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domingo, 28 de novembro de 2021
sábado, 16 de outubro de 2021
MISSÃO DOS ESPÍRITAS
MISSÃO DOS ESPÍRITAS
Não escutais já o ruído da tempestade
que há de arrebatar o velho mundo e abismar no nada o conjunto das iniquidades
terrenas? Ah! Bendizei o Senhor, vós que haveis posto a vossa fé na sua
soberana justiça e que, novos apóstolos da crença revelada pelas proféticas
vozes superiores, ides pregar o novo dogma da reencarnação e da elevação dos
Espíritos, conforme tenham cumprido, bem ou mal, suas missões e suportado suas
provas terrestres.
Não mais vos assusteis! As línguas de
fogo estão sobre as vossas cabeças. Ó verdadeiros adeptos do Espiritismo!...
sois os escolhidos de Deus! Ide e pregai a palavra divina. É chegada a hora em
que deveis sacrificar à sua propagação os vossos hábitos, os vossos trabalhos,
as vossas ocupações fúteis. Ide e pregai. Convosco estão os Espíritos elevados.
Certamente falareis a criaturas que não quererão escutar a voz de Deus, porque essa
voz as exorta incessantemente à abnegação. Pregareis o desinteresse aos avaros,
a abstinência aos dissolutos, a mansidão aos tiranos domésticos, como aos
déspotas!
Palavras perdidas, eu o sei; mas não
importa. Faz-se mister regueis com os vossos suores o terreno onde tendes de
semear, porquanto ele não frutificará e não produzirá senão sob os reiterados
golpes da enxada e da charrua evangélicas. Ide e pregai!
Ó todos vós, homens de boa-fé,
conscientes da vossa inferioridade em face dos mundos disseminados pelo
Infinito!... lançai-vos em cruzada contra a injustiça e a iniquidade. Ide e
proscrevei esse culto do bezerro de ouro, que cada dia mais se alastra. Ide,
Deus vos guia! Homens simples e ignorantes, vossas línguas se soltarão e falareis
como nenhum orador fala. Ide e pregai, que as populações atentas recolherão ditosas
as vossas palavras de consolação, de fraternidade, de esperança e de paz.
Que importam as emboscadas que vos
armem pelo caminho! Somente lobos caem em armadilhas para lobos, porquanto o
pastor saberá defender suas ovelhas das fogueiras imoladoras.
Ide, homens, que, grandes diante de
Deus, mais ditosos do que Tomé, credes sem fazerdes questão de ver e aceitais
os fatos da mediunidade, mesmo quando não tenhais conseguido obtê-los por vós
mesmos; ide, o Espírito de Deus vos conduz.
Marcha, pois, avante, falange
imponente pela tua fé! Diante de ti os grandes batalhões dos incrédulos se
dissiparão, como a bruma da manhã aos primeiros raios do Sol nascente.
A fé é a virtude que desloca
montanhas, disse Jesus. Todavia, mais pesados do que as maiores montanhas,
jazem depositados nos corações dos homens a impureza e todos os vícios que
derivam da impureza. Parti, então, cheios de coragem, para removerdes essa
montanha de iniquidades que as futuras gerações só deverão conhecer como lenda,
do mesmo modo que vós, que só muito imperfeitamente conheceis os tempos que
antecederam a civilização pagã.
Sim, em todos os pontos do Globo vão
produzir-se as subversões morais e filosóficas; aproxima-se a hora em que a luz
divina se espargirá sobre os dois mundos.
Ide, pois, e levai a palavra divina: aos grandes que a desprezarão, aos eruditos que exigirão provas, aos pequenos e simples que a aceitarão; porque, principalmente entre os mártires do trabalho, desta provação terrena, encontrareis fervor e fé. Ide; estes receberão, com hinos de gratidão e louvores a Deus, a santa consolação que lhes levareis, e baixarão a fronte, rendendo-lhe graças pelas aflições que a Terra lhes destina.
Arme-se a vossa falange de decisão e
coragem! Mãos à obra! o arado está pronto; a terra espera; arai!
Ide e agradecei a Deus a gloriosa
tarefa que Ele vos confiou; mas, atenção! entre os chamados para o Espiritismo,
muitos se transviaram; reparai, pois, vosso caminho e segui a verdade.
Pergunta – Se, entre os chamados para
o Espiritismo, muitos se transviaram, quais os sinais pelos quais
reconheceremos os que se acham no bom caminho?
Resposta. – Reconhecê-los-eis pelos
princípios da verdadeira caridade que eles ensinarão e praticarão.
Reconhecê-los-eis pelo número de aflitos a que levem consolo; reconhecê-los-eis
pelo seu amor ao próximo, pela sua abnegação, pelo seu desinteresse pessoal;
reconhecê-los-eis, finalmente, pelo triunfo de seus princípios, porque Deus
quer o triunfo de Sua lei; os que seguem Sua lei, esses são os escolhidos e Ele
lhes dará a vitória; mas Ele destruirá aqueles que falseiam o espírito dessa
lei e fazem dela degrau para contentar sua vaidade e sua ambição.
– Erasto, anjo da guarda do médium (Paris,
1863).1
1 KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Trad.
Guillon Ribeiro. 131. ed. 13.
Imp. Brasília: FEB, 2019, cap. 20, it. 4.
Nota: Página extraída do livro Orientação ao Centro Espírita,
do Conselho Federativa Nacional, da Federação Espírita Brasileira.
domingo, 3 de outubro de 2021
KARDEC E NAPOLEÃO
Logo após o Brumário (9 de Novembro de 1799), quando Napoleão se
fizera o primeiro Cônsul da República Francesa, reuniu-se, na noite de 31 de
Dezembro de 1799, no coração da latinidade, nas esferas Superiores, grande
assembléia, de espíritos sábios e benevolentes, para marcarem a entrada
significativa do novo século.
Antigas personalidades de Roma Imperial, pontífices e guerreiros
das Gálias, figuras notáveis da Espanha, ali se congregavam à espera do
expressivo acontecimento.
Legiões dos Césares, com os seus estandartes, falanges de
batalhadores do mundo gaulês e grupos de pioneiros da evolução hispânica,
associados a múltiplos representantes das Américas, guardavam linhas simbólicas
de posição de destaque.
Mas não somente os latinos se faziam representados no grande conclave. Gregos ilustres, lembrando as confabulações da Acrópole gloriosa, israelitas famosos, recordando o Templo de Jerusalém, deputações eslavas e germânicas, grandes vultos da Inglaterra, sábios chineses, filósofos hindus, teólogos budistas, sacrificadores das divindades olímpicas, renomados sacerdotes da Igreja Romana e continuadores de Maomet ali se mostravam, como em vasta convocação de forças da ciência e da cultura da Humanidade.
No concerto das brilhantes delegações que aí formavam, com toda
a sua fulguração representativa, surgiam Espíritos de velhos batalhadores do
progresso que voltariam à liça carnal ou que a seguiriam, de perto, para o
combate à ignorância e a miséria, na laboriosa preparação da nova era da
fraternidade e da luz.
No deslumbrante espetáculo da Espiritualidade Superior, com a
refulgência de suas almas, achavam-se Sócrates, Platão Aristóteles, Apolônio de
Tiana, Orígenes, Hipócrates, Agostinho, Fénelon, Giordano Bruno, Tomás de
Aquino, S.Luis de França, Vicente de Paulo, Joana D’Arc, Tereza d’Avila,
Catarina de Siena, Bossuet, Spinoza, Erasmo, Mílton, Cristóvão Colombo,
Gutenberg, Galileu, Pascal, Swedenborg e Dante Alighieri para mencionar apenas alguns
heróis e paladinos da renovação terrestre; e, em planos menos brilhantes, encontravam-se,
no recinto maravilhoso, trabalhadores de ordem inferior, incluindo muitos dos
ilustres guilhotinados da Revolução, quais Luís XVI, Maria Antonieta,
Robespierre, Danton, Madame Roland, André Chenier, Bailly, Camile Desmoulins, e
grandes vultos como Voltaire e Rousseau.
Depois da palavra rápida de alguns orientadores eminentes,
invisíveis clarins soaram na direção do plano carnal e, em breves instantes, do
seio da noite, que velava o corpo ciclópico do mundo europeu, emergiu, sob a
custodia de esclarecidos mensageiros, reduzido cortejo de sombras, que pareciam
estranhas e vacilantes, confrontadas com as feéricas irradiações do palácio
festivo.
Era um grupo de almas, ainda encarnadas, que, constrangidas pela
Organização Celeste, remontavam à vida espiritual, para a reafirmação de
compromissos.
À frente, vinha Napoleão, que centralizou o interesse de todos
os circunstantes. Era bem o grande corso, com os seus trajes habituais e com o
seu chapéu característico.
Recebido por diversas figuras da Roma antiga, que se apressavam
em ofercer-lhe apoio e auxilio, o vencedor de Rivoli ocupou radiosa poltrona
que, de antemão, lhe fora preparada.
Entre aqueles que o seguiram, na singular excursão,
encontravam-se respeitáveis autoridades reencarnadas no Planeta, como
Beethoven, Ampère, Fúlton, Faraday, Goethe, João Dálton, Pestalozzi, Pio VII,
além de muitos outros campeões da prosperidade e da independência do mundo.
Acanhados no veículo espiritual que os prendia à carne
terrestre, quase todos os recém-vindos banhavam-se em lágrimas de alegria e
emoção.
O Primeiro-Cônsul da França, porém, trazia os olhos enxutos, não
obstante a extrema palidez que lhe cobria a face. Recebendo o louvor de várias
legiões, limitava-se a responder com acenos discretos, quando os clarins
ressoaram, de modo diverso, como se pusessem a voar para os cimos, no rumo do
imenso infinito...
Imediatamente uma estrada de luz, à maneira de ponte levadiça,
projetou-se do Céu, ligando-se ao castelo prodigioso, dando passagem a inúmeras
estrelas resplendentes.
Em alcançando o solo delicado, contudo, esses astros se
transformavam sem seres humanos, nimbados de claridade celestial.
Dentre todos, no entanto, um deles avultava em superioridade e beleza. Tiara rutilante brilhava-lhe na cabeça, como que a aureolar-lhe de bênçãos o olhar magnânimo, cheio de atração e doçura. Na destra, guardava um cetro dourado, a recamar-se de sublimes cintilações...
Musicistas invisíveis, através dos zéfiros que passavam
apressados, prorromperam num cântico de hosanas, sem palavras articuladas.
A multidão mostrou profunda reverência, ajoelhando-se muitos dos
sábios e guerreiros, artistas e pensadores, enquanto todos os pendões dos
vexilários arriavam, silenciosos, em sinal de respeito.
Foi então que o corso se pôs em lágrimas e, levantando-se,
avançou com dificuldade, na direção do mensageiro que trazia o báculo de ouro,
postando-se genuflexo, diante dele.
O celeste emissário, sorrindo com naturalidade, ergueu-o, de
pronto, e procurava abraçá-lo, quando o Céu pareceu abrir-se diante de todos, e
uma voz enérgica e doce, forte como a ventania e veludosa como a ignorada
melodia da fonte, exclamou para o Napoleão, que parecia eletrizado de pavor e
júbilo, ao mesmo tempo:
- Irmão e amigo ouve a verdade, que te fala em meu espirito!
Eis-te à frente do apóstolo da fé, que, sob a égide do Cristo, descerrará para
a Terra atormentada um novo ciclo de conhecimento...
César ontem, e hoje orientador, rende o culto de tua veneração,
ante o pontífice da luz!
Renova,
perante o Evangelho, o compromisso de auxiliar-lhe a obra renascente!...
Aqui se congregam conosco lidadores de todas as épocas. Patriotas de Roma e das Gálias, generais e soldados que te acompanham nos conflitos da Farsália, de Tapso e de Munda, remanescentes das batalhas de Gergóvia e de Alésia aqui te surpreendem com simpatia e expectação... Antigamente, no trono absoluto, pretendias-te descendente dos deuses para dominar a Terra e aniquilar os inimigos... Agora, porém, o Supremo Senhor concedeu-te por berço uma ilha perdida no mar, para que te não esqueças da pequenez humana e determinou voltasses ao coração do povo que outrora humilhaste e escarneceste, a fim de que lhe garantas a missão gigantesca, junto da Humanidade, no século que vamos iniciar.
Colocado pela Sabedoria Celeste na condição de timoneiro da
ordem, no mar de sangue da Revolução, não olvides o mandato para o qual fostes
escolhido.
Não acredites que as vitórias das quais fostes investido para o Consulado devam ser atribuídas exclusivamente ao teu gênio militar e político. A Vontade do Senhor expressa-se nas circunstâncias da vida. Unge-te de coragem para governar sem ambição e reger sem ódio. Recorre à oração e à humildade para que te não arrojes aos precipícios da tirania e da violência!...
Indicado para consolidar a paz e a segurança, necessárias ao
êxito do abnegado apóstolo que descortinará a era nova, serás visitado pelas
monstruosas tentações do poder.
Não te fascines pela vaidade que buscará coroar-te a fronte...
Lembra-te de que o sofrimento do povo francês, perseguido pelos flagelos da
guerra civil, é o preço da liberdade humana que deves defender, até o
sacrifício. Não te macules com a escravidão dos povos fracos e oprimidos e nem
enlameies os teus compromissos com o exclusivismo e com a vingança!...
Recorda que, obedecendo a injunções do pretérito, renasceste
para garantir o ministério espiritual do discípulo de Jesus que regressa à
experiência terrestre, e vale-te da oportunidade para santificar os excelsos
princípios da bondade e do perdão, do serviço e da fraternidade do Cordeiro de
Deus, que nos ouve em seu glorificado sólio de sabedoria e de amor!
Se honrares as tuas promessas, terminará a missão com o
reconhecimento da posteridade e escalarás horizontes mais altos da vida, mas,
se as tuas responsabilidades forem menosprezadas, sombrias aflições
amontoar-se-ão sobre as tuas horas, que passarão a ser gemidos escuros em
extenso deserto...
Dentro do novo século, começaremos a preparação do terceiro
milênio do Cristianismo na Terra.
Novas concepções de liberdade surgirão para os homens, a Ciência
erguer-se-á a indefiníveis culminâncias, as nações cultas abandonarão para
sempre o cativeiro e o tráfico de criaturas livres e a religião desatará os
grilhões do pensamento que, até hoje, encarceram as melhores aspirações da alma
no inferno sem perdão!...
Confiamos, pois, ao teu espírito valoroso a governança política
dos novos eventos e que o Senhor te abençoe!...
***
Cânticos de alegria e esperança anunciaram nos céus a chegada do
século XIX e, enquanto o Espírito da Verdade, seguido por várias cortes
resplandecentes, voltava para o Alto, a inolvidável assembleia se dissolvia...
O apóstolo que seria Allan Kardec, sustentando Napoleão nos
braços, conchegou-o de encontro ao peito e acompanhou-o, bondosamente, até
religá-lo ao corpo de carne, no próprio leito.
***
Em 3 de outubro de 1804, o mensageiro da renovação renascia num abençoado lar de Lião, mas o Primeiro-Cônsul da República Francesa, assim que se viu desembaraçado da influência benéfica e protetora do Espírito de Allan Kardec e de seus cooperadores, que retomavam, pouco a pouco, a integração com a carne, confiantes e otimistas, engalanou-se com a púrpura do mando e, embriagado de poder, proclamou-se Imperador, em 18 de maio de 1804, ordenando a Pio VII viesse coroá-lo em Paris.
Napoleão, contudo, convertendo celestes concessões em aventuras sanguinolentas, foi apressadamente situado, por determinação do Alto, na solidão curativa de Santa Helena, onde esperou a morte, enquanto Allan Kardec, apagando a própria grandeza, na humildade de um mestre-escola, muita vez atormentado e desiludido, como simples homem do povo, deu integral cumprimento à divina missão que trazia à Terra, inaugurando a era espírita cristã, que, gradativamente, será considerada em todos os quadrantes do orbe como a sublime renascença da luz para o mundo inteiro.segunda-feira, 7 de dezembro de 2020
Atenção nas sinalizações Divinas
Atenção
nas sinalizações Divinas
“O mundo está repleto de mensagens e
emissários, há milênios. O grande problema, no entanto, não está em
requisitar-se a verdade para atender ao círculo exclusivista de cada criatura,
mas na deliberação de cada homem, quanto a caminhar com o próprio valor, na
direção das realidades eternas.”
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REFLEXÃO - Muitos estão indo para algum lugar. Outros estão
andando em círculo. Ainda outros pisam no mesmo lugar. Poucos têm direção no
rumo da plenitude espiritual.
Como
informa o Espírito Emmanuel no trecho motivador deste escrito, “O mundo está repleto de mensagens e emissários, há
milênios.”; como
esses prepostos do Céu não podem fazer o que se precisa pela Criatura, todos os
seus esforços são de sinalizações, para que haja a percepção, para isso exige a
atenção do caminhante.
Na
antiguidade acreditava-se em muitos deuses, um deus para cada coisa ou
circunstância; Moisés apresenta os Dez Mandamentos e firma a existência de um
Deus único e diz à Humanidade tudo o que não se deve fazer (não matar, não
cobiçar…); posteriormente Jesus, reafirma o Decálogo e revela o amor ao
próximo, e ensina tudo o que se deve fazer para alcançar-se o reino dos Céus. O
Mestre Nazareno, antevendo que o mundo não compreenderia de imediato a suas
indicações, mesmo que, muitos as esqueceriam, além da possibilidade de as
desvirtuarem na sua essência, no interesse individual ou coletivo, fez
promessa aos seus Apóstolos, representantes, naquele momento, da Humanidade dos
tempos futuros, que rogaria ao Pai e Ele mandaria outro Consolador, para relembrar
tudo o que ensinara, esclarecer o que não pôde ficar bem entendido e
acrescentar o que Ele não teve condições de ensinar. Reconhecidamente: A
Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec é o cumprimento de Sua
promessa. Já não se trata da contribuição de uma única fonte, mas sim de
instruções vazadas da espiritualidade para a sociedade terrena através da
mediunidade de número grande de mensageiros prepostos do próprio Cristo.
Quem
vive com lucidez, planejando viagem a lugar distante e desconhecido colherá informações, estará certo da direção e tem objetivo a se
cumprir; conquanto os riscos de percurso, no entanto, há clareza no que se
pretende, certamente atingirá a pretensão. No desenvolvimento da viagem
não foram desprezadas as sinalizações das estradas, ou das cidades, dos
aeroportos, hotéis, etc.
Viagem rumo a espiritualidade
não pode descurar-se das sinalizações Divinas; colhendo, no fragmento de texto
referido inicialmente: “O grande problema,
no entanto, não está em requisitar-se a verdade para atender ao círculo
exclusivista de cada criatura, mas na deliberação de cada homem, quanto a
caminhar com o próprio valor, na direção das realidades eternas.”, de longo tempo o que se precisa para seguir para
o maior objetivo é atentar para o que se sinaliza e é de conhecimento comum,
pois, está colocado para o mundo há todo tempo.
Não
é possível que os emissários de Jesus venham ofertar verdades exclusivas ou
revelar coisas excepcionais para esse ou aquele, em detrimento dos demais, no
afã de salvação personalizada, trata-se, quem assim pensa, de presunção egoísta
e orgulhosa, desse modo, permanecerá na escuridão da própria
ignorância.
As
sinalizações para a espiritualidade melhor estão colocadas com ênfase no
Evangelho de Jesus, no conjunto as mensagens anotadas pelos Evangelistas, no
entanto, num ponto qualquer dos ensinamentos mostra que é indispensável que
cada caminheiro faça por si a sua parte, o que chama a atenção para a
sinalização, observando: “Pedi, e
dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á.¹”, são ações, com respostas afirmativas, no entanto,
não se trata do convencionalismo simplório de pretender algo e imediatamente
ser atendido. Trata-se de forças da vida, como a semente que germinada mostra a
árvore que surge e se presume os frutos que dará. O homem é o ser pensante e
consciente, semente possuidora de vontade e liberdade de agir, precisa
nortear os seus interesses espirituais, pois, somente ele poderá fazê-lo,
porque tem recursos para se colocar na direção do próprio aprimoramento -- “Ajuda-te e o Céu te ajudará.”.
Todo
o caminho para a tal salvação tem sinalizações, a dificuldade está em ter “olhos de ver”
e “ouvidos de ouvir”, como frisou o Mestre Nazareno. Se não realizar o
trajeto da vida com os seus esforços e percepções, e a autopercepção, o
reconhecimento do contributo das próprias conquistas, que mérito existirá.
Plenitude de Espírito é soma de valores enobrecedores e um conglomerado de
virtudes que levam o Ser aproximar-se da Fonte de Tudo, Deus.
O
trajeto evolutivo do Espírito com um corpo de carne, por tempo limitado, é um
projeto, possuindo as sinalizações próprias e com capacidade para reconhecer
àquelas que são comuns, importantes e indispensáveis, mas de senso a contemplar
a todos os transeuntes desse Universo.
Ninguém
vem a este Mundo sem os recursos norteadores da vida, mas como tem autonomia
para guiar-se, poderá andar nos passos da vaidade, do orgulho, da presunção… e
não levantar os sentidos da Alma para ver as pegadas d’Aquele que conhece o
caminho mais curto para Sua pátria de paz e felicidades.
As
sinalizações Divinas fazem a diferença! Atenção!
1. Mateus,
VII: 7-11; e O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XXV.
quinta-feira, 19 de novembro de 2020
Carrasco
Carrasco
Reunião pública de
20/3/59
Questão nº 913
Verdugo invisível, onde se lhe
evidencie a influência, aparecem a rebeldia e o azedume, preparando a
perturbação e a discórdia.
Mostra-se na alma que lhe ouve
as pérfidas sugestões, à maneira de fera oculta a atirar-se sobre a presa.
Assimilando-lhe a faixa de
treva, cai a mente em aflitiva cegueira, dentro da qual não mais enxerga senão
a si mesma.
E assim dominada, a criatura, ao
pé dos outros, é a personificação da exigência, desmandando-se, a cada
instante, em reclamações descabidas, incapaz de anotar os sofrimentos alheios.
Pisa nas dores do próximo com a dureza do bronze e recebe-lhe as petições com a
agressividade do espinheiro, expelindo pragas e maldições. Onde surge, pede os
primeiros lugares e, se lhos negam, à face das tarefas que a previdência
organiza, não se peja de evocar direitos imaginários, condenando, sem análise,
tudo quanto se lhe expõe ao discernimento. Desatendida nos caprichos
particulares com que se aproxima dos setores de luta que desconhece, mastiga a
maledicência ou gargalha o sarcasmo, lançando lodo e veneno sobre nomes e
circunstâncias que demandam respeito. Se alguém formula ponderações,
buscando-lhe o ânimo à sensatez, grita, desesperada, contra tudo o que não seja
adoração a si mesma, na falsa estimativa dos minguados valores que carrega no
fardo de ignorância e bazófia.
E, então, a pessoa, invigilante
e infeliz, assim transformada em temível fantasma de incompreensão e de
intransigência, enrodilha-se na própria sombra, como a tartaruga na carapaça,
e, em lastimável isolamento de espírito, não sabe entender ou perdoar para ser
também perdoada e entendida, enquistando-se na inconformação, que se lhe amplia
no pensamento e na atitude, na palavra e nos atos, tiranizando-lhe a vida, como
a enfermidade letal que se agiganta no corpo pela multiplicação indiscriminada
de perigosos bacilos.
Atingido esse estado d’alma,
não adota outro rumo que não seja o da crueldade com que, muitas vezes, se
arroja ao despenhadeiro da delinquência, associando-se a todos aqueles que se
lhe afinam com as vibrações deprimentes, em largas simbioses de desumanidade e
loucura, formando o pavoroso inferno do crime.
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Irmãos, precatai-vos contra
semelhante perseguidor, vestindo o coração na túnica da humildade que tudo
compreende e a todos serve, sem cogitar de si mesma, porque esse estranho
carrasco, que nos alenta o egoísmo, em toda parte chama-se orgulho.
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Página extraída da
obra: Religião dos Espíritos, pelos Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco
Cândido Xavier, capítulo 20, 1960, FEB (Trata de assunto relativo à questão 913
– que será transcrita na parte final da reflexão --, de O Livro dos Espíritos, de
Allan Kardec, publicado em 18.04.1857)
=================
REFLEXÃO: A página acima de Emmanuel tem mais de sessenta anos e suas
verdades são atuais, mas precisamos verificar que os usos e costumes desta
época proporcionam ampliar os entendimentos, ou, pelos menos, análise dos novos
comportamentos.
O contexto atual nas questões comportamentais, econômicas, políticas,
sociais, psicológicas, tecnológicas, educacionais… são muito diferentes, embora
tenha suas raízes fincadas no meado do século passado. Há uma distensão
dos segmentos daquela geração, com progresso nos diversos setores: o transporte
e a comunicação ficaram mais rápidos, o setor da saúde evoluiu grandiosamente,
a assistência social multiplicou em muito sua contribuição, a política se
sofisticou, a educação -- num aspecto amplo, que envolve a educação de família
-- , conquanto a sua evolução, permitiu mescla personalística,
exacerbando comportamentos inadequados, tais como: a violência, o desrespeito
aos mais velhos e aos “diferentes”, ênfase aos modos viciantes...
Apesar de evolução significativa notada em todos os setores da vida,
existe um em particular, que embora tenha se ampliado, não foi na melhor
direção, o que precisaria rumar para a verticalização moral, ou seja, buscar a
harmonização com as regras de bem viver trazidas ao mundo por Jesus, o
Nazareno.
Ele, o Senhor, ensina bem viver na existência em que está posto na vida
de um corpo, e bem viver sem a existência deste, porque a vida na sua essência
não sofre interrupção, mas as consequências boas ou não permanecerão com toda
força, sendo que cada individualidade não poderá, em tempo algum, fugir de
sofrer os resultados de si mesmo, por isso o ensinamento: “a cada uma
segundo as suas obras”.
O Mentor de Chico Xavier, na mensagem inicial fala de um determinado
carrasco, a lição é abrangente, sendo atemporal e alcança todos os tipos
comportamentais, pois, trata do espírito humano, e aponta a sua pedra de
tropeço evolutivo.
A base inspirativa do tema, foi o estudo da questão 913 de O Livro dos
Espíritos, de Allan Kardec, em reunião na sede da Comunhão Espírita
Cristã, de Uberaba (MG), em 23-03-1959, transcrita adiante: “Dentre os
vícios, qual o que se pode considerar radical? ‘Temo-lo dito muitas vezes:
o egoísmo. Daí deriva todo mal. Estudai todos os vícios e vereis que no
fundo de todos há egoísmo. Por mais que lhes deis combate, não chegareis a
extirpá-los, enquanto não atacardes o mal pela raiz, enquanto não lhe houverdes
destruído a causa. Tendam, pois, todos os esforços para esse efeito, porquanto
aí é que está a verdadeira chaga da sociedade. Quem quiser, desde esta vida, ir
aproximando-se da perfeição moral, deve expurgar o seu coração de todo
sentimento de egoísmo, visto ser o egoísmo incompatível com a justiça, o amor e
a caridade. Ele neutraliza todas as outras qualidades’”.
Com os recursos que anotamos acima, deixamos ao leitor a liberdade de
sua reflexão sobre si mesmo, o meio onde vive, ainda, sobre as relações
sociais, políticas, religiosas e científicas sob seu interesse, considerando
que cada um tem a liberdade de olhar para a direção que mais condiz com o seu
estado de interesse, no entanto, não deveremos esquecer a máxima do Cristo: “Amar
a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”, resumidamente.
Dorival
da Silva
Nota 2: As obras de Allan
Kardec estão disponíveis para consulta no endereço:
https://kardecpedia.com/
sábado, 9 de maio de 2020
Você teme a morte?
O conhecimento da verdade nos liberta das fantasias e das imagens escatológicas criadas nos tempos de maior ignorância sobre as razões da vida e da morte dos seres viventes na Terra.