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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Reencarnação! Do que se trata?


   Reencarnação! Do que se trata?

Reencarnação, em conceito simples, é: o retorno do Espírito à vida material em um novo corpo. Todos os que estão num corpo físico estão reencarnados.
  
Trata-se de processo complexo essa viagem de um mundo sutil para um mundo material.  Não é estranho ao Espírito reencarnado, vez que todos os seres Humanos existentes na Terra renasceram e morreram inumeráveis vezes. Entretanto, as tradições e os usos e costumes dos milênios que se sucederam, trouxeram elementos que formaram conceitos equivocados.
A ausência de análise mais apurada e o comodismo agregado aos preconceitos dos mais diversos, estabeleceram paradigmas tidos como verdades inquestionáveis, que se enraizaram em grande parcela da Humanidade do Planeta como barreira intransponível.
A inexistência quase absoluta do autoquestionamento sobre a vida antes desta vida, da existência em curso e o que posteriormente a morte física o que se dará, para onde irá.  
Sob a ótica espiritual a vida é sempre uma continuidade, sem nunca ter tido interrupção, conquanto a entrada e saída na vida material (corpo físico) a vida do Espírito é única.
“— O princípio da reencarnação é uma consequência necessária da lei de progresso. Sem a reencarnação, como se explicaria a diferença que existe entre o presente estado social e o dos tempos de barbárie? Se as almas são criadas ao mesmo tempo que os corpos, as que nascem hoje são tão novas, tão primitivas, quanto as que viviam há mil anos; acrescentemos que nenhuma conexão haveria entre elas, nenhuma relação necessária; seriam todas estranhas umas às outras. Por que, então, as de hoje haviam de ser melhor dotadas por Deus, do que as que as precederam? (...)” (1)
Como ninguém pode compreender o Criador, sem que seja infinito em tudo, tal como considerá-Lo a inteligência suprema e a causa primeira de todas as coisas (2) no Universo, tais como Seus atributos: eterno, infinito, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom... (3), há de se perceber que na justiça divina não pode existir privilégio em sentido nenhum, nem na Terra ou em remota paragem do Universo.  Qualquer das almas que não tivesse partido de um mesmo ponto, tendo obtido alguma vantagem ou desvantagem, mesmo que insignificante, colocaria em causa a justiça divina. O que é impensável, a qualquer um de mínima razão. 
Portanto, diante da ideia de justiça plena da divindade e sendo uma de suas leis a lei de progresso, que toda a criação está subordinada, e é fatal, porque ocorre independentemente de percebê-la, compreendê-la ou não, assim é possível deduzir que todos os seres -- aqui se refere à alma humana -- tiveram seu início num estado de total ignorância, embora possuíssem todos os atributos em estado latente. Os homens de hoje, pelo estágio de sua inteligência e demais valores desenvolvidos, trilharam milênios incontáveis, vivenciando experiências inúmeras, errando e acertando, formando os caracteres necessários à construção de si mesmos, que ainda requer uma trajetória nos milênios futuros até o estado de pureza de sentimento e plenitude de inteligência.
A reencarnação é conhecida desde os primeiros tempos da Humanidade, foram as tradições que mudaram o entendimento, o que vem novamente ser trazida à baila na atualidade através dos ensinamentos da Doutrina Espírita, visando esclarecer aos homens modernos sobre a verdade, que é natural, mas que ficou envolta pelas nuvens escuras da ignorância, do interesse ou da má-fé nos milênios que se passaram. 
“Nada há encoberto que não venha a descobrir-se, nem oculto que não venha a saber-se” (4).

“Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (5).

1.     A Gênese – Allan Kardec – capítulo XI, item 33
2.     O Livro dos Espíritos – Allan Kardec – questão nº 1
3.     Idem – questão nº 13
4.     S. Lucas, 12-2
5.     S. João, 8-32
                                                                           Dorival da Silva
                                                                        

domingo, 29 de janeiro de 2017

Suicídio. Matar-se! É possível?


                           Suicídio. Matar-se! É possível?


Falamos espiritualmente. O ser pensante, o que tem sensações e sentimentos é imortal. O que se pode apreender disto? O máximo possível seria inutilizar o equipamento manifestador daquele que detém a ideação, manifesta desejo, expressa emoção...  Ou seja, destrói-se somente o corpo físico.

Como nos sentimos quando iniciamos uma viagem há muito programada e cheia de expectativas de realizações felizes e no percurso diante de fato imprevisto vemos frustrada a possibilidade da sua continuidade, sendo isto totalmente alheia à nossa vontade? Sobrevém grande incômodo emocional, prejuízo financeiro... Consequências indesejáveis, mas superáveis num prazo previsível.

No entanto, quando frustramos a viagem da nossa vida pelo caminho da reencarnação (viver novamente num corpo físico) e em virtude de uma deliberação voluntária e morigerada por muito tempo, gera grande sofrimento.  A começar pela percepção de que não morreu, os problemas não ficam esquecidos, os incômodos que achávamos intransponíveis continuam muito mais intensos, porque perdemos o abafador carnal que minimizava os sofrimentos. 

Além de tudo isso, o fenômeno da morte física não ocorre com o cessar da respiração e dos batimentos cardíacos no corpo, esse fato é preliminar.  É preciso o desvencilhar dos liames que ligam o ser espiritual, que somos nós mesmos, das células constituintes do organismo, no entanto, estão imantados em consequência da intensa energia vital. Permanecendo o autocida perturbado com os acontecimentos dos momentos que se seguem ao ato extremo por tempo indeterminado.

O sofrimento é superlativo.  Vários fatos são narrados na Codificação Espírita, em contatos provocados por Allan Kardec, para fins de estudo, com suicidas de várias circunstâncias, que estão registrados na obra: “O Céu e o Inferno”, no capítulo V.

Em peça publicitária o CVV -- Centro de Valorização da Vida -- informa que a cada 40 segundos uma pessoa morre por suicídio no Mundo e cerca de 10 a 20 milhões de pessoas tentam o suicídio por ano. No Brasil, 25 morrem dessa forma por dia.
Considerando a estatística estarrecedora, registramos essas poucas linhas sobre o tema, dando oportunidade à reflexão sobre a epidemia que contraria todas as regras do bem viver exaradas por Jesus.

A vida da alma jamais terá fim. Fugir dos problemas é adiar solução.

Sempre nos encontraremos com o patrimônio moral que construímos na esteira das vidas sucessivas (entendido aqui vidas em corpos físicos). Nunca estaremos longe de nossas mazelas cultivadas, da mesma forma, das virtudes conquistadas. 

A permanência no corpo físico é experiência, sofremos provas e expiações. O objetivo é o aprimoramento do ser espiritual. Suportar dificuldades com resignação e com confiança na vitória sobre os momentos de sofrimento é conquistar a libertação de um estado de consciência maculado por atitudes negativas de alguma época, é fortalecer-se moralmente. 

Depois do trânsito pela vida material, retornaremos para a nossa vida real, porque de lá viemos, estaremos felizes ou infelizes, de acordo com as nossas possibilidades. 

Matar-se é o pior caminho. O sofrimento suportável de agora, torna-se irremediavelmente aumentado por nossa conta. Assim nos instrui a Espiritualidade Superior, através da Doutrina Espírita.

                                        Dorival da Silva    

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

KARDEC e INTEGRIDADE

KARDEC E INTEGRIDADE
  Nada é mais sagrado do que a integridade de nosso próprio espírito.
Ralph Waldo Emerson
         Integridade é qualidade do que é íntegro; de uma probidade absoluta; honesto, incorruptível, imparcial.
         O homem íntegro não está dividido em si mesmo, e não há nele nenhuma distância entre o pensar, o sentir e o agir, porque ele é uno. O homem íntegro não disputa, pois a sua parte mais importante, que é o espírito, comanda as paixões e as submete à razão e ao bom senso; ele não se agasta com as provocações que lhe chegam do exterior, por que é guiado pela própria consciência, sempre reta.    
         A mansuetude que caracteriza o viver de um homem íntegro, é poderosa força de atração, de convencimento. Foi a integridade de Allan Kardec que fez acreditadas as suas obras.
         Para ressaltar o caráter daquele que legou ao mundo a Ciência Espírita, e para que aqueles que admiram suas obras possam também conhecer o caráter do homem, nós transcrevemos aqui uma nota de alguém que frequentou seu lar, esteve a observá-lo de muito perto, e que hoje nos possibilita conhecer um pouco mais o ser humano que foi Allan Kardec.
         Eis o que diz o Dr. Grand, antigo vice-cônsul da França, em uma nota sobre o Livro dos Espíritos, em sua brochura intitulada: Carta de um Católico sobre o Espiritismo: [1]
         “Lendo esta obra sente-se que o autor fala, não apenas como homem convicto, mas como homem de experiência que a tudo observou com uma perfeita independência de ideias. Tudo ali é discutido friamente, sem exageração. Todas as consequências ali são deduzidas de argumentos tão justos que se poderia dizer que a filosofia ali é tratada matematicamente. Quando mais tarde tive a ocasião de ver o Sr. Allan Kardec, e de ler seus outros escritos, reconheci que estava ali o fundo de seu caráter e o próprio de seu espírito. É um homem essencialmente positivo, que não se emociona com nada, e discute os fenômenos mais extraordinários com tanto sangue frio como se se tratasse de uma experiência comum. ‘Para se apreciar de maneira correta as coisas, disse ele, é preciso observar sem entusiasmo, pois o entusiasmo é fonte da ilusão e de muitos erros.’ Ele discorre sobre as coisas do outro mundo como se as tivesse sob os olhos, e no entanto ele não fala delas como inspirado, mas como daquilo que existe de mais natural no mundo. Ele no-las torna, por assim dizer, palpáveis, pois possui, sobretudo, a arte de fazer compreender as coisas mais abstratas; é, pelo menos, a impressão que senti ao ouvi-lo falar, e que muitas outras pessoas, como eu, também sentiram. O caráter dominante de seus escritos é a claridade e o método; se a isto ajuntarmos um estilo que permite lê-los sem fadiga, ao contrário da maioria das obras de filosofia, que exigem penosos esforços para serem compreendidas, não se ficaria admirado pela influência que seu estilo exerceu sobre a propagação da Doutrina Espírita.
         A esta explicação, que em poucas palavras julguei importante dar, acrescentarei uma simples observação sobre uma das causas que, na minha opinião, contribuíram poderosamente para dar o crédito de que gozam as obras do Sr. Allan Kardec: é a ausência de todo sentimento de aspereza para com seus adversários. Um homem não se coloca em evidência, como ele o fez, sem suscitar muitos ciúmes, muita animosidade; entretanto, em nenhuma parte se encontra o mínimo traço de rancor ou de malevolência, a mínima recriminação endereçada àqueles dos quais ele poderia se queixar. Desde a minha iniciação no Espiritismo tenho frequentemente tido a ocasião de vê-lo na intimidade, e posso dizer que jamais o vi se preocupar com seus detratores; é como se eles não existissem. Ora, confesso que o caráter do homem não contribuiu pouco para corroborar a opinião que eu tinha concebido em favor da Doutrina, quando li seus escritos. É evidente que se eu tivesse reconhecido nele um homem ambicioso, intrigante, ciumento e vingativo, teria dito que ele mentia aos princípios que professa, e desde então minha confiança na verdade dessa Doutrina teria sido abalada.
         Essas reflexões, em forma de parênteses, me pareceram úteis para motivar uma das causas que mais fortemente me levaram a prosseguir, com comprometimento, meus estudos espíritas.
         Uma outra circunstância, não menos preponderante, vem se juntar às demais e me explicar, ao mesmo tempo, a profunda indiferença do autor para com as diatribes de seus antagonistas. Eu estava um dia na casa dele no momento em que ele recebia sua correspondência, muito numerosa como de hábito. Encontrava-se ali um jornal em que notadamente o Espiritismo e ele próprio eram amplamente escarnecidos. Havia também muitas cartas que ele leu igualmente para mim, dizendo: ‘Ireis agora ver a contrapartida, e podereis julgar o que é o Espiritismo.’ Entre as cartas, algumas eram pedidos de conselhos sobre os atos mais íntimos e frequentemente os mais delicados da vida privada. A maioria continha a expressão de indizível felicidade, do reconhecimento mais tocante pelas consolações que se havia encontrado na Doutrina; pela calma que ela havia proporcionado; pela força que ela havia dado nas circunstâncias mais afligentes; pelas boas resoluções que havia feito tomar. ‘O que vedes aqui, me disse ele, se renova quase diariamente. Os autores dessas cartas me são, na sua maioria, desconhecidos, mas eis aqui um, e eu conheço muitos que estão na mesma situação, que sem o Espiritismo se teriam suicidado.
         Acreditais que a satisfação de ter arrancado homens ao desespero, ter trazido a paz a uma família, feito pessoas felizes, não me compensa largamente por algumas pequenas e tolas críticas da parte de pessoas que falam de uma coisa sem a conhecer? Acreditais que uma só dessas cartas não compensam, de sobra, algumas maldades das quais fui alvo? Aliás, teria eu tempo de me ocupar com aqueles que zombam? Eu prefiro, bem mais, dar meu tempo àqueles a quem eu posso ser util. Não tenho somente para mim a consciência de minhas boas intenções; Deus, em sua bondade, reservou-me um gozo bem maior, que é o de ser testemunha do bem que a Doutrina Espírita produz; e eu julgo, pelo que vejo, sobre a influência que ela exercerá quando estiver generalizada. Não se trata de uma utopia, pois ela é essencialmente moralizadora; vede por vós mesmo a reforma que ela opera sobre os indivíduos isolados; o que ela faz sobre alguns, o fará sobre cem, sobre mil, sobre um milhão, pouco a pouco, compreende-se.
         Ora, supondes uma sociedade penetrada dos sentimentos do dever que vedes expressos nessas cartas; credes que ela não extraísse daí elementos de ordem e de segurança? As cartas que vindes de ouvir são todas de pessoas esclarecidas, mas vede esta: é de um simples operário, outrora imbuído das ideias sociais mais subversivas. Ele figurou, de maneira lamentável, em nossas lutas civis, e havia dedicado um ódio implacável aos que ele acreditava serem favorecidos às suas expensas, e sonhava coisas impossíveis. Agora, que diferença de linguagem! Hoje ele compreende que a passagem pela Terra é uma prova e, buscando um bem-estar muito natural, não pede nada às expensas da justiça. Ele não inveja a felicidade aparente do rico, porque sabe que há uma justiça divina, e que essa felicidade, se ele não a mereceu aqui na Terra, terá terríveis reveses numa outra vida. E por que pensa ele assim? Porque lhe dissemos? Não, mas porque ele adquiriu, pelo Espiritismo, a certeza dessa vida futura na qual não acreditava, e que pôde convencer-se por si mesmo, pela situação daqueles que nela se encontram, e porque seu pai, que o entretinha nessas ilusões veio, ele mesmo, lhe dar conselhos plenos de sabedoria. Ele blasfemava contra Deus, que achava injusto por haver favorecido algumas de suas criaturas; hoje ele compreende que esse mesmo favor é uma prova, e que sua justiça se estende sobre o rico como sobre o pobre. Eis o que o torna submisso à vontade de Deus, bom e indulgente para seus semelhantes, feliz em seu modesto trabalho. Credes que o Espiritismo não lhe prestou maiores serviços do que aqueles que se esforçam para lhe provar que não há nada após esta vida, princípio que tem por consequência que se deve buscar aqui sua felicidade a qualquer preço? Eis, Senhor, o que é o Espiritismo. Aqueles que o combatem é porque não o conhecem. Quando ele for compreendido, nele se verá uma das mais sólidas garantias de felicidade e de segurança para a sociedade, pois não serão os seus adeptos sinceros que a perturbarão.’
         Eu confesso que jamais havia encarado o Espiritismo sob esse ponto de vista. Agora eu lhe compreendo o alcance, e lamento aqueles que ainda veem nele apenas um fenômeno curioso de mesas girantes. Eu me perguntava se a doutrina dos diabos e dos demônios, do Sr. de Mirville,[2] poderia dar semelhantes consolações; se ela seria de natureza a conduzir os homens ao bem e à fé religiosa, e se não teria contribuído, ao contrário, mais para os desviar, inspirando-lhes mais medo do que amor, mais curiosidade do que sentimentos bons e humanos.”


[1] O autor faz referência ao Livro dos Espíritos em uma nota, aqui traduzida pela equipe do IPEAK, inserida em sua Carta de um católico sobre o Espiritismo. Kardec recomenda essa brochura na Revista Espírita de novembro de 1860, em Bibliografia.
A brochura do Dr. Grand também consta na relação de obras queimadas no Auto de fé de Barcelona (ver Revista Espírita de novembro de 1861), e está disponível, em francês, no site: www.ipeak.com.br, no link:

[2] O Dr. Grand se refere ao livro do Sr. de Mirville, intitulado: Questões dos Espíritos, publicado em 1855, e que Kardec recomenda em seu Catálogo Racional, na seção: Obras diversas sobre o Espiritismo. (N.T)
Mensagem extraída de "Boletins Informativos", do IPEAK - Instituto de Pesquisas Espíritas Allan Kardec - www.ipeak.com.br

sábado, 27 de outubro de 2012

Finados! Dias dos Mortos?



Fisicamente, aquele que visitamos em câmara ardente e despedimos em exéquias, realmente não está mais ombreando conosco, permanece-nos na lembrança. É correto homenageá-los em dias próprios?  Nada a reprovar. No entanto, podemos fazer isso diariamente ou em muitas oportunidades, através da prece diária, quando não, em datas outras, como aniversário, período Natalino...

“Os Espíritos são sensíveis à lembrança que deles guardam os que lhes foram caros na Terra? ‘Muito mais do que podeis imaginar. Se são felizes, essas lembranças lhes aumenta a felicidade; se são infelizes, serve-lhes de lenitivo.’  ‘O dia da comemoração dos mortos tem algo de mais solene para os Espíritos? Eles se preparam para visitar os que vão orar sobre os seus despojos? ‘Os Espíritos atendem ao chamado do pensamento, tanto nesse dia como nos outros’. ‘O dia de finados é, para eles, um dia especial de reunião junto de suas sepulturas? Nesse dia, eles se reúnem em maior número nos cemitérios, porque maior é o número de pessoas que os chamam.  Mas cada Espírito só comparece ali pelos seus amigos e não pela multidão dos indiferentes.’  ‘Sob que forma aí comparecem e como os veríamos, se pudessem tornar-se visíveis? Aquela sob a qual eram conhecidos em vida.” (1)

As indagações acima e as respostas dos Espíritos reveladores da vida em outra dimensão são muito esclarecedoras, mas outras conjecturas surgem que nos levam à reflexão.  E no caso daquele em que lembramos no dia convencionado à homenagem dos chamados mortos estiver reencarnado e convivendo junto aos seus entes queridos, agora como um neto ou um bisneto? Como seria? Agora tem outro nome? É outra personalidade?

A fé raciocinada (a Doutrina Espírita) nos permite a reflexão.  Outrora era conhecido como José, nesta oportunidade se chama Antônio, conquanto as personalidades diferentes tratam-se do mesmo ser espiritual.  Se lá à beira da lápide homenageamos o ente que conhecíamos com um nome e ele tem outro, numa nova existência física, que não temos conhecimento, a prece, o pensamento de saudade atinge-o de mesma forma, porque não importa como ou onde esteja, é a mesma individualidade.

Como se daria isso?  Estando o Espírito na vida errante (espiritual), que lhe é a natural, estaria ciente: veria os seus homenageadores e sentiria as suas intenções emocionais; e estando num outro corpo (reencarnado), não estaria consciente da ocorrência como na situação anterior, mas sentiria a emoção, ou a alegria benfazeja que não saberia explicar, independentemente de ser criança ou adulto. Será que nunca sentimos uma emoção ou uma alegria que desconhecemos de onde surgiu?  Os que estão na vida espiritual também oram por nós.  A vida é via de duas mãos!

A homenagem aos que amamos é muito importante, em qualquer circunstância é uma demonstração de afeto, doação de amor, sem nenhuma outra conotação que não seja a de amar.

(1)   O Livro dos Espíritos – Allan Kardec – Questões: 320, 321 e 321 - a e b.

Dorival da Silva                                                                     

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Brasil - Eurípedes Barsanulfo


Irmãos Queridos.

Diante dessa crise que se abate sobre o nosso povo, face a essa onda de pessimismo que toma conta dos brasileiros, frente aos embates que o país atravessa, nós, os seus companheiros, trazemos na noite de hoje a nossa mensagem de fé, de coragem e de estímulo. Estamos irradiando-a para todas as reuniões mediúnicas que estão sendo realizadas neste instante, de norte a sul do Brasil. Durante vários dias estaremos repetindo a nossa palavra, a fim de que maior número de médiuns possa captá-la. Cada um destes que sintonizar nesta faixa vibratória dará a sua interpretação, de acordo com o entendimento e a gradação que lhe forem peculiares.

Estamos convidando todos os espíritas para se engajarem nesta campanha. Há urgente necessidade de que a fé, a esperança e o otimismo renasçam nos corações.

A onda de pessimismo, de descrédito e de desalento é tão grande que, mesmo aqueles que estão bem intencionados e aspirando realizar algo de construtivo e útil para o país, em qualquer nível, veem-se tolhidos em seus propósitos, sufocados nos seus anseios, esbarrando em barreiras quase intransponíveis.

É preciso modificar esse clima espiritual. É imperioso que o sopro renovador de confiança, de fé nos altos destinos de nossa nação, varra para longe os miasmas do desalento e do desânimo. É necessário abrir clareiras e espaços para que brilhe a luz da esperança. Somente através de esperança conseguiremos, de novo, arregimentar as forças de nosso povo sofrido e cansado.

Os espíritas não devem engrossar as fileiras do desalento. Temos o dever inadiável de transmitir coragem, infundir ânimo, reaquecer esperanças e despertar a fé! Ah! a fé no nosso futuro! A certeza de que estamos destinados a uma nobre missão no concerto dos povos, mas que a nossa vacilação, a nossa incúria podem retardar. Responsabilidade nossa. Tarefa nossa. Estamos cientes de tudo isto e nos deixamos levar pelo desânimo, este vírus de perigo inimaginável.

O desânimo e seus companheiros, o desalento, a descrença, a incerteza, o pessimismo, andam juntos e contagiam muito sutilmente, enfraquecendo o indivíduo, os grupos, a própria comunidade. São como o cupim a corroer, no silêncio, as estruturas. Não raras vezes, insuflado por mentes em desalinho, por inimigos do progresso, por agentes do caos, esse vírus se expande e se alastra, por contágio, derrotando o ser humano antes da luta. Diante desse quadro de forças negativas, tornam-se muito difíceis quaisquer reações. Portanto, cabe aos espíritas o dever de lutar pela transformação deste estado geral.

Que cada Centro, cada grupo, cada reunião promova nossa campanha. Que haja uma renovação dessa psicosfera sombria e que as pessoas realmente sofredoras e abatidas pelas provações, encontrem em nossas Casas um clima de paz, de otimismo e de esperança! Que vocês levem a nossa palavra a toda parte. Aqueles que possam fazê-lo, transmitam-na através dos meios de comunicação. Precisamos contagiar o nosso Movimento com estas forças positivas, a fim de ajudarmos efetivamente o nosso país a crescer e a caminhar no rumo do progresso.

São essas forças que impelem o indivíduo ao trabalho, a acreditar em si mesmo, no seu próprio valor e capacidade. São essas forças que o levam a crer e lutar por um futuro melhor.

Meus irmãos, o mundo não é uma nau à matroca. Nós sabemos que "Jesus está no leme!" e que não iremos soçobrar. Basta de dúvidas e incertezas que somente retardam o avanço e prejudicam o trabalho. Sejamos solidários, sim, com a dor de nosso próximo. Façamos por ele o que estiver ao nosso alcance. Temos o dever indeclinável de fazê-lo.

Sobre tudo transmitindo o esclarecimento que a Doutrina Espírita proporciona. Mas também, que a solidariedade exista em nossas fileiras, para que prossigamos no trabalho abençoado, unidos e confiantes na preparação do futuro de paz por todos almejado. E não esqueçamos de que, se o Brasil "é o coração do mundo", somente será a "pátria do Evangelho" se este Evangelho estiver sendo sentido e vivido por cada um de nós".

Eurípedes Barsanulfo
Mensagem recebida no Centro Espírita "Jesus no Lar"
Médium - Suely Caldas Schubert
Ctba-Pr  26/08/2012

Observação:   e-mail, com a data  de 31.08.2012

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Céu ou Inferno!?



Quais as consequências de se admitir a existência da alma e sua individualidade após a morte? 1º) Que a sua natureza é diferente da corpórea, pois ao separar-se do corpo ela não conserva as propriedades materiais; 2º) Que ela possui consciência própria, pois lhe atribuímos a capacidade de ser feliz ou sofredora, e que tem de ser assim, pois do contrário ela seria um ser inerte e de nada nos valeria a sua existência.(1)

O corpo físico, cessada a vida orgânica morre, entrando num estado de disjunção molecular devolve seus elementos químicos ao estado primitivo de elementos simples, estes irão formar outros organismos pelos processos da Natureza, sejam: vegetais, animais, inclusive de estruturas humanas.

A alma era a vida do corpo que morreu, portanto morre apenas o equipamento orgânico que lhe servia para manifestação na vida física, compunha um individuo, que se integrava a uma família, à sociedade e a coletividade mundial.

Após deixar a indumentária de carne, a alma não se desintegra, não desaparece; passado o momento de readequação à dimensão vibratória que lhe é própria, dado o seu estado evolutivo, dará sequência à sua vida, como alguém que tenha chegado de viagem mais ou menos longa, pois a vida real é a espiritual; aqui é apenas como ir a uma escola de aperfeiçoamento, de reajuste, de conquista de novos saberes.

(...) as almas, em vez de penarem ou gozarem em determinado lugar, carregam em seu íntimo, a felicidade ou a desgraça, pois a sorte de cada uma depende de sua condição moral, e que a reunião das almas boas e afins é um motivo de felicidade, (...).” (2).  Neste registro  Allan Kardec deixa por terra a idéia de um inferno e um céu localizados, geográficos, o que a própria ciência acadêmica, a Geologia e a Astronomia – que já devassaram as profundidades do Planeta e esquadrinharam sua atmosfera, nada encontrando nesse sentido --, vez que as questões da alma foge totalmente das referências materiais, no que diz respeito à sua felicidade ou infelicidade, porque se dão na sua intimidade, é um estado de foro íntimo, e de consciência, portanto, espiritual.

Agrupamento de pessoas equilibradas e felizes gera uma psicosfera própria que corresponde à soma das vibrações dos seus integrantes; como aquelas desequilibradas geram uma psicosfera desarmoniosa e até deletéria. As vibrações são espirituais, equivalentes ao estado moral da alma (estado evolutivo), tanto no corpo físico como fora dele. Quando a alma deixa o corpo, pela sua morte, vai se localizar em faixa espiritual de acordo com essas vibrações, por afinidade, vez que os similares em gosto, hábitos e qualidades se juntam por atração natural.

A Doutrina Espírita nos ensina que essa escala evolutiva ou faixas vibracionais são infinitas, não existindo delimitador fixo, onde termina uma e começa outra, mas sim como um matiz entre uma e outra, sendo que a alma pode mudar sua condição pelas deliberações que toma para seu melhoramento em qualquer momento, sendo que a evolução do ser espiritual ocorre  tanto no corpo físico como fora dele.
(1 e 2) - Allan Kardec, O Livro dos Médiuns, 1ª parte, capítulo 1, item 2.

Dorival da Silva

sábado, 2 de junho de 2012

Você acha que alguém resolverá seus problemas?


Ainda existe muita ilusão, a ausência de amadurecimento espiritual das pessoas levam-nas a pensar que a solução de seus problemas é por conta dos outros; se tornou hábito achar que os outros são os culpados pelas tristezas e tudo mais que não deu o resultado almejado, mesmo que sonhos impraticáveis.

É a transferência de responsabilidade para os ombros alheios, falta de maturidade, que apresenta a resposta em breve tempo, pelo mal-estar que provoca, com a frustração do que não foi alcançado, causando irritação, mágoa, perturbação emocional e tudo o mais que pode decorrer do desequilíbrio emocional.

Isso é decorrência do estado de infantilidade que se vive, ainda não está desenvolvido o senso de responsabilidade, não se entendeu que o indivíduo tem vida autônoma, que precisa realizar concretamente suas obrigações, buscar aprimoramento para sua inteligência e sentimento, arrefecendo o seu egoísmo reinante desde os primeiros passos da reencarnação.

São Francisco de Assis recita: “Pois é dando, que se recebe.”; demonstrando, assim, quanto é diferente uma visão espiritual superior, que não pretende nunca a transferência de obrigação a outrem.  Ninguém pode ser feliz com a realização dos outros, pode-se até ter algum momento de entusiasmo com a vitória realizado pelos que nos cercam e ou até dos que estão à distância. A felicidade somente instala naquele que se esforça para realizar o bem, aplicando suas energias e suas emoções, superando dificuldades, sentindo-se com o dever cumprido – o coração está suave e a mente calma.

Jesus ensina: “ajuda-te a ti mesmo, que o céu te ajudará” (1), o que leva a entender que sem ação, esforço, conquista -- aquisição moral, principalmente -- o objetivo primordial da vida no corpo físico não será alcançado, permanece-se num círculo vicioso. A mensagem de Jesus tem por finalidade levar as pessoas à interação com a essência da vida, que a alma encarnada é edifício em construção, mas uma edificação espiritual, sendo que a individualidade precisa iluminar-se com as virtudes, utilizando todos os recursos disponibilizados na escola terrena, através do corpo carnal, que serve de ferramenta excelente.  

Frequentemente nas mídias noticiam fatos dos mais escabrosos: crimes, comportamentos desvairados, exibicionismos, exposições sensualistas, depauperamentos morais trazidos a público sem nenhum pudor – total desrespeito ao próprio incauto e aos que recebem os noticiários, proporcionando mau exemplo e assumindo responsabilidades por tudo que advier de tais inconsequências nocivas a Humanidade. Nenhum til passa sem registro pela Lei Divina, da mesma forma que toda desarmonia na casa do Pai levará o responsável ao esforço para equilibrá-la novamente, na parte que lhe cabe, através da expiação e da prova de que aprendeu respeitar a Deus. 

Apenas deixar de fazer o mal não é suficiente, é preciso fazer o bem, porque tudo o que decorrer da omissão trará consequência correspondente (2) – cabendo o ajuste por quem de direito; assim ensinam os Espíritos orientadores da Doutrina Espírita. 

Em vista de tudo isso, deve-se entender que não adianta transferir obrigações para os outros, para os governos, para os pais, para o professor; cada qual é senhor de si mesmo, em primeiro lugar; lúcido não se torna peso para a comunidade onde vive e oferecendo-se, com seus valores, em favor dos que precisam desenvolve as suas próprias virtudes, tornando-se combustível da própria iluminação espiritual, que traz paz e felicidade reais.

(1)   – S. Mateus, VII: 7 a 11)
(2)   – “O Livro dos Espíritos”, questão 642, Allan Kardec, FEB.

Dorival da Silva

terça-feira, 20 de março de 2012

A FAMÍLIA É IMPORTANTE?!

“Cantada em verso e prosa", a família nem sempre é respeitada. Isto por falta de consciência dos próprios componentes, ressalvadas exceções, vez que a generalização não cabe apropriadamente. Como construir uma sociedade justa, sem a estrutura familiar embasada no respeito e, assim, elastecida no relacionamento com as demais famílias da sociedade? 

Nessa composição familial estão diversos fatores influenciadores, que são: cultural, educacional, econômico, comportamental, religioso..., mas existe um componente  primordial que tem ficado marginalizado por grande parte dos pensadores, dos filósofos e demais estudiosos da composição nuclear social, que é elemento espiritual.

Muito embora estes pensadores façam referência à alma da família e ao espírito grupal, não adentram propriamente este aspecto que transcende os limites materiais observáveis e táteis.

Analisemos a composição da família com o componente espiritual, como nos ensina a Doutrina Espírita. Em primeiro lugar precisamos estar cientes de que somos seres espirituais, que temos a nossa vida normal no espaço ou no plano espiritual. Lá está a nossa origem. É para lá que retornaremos.

Nosso estágio na vida social deste mundo, na verdade, é uma programação, um "artifício" da Divina Providência, para que nós, criaturas, venhamos a conquistar méritos, mais rapidamente, através de esforços consistentes galgarmos um estado de consciência elevado. Para isto é preciso que o "Ser" criado por Deus, no estágio em que alcançado, isto é, com a inteligência em desenvolvimento, com alguma ênfase, mas longe do ápice espiritual, e a consciência em desabrochamento, tenha oportunidade de exercitar suas potencialidades, vivenciando as consequências e responsabilizando-se por elas, corrigindo as suas causas, quando negativas. 

Não podemos esquecer que assim é a Lei do Progresso e Ela vem desde os primórdios da nossa existência espiritual, quando ainda éramos insipientes -- simples e ignorantes --, mas detínhamos, pela origem, o germe de todas as possibilidades permitidas na criação Divina, que são iguais para todas as criaturas no estágio hominal.

O estágio de insipiência durou milênios e como a criatura depende da criatura para seu progresso, isto é: todos dependem de todos, por isso vivemos em grupo, por isso vivemos em família. 

E no caminho dos milênios estamos inseridos, saindo de um estado de total ignorância, guiados, como fazemos com as crianças em tenra idade, ajudando-as nos seus primeiros movimentos, seus esforços para entenderem o significado das coisas, socorrendo nos seus primeiros tropeços, nas suas curiosidades, nas suas primeiras tentativas de compreender o que lhes apresenta o seu ambiente vivencial.

Assim que a criança aprende a andar e se torne mais amadurecida para perceber a diversidade apresentada pelo seu ambiente, nós a liberamos gradativamente de cuidados; assim, ocorre com o "Ser" espiritual nos seus longos milênios, os Guiadores espirituais vão permitindo-nos assumir o livre-arbítrio, e vamos assumindo as responsabilidades de acordo com as capacidades em desenvolvimento. Sempre este desenvolvimento se deu nos grupos familiares, consciente ou inconscientemente.

Por princípio Divino, o homem é monogâmico, as exceções são pelos costumes, ainda calcados no egoísmo. Daí toda família humana tem, primacialmente, um casal, que é conhecido por pai e mãe, estes que derivam de outras famílias, que têm pais e mães e irmãos. E assim a multiplicação da prole, formando o tecido social, numa trama infinita, tendo em seus nós os agrupamentos familiares, que se multiplicam incessantemente, dada a necessidade da perpetuação da espécie e a construção de si mesmo, espiritualmente, com o crescimento da inteligência, dos sentimentos, da consciência, das percepções socioambientais, que são de responsabilidade do Espírito. 


Essa construção, que parece material, que também é, é mais espiritual do que se pensa, pois a matéria, que também evolui, é o meio para o crescimento espiritual; através das vicissitudes inerentes à vida física, para consigo mesmo, para com a sua descendência, e com mais lucidez, para com os outros, quando se enfraquece do egoísmo mais avassalador.


Dissemos inicialmente que nossa origem é espiritual e por consequência os grupamentos familiares também se dão a partir da espiritualidade, com planejamento individual e coletivo, de acordo com as necessidades individuais e também as coletivas. Estas necessidades são infinitas, pois são resultados de atitudes voluntárias de cada um, para atender interesses seus ou do grupo, que podem ser negativos ou positivos, tendo as consequências correspondentes. 

Em grande parte os elementos constitutivos de uma família têm responsabilidades, dívidas, de um para com o outro, principalmente responsabilidades negativas, que geram antipatias, aversões, dissidências, desequilíbrios emocionais, descomprometimento com o grupo familiar, ódios; que refletem na teia social, levando a sua parcela de desequilíbrio. Por isso que não é possível ter uma sociedade equilibrada sem o equilíbrio individual. Estamos interligados e somos interdependentes.

Somente com a construção de famílias dentro do regime de respeito e dignidade, onde pode proporcionar condições para que os indivíduos ali nascidos (Espíritos ali reencarnados) venham retemperar o seu caráter, sendo educado e educando-se intelectual, moral e espiritualmente; assim dando sequência na reformulação de todo o tecido social.

A família é importante, pois sem ela não temos oficina para consertar o egoísmo e o orgulho, que arrasam a vida social planetária, gerando grandes sofrimentos nos dois planos da vida (físico e espiritual), com excessiva demora para que o homem galgue o patamar desejado de paz e felicidade.

Dorival da Silva

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Causalidade


Somos um mundo de causas, ao mesmo tempo em que somos mundo de efeitos. A doença e a cura. O mestre e o aluno. A origem causal do que somos.

O homem, na sua essência, é o produto mais perfeito da Natureza, depois de seu início, a criação Divina, a construção é sua. O ser espiritual é perfeito de origem, mas sutil e neutro, composto de todas as possibilidades, que estão adormecidas, aguardando ambiente espiritual adequado para eclodirem, tornarem-se causas.

O despertar é lento, percorre tempo infindável, as movimentações vão mostrando o que é bom e o que é ruim, no entanto, é uma descoberta que se faz com o resultado de cada ação, depois de compreendida e experimentada.

Em outro passo, essa verificação, vivida e maturada, desperta em relação aos outros, porque de mesma maneira observa o que é bom ou ruim, nos seus efeitos e consequências, que retornam para si mesmo.

Nenhum ser surgiu com um manual, conquanto a consciência, que sofre a tal construção, que será autônoma depois de saber discernir, mesmo que relativamente.

As orientações externas, daqueles que chamamos mais vividos, tais como nossos pais, tem a figura de nos chamar a atenção para aquilo que já vivemos em vidas passadas e não lembramos objetivamente, mas o que temos no eu profundo, que está encoberto, pelos recursos da reencarnação, em nosso proveito, para nos dizer tenha cuidado, isso você já viveu e não foi bom, é a observação do pendor negativo, vez que o certo e o justo sempre serão apoiados, pois o bem não precisa ser justificado diante da consciência. 

Precisamos atenção para perceber de como somos e o que estamos realizando, analisar os efeitos do que causamos aos outros, é o espelho da nossa imagem causal, que mostra a posição evolutiva, a nossa condição espiritual.

A responsabilidade aumenta conforme o discernimento desabrocha. É intimo. Por isso, a consciência dos atos torna-se juiz implacável, vez que conhece a causa e não aceita retrocesso, não aceita ignorar o que já foi revelado, percebido e compreendido. Daí que antes de qualquer ação deve anteceder a reflexão, nesse exercício buscamos todos os valores para precisar ou antever os resultados e seus desdobramentos, porque com todas as vivências dos tempos que não se contam, tem condições de avaliar se devemos ou não, se os resultados serão bons ou não, é a razão, é a consciência e a lucidez, mesmo que ainda um pouco embaçadas, mostrando a nossa própria direção na vida.

Deflui com isso que ninguém é responsável pelas nossas dores e nem pelas nossas felicidades, muito embora a influência de uns nos outros. Recolhemos o que nos toca, porque sempre os efeitos retornam à causa. São Francisco ensinou: “é dando que se recebe...”; é por isso que retornamos à origem da origem, à causa da causa primeira, que é Deus, mas nos aproximamos lentamente, através da esteira do tempo, de acordo com o crescimento espiritual, até chegarmos ao estado de sublimidade, onde a interação se faz grandiosa e definitivamente.

Dorival da Silva