sexta-feira, 24 de agosto de 2018

Mensagem de Bezerra

Mensagem de Bezerra


A resposta para nossa busca está no amor. E se nos amarmos quanto Ele nos pediu, as nossas dores serão transformadas em alegrias no Reino de Deus.

Lembrai-vos, filhos da alma, que Jesus é os dois extremos da vida, o zênite e o nadir das nossas aspirações. Quando as dores vos parecerem insuportáveis, quando a solidão se vos apresentar tenebrosa e fria, lembrai-vos de Jesus. Uma voz sequer levantou-se para inocentá-lO e eram centenas aqueles a quem Ele atendeu. 

Quando vos sentirdes desamados ou rejeitados, mantende a irrestrita confiança no amor e vos entregai Àquele que é a vida da própria vida. Não temais nunca, porque Ele nunca nos deixa a sós. 

Elegemos o tema da mulher equivocada (na conferência de encerramento), porque todos nós carregamos um espinho na carne e nas carnes da alma. Todos nós, ainda imperfeitos, somos  algo Maria de Magdala ou Miriam de Migdol, que o amor de Jesus nos recebe com ternura infinita, sem nos perguntar quem fomos, mas nos propõe o que seremos. 

Tende ânimo. São horas muito difíceis de testemunho e de lágrimas, de ansiedade e de desamor. Mas crede, filhos da alma, Jesus não venceu no mundo, venceu o mundo das paixões. 

Sede vós aqueles que podeis vencer as sobras do pretérito, que vos arrebatam muitas vezes de volta aos abismos da alucinação e amai. Pagai o preço do amor, socorrei por amor, erguei por amor, libertai por amor e vos sentireis salvos, erguidos, amparados por alguém que vos estenderá as mãos e dirá com um sorriso: Vinde, já atravessastes a porta estreita. Vinde à Casa do Meu Pai.

Nestes dias, meus filhos, o endereço de Deus chegou aos vossos corações. Tendes agora o mapa da vitória. Cabe-vos seguir pela rota abençoada da bondade, da misericórdia, do amor e da Doutrina libertadora dos imortais, para que a plenitude do Reino dos Céus desde hoje se vos instale no coração. 

                                                                                           Muita paz.

O servidor humílimo de sempre que vos fala, em nome
dos Espíritos espíritas aqui presentes. 
Ide em paz.

 Bezerra.

Mensagem psicofônica de encerramento da XX Conferência
Estadual Espírita, que se realizou no Expotrade, em Pinhais (PR),
  de 16 a 18 de março de 2018, pelo Espírito Bezerra de enezes,
 através da mediunidade de Divaldo Pereira Franco. 
(Extraída do Jornal Mundo Espírita, Órgão de divulgação da
Federação Espírita do Paraná, maio/2018)


quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Tribulações


Tribulações

“Também nos gloriamos nas tribulações.” - Paulo. (Romanos, 5:3.)

Comentando Paulo de Tarso os favores recebidos do Plano Superior, com muita propriedade não se esquecia de acrescentar o seu júbilo nas tribulações.

O Cristianismo está repleto de ensinamentos sublimes para todos os tempos.

Muitos aprendizes não lembram o apóstolo da gentilidade senão em seu encontro divino com o Messias, às portas de Damasco, fixando-lhe a transformação sob o hálito renovador de Jesus, e muitos companheiros se lhe dirigem ao coração, mentalizando-lhe a coroa de espírito redimido e de trabalhador glorificado na casa do Pai Celestial.

A palavra do grande operário do Cristo, entretanto, não deixa margem a qualquer dúvida, quanto ao preço que lhe custou a redenção.

Muita vez, reporta-se às dilacerações do caminho, salientando as estações educativas e restauradoras, entre o primeiro clarão da fé e o supremo testemunho. Depois da bênção consoladora que lhe reforma a vida, ei-lo entre açoites, desesperanças e pedradas. Entre a graça de Jesus que lhe fora ao encontro e o esforço que lhe competia efetuar, por reencontrá-lo, são indispensáveis anos pesados de serviço áspero e contínua renunciação.

Reparemos em nós mesmos, à frente da luz evangélica.

Nem todos renascem na Terra com tarefas definidas na autoridade, na eminência social ou no governo do mundo, mas podemos asseverar que todos os discípulos, em qualquer situação ou circunstância, podem dispor de força, posição e controle de si próprios.

Recordemos que a tribulação produz fortaleza e paciência e, em verdade, ninguém encontra o tesouro da experiência, no pântano da ociosidade. É necessário acordar com o dia, seguindo-lhe o curso brilhante de serviço, nas oportunidades de trabalho que ele nos descortina.

A existência terrestre é passagem para a luz eterna. E prosseguir com o Cristo é acompanhar-lhe as pegadas, evitando o desvio insidioso.

No exame, pois, das considerações paulinas, não olvidemos que se Jesus veio até nós, cabe-nos marchar desassombradamente ao encontro dEle, compreendendo que, para isso, o grande serviço de preparação há de ser começado na maravilhosa e desconhecida “terra de nós mesmos”

Mensagem extraída da obra:  Vinha de Luz, capítulo 142,  do Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier (1951)




Reflexão: Nos dias atuais reclama-se a falta de lideranças para a condução da massa humana, que uma parte desgoverna-se pelas trilhas da violência, das viciações, da deslealdade diante das pequenas e das grandes necessidades da sociedade, envergando míseras vitórias, que se desdobarão em obrigações a serem ressarcidas diante da própria consciência.  A outra parte sofre a insegurança, a desconfiança, a incerteza, a desesperança, embora vise a construção do bem, o desejo de superar suas fraquezas, das dificuldades ambientais e circunstanciais.

Vê-se com frequência o apontamento da inexistência de liderança para a condução da juventude, da política, da cultura e outras áreas nestes tempos novos da sociedade. Será verdade? Ou a necessidade de alguém conduzir alguém pelas mãos não ficou para trás. Será que o momento não é de se encontrar a autonomia. O governo de si mesmo?

Paulo de Tarso (o São Paulo) diz: “Também nos gloriamos na tribulação”; o Espírito Emmanuel discorre sobre as dificuldades enfrentadas pelo “apóstolo da gentilidade”, que tinha uma perspectiva espiritual e utilizava das ferramentas deixadas por Jesus, que eram as suas mensagens e as suas exemplificações.

Na trajetória de Paulo, fica claro que ele se governou, se liderou, tendo a mensagem de Jesus como guia, Jesus fisicamente não estava presente, mas a sua mensagem estava presente intensamente na vida desse Apóstolo. Não é diferente nos dias de hoje, se na condição humana ele não lidera, mas a essência de suas lições está presente em toda parte, embora, a sua vivacidade precisa encontrar eco na intimidade da cada criatura. Existe uma miscelânea de religiões, mas a mensagem de Jesus fica apenas no palavrório, conquanto existam exceções, pois, mesmo os fragmentos de fé sincera Deus considera, porque “é amor” e tudo reserva em favor de seus filhos, considerando as mínimas coisas como seus créditos.

“Nem todos renascem na Terra com tarefas definidas na autoridade, na eminência social ou no governo do mundo, mas podemos asseverar que todos os discípulos, em qualquer situação ou circunstância, podem dispor de força, posição e controle de si próprios.”  

O excerto acima, retirado da mensagem inicial, Emmanuel assevera que todos podem em qualquer situação ou circunstância dispor de força, posição e controle de si próprios, o que se compreende governar-se, ou seja, ser líder de si mesmo.

Por que insistir que surjam líderes, se a hora é de trabalho coletivo, onde cada personalidade oferece, ou deveria oferecer, o seu contributo sob a sua própria liderança e a sua autonomia, ora conduzindo ora sendo conduzido dentro de contexto maior que transcende o interesse particularista, sabendo que a harmonia de tudo está na contribuição harmônica de cada um.

No último período do texto do início, o Orientador, faz um registro decisivo:
 “No exame, pois, das considerações paulinas, não olvidemos que se Jesus veio até nós, cabe-nos marchar desassombradamente ao encontro dEle, compreendendo que, para isso, o grande serviço de preparação há de ser começado na maravilhosa e desconhecida “terra de nós mesmos”.”  

Jesus trouxe ao Mundo os ensinamentos necessários para o crescimento espiritual da Humanidade, vez que ele veio para salvar as almas da ignorância, dizendo da perspectiva espiritual depois da vida do corpo, Ele não veio para salvar corpos perecíveis, muito embora, a sua mensagem ensine regras de bem viver, o que melhora em muito, com a sua aplicação, a vida no mundo das formas, isto porque se trata da melhoria espiritual de cada indivíduo, o que significa que a melhoria do espírito reflete onde ele estiver, encarnado ou desencarnado. 

Desassombradamente ir ao encontro de Jesus, o que corresponde a investir-se de suas verdades e vivê-las.  A proximidade com Jesus não ocorre necessariamente indivíduo a indivíduo, mas, sim, através da condição vibratória, de acordo com o estágio evolutivo. Caminhar para Jesus é o aperfeiçoar do Espírito em todos os sentidos. E esse trabalho de abnegação incondicional ocorre na intimidade da alma, no anonimato, -- há de ser começado na maravilhosa e desconhecida “terra de nós mesmos””.  
  
                                                                                                                                             Dorival da Silva

sábado, 28 de julho de 2018

Depois da ressurreição

Depois da ressurreição

Irmão X (Espírito)

Contou-nos um amigo que, logo após a ressurreição do Cristo, houve grande movimentação popular em Jerusalém. O fato corria de boca em boca. Sacerdotes e patriarcas, negociantes e pastores, sapateiros e tecelões discutiam o acontecimento. Em algumas sinagogas, fizeram-se ouvir inflamados oradores, denunciando a “invasão galileia”.
– Imaginem – exclamava um deles da tribuna, diante das tábuas da lei –, imaginem que a mulher mais importante do grupo, a que se encarregou da chamada mensagem de ressurreição, é uma criatura que já foi possuída por sete demônios. Em Magdala, todos a conhecem. Seu nome rasteja no chão. Como aceitar um acontecimento espiritual, através de pessoa desse jaez? Os galileus são velhacos e impostores. Naturalmente cansados da pesca, que lhes rende parcos recursos, atiram-se, em Jerusalém, a uma aventura de imprevisíveis consequências. É indispensável reajustar impressões. Moisés, o maior de todos os profetas, o salvador de nosso povo, morreu no monte Nebo, contemplando a Terra da Promissão sem poder penetrá-la... Por que motivo um filho de carpinteiro, que não foi um doutor da lei, alcançaria semelhante glorificação? Acaso, não foi punido na cruz como vulgar malfeitor? Se os grandes profetas da raça, que se mantêm sepultados em túmulos honrosos, não se fazem ver nos céus, como esperar a divina demonstração de um homem comum, crucificado entre ladrões, na qualidade de embusteiro e mistificador?
A argumentação era sempre ardente e apaixonada.
Na sinagoga em que se congregavam os judeus da Bataneia, outro orador tomava a palavra e criticava, acerbamente:
– Onde chegaremos com a ilusão do regresso dos mortos? Estamos seguramente informados de que o caso do carpinteiro nazareno não passa dum embuste de mau gosto. Soldados e populares viram os pescadores galileus subtraindo o corpo ao túmulo, depois da meia-noite. Em seguida, como é de presumir-se, mandaram uma certa mulher sem classificação começar a farsa no jardim.
E, cerrando os punhos, bradava:
– Os criminosos, porém, pagarão! Serão perseguidos e exterminados! Sofrerão o suplício dos traidores, no átrio do Templo! Apenas lamentamos que José de Arimateia, ilustre homem do Sinédrio, esteja envolvido no desprezível assunto. Infelizmente, o túmulo execrável situa-se em terreno que lhe pertence. Não fora isso, iniciaríamos, hoje mesmo, a lapidação de todos os culpados. Lutaremos contra a mentira, puniremos os que insultam nossas tradições veneráveis, honraremos a lei de Israel!
E as opiniões chocavam-se, em toda parte, como fogos acesos.
Os discípulos, para receberem as visitas espirituais do Mestre e anotar-lhe as sugestões, reuniam-se, secretamente, a portas fechadas. Por vezes, escutavam as chufas e zombarias que vinham de fora; de outras, percebiam o apedrejamento do telhado, circunstâncias que os obrigaram a continuadas modificações. Não fixavam o ponto de serviço. Ora encontravam-se em casa de parentes de Filipe, ora se agrupavam na choupana de uma velha tia de Zebedeu, o pai de João e Tiago.
Num meio tão vasto de intrigas e vaidades sem conta, era necessário esconder a alegria de que se sentiam possuídos, cultivando a verdade ao calor da esperança em épocas melhores.
Simão Pedro e os demais voltaram à Galileia, para “vender o campo e seguir o Mestre”, como diziam na intimidade. Estavam tocados de fervor santo. A ressurreição enchera-lhes a alma de energias sublimes e até então desconhecidas. Que não fariam pelo Mestre ressuscitado? Iriam ao fim do mundo ensinar a Boa Nova, venceriam trevas e espinhos, pertenceriam a Ele para sempre.
Reorganizaram, pois, as atividades materiais e regressaram a Jerusalém, a fim de darem início à nova missão. Instalados na cidade, graças à generosa acolhida de alguns amigos que ofereceram a Simão Pedro o edifício destinado ao começo da obra, consolidou-se o movimento de evangelização.
Os aprendizes, depois do Pentecostes, haviam criado novo ânimo. Suas reuniões íntimas prosseguiam regulares e as assembleias de caráter público efetuavam-se sem impedimento.
As fileiras intermináveis de pobres e infelizes, procedentes dos “vales de imundos”, lhes batiam à porta, recebendo carinhosa atenção e esse espírito de serviço aos filhos do desamparo conquistou-lhes, pouco a pouco, valiosos títulos de respeitabilidade, reduzindo-se, de algum modo, o número dos escarnecedores, compelidos então a silenciar, pelo menos até quando as autoridades favorecessem novas perseguições.
Todavia, continuava o problema da ressurreição. Teria voltado o Cristo? Não teria voltado?
Prosseguiam os atritos da opinião pública, quando algumas pessoas respeitáveis lembraram ao Sinédrio que fosse designada uma comissão de três homens versados na lei, para solucionar a questão junto dos discípulos. Efetuariam um interrogatório e exigiriam provas cabais.
Aprazada a ocasião, houve rebuliço geral. Agravaram-se as divergências e surgiram os mais estranhos pareceres. Por isso, no momento determinado, grande massa popular reunia-se à frente da modesta casa, onde os apóstolos galileus atendiam os sofredores e ensinavam a nova doutrina.
Os três notáveis varões, todos filiados ao farisaísmo intransigente, penetraram a residência humilde, com extrema petulância. E Simão Pedro, humilde, simples e digno, veio recebê-los.
Efetuado o preâmbulo das apresentações, começou o inquérito verbal, observado por dois escribas do Templo. Jacob, filho de Berseba, o chefe do trio, começou a interrogar:
– É verdade que Jesus, o Nazareno, ressuscitou?
– É verdade – confirmou Pedro, em voz firme.
– Quem testemunhou?
– Nós, que o vimos várias vezes, depois da morte.
– Podem provar?
– Sim. Com a nossa dignidade pessoal, na afirmação do que presenciamos.
– Isso não basta – falou rudemente Jacob, sob forte irritação. – Exigimos que o ressuscitado nos apareça.
Pedro sorriu e replicou:
– O inferior não pode determinar ao superior. Somos simples subordinados do Mestre, a serviço de sua infinita bondade.
– Mas não podem provar o fenômeno da ressurreição?
– A fé, a confiança, a certeza, são predicados intransferíveis da alma – aduziu o apóstolo, com humildade. – Somos trabalhadores terrestres e estamos longe de atingir o convívio dos anjos.
Entreolharam-se os três fariseus, com expressão de ira, e Jacob exclamou, trovejante:
– Que recurso nos sugere, então, miserável pescador? Como solucionar o problema que provocaram no espírito do povo?
Simão Pedro, dando mostras de grande tolerância evangélica, manteve imperturbável serenidade e respondeu:
– Apenas conheço um recurso: morram os senhores como o Mestre morreu e vão procurá-lo no outro mundo e ouvir-lhe as explicações. Não sei se possuem bastante dignidade espiritual para merecerem o encontro divino, mas, sem dúvida, é o único meio que posso sugerir.
Calaram-se os notáveis do Sinédrio, sob enorme estupefação. No silêncio da sala, começaram a ecoar os gemidos dos tuberculosos e loucos mantidos lá dentro. Alguém chamava Pedro, com angústia.
O amoroso pescador fitou sem medo os interlocutores e pediu:
– Deem-me licença. Tenho mais que fazer.
Voltou a comissão sem resultado algum, e a discussão continua há quase vinte séculos...

Do livro Lázaro Redivivo, obra mediúnica psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.

Página extraída do endereço:
https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2018/07/depois-da-ressurreicao-irmao-x-espirito.html

quinta-feira, 19 de julho de 2018

Os políticos são deuses?!


Os políticos são deuses?!


Os políticos nascem criança, passam pelas fases naturais da infância, da adolescência e da juventude, vão à escola, muitos cursam a universidade, alguns chegam ao título de doutor em algum segmento do conhecimento. Em grande parte dos que se inclinam para a política partidária desconhecem o tamanho da responsabilidade de que se revestem diante do contingente social. Não falamos da responsabilidade somente diante da Lei Civil e Criminal exaradas nos códigos aprovados pelos próprios políticos. Que as vezes os alcançam ou as vezes não, embora, os desvios que prejudicam severamente os interesses da população, geralmente a mais pobre, nas suas prementes necessidades.

Queremos falar do político como ser espiritual que é como todos os demais seres humanos. A vida do homem político é finita aqui na Terra tanto como dos demais homens. O ser espiritual, que transcende o período material, ou seja, entre o nascer e o túmulo, carrega consigo após a morte física as virtudes e suas alegrias, as (des)virtudes e seus amargores, quanto as alegrias não precisará justifica-las, quanto as mazelas e suas responsabilidades terá que solucioná-las, um dia, quando tiver consciência e forças para essa empreitada, até lá, muito sofrimento terá transcorrido.

A Lei de Deus é justa, permite o livre-arbítrio, o que quer dizer que ele tem a liberdade de plantar (agir) como quiser, no entanto, tem a obrigatoriedade de fazer a colheita dessa lavoura (consequências) em algum tempo, o que poderá ser em vida futura – “há muitos registros sobre isso nas obras básicas e complementares da Doutrina Espírita”. Esse entendimento ficaria melhor se houvesse interesse no estudo de um dos princípios do Espiritismo: A reencarnação.

Assim não fica difícil entender que são Espíritos cuidando de Espíritos, aqui no ambiente experimental (vida cotidiana), todos estão envoltos de células, que compõem os órgãos, os membros e a epiderme e seus atributos, permitindo a manifestação pelos sentidos, tanto quanto a manutenção da vida do corpo celular. Por isso que o desequilíbrio da saúde gera dor em alguma parte do organismo, tanto como dor moral, quando envolve desconforto emocional. A dor física ou moral é sentida pelo Espírito, que tem um corpo, sendo que todas as ocorrências neste reflete naquele e nele perdura por tempo indeterminado, podendo ter continuidade depois da morte do corpo.

Compreendida a razão da vida aqui na Terra, que nada perdura além do atendimento à sua finalidade. Os reinos se renovam permanentemente, nascem crianças todos os dias e morrem pessoas todos os dias, entre o nascer e morrer existe um prazo finito, que ninguém detém seu controle. Para os cargos públicos existem os prazos de duração, as safras agrícolas têm seus tempos, a conservação dos produtos também, os equipamentos eletrônicos, em conta a velocidade de produção dessa indústria atropela todas as possibilidades, o que é o mais moderno em prazo curtíssimo já estará obsoleto, as edificações por mais sólidas que sejam construídas tempo virá que estarão imprestáveis, o que se quer dizer “é que tudo passa”.

Considerando os apontamentos acima, os políticos também passarão, permanecendo as consequências de suas atitudes, as positivas trarão os resultados correspondentes, é o que se espera, as negativas ou omissões não tardarão mostrar as derrocadas e seus desdobramentos danosos, com efeitos incalculáveis, tanto para a sociedade na vida deste Mundo, tanto quanto na vida no Mundo Espiritual.

Na obra: Minutos de Sabedoria, de Carlos Torres Pastorino, capítulo 173, ensina:

              Se você enveredou na senda da política, saiba que não foi por acaso.
               Deus colocou em suas mãos o destino de sua pátria.
               Desperte sua consciência íntima, para assumir essa tremenda responsabilidade.
               Muito lhe foi dado e, por isso, muito lhe será pedido.
               Não deixe que a vaidade e os interesses pessoais o desviem da missão
               que o trouxe ao mundo.
               Conduza a pátria à felicidade e à paz.”

Reflexionando sobre tudo o que se expõe acima, o que analisar no contexto atual de nossa Pátria, com tantos desvios de recursos e aparelhamento de setores do Estado em benefício próprio ou de grupos de interesse por pessoas que se tinha por ilibadas, que desvirtuam a administração pública comprometendo o progresso de um povo, ou seja milhões de Espíritos investidos na matéria para evoluir em todos os aspectos do ser humano, no entanto, estão prejudicados nas coisas básicas como a educação, a saúde, a segurança, a moradia e outras, além de perturbar o equilíbrio moral.

O espírito Emmanuel, mentor de Francisco Cândido Xavier, em sua obra: Vinha de Luz, no capítulo 150, faz análise sobre a “dívida de amor” de um para com o outro, o que serve para reflexão pessoal, principalmente daqueles que exercem atividades coletivas:

Dívida de amor

“Portanto, dai a cada um o que deveis; a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra.” - Paulo. (Romanos, 13:7.)

“O homem comum, todavia, gravitando em torno do próprio “eu”, em clima de egoísmo feroz, cerra os olhos às necessidades dos outros. Esquece-se de que respira no oxigênio do mundo, que se alimenta do mundo e dele recebe o material imprescindível ao aperfeiçoamento e à redenção. A qualquer exigência do campo externo, agasta-se e irrita-se, acreditando-se o credor de todos.

Muitos sabem receber, raros sabem dar.

Por que esquivar-se alguém aos petitórios do fragmento de terra que nos acolhe o espírito? Por que negar respeito ao que comanda, ou atenção ao que necessita?

Resgata os títulos de amor que te prendem a todos os seres e coisas do caminho.

Quanto maior a compreensão de um homem, mais alto é o débito dele para com a Humanidade; quanto mais sábio, mais rico para satisfazer aos impositivos de cooperação no progresso universal.

Não te iludas. Deves sempre alguma coisa ao companheiro de luta, tanto quanto à estrada que pisas despreocupadamente. E quando resgatares as tuas obrigações, caminharás na Terra recebendo o amor e a recompensa de todos.”


Não há como negar a transitoriedade da vida do corpo físico, finda a vida do corpo quem poderá negar que o ser pensante, que somos nós mesmos, agora sem a indumentário celular, não terá continuidade. Isto é de domínio público, se não com o ampliado entendimento como nos coloca a Doutrina Espírita, mas a maioria das religiões ensinam sobre a existência da alma, e que contas de seus atos serão prestadas a um Ser Superior (Deus), somente isto seria o suficiente para acautelar qualquer um de bom senso.

Os políticos não são deuses, porque não vieram de um estado celeste, vieram, sim, do seio da própria sociedade, foram eleitos pelos seus compatriotas. É preciso rever tudo isso, sem o apontamento de culpados, pois, com maior ou menor grau de responsabilidade todos somos culpados, se não diretamente por iniciativas desta vida, certamente de outras em que fomos ativistas ou indiferentes por interesse ou por ignorância. A “dívida é de amor”, como nos indica o mentor Emmanuel, se o mal está presente é porque o amor está ausente, como a Nação não é o resultado e um ou de poucos, mas de todos. Onde estamos e o que oferecemos?

Amar a Pátria é fazer o que é preciso e não o que me atende ou aos meus.  O altruísmo é a ferramenta de conserto. Quem se habilita?

                                                                           Dorival da Silva

domingo, 15 de julho de 2018

Testemunhos à fé

Testemunhos à fé

Jamais te permitas agasalhar a tristeza no teu íntimo, seja qual fora a situação em que te encontres ou a ocorrência que te aflija.
A melancolia é má conselheira por sombrear a razão no teu íntimo.
A existência física é um hino ao progresso e os acidentes de aparente dificuldade que surgem são desafios ao crescimento interior, de que necessitas para a conquista da plenitude.
Permite que os sonhos bons permaneçam contigo, auxiliando-te a sorrir e a confiar no futuro, em vez de deixar-te empurrar para as províncias do desencanto, porque neste momento não se realizaram...
Desse modo, não facultes que se te obscureçam os caminhos a percorrer. São essas situações que proporcionam o amadurecimento psicológico e fomentam a segurança moral e o crescimento íntimo.
Nunca faltarão, no percurso que elegeste para o desenvolvimento ético-moral, esses fatores que aos fracos mais debilitam, aos idealistas desafiam, aos afervorados nos ideias de beleza esmaecem...
Intercambiando contigo por meio de contingências das Leis do Progresso, outros seres, que já se libertaram do corpo, mas não das suas paixões inferiores, comprazem-se em atormentar as criaturas humanas e acercam-se de ti, impondo ideias e conflitos inquietadores.
Alguns estão vinculados às tuas existências transatas, outros se arruinaram durante a existência humana e permanecem ressentidos contigo, porque os molestaste, mas outros, dominados pela inveja ou pelo ódio, formam legiões de inimigos do Bem que não desfrutam e buscam sitiar-te a mente.
Na sua sandice acreditam-se como forças poderosas do Universo, a serviço do atraso moral e das sensações grosseiras.
Vivem e, sentindo-se infelizes, tudo fazem para atormentar os caminhantes da vida de sublimação.
Quando não encontram sintonia direta contigo, sincronizam com outros, frívolos e desditosos, que se voltam contra ti e tentam aturdir-te mediante sutis processos obsessivos de que padecem.
Multiplicam-se os conflitos na Terra por invigilância de ambos os seus habitantes: físicos e espirituais.
Quando abraças um ideal de beleza e de engrandecimento moral e espiritual, despertas, nessas consciências ultrajadas, antipatias e animosidades, desejos de interromper-te a marcha.
Quantas florações de amor emurchecem e morrem ante a ardência de maldades, da crueza de perseguições e da tormentosa inveja de outros companheiros de lutas!
Diariamente, pessoas forradas de bons sentimentos iniciam empreendimentos enobrecedores e logo, em vez de receberem apoio, são excruciadas em perseguições gratuitas.
Algumas, não possuindo resistências morais suficientes, sensíveis à crítica destrutiva, por serem almas sonhadoras e nobres, abandonam a jovem sementeira de amor que morre ou é vencida pelas ervas daninhas...
Não faltam tais críticos de plantão, ociosos e atormentados, que tudo patrulham e de tudo se apropriam, formando a malta de perseguidores.
Arrogam-se como modelos, proclamam a sua liberdade de falar e agir, fiscalizando a dos outros, que tentam proibir e silenciar.
Não os temas, nem lhes consideres as torpes condutas.
Jesus não transitou sem enfrentar-lhes a crueldade, a hipocrisia, mas não lhes deu maior importância.
Permanece irretocável no teu dever, fiel à consciência da fé e aceita o testemunho, agradecendo a Deus.
*
Sempre convém recordar que o mestre não prometeu o reino do mundo material, nem a eloquência ilusória dos louros terrestres.
Ele próprio preferiu a incompreensão, o abandono e a sordidez dos que se lhe fizeram inimigos espontâneos e não desdenhou a cruz, transformando-a de instrumento de punição que era em asas de luz para voar no rumo do Infinito.
Lamentas a incompreensão que se expande nos arraiais da fé que esposas.
Sofres, ante o comportamento esdrúxulo daqueles que se afirmam pertencentes à grei da fraternidade.
Padeces o látego aplicado por mãos que antes afagavam as tuas e surpreendes-te.
Observas o júbilo e a crueza daqueles que te premiam com a difamação e sentes o descoroçoar das forças...
Não te facultes esse luxo, permanecendo fiel ao trabalho que eleva e dignifica.
Não lhes respondas, não os antipatizes na faixa vibratória em que estão. É isso que desejariam para alimentarem o ódio e a perturbação,
Sua ira os consome com rapidez e o seu é o triunfo de Pirro, ante a exaltação do próprio ego que se atribui superioridade aos demais.
Eles passarão, enquanto o Bem prosseguirá iluminando o planeta.
O sentido da existência humana é viver conforme as circunstâncias, tornando-as melhores e ampliando o círculo da alegria e da saúde em todos os seus aspectos.
Quem serve a Jesus não dispõe de tempo para as despesas pessoais, para as refregas do orgulho e a inutilidade.
Testemunha a qualidade do teu ideal mediante o comportamento à hora da refrega, da tempestade.
Não te permitas sofrer em razão dos ataques desferidos contra ti.
Mantém ânimo jovial, recordando que o Espiritismo que amas é luz inapagável, promessa de Jesus que a cumpriu por intermédio de Kardec e dos seus cooperadores de ambos os planos da Vida!
Também eles provaram a perseguição inclemente dos seus contemporâneos e permaneceram fiéis.
*
Na alvorada luminosa da Era Nova, ainda permanecem as sombras teimosas da noite demorada.
Mantém acesa a tua lâmpada de amor, trabalhando e servindo sem cansaço nem inquietação, louvando aquele que te conduz à Vida cercado de carinho.
...E nunca te entristeças com o aguilhão abençoado que te impulsiona ao avanço...
Joanna de Ângelis
 
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão de 19 de fevereiro
de 2018, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador,
Bahia.
Em 26.6.2018.

Esta mensagem foi extraída do sítio Divaldo Franco,
 que poderá ser acessada através do endereço abaixo:
http://www.divaldofranco.com.br/mensagens.php?not=519
 

quinta-feira, 21 de junho de 2018

Procedimentos para afastar os maus espíritos - Parte 2 e final


Especial


por Rogério Coelho


Procedimentos para afastar os maus espíritos - Parte 2 e final
A linguagem dos Espíritos é o verdadeiro critério pelo qual podemos julgá-los

Experimentai se os Espíritos são de Deus. 
(I João, 4:1)

Na sequência, disse São Luís: “Sabeis que a revelação existiu desde os tempos mais remotos, mas foi sempre apropriada ao grau de adiantamento daqueles que a recebiam. Hoje, não é caso mais de vos falar por figuras e por parábolas: deveis receber os nossos ensinamentos de um modo claro, preciso e sem ambiguidade. Mas seria muito cômodo não ter senão que perguntar para ser esclarecido; isso seria, aliás, sair das leis progressivas que presidem ao adiantamento universal. Não estejais, pois, admirados se, para vos deixar o mérito da escolha e do trabalho, e também para vos punir por infrações que podeis cometer contra os nossos conselhos, algumas vezes é permitido a certos Espíritos, ignorantes mais do que mal intencionados, de responderem em qualquer caso às vossas perguntas. Isso, em lugar de ser para vós uma causa de desencorajamento, deve ser um poderoso estímulo para procurar a verdade com ardor. Sede, pois, bem convencidos que, seguindo essa rota, não podeis deixar de chegar a resultados felizes. Sede unidos de coração e de intenção; trabalhai todos; procurai, procurai sempre, e encontrareis”.    
A linguagem dos Espíritos sérios e bons tem um cunho do qual é impossível se equivocar, por pouco que se tenha de tato, de julgamento e do hábito da observação. Os maus Espíritos, por qualquer véu hipócrita que eles cobrem suas torpezas, não podem jamais sustentar seu papel indefinidamente; eles mostram sempre seus verdadeiros projetos por alguma faceta, de outro modo, se sua linguagem fosse sem mácula eles seriam bons Espíritos. A linguagem dos Espíritos é, portanto, o verdadeiro critério pelo qual podemos julgá-los; sendo a linguagem a expressão do pensamento, tem sempre um reflexo das qualidades boas ou más do indivíduo. Não é sempre pela linguagem que nós julgamos os homens que não conhecemos? Se recebeis vinte cartas de vinte pessoas que jamais vistes, é lendo-as que estareis impressionados diversamente? É que, pela qualidade do estilo, pela escolha das expressões, pela natureza dos pensamentos, por certos detalhes mesmos de forma, não reconheceis, naquilo que vos escreveu, um homem bem elevado de um homem grosseiro, um sábio de um ignorante, um orgulhoso de um homem modesto? Ocorre absolutamente o mesmo com os Espíritos: suponde que sejam homens que vos escrevem, e julgai-os do mesmo modo; julgai-os severamente! Os bons Espíritos não se ofendem de modo algum com essa investigação escrupulosa, uma vez que são eles mesmos que no-la recomendam como meio de controle. Sabemos que podemos ser enganados, portanto, nosso primeiro sentimento deve ser o de desconfiança; só os maus Espíritos que procuram nos induzir ao erro podem temer o exame, porque estes, longe de provocá-lo, querem ser acreditados sob palavra.
Desse princípio decorre muito natural e muito logicamente, o meio mais eficaz de afastar os maus Espíritos, e de se premunir contra as suas velhacarias. O homem que não é escutado para de falar; o velhaco que sabe que se está a par do que ele é, não faz tentativas inúteis. Do mesmo modo os Espíritos enganadores abandonam a parte onde veem que nada têm a fazer, e onde não encontram senão pessoas atentas que rejeitam tudo o que lhes pareça suspeito.
Resta-nos, para terminar, passar em revista os principais caracteres que nos revelam a origem das comunicações espíritas:
1. Os Espíritos superiores têm em muitas circunstâncias uma linguagem sempre digna, nobre, elevada, sem mistura com qualquer trivialidade; eles dizem tudo com simplicidade e modéstia, não se vangloriam nunca, não exibem jamais seu saber nem sua posição entre os outros. A dos Espíritos inferiores ou vulgares tem sempre algum reflexo das paixões humanas; toda a expressão que exala a baixeza, a suficiência, a arrogância, a fanfarrice, a acrimônia, é um indício característico de inferioridade, ou de fraude se o Espírito se apresenta sob um nome respeitável e venerado.
2. Os bons Espíritos não dizem senão o que sabem; eles se calam ou confessam sua ignorância sobre o que não sabem. Os maus falam de tudo com segurança, sem se importarem com a verdade. Toda heresia científica notória, todo princípio que choca com a razão e o bom senso, mostra a fraude se o Espírito se dá por um Espírito esclarecido.
3. A linguagem dos Espíritos elevados é sempre idêntica, senão pela forma, ao menos pelo fundo. Os pensamentos são os mesmos, quaisquer que sejam o tempo e o lugar; eles podem ser mais ou menos desenvolvidos segundo as circunstâncias, as necessidades e as facilidades de comunicar, mas não serão contraditórios. Se duas comunicações levando o mesmo nome estão em oposição uma com a outra, uma das duas, evidentemente, é apócrifa, e a verdadeira será aquela onde NADA desminta o caráter conhecido do personagem. Uma comunicação que tenha em todos os pontos o caráter da sublimidade e da elevação, sem nenhuma mácula, é que ela emana de um Espírito elevado, qualquer que seja o seu nome; encerre ela uma mistura de bom e de mau, será de um Espírito comum, se ele se der por aquilo que é: de um patife se enfeitar com um nome que não saiba justificar.
4. Os bons Espíritos nunca mandam; não se impõem: eles aconselham, e, se não são escutados, se retiram. Os maus são imperiosos: dão ordem, e querem ser obedecidos. Todo Espírito que se impõe trai sua origem.
5. Os bons Espíritos não lisonjeiam; eles aprovam quando se faz bem, mas sempre com reserva; os maus dão elogios exagerados, estimulam o orgulho e a vaidade pregando a humildade, e procuram exaltar a importância pessoal daqueles que querem cooptar.
6. Os Espíritos superiores estão acima das puerilidades das formas, em todas as coisas; para eles o pensamento é tudo, a forma nada é. Só os Espíritos vulgares podem ligar importância a certos detalhes incompatíveis com ideias verdadeiramente elevadas. Toda prescrição meticulosa é um sinal de inferioridade e fraude da parte de um Espírito que toma um nome imponente.
7. É necessário desconfiar de nomes bizarros e ridículos que tomam certos Espíritos que querem se impor à credulidade; seria soberanamente absurdo tomar esses nomes a sério.
8. É necessário igualmente desconfiar daqueles que se apresentam, muito facilmente, sob nomes extremamente venerados, e não aceitar suas palavras senão com a maior reserva; é aí sobre- tudo que um controle severo é indispensável, porque, frequentemente trata-se de uma máscara que tomam para fazer crer em pretensas relações íntimas com os Espíritos fora de linha. Por esse meio eles agradam a vaidade, e dele se aproveitam para induzir, frequentemente, a diligências lamentáveis ou ridículas.
9. Os bons Espíritos são muitos escrupulosos sobre os meios que possam aconselhar; eles não têm jamais, em todos os casos, senão um objetivo sério e eminentemente útil. Deve-se, pois, olhar com suspeitas todos aqueles que não tenham esse caráter e maduramente refletir antes de executá-los.
10. Os bons Espíritos não prescrevem senão o bem. Toda máxima, todo conselho que não esteja estritamente conforme pura caridade evangélica não pode ser a obra de bons Espíritos; ocorre o mesmo com toda insinuação malévola tendente a excitar ou entreter sentimentos de ódio, de ciúme ou de egoísmo.
11. Os bons Espíritos não aconselham jamais senão coisas perfeitamente racionais; toda recomendação que se afastasse da direita linha do bom senso das leis imutáveis da Natureza acusa um Espírito limitado e ainda sob a influência de preconceitos terrestres, e, por conseguinte, pouco digno de confiança.
12. Os Espíritos maus, ou simplesmente imperfeitos, se trairiam ainda por sinais materiais com os quais não poderia equivocar-se. Sua ação sobre o médium, algumas vezes, é violenta, e provoca em sua escrita movimentos bruscos e irregulares, uma agitação febril e convulsiva, que contrasta com a calma e a doçura dos bons Espíritos.
13. Outro sinal de sua presença é a obsessão. Os bons Espíritos não obsidiam jamais; os maus se impõem em todos os instantes; é por isso que todo médium deve desconfiar da necessidade irresistível de escrever que se apodera dele nos momentos mais inoportunos. Isso nunca traduz a atitude de um bom Espírito, e não deve a isso ceder.
14. Entre os Espíritos imperfeitos que se misturam às comunicações, há os que se insinuam, por assim dizer, furtivamente, como para fazer uma travessura, mas que se retiram tão facilmente quanto vieram, e isso à primeira intimação; outros, ao contrário, são tenazes, se obstinam junto de um indivíduo, e não cedem senão com o constrangimento e a persistência; apoderam-se dele, subjugam-no fascinam-no a ponto de fazê-lo tomar os mais grosseiros absurdos por coisas admiráveis, felizes quando pessoas de sangue frio conseguem abrir-lhes os olhos, o que não é sempre fácil, porque esses Espíritos têm a arte de inspirar a desconfiança e o distanciamento para quem possa desmascará-los; de onde se segue que se deve ter por suspeito de inferioridade ou má intenção todo Espírito que prescreva o isolamento, o distanciamento de quem possa dar bons conselhos. O amor próprio vem em sua ajuda, porque lhe custa, frequentemente, confessar que foi vítima de mistificação, e reconhecer um velhaco naquele sob cujo patrocínio se glorificava por se colocar. Essa ação do Espírito é independente da faculdade de escrever; na falta da escrita, o Espírito malévolo tem inúmeros meios de agir e de enganar; a escrita é para ele um meio de persuasão, e não uma causa; para o médium, é um meio de se esclarecer.
Passando todas as comunicações espíritas pelo controle das considerações precedentes, se lhes reconhecerá facilmente a origem, e poder-se-á frustrar a malícia dos Espíritos enganadores que não se dirigem senão àqueles que se deixam benevolentemente enganar; se veem que se ajoelha diante de suas palavras, disso aproveitam, como fariam simples mortais; está, pois, em nós provar-lhes que perdem seu tempo. Acrescentamos que, para isso, a prece é um poderoso recurso, por ela chama-se a si a assistência de Deus e dos bons Espíritos, aumenta-se a própria força; mas conhece-se o preceito: ajuda-te e o Céu te ajudará.
Deus quer muito nos assistir, mas com a condição de que façamos, de nossa parte, o que é necessário”. 

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Página extraída da Revista Eletrônica "O Consolador", que poderá ser acessada através do endereço eletrônico acima.