cultivo do egoísmo, da insensatez e da perversidade, emitirem ondas de bondade e de compaixão, de amor e de misericórdia, certamente alterar-se-ão os fenômenos programados para a grande mudança que já se vem operando.
As mais vigorosas convulsões planetárias tornam-se necessárias para que haja alteração para melhor no clima, na estabilidade relativa das grandes placas tectônicas, nas organizações sociais e comunitárias, com os recursos agrários e alimentícios naturais para manter no futuro as populações não mais esfaimadas nem miseráveis, como ocorre na atualidade...
As mais vigorosas convulsões planetárias tornam-se necessárias para que haja alteração para melhor no clima, na estabilidade relativa das grandes placas tectônicas, nas organizações sociais e comunitárias, com os recursos agrários e alimentícios naturais para manter no futuro as populações não mais esfaimadas nem miseráveis, como ocorre na atualidade...
Compreendendo-se a transitoriedade da experiência física, a psicosfera do planeta será muito diferente, porque as emissões do pensamento alterarão as faixas vibratórias atuais que contribuirão para a harmonia de todos, para o aproveitamento do tempo disponível, em preparação jubilosa para o enfrentamento da mudança que terá lugar para muitos mediante a desencarnação que os levará para outro campo da realidade.
O amor de Nosso Pai e a ternura de Jesus para com o Seu rebanho diminuirão a gravidade dos acontecimentos, mediante também a compaixão e a misericórdia, embora a severidade da lei do progresso.
Todos nos encontramos, desencarnados e encarnados, comprometidos com o programa da transição planetária para melhor. Por essa razão, todos devemos empenhar-nos no trabalho de transformação moral interior, envolvendo-nos em luz, de modo que nenhuma treva possa causar-nos transtorno ou levar-nos a dificultar a marcha da evolução.
Certamente, os espíritos ainda fixados nas paixões degradantes, em razão do seu primitivismo, sintonizarão com outras ondas vibratórias próprias a mundos inferiores, para eles transferindo-se por sintonia, onde se tornarão trabalhadores positivos pelos recursos que já possuem em relação a essas regiões mais atrasadas nas quais aprenderão as lições da humildade e do bem proceder. Tudo se encadeia nas leis divinas, nunca faltando recursos superiores para o desenvolvimento moral do espírito.
Nesse imenso processo de transformação molecular até a conquista da angelitude, há meios propiciatórios para o crescimento intelecto-moral, sem as graves injunções punitivas, nem os lamentáveis privilégios para alguns em detrimento de outros.
Nesse sentido, as comunicações espirituais através da mediunidade representam uma valiosa contribuição aos viajantes carnais, por demonstrar-lhes a imortalidade, a justiça divina, os mecanismos de valorização da experiência na reencarnação e o imenso significado de cada momento existencial.
Ser-nos-á mais fácil estimulá-los ao aprendizado pelo amor do que através dos impositivos do sofrimento, convidando-os à reflexão e ao labor da caridade fraternal com que se enriquecerão, preparando-se para a libertação inevitável pela desencarnação, quando ocorrer.
Desse modo, os médiuns devotados, os divulgadores do bem em todas as esferas sociais, experimentarão o aguilhão da dificuldade, sofrerão o apodo e a incompreensão desenfreada que têm sido preservados pela invigilância.
Não seja de surpreender que os melhores sentimentos de todos aqueles que porfiam com Jesus sejam deturpados e transformados em instrumento de aflição para eles próprios.
O amor, quando autêntico, dá testemunho da sua fidelidade. Nos dias atuais, os cristãos legítimos ainda constituem reduzido grupo, fazendo lembrar o período das rudes provações durante os três primeiros séculos de divulgação da mensagem de Jesus no Império Romano.
Nesse sentido, as comunicações espirituais através da mediunidade representam uma valiosa contribuição aos viajantes carnais, por demonstrar-lhes a imortalidade, a justiça divina, os mecanismos de valorização da experiência na reencarnação e o imenso significado de cada momento existencial.
Ser-nos-á mais fácil estimulá-los ao aprendizado pelo amor do que através dos impositivos do sofrimento, convidando-os à reflexão e ao labor da caridade fraternal com que se enriquecerão, preparando-se para a libertação inevitável pela desencarnação, quando ocorrer.
Desse modo, os médiuns devotados, os divulgadores do bem em todas as esferas sociais, experimentarão o aguilhão da dificuldade, sofrerão o apodo e a incompreensão desenfreada que têm sido preservados pela invigilância.
Não seja de surpreender que os melhores sentimentos de todos aqueles que porfiam com Jesus sejam deturpados e transformados em instrumento de aflição para eles próprios.
O amor, quando autêntico, dá testemunho da sua fidelidade. Nos dias atuais, os cristãos legítimos ainda constituem reduzido grupo, fazendo lembrar o período das rudes provações durante os três primeiros séculos de divulgação da mensagem de Jesus no Império Romano.
Todos serão chamados ao sacrifício, de alguma forma, a fim de demonstrarem a excelência dos conteúdos evangélicos, considerando-se, por um lado, as injunções pessoais que exigem reparação e a fidelidade que pede confirmação pelo exemplo. Que se não estranhem as dificuldades que se apresentam inesperadamente, causando, não poucas vezes, surpresa e angústia.
Toda adesão ao bem produz uma reação equivalente, que se faz superada pelo espírito de abnegação.
Todos admiramos e emocionamo-nos quando tomamos conhecimento da grandeza dos mártires do passado, nada obstante, quando convocados ao prosseguimento do testemunho, nem sempre nos comportamos como seria de desejar. Por isso, o refúgio da oração apresenta-se como o lugar seguro para reabastecer as forças e prosseguir com alegria.
As entidades que se comprazem na volúpia da vampirização das energias dos encarnados distraídos e insensatos, voltam-se, naturalmente, contra os emissários de Jesus onde se encontrem, gerando conflitos em sua volta e agredindo-os com ferocidade. Ao invés da tristeza e do desencanto que sempre tomam o lutador, ele deve voltar-se para a alegria do serviço, agradecendo aos Céus a oportunidade autoiluminativa, sem que nisso ocorra qualquer expressão de masoquismo.
Sem dúvida, numa fase de grandes mudanças, conforme vem sucedendo, as dores sempre se apresentam mais expressivas e volumosas, porque os velhos hábitos devem ceder lugar às novas injunções do progresso. É natural, portanto, que as forças geradoras da anarquia e do desar, sentindo-se combatidas em todas as fronteiras, invistam com os mecanismos de que dispõem, buscando manter as condições em que se expressam. É compreensível, portanto, que todos aqueles que se devotam aos valores humanos que dignificam, sejam considerados inimigos que devem ser combatidos.
Desse modo, constitui-nos uma honra qualquer sofrimento por amor ao ideal da verdade, à construção do mundo novo.
Que o discernimento superior possa assinalar-nos a todos, e que os mais valiosos recursos que se possuam, sejam colocados à disposição do Senhor da Vinha que segue à frente."
Sem dúvida, numa fase de grandes mudanças, conforme vem sucedendo, as dores sempre se apresentam mais expressivas e volumosas, porque os velhos hábitos devem ceder lugar às novas injunções do progresso. É natural, portanto, que as forças geradoras da anarquia e do desar, sentindo-se combatidas em todas as fronteiras, invistam com os mecanismos de que dispõem, buscando manter as condições em que se expressam. É compreensível, portanto, que todos aqueles que se devotam aos valores humanos que dignificam, sejam considerados inimigos que devem ser combatidos.
Desse modo, constitui-nos uma honra qualquer sofrimento por amor ao ideal da verdade, à construção do mundo novo.
Que o discernimento superior possa assinalar-nos a todos, e que os mais valiosos recursos que se possuam, sejam colocados à disposição do Senhor da Vinha que segue à frente."
Dr. Bezerra de Menezes (espírito), no livro: Amanhecer de Uma Nova Era, de Manoel Philomeno de Miranda (espírito), psicografia de Divaldo Franco, capítulo 16 (Durante a Grande Transição Planetária).
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quinta-feira, 18 de abril de 2013
Os tempos são chegados - 5/5
Os tempos são chegados (parte 5)
Neste grande movimento regenerador, o Espiritismo tem um
papel considerável, não o Espiritismo ridículo, inventado pela crítica
zombeteira, mas o Espiritismo filosófico, tal qual o compreende quem quer que
se dê ao trabalho de procurar a amêndoa dentro da casca. Pelas provas que ele
traz das verdades fundamentais, preenche o vazio que a incredulidade faz nas
ideias e nas crenças; pela certeza que dá de um futuro conforme a justiça de
Deus e que a mais severa razão pode admitir, ele tempera as amarguras da vida e
previne os funestos efeitos do desespero. Tornando conhecidas novas leis da
Natureza, o Espiritismo dá a chave de fenômenos incompreendidos e problemas até
agora insolúveis, e mata, ao mesmo tempo, a incredulidade e a superstição. Para
ele não há sobrenatural nem maravilhoso; tudo se realiza no mundo em virtude de
leis imutáveis. Longe de substituir um exclusivismo por outro, arvora-se como
campeão absoluto da liberdade de consciência; combate o fanatismo sob todas as
formas e o corta pela raiz, proclamando a salvação para todos os homens de bem,
e a possibilidade, para os mais imperfeitos, de chegarem, por seus esforços,
pela expiação e pela reparação, à perfeição, pois só ela conduz à suprema
felicidade. Ao invés de desencorajar o fraco, encoraja-o, mostrando-lhe o fim
que pode atingir.
Não diz: Fora do Espiritismo não há salvação,
mas, com o Cristo: Fora da caridade não há salvação,
princípio de união, de tolerância, que congraçará os homens num sentimento
comum de fraternidade, em vez de os dividir em seitas inimigas. Por este outro
princípio: Fé inabalável só o é a que pode
encarar frente a frente à razão, em todas as épocas da Humanidade,
destrói o império da fé cega, que aniquila a razão, da obediência passiva, que
embrutece; emancipa a inteligência do homem e levanta o seu moral.
Consequente consigo mesmo, não se impõe; diz o que é, o que
quer, o que dá e espera que a ele venham livremente, voluntariamente; quer ser
aceito pela razão, e não pela força. Respeita todas as crenças sinceras e não
combate senão a incredulidade, o egoísmo, o orgulho e a hipocrisia, que são as
chagas da sociedade e os mais sérios obstáculos ao progresso moral; mas não
lança o anátema a ninguém, nem mesmo aos seus inimigos, porque está convencido
de que o caminho do bem está aberto aos mais imperfeitos e que, mais cedo ou
mais tarde, nele entrarão.
Se imaginarmos a maioria dos homens imbuídos desses
sentimentos, facilmente poderemos figurar as modificações que trarão às
relações sociais: caridade, fraternidade, benevolência para todos, tolerância
para todas as crenças, tal será sua divisa. É o fim para o qual, evidentemente,
tende a Humanidade, o objeto de suas aspirações, de seus desejos, sem que se dê
muita conta dos meios de as realizar; ela ensaia, hesita, mas é detida pelas
resistências ativas ou pela força da inércia dos preconceitos, das crenças
estacionárias e refratárias ao progresso. São essas resistências que devem ser
vencidas e isto será a obra da nova geração. Se seguirmos o curso atual das
coisas, reconheceremos que tudo parece predestinado a lhe abrir a estrada; ela
terá por si o duplo poder do número e das ideias, além da experiência do
passado.
Assim, a nova geração marchará para a realização de todas as
ideias humanitárias compatíveis com o grau de adiantamento a que tiver chegado.
O Espiritismo, marchando para o mesmo objetivo e realizando seus planos, eles
se encontrarão no mesmo terreno, não como concorrentes, mas como auxiliares,
prestando-se mútuo apoio. Os homens de progresso encontrarão nas ideias
espíritas uma poderosa alavanca e o Espiritismo encontrará nos homens novos
espíritos inteiramente dispostos a acolhê-lo. Nesse estado de coisas, que
poderão fazer os que quisessem opor obstáculos?
Não é o Espiritismo que cria a renovação social, é a
maturidade da Humanidade que faz desta renovação uma necessidade. Por seu poder
moralizador, por suas tendências progressivas, pela amplidão de suas vistas,
pela generalidade das questões que abrange, o Espiritismo é, mais que qualquer
outra doutrina, apto a secundar o movimento regenerador, razão por que é seu
contemporâneo. Veio no momento em que podia ser útil, também para ele os tempos
são chegados; mais cedo, teria encontrado obstáculos intransponíveis;
inevitavelmente teria sucumbido, porque os homens, satisfeitos com o que
tinham, ainda não sentiam a necessidade do que ele traz. Hoje, nascido com o
movimento das ideias que fermentam, encontra o terreno preparado para
recebê-lo. Cansado da dúvida e da incerteza, acolhem como numa tábua de
salvação e uma suprema consolação.
Dizendo que a Humanidade está madura para a regeneração, isto
não quer dizer que todos os indivíduos o sejam no mesmo grau, mas muitos têm,
por intuição, o germe, das ideias novas, que as circunstâncias farão eclodir;
então eles se mostrarão mais adiantados do que se pensava, e seguirão com ardor
o impulso da maioria.
Há, entretanto, os que são refratários por natureza, mesmo
entre os mais inteligentes e que, certamente, jamais se ligarão, pelo menos
nesta existência, uns de boa-fé, por convicção, outros por interesse. Aqueles
cujos interesses materiais estão ligados ao estado presente das coisas, e que
não são bastante adiantados para dele fazer abnegação, que o bem geral toca
menos que o seu bem pessoal, não podem ver sem apreensão o menor movimento
reformador; para ele a verdade é uma questão secundária ou, melhor dito, a
verdade está toda inteira no que não lhes causa nenhuma perturbação; aos olhos,
todas as ideias progressivas são subversivas, razão por que lhes votam um ódio
implacável e lhes fazem uma guerra encarniçada. Muito inteligentes para não ver
no Espiritismo um auxiliar dessas ideias e os elementos da transformação, que
temem porque não se sentem à sua altura, esforçam-se para o abater; se o
julgassem sem valor e sem alcance, com ele não se preocupariam. Aliás já o
dissemos: “Quanto maior é uma ideia, mais adversários encontra, e pode medir-se
a sua importância pela violência dos ataques de que ela é objeto.”
O número dos retardatários sem dúvida ainda é grande, mas que
podem contra a onda que sobe, senão lançar-lhe algumas pedras? Essa onda é a
geração que surge, enquanto eles desaparecem com a geração que vai a largos
passos. Até lá defenderão o térreo palmo a palmo. Há, pois, uma luta
inevitável, mas desigual, porque é a do passado decrépito, que cai em farrapos,
contra o futuro juvenil; da estagnação contra o progresso; da criatura contra a
vontade de Deus, porque os tempos por ele marcados são chegados.
Allan Kardec - Revista Espírita - outubro de 1866
Allan Kardec - Revista Espírita - outubro de 1866
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quinta-feira, 11 de abril de 2013
Os tempos são chegados - 4/5
Os tempos são chegados (parte 4)
A fraternidade deve ser a pedra angular da nova ordem social.
Mas não haverá fraternidade real, sólida e efetiva se não for apoiada em base
inabalável; esta base inabalável; esta base é a fé; não a fé em tais ou quais
dogmas particulares, que mudam com os tempos e os povos e se atiram pedras,
porque, anatematizando-se, entretêm o antagonismo; mas a fé nos princípios
fundamentais que todo o mundo pode aceitar: Deus, a alma, o futuro, o progresso individual indefinido, a
perpetuidade das relações entre os seres. Quando todos os
homens estiverem convictos de que Deus é o mesmo para todos, que esse Deus,
soberanamente justo e bom, nada pode querer de injusto, que o mal vem dos
homens e não Dele, olhar-se-ão como filhos de um mesmo pai e se darão as mãos.
É esta fé que dá o Espiritismo e que, de agora em diante, será o pivô sobre o
qual se moverá o gênero humano, sejam, quais forem sua maneira de adotar e suas
crenças particulares, que o Espiritismo respeita, mas das quais não deve se
ocupar. Somente desta fé pode sair o verdadeiro progresso moral, porque só ela
dá uma sanção lógica aos direitos legítimos e aos deveres; sem ela, o direto é
o que é dado pela força; o dever, um código humano imposto pela violência. Sem
ela que é o homem? um pouco de matéria que se dissolve, um ser efêmero que
apenas passa; o próprio gênio não é senão uma centelha que brilha um instante,
para extinguir-se para sempre; por certo não há nisto muito para o erguer aos
seus próprios olhos. Com tal pensamento, onde estão, realmente, os direitos e
os deveres? Qual o objetivo do progresso? Somente esta fé faz o homem sentir
sua dignidade pela perpetuidade e pela progressão de seu ser, não num futuro
mesquinho e circunscrito à personalidade, mas grandioso e esplêndido; seu
pensamento o eleva acima da Terra; sente-se crescer, pensando que tem seu papel
no Universo, e que esse Universo é o seu domínio, que um dia poderá percorrer,
e que a morte não fará dele uma nulidade, ou um ser inútil a si mesmo e aos
outros.
O progresso intelectual realizado até hoje nas mais vastas
proporções é um grande passo, e marca a primeira fase da Humanidade, mas,
apenas ele, é importante para regenerar. Enquanto o homem for dominado pelo
orgulho e pelo egoísmo, utilizará sua inteligência e seus conhecimentos em benefício
de suas paixões e de seus interesses pessoais, razão por que os aplica no
aperfeiçoamento dos meios de prejudicar os outros e de se destruírem
mutuamente. Só o progresso moral pode assegurar a felicidade dos homens na
Terra, pondo um freio nas más paixões; somente ele pode fazer reinarem a
concórdia, a paz, a fraternidade. É ele que derrubará a barreira dos povos, que
fará caírem os preconceitos de casta e calar os antagonismos de seitas,
ensinando os homens a se olharem como irmãos, chamados a se ajudarem
mutuamente, e não a viverem uns à custa dos outros. É ainda o progresso moral,
aqui secundado pelo progresso da Inteligência, que confundirá os homens numa
mesma crença, estabelecida sobre verdades eternas, não sujeita à discussão e,
por isto mesmo, por todos aceitas. A unidade de crença será o laço mais
poderoso, o mais sólido fundamento da fraternidade universal, em todos os
tempos quebrada pelos antagonismos religiosos, que dividem os povos e as
famílias, que fazem ver no próximo inimigos que é preciso fugir, combater,
exterminar, em vez de irmãos que devem ser amados.
Tal estado de coisas supõe uma mudança radical no sentimento
das massas, um progresso geral que não poderia realizar-se senão saindo do
círculo das ideias estreitas e terra-a-terra, que fomentam o egoísmo. Em
diversas épocas, homens de escol procuraram impelir a Humanidade nessa via;
mas, ainda muito jovem, a Humanidade ficou surda, e seus ensinamentos foram
como a boa semente caída sobre a pedra. Hoje ela está madura para lançar suas
vistas mais alto do que o fez, a fim de assimilar ideias mais largas e
compreender o que não havia compreendido. A geração que desaparece levará
consigo os seus preconceitos e os seus erros; a geração que surge, temperada
numa fonte mais depurada, imbuída de ideias mais justas, imprimirá ao mundo o
movimento ascensional, no sentido do progresso moral, que deve marcar a nova
fase da Humanidade. Esta fase já se revela por sinais inequívocos, por
tentativas de reformas úteis, pelas ideias grandes e generosas que vêm à tona e
que começam a encontrar eco. É assim que se vê fundar-se uma porção de
instituições protetoras, civilizadoras e emancipadoras, sob o impulso e pela
iniciativa de homens evidentemente predestinados à obra da regeneração; que as
leis penais diariamente se impregnam de um sentimento mais humano. Os
preconceitos de raça se enfraquecem, os povos começam a olhar-se como membros
de uma grande família; pela uniformidade e facilidade dos meios de transação,
suprimem as barreiras que os dividem de todas as partes do mundo, reúnem-se em
comícios universais para os torneios pacíficos da inteligência. Mas faltam a
essas reformas uma base para se desenvolverem, para se completarem e se
consolidarem, uma predisposição moral mais geral para frutificarem e se fazerem
aceitas pelas massas. Isto não é menos um sinal característico do tempo, o
prelúdio do que se realizará em mais vasta escala, à medida que o terreno se
tornar mais propício.
Um sinal não menos característico do período em que entramos,
é a reação evidente que se opera o sentido das ideias espiritualistas, uma
repulsa instintiva contra as ideias materialistas. Cujos representantes se
tornam menos numerosos ou menos absolutos. O espírito de incredulidade que se
havia apoderado das massas, ignorantes ou esclarecidas, e as tinha feito
repelir, com a forma, o próprio fundo de toda crença, parece ter sido um sono,
ao sair do qual se experimenta a necessidade de respirar um ar mais
vivificante. Involuntariamente, onde se fez o vazio procurar-se algo, um ponto
de apoio, uma esperança.
Allan Kardec - Revista Espírita - outubro de 1866
Allan Kardec - Revista Espírita - outubro de 1866
quinta-feira, 4 de abril de 2013
Os tempos são chegados - 3/5
Os tempos são chegados (parte 3)
Quem quer que haja meditado sobre o Espiritismo e suas
consequências e não o tenha circunscrito à produção de alguns fenômenos,
compreende que ele abre à Humanidade uma nova via e lhe desdobra os horizontes
do infinito. Iniciando-os nos mistérios do mundo invisível, mostra-lhe seu
verdadeiro papel na criação, papel perpetuamente ativo,
tanto no estado espiritual quanto no estado corporal. O homem não marcha mais
às cegas: sabe de onde vem, para onde vai e por que está na Terra. O futuro se
lhe mostra em sua realidade, isento dos preconceitos da ignorância e da
superstição; já não é uma vaga esperança; é uma verdade palpável, tão certa
para ele quanto a sucessão dos dias e das noites. Sabe que o seu ser não está
limitado a alguns instantes de uma existência, cuja duração está submetida ao
capricho do acaso; que a vida espiritual não é interrompida pela morte; que já
viveu, que reviverá ainda e que de tudo que adquire em perfeição pelo trabalho,
nada fica perdido; encontra em suas existências anteriores a razão do que é
hoje, e do que hoje a si faz, pode concluir o que será um dia.
Com o pensamento de que a atividade e a cooperação
individuais na obra geral da civilização são limitadas à vida presente, que
nada se foi e nada se será, que interessa ao homem o progresso
ulterior da Humanidade? Que lhe importa que no futuro os povos sejam mais bem
governados, mais ditosos, mais esclarecidos, melhores uns para os outros? Uma
vez que disso não tira nenhum proveito, para ele esse progresso não está
perdido? De que lhe serve trabalhar para os que vierem depois, se jamais os
deverá conhecer, se são seres novos que, eles também, pouco depois, entrarão no
nada? Sob o império da negação do futuro individual, tudo se reduz,
forçosamente, às mesquinhas proporções do momento e da personalidade.
Mas, ao contrário, que amplitude dá ao pensamento do homem a certeza da perpetuidade de seu ser
espiritual! que força, que coragem, não haure ele contra as vicissitudes da
vida material! Que de mais reacional, de mais grandiosos, de mais digno do
Criador que esta lei, segundo a qual a vida espiritual e a vida corporal não
passam de dois modos de existência, que se alternam para a realização do
progresso! Que de mais justo e mais consolador que a ideia dos mesmos seres
progredindo sem cessar, primeiro através das gerações de um mesmo mundo e,
depois, de mundo em mundo, até a perfeição, sem solução de continuidade! Assim,
todas as ações têm um objetivo, porquanto, trabalhando para todos, trabalha-se
para si, e reciprocamente, de tal sorte que o progresso individual e o
progresso geral jamais são estéreis; aproveitam às gerações e às
individualidades futuras, que outra coisa não são que as gerações e as
individualidades passadas, chegadas a um mais alto grau de adiantamento.
A vida espiritual é a vida normal e eterna do Espírito e a
encarnação é apenas uma forma temporária de sua existência. Salvo a vestimenta
exterior, há, pois, identidade entre os encarnados e os desencarnados; são as
mesmas individualidades sob dois aspectos diversos, ora pertencendo ao mundo
visível, ora ao mundo invisível, encontrando-se ora num, ora noutro,
concorrendo, num e noutro, para o mesmo objetivo, por meios apropriados à sua a
situação.
Desta lei decorre a da perpetuidade das relações entre os
seres; a morte não os separa, não põe termo às suas relações simpáticas e nem
aos seus deveres recíprocos. Daí a solidariedade de todos para cada um, e de cada um
para todos; daí, também, a fraternidade. Os homens só
viverão felizes na Terra quando esses dois sentimentos tiverem entrado em seus
corações e em seus costumes, porque, então, a eles sujeitarão suas leis e suas
instituições. Será este um dos principais resultados da transformação que se
opera.
Mas, como conciliar os deveres da solidariedade e da
fraternidade com a crença de que a morte torna os homens para sempre estranhos
uns aos outros? Pela lei da perpetuidade das relações que ligam todos os seres,
o Espiritismo funda esse duplo princípio sobre as próprias leis da Natureza;
disto faz não só um dever, mas uma necessidade. Pela lei da pluralidade das
existências o homem se liga ao que está feito e ao que será feito, aos homens
do passado e aos do futuro; não mais poderá dizer que nada tem de comum com os
que morrem, pois uns e outros se encontram incessantemente, neste e no outro
mundo, para subirem juntos a escada do progresso e se prestarem mútuo apoio. A
fraternidade não está mais circunscrita a alguns indivíduos, que o acaso reúne
durante uma vida efêmera; é perpétua como a vida do Espírito, universal como a
Humanidade, que constitui uma grande família, cujos membros, em sua totalidade,
são solidários uns com os outros, seja qual for a época em que tenham
vivido.
Tais são as ideias que ressaltam do Espiritismo, e que ele
suscitará entre todos os homens, quando estiver universalmente espalhado,
compreendido, ensinado e praticado. Com o Espiritismo a fraternidade, sinônimo
da caridade pregada pelo Cristo, não é mais uma palavra vã; tem a sua razão de
ser. Do sentimento da fraternidade nasce o da reciprocidade e dos deveres
sociais, de homem a homem, de povo a povo, de raça a raça. Destes dois
sentimentos bem compreendidos sairão, forçosamente, as mais proveitosas
instituições para o bem-estar de todos.
Allan Kardec - Revista Espírita - outubro de 1866
Allan Kardec - Revista Espírita - outubro de 1866
quinta-feira, 28 de março de 2013
Os tempos são chegados - 2/5
Os tempos são chegados (parte 2)
A Humanidade realizou até agora incontestáveis progressos.
Por sua inteligência, os homens chegaram a resultados jamais atingidos em
relação às ciências, às artes e ao bem-estar material; resta-lhes ainda uma
imensidão a realizar; é fazer reinar entre si a caridade, a fraternidade e a
solidariedade, para assegurar o seu bem-estar moral. Não o podiam com suas
crenças, nem com suas instituições antiquadas, resquícios de uma outra idade,
boas numa certa época, suficientes para um estado transitório, mas que, tendo
dado o que comportavam, seriam hoje um ponto de parada. Tal uma criança
estimulada por móbiles, impotentes quando ela chega à idade madura. Já não é
apenas o desenvolvimento da inteligência que é necessário aos homens, é a
elevação do sentimento e, para tanto, é preciso destruir tudo quanto neles
pudesse excitar o egoísmo e o orgulho.
Tal o período em que agora vão entrar, e que marcará uma das
fases principais da Humanidade. A fase que neste momento se elabora é o complemento
necessário do estado precedente, como a idade viril é o complemento da
juventude; ela podia, pois, ser prevista e predita por antecipação, e é por
isto que se diz que os tempos marcados por Deus são chegados.
Neste tempo não se trata de uma mudança parcial, de uma
renovação limitada a um país, a um povo, a uma raça; é um movimento universal,
que se opera no sentido do progresso moral. Uma nova
ordem de coisas tende a se estabelecer e os homens que a ela são mais opostos
nela trabalham mau grado seu; a geração futura, desembaraçada das escórias do
velho mundo e formada de elementos mais depurados, achar-se-á animada de ideias
e sentimentos completamente diversos da geração presente, que desaparece a
passos de gigante. O velho mundo estará morto e viverá na História, como hoje
os tempos medievais, com seus costumes bárbaros e suas crenças supersticiosas.
Aliás, cada um sabe que a ordem de coisas atual deixa a
desejar. Depois de haver, de certo modo, esgotado o bem-estar material, que é
produto da inteligência, chega-se a compreender que o complemento desse
bem-estar não pode estar senão no desenvolvimento moral. Quanto mais se avança,
mais se sente o que falta, sem, contudo, poder ainda o definir claramente: é o
efeito do trabalho íntimo que se opera para a regeneração; tem-se desejos,
aspirações que são como o pressentimento de um estado melhor.
Mas uma mudança tão radical quanto a que se elabora não pode
realizar-se sem comoção; há luta inevitável entre as ideias, e quem diz luta,
diz alternativa de sucesso e de revés. Entretanto, como as ideias novas são as
do progresso e o progresso está nas leis da Natureza, estas não deixam de
triunfar sobre as ideias retrógradas. Desse conflito nascerão, forçosamente,
perturbações temporárias, até que o terreno esteja livre dos obstáculos que se
opõem à construção do novo edifício social. É, pois, da luta das idéias que
surgirão os graves acontecimentos anunciados, e não de cataclismos, ou
catástrofes puramente materiais. Os cataclismos gerais eram consequência do
estado de formação da Terra; hoje não são mais as entranhas do globo que se
agitam, são as da Humanidade.
A Humanidade é um ser coletivo, no qual se operam as mesmas
revoluções morais que em cada ser individual, mas com esta diferença: umas se
realizam de ano a ano, e as outras de século em século. Que a seguir em suas
evoluções através dos tempos verá a vida das diversas raças marcadas por
períodos que dão a cada época uma fisionomia particular.
Ao lado dos movimentos parciais há um movimento geral, que dá
impulso à Humanidade inteira; mas o progresso de cada parte do conjunto é
relativo ao seu grau de adiantamento. Tal seria uma família composta de vários
filhos, dos quais o mais jovem está no berço e o mais velho com dez anos, por
exemplo. Em dez anos, o mais velho terá vinte e será um homem; o mais jovem
terá dez e, embora mais adiantado, será ainda uma criança; mas, por sua vez, se
tornará homem. Dá-se o mesmo com as diversas frações da Humanidade; os mais
atrasados avançam, mas não atingem de um salto o nível dos mais adiantados.
Tornando-se adulta, a Humanidade tem novas necessidades, aspirações
mais largas, mais elevadas; compreende o vazio das ideias com que foi embalada,
a insuficiência das instituições para a sua felicidade. Não mais encontra no
estado de coisas as satisfações legítimas a que se sente chamada. Eis por que
sacode as fraldas e se lança, impelida por uma força irresistível, para as
margens desconhecidas, à descoberta de novos horizontes menos limitados. E é no
momento em que se encontra muito confinada em sua esfera material, onde a vida
intelectual transborda, onde se expande o sentimento da espiritualidade, que
homens, pretensos filósofos, esperam encher o vazio pelas doutrinas do niilismo
e do materialismo! Estranha aberração! Esses mesmos homens que pretendem
empurrá-la para frente, esforçam-se por circunscrevê-la no estreito círculo da
matéria, de onde aspira a sair; fecham-lhe o aspecto da vida infinita, e lhe
dizem, mostrando-lhe o túmulo: Nec plus ultra!
Como dissemos, a marcha progressiva da Humanidade se opera de
duas maneiras: uma gradual, lenta, insensível, se se consideram as épocas mais
próximas, que se traduz por sucessivas melhoras nos costumes, nas leis, nos
usos, e não se percebe senão à superfície do globo; a outra, por um movimento
relativamente brusco, rápido, semelhante ao de uma torrente rompendo seus
diques, que lhes faz transpor em alguns anos o espaço que teria levado séculos
a percorrer. É então um cataclismo moral que, em alguns instantes, devora as
instituições do passado, e ao qual sucede uma nova ordem de coisas, que se
assenta pouco a pouco à medida que a calma se restabelece e se torna
definitiva.
Para quem vive bastante para abarcar os dois aspectos da nova
fase, de crescimento moral, que
chegou a Humanidade. Da adolescência passa à idade viril; o passado já não pode
bastar às suas novas aspirações, às suas novas necessidades; não pode mais ser
conduzida pelos mesmos meios; não mais se permite ilusões e sortilégios; sua
razão amadurecida exige alimentos mais substanciais. O presente é por demais
efêmero; sente que seu destino é mais vasto e que a vida corporal é muito
restrita para a encerrar toda inteira. Eis por que ela mergulha o olhar no
passado e no futuro, a fim de aí descobrir o mistério de sua existência e
haurir uma segurança consoladora.
Allan Kardec - Revista Espírita - outubro de 1866
Allan Kardec - Revista Espírita - outubro de 1866
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