Mostrando postagens com marcador beleza. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador beleza. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Necessário acordar


Necessário acordar

“Desperta, ó tu que dormes, levanta-te dentre os mortos e o Cristo te esclarecerá.” – Paulo. (Efésios, 5:14.)
          Grande número de adventícios ou não aos círculos do Cristianismo acusa fortes dificuldades na compreensão e aplicação dos ensinamentos de Jesus. Alguns encontram obscuridades nos textos, outros perseveram nas questiúnculas literárias. Inquietam-se, protestam e rejeitam o pão divino pelo envoltório humano de que necessitou para preservar-se na Terra.
           Esses amigos, entretanto, não percebem que isto ocorre, porque permanecem dormindo, vítimas de paralisia das faculdades superiores.
           Na maioria das ocasiões, os convites divinos passam por eles, sugestivos e santificantes; todavia, os companheiros distraídos interpretam-nos por cenas sagradas, dignas de louvor, mas depressa relegadas ao esquecimento. O coração não adere, dormitando amortecido, incapaz de analisar e compreender.
A criatura necessita indagar de si mesma o que faz, o que deseja, a que propósitos atende e a que finalidades se destina. Faz-se indispensável examinar-se, emergir da animalidade e erguer-se para senhorear o próprio caminho.
      Grandes massas, supostamente religiosas, vão sendo conduzidas, através das circunstâncias de cada dia, quais fileiras de sonâmbulos inconscientes. Fala-se em Deus, em fé e em espiritualidade, qual se respirassem na estranha atmosfera de escuro pesadelo. Sacudidas pela corrente incessante do rio da vida, rolam no turbilhão dos acontecimentos, enceguecidas, dormentes e semimortas até que despertem e se levantem, através do esforço pessoal, a fim de que o Cristo as esclareça.

Extraída da obra: Pão Nosso, Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, capítulo 68

------------------------------------------------------------------------------------------


O homem que aplica todo o tempo em conquistar coisas materiais e gozar insistentemente do que derivar disto, sem preocupação com as questões espirituais, pode-se afirmar que está dormindo. Não despertou para as finalidades de estar vivendo a experiência do corpo físico.

A conquista e desenvolvimento de bens materiais, todas as construções e os aperfeiçoamentos possíveis são meios de evolução, não restam dúvidas. Busca-se sempre a melhoria da condição de vida, qualificando-se o medicamento, o meio de transporte, a vivenda, o lazer, o esporte, a indústria, o comércio... Certo é que com isso o homem melhora a sua inteligência, aperfeiçoando a tecnologia e suas aplicações.

 
A vida não tem somente essa finalidade de desenvolver as coisas materiais que mais cedo ou mais tarde desaparecerão. Como a própria tecnologia vem mostrando que muitas criações que mal saíram da indústria se encontram superadas por outras, tendo um vida útil curtíssima.

 
Não foge a isso o cultivo excessivo da beleza exterior, cosméticos modernos para todas as finalidades, academias especializadas para melhorar as formas. Conquanto seja dever cuidar do equipamento carnal, para que funcione adequadamente o maior tempo possível e esteja bem apresentável, mas visando a sua utilidade para o trabalho na construção de um Mundo melhor.


Conquanto toda a tecnologia e as modernidades conquistadas pelo homem, não impedem que a experiência da vida física se finde, com a inevitável morte. Depois, o que vem? Nos dias atuais, com a disseminação dos ensinamentos da Doutrina Espírita, que amplia o entendimento da mensagem deixada por Jesus e seus apóstolos, permite antever o que se dará no outro plano da vida, após o cessar das ações orgânicas, a morte.

 
A vida não sofrerá descontinuidade, porque morre somente a máquina de carne que é o instrumento de manifestação da alma enquanto na vida material. Passando para a espiritualidade e a matéria não sendo mais necessária restará apenas o conteúdo que não é material. São os sentimentos, as lembranças, as intenções, enfim são as vibrações resultantes da vida material. É um estado próprio de alma, que corresponde à qualidade dessas vibrações. 
Que qualidade tem? Está feliz, com o sentimento do dever cumprido ou sofrendo a ânsia de atender necessidade que não pode ser atendida, porque era o cultivo da materialidade, do sensualismo e vício.

A mensagem de Jesus leva o homem a entender que a vida na Terra é um momento, porque a vida real e plena é a da espiritualidade. No entanto, é preciso desmaterializar-se e aprimorar-se espiritualmente. Em razão disso é necessário acordar. “Desperta, ó tu que dormes, levanta-te dentre os mortos e o Cristo te esclarecerá.” 


Reflexão a partir de inspiração com base no texto inicial. 

                                                         Dorival da Silva
                     

                         


segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

O fenômeno da morte


O fenômeno da morte

Presente e constante na existência humana, o fenômeno da morte constitui uma fatalidade da qual ninguém consegue eximir-se.
Ocorrendo a cada momento nas células, que também se renovam, ocasião chega em que a anóxia cerebral se encarrega de parar as funções do tronco encefálico, interrompendo a ocorrência biológica da vida física.
Todos os seres que nascem morrem, dando prosseguimento ao milagre da vida em outra dimensão, aquela de onde tudo procede.
O objetivo essencial da existência física, em consequência,  é a construção e a vivências dos valores éticos responsáveis pelo progresso incessante do Espírito até o momento em que alcança a plenitude.
Mesmo nos reinos vegetal e animal, o processo de nascimento e morte obedece à planificação do desenvolvimento evolutivo da essência divina presente em tudo e em toda parte como fundamental manifestação da vida.
Desde quando criado o ser, o deotropismo atrai-o com força dinâmica inescapável...
Ao atingir a fase do instinto, desenham-se-lhe no psiquismo, pelas experiências, os pródromos da razão, passo gigantesco no rumo da angelitude.
Fixar os valores que dignificam e elevam, que o libertam das heranças grosseiras da fase antropológica primitiva, torna-se-lhe, portanto, imposição inevitável que o arrasta no rumo da ascese, que se lhe constitui meta a ser conquistada.
Passo a passo, experiência após vivência, a ânsia de alcançar a paz e a sabedoria estimula-o ao prosseguimento, mesmo quando sob ações penosas do sofrimento, decorrente da desatenção e da rebeldia ante as leis que regem o universo.
Parte integrante do Cosmo, essa unidade minúscula que é o ser humano, à semelhança de uma micropartícula que forma a unidade atômica, deve manter a sua constância sob o comando da consciência lúcida que reflete o estágio em que se encontra.
As ocorrências desastrosas por falta de discernimento, por teimosia dos instintos agressivos, retardam-lhe a marcha, sem dúvida, porém, não impedem que ocorram novas oportunidades vigorosas em provações ou expiações pungitivas que se encarregam de corrigir as anfractuosidades morais e os desvios comportamentais, impondo a conduta correta como a solução adequada para o equilíbrio e o bem-estar.
Viver é automático, porém, bem viver, selecionando as questões que promovem os sentimentos e a inteligência em níveis mais elevados, para a conquista da sabedoria, deve ser o objetivo de máxima importância para todo viajante na indumentária carnal.
Sócrates, totalmente lúcido e decidido a demonstrar a sua grandeza moral em fidelidade a tudo quanto ensinou e viveu, recebeu a morte como um grande bem.
Instado a fugir por Críton, que houvera organizado um plano audacioso com os seus demais amigos, surpreendeu-se e o repreendeu, demonstrando que as leis, mesmo quando injustas, devem ser obedecidas, de modo que a sociedade aprenda a estabelecer códigos de nobreza.
Caso fugisse, evidenciaria que era realmente o que dele diziam os inimigos, especialmente aqueles que o levaram ao tribunal com infâmias grosseiras.
E sofismando a respeito da existência, qual fizeram antes os juízes, anuiu com tranquilidade à sentença infame, demonstrando que a existência física é uma experiência de iluminação e não uma pousada para o prazer infinito.
Buda, de igual maneira, despedindo-se dos discípulos que aguardavam mais informações, a fim de darem continuidade à divulgação dos seus pensamentos, informou que lhes legava o dharma – a ordem universal imutável – e, serenamente abandonado por muitos que antes o assistiam, silenciou a voz e retornou à pátria da imortalidade.
Jesus é o exemplo máximo, porque no auge dos sofrimentos pôde pronunciar frases que assinalariam com vigor a sua despedida, desde o perdão aos crucificadores que não sabiam o que estavam fazendo (Lucas, 23:34), até entregar a mãezinha aos cuidados do discípulo amado e este ao seu carinho (João, 19:26-27), rompendo os laços da consanguinidade terrestre em favor da fraternidade universal.
Foi mais além, dialogando com o ladrão que lhe suplicava ajuda e socorrendo-o com a resposta da sublime esperança da sua entrada no reino dos Céus (Lucas, 23:43), assim que se desvencilhasse das asperezas dos erros, e se cumprisse tudo para quanto viera, num inolvidável silêncio após o tudo consumado(João, 19:30).
Logo mais, porém, retornava em júbilo na madrugada esplendente de sol e de beleza, confirmando a imortalidade e o triunfo da vida sobre contingência material, de modo que os amigos e quantos outros que o viram pudessem superar a injunção corpórea e voar nos rumos do Infinito.
Francisco de Assis, sofrido pela ingratidão de alguns dos melhores companheiros, ferido e maltratado, sem forças nem resistências orgânicas, exauriu-se lentamente, cantando sempre até o último hausto, a ponto de ser censurado por tanta alegria...
Todos aqueles que descobriram a imortalidade enfrentaram o fenômeno da consumpção dos tecidos orgânicos com estoicismo e naturalidade, alegrando-se com o término da tarefa terrestre abraçada, de modo a retornarem vitoriosos ao grande Lar de onde partiram no rumo do planeta terrestre.

*

Reflexiona diariamente a respeito da tua partida em direção à imortalidade, preparando-te, a fim de que não te fixes em interesses mesquinhos retentivos da retaguarda material.
Treina o pensamento em considerações constantes em torno da desencarnação, porquanto ela chegará, talvez, quando menos a esperes.
Se tiveres a felicidade de enfermar por longo prazo, diluindo os liames retentivos do corpo físico, isto será uma bênção.
Mas se fores convocado repentinamente, deixa-te conduzir com alegria, certo de que viverás.
Nada obstante, prepara-te conscientemente para enfrentar esse fenômeno terminal, agradecido ao corpo que te vem servindo de instrumento para a evolução, bem como a tudo quanto te ocorre na atual conjuntura evolutiva.
 
                                                                    Joanna de Ângelis.
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na tarde de
2 de junho de 2014, na residência de Dominique e
Armandine Chéron, em Vitry-sur-Seine, França.
Em 8.12.2014.
A mensagem acima foi copiada do sítio:
http://divaldofranco.com.br/mensagens.php?not=287

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Aprendendo com a Natureza... e com homens especiais

Aprendendo com a Natureza... e com homens especiais



Sandra Borba Pereira

A Natureza é o livro de páginas vivas e eternas.
Emmanuel
(Prefácio - Cartilha da Natureza, Francisco Cândido Xavier, ed. FEB)

Múltiplas são as expressões e relações do homem para com a Natureza: integração, uso, cuidado, inspiração, pesquisa, exploração irresponsável, lições de vida, exemplos, dentre outras.
Ao longo da história filósofos buscaram-lhe os princípios constitutivos; cientistas investigaram-lhe as causalidades efuncionamento para exploração, controle e previdência; religiosos a procuram como refúgio e aprendizado espiritual; artistas a transformam ou a retratam em variadas expressões; escritores e poetas nela encontram fonte de lições e inspirações; homens e mulheres simples a admiram e nela atuam como cenário de lutas pela sobrevivência e manancial de saberes para prosseguirem, adiante, em busca de um melhor viver.
São tantas lições naturais!!!
O sândalo, diz o ditado, perfuma o machado que o fere.
A pérola surge na ostra ferida.
O voo dos gansos é lição de trabalho em equipe.
Montanhas e mares desafiam os homens em seus limites.
A aurora boreal extasia a tantos quantos se banham em suas cores e desenhos.
Em cada lugar, a beleza, a lição, a expressão do Criador.
No grande livro da Natureza Mestra, na região do semiárido nordestino, nos defrontamos com singular árvore denominada pelo escritor Euclides da Cunha como a árvore sagrada do sertão, a saber: o umbuzeiro ou imbuzeiro.
Afirma Marcelino Ribeiro que o umbuzeiro dispõe de mecanismos de tolerância à seca, às rigorosas condições de solos empobrecidos e de clima quente e seco do semiárido brasileiro.(Nota: acesso www.embrapa.br, no dia 16/08/2013)
Sendo uma árvore de pequeno porte, chega até 6m de altura e sua copa larga pode atingir até 15m de largura, proporcionando sombra ao viajor cansado. Mas não é só sombra a sua dádiva. Sua raiz conserva água e, em épocas de grande seca, produz uma espécie de batata que é utilizada como alimento. Tudo a ver com a origem de seu nome, ao tempo do Brasil colonial, da língua tupi-guarani y-mb-u, que significa árvore que dá de beber.
Em nosso Nordeste ouvimos dizer que gente do povo faz uma espécie de canudo e bebe água na raiz do umbuzeiro, que acumula o líquido numa espécie de bacia natural, em épocas de seca.
O umbuzeiro, porém, vai além da sombra e da água. Seu fruto pode ser consumido ao natural ou utilizado em sucos, sorvetes, vitaminas, geleias e na famosa umbuzada, uma espécie de creme (suco batido com leite condensado).
Estando certa feita em Santa Luzia, na Paraíba, após a atividade doutrinária, na residência de Fanda e esposa, fui servida de umbuzada com a seguinte afirmativa: Raul Teixeira adora umbuzada. Guardei isso na memória, após provar o delicioso creme.
O tempo passa e nosso Raul, em novembro de 2011 teve o AVC, do qual se recupera das sequelas, até os dias atuais, num processo testemunhal de coragem e fé em Deus. Estando com ele, recentemente, indaguei sobre seu gosto pela umbuzada ao que me respondeu: Adoro tudo do umbu.
Nos diversos eventos em que temos nos encontrado e fitando-o, longamente, lembrei-me do umbuzeiro e vi que nosso Raul, com sua longa e valiosa folha de serviço, construiu sua reserva e hojebebe na água viva da mensagem do Cristianismo Redivivo, que lhe tem proporcionado compreensão dos mecanismos da Lei Divina, força e estímulo. Bendita raiz do umbuzeiro! Bendita Doutrina Espírita! Em prece suplico a Deus que ele permaneça firme em sua agora silenciosa palestra, mas lutando pela sua recuperação.
Com nosso Raul tenho aprendido a lição da obediência, da resignação e do esforço de servir sempre, em qualquer condição, mas buscando continuamente a melhoria dessas mesmas condições.
Saindo do Nordeste quente e seco, viajamos na imaginação até os Alpes Europeus, continuando a aprender com a Natureza... e com os homens. E aí foi inevitável lembrar que nosso querido baiano, o orador e médium Divaldo Pereira Franco, também tem suas predileções no quesito natureza. Sua flor favorita é edelweiss, o que também confirmei.
Edelweiss, cuja palavra alemã significa branco formoso oubranco nobre, é uma flor que nasce acima dos 1.700m de altitude, de julho a setembro, nos Alpes da França, Iugoslávia, Itália, Áustria e Suíça, sendo inclusive a flor oficial dessas duas últimas nações. É uma linda flor que tem um formato de estrela de pétalas brancas, aveludadas e que possui uma espécie de pelugem que lhe dá longevidade de cerca de 100 anos depois de seca.
São inúmeras as lendas sobre a origem dessa flor, mas é muito significativo o seu simbolismo: honra, resistência, dignidade, fidelidade, amizade, amor. Receber edelweiss de alguém é sinal de amizade ou amor eterno. Daí muitos rapazes escalavam perigosamente as montanhas para entregarem às amadas a floreterna.
Hoje protegida por lei, não corre mais o risco de extinção e seu cultivo também se garante em estufas, mas sem perder o valor simbólico que possui. No Brasil, edelweiss se imortalizou na canção do mesmo nome, do musical The Sound of Music, conhecido entre nós como A Noviça Rebelde.
Divaldo contou-nos que edelweiss é sua flor predileta; que o Espírito Scheilla, através de Chico Xavier materializou várias para ele, em 1964 e que ele as tem guardadas secas, até hoje.
Nosso semeador de estrelas é como edelweiss: honra, resistência, fidelidade e amor ao Cristo tem sido uma demonstração constante em sua vida. A extraordinária obra Mansão do Caminho, completando 61 anos de existência, a rica literatura mediúnica, as milhares de palestras por centenas de cidades do mundo inteiro, a fidelidade a Jesus e a Kardec revelam toda a nobreza de um coração dedicado ao Bem, à autoiluminação, pelos esforços de vivência do amor.
Com ele tenho aprendido a lição da perseverança, da simplicidade, da fidelidade a Deus, da força de vontade, da vivência do Bem. E tenho rogado ao Pai que o fortaleça na estrada numinosa que percorre deixando um rastro de luz para tantos quantos lhe ouvem a palavra e aprendem com o exemplo.
Em O Livro dos Espíritos, questão 626, asseveram os Imortais: estando as leis divinas escritas no livro da Natureza, o homem pôde conhecê-las quando quis procurá-las. Assim, aprender com a Natureza e com os homens que aprendem com a Natureza é exercitar nossa própria essência, é buscar as páginas vivas e eternas grafadas por Deus como sinais de Seu Amor a nos trazer lições, advertências e bênçãos para que nos harmonizemos com Suas Leis.


quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Ponte de misericórdia

Ponte de misericórdia

No báratro das aflições que aturdem o ser humano atormentado pelo consumismo e pelo individualismo, uma ponte de misericórdia existe lançada sobre o abismo escuro, facultando-lhe descortinar abençoadas paisagens transcendentais.

Sentindo-se despojado dos valores da fé, da confiança em Deus e no amor, quase vencido pelas circunstâncias constringentes e desesperadoras, defronta-se com esse inesperado contributo da Divindade que o convida a vencer a distância que o situa em relação à outra margem, a fim de que se lhe atenuem e mesmo desapareçam os fatores de sofrimento.

Passando a compreender a finalidade existencial, adquirindo consciência da própria imortalidade, graças, a essa ponte, renovam-se-lhe o entusiasmo e a alegria de viver por perceber que o sentido psicológico mantenedor da harmonia pode ser alcançado mediante a visão do futuro que o aguarda através da ação superior do bem.

Automaticamente experimenta inusitado desejo de sair do estado de depressão ou de revolta em que se encontra, a fim de cooperar com a sociedade irrequieta na qual se movimenta anelando por paz.

Essa ponte misericordiosa é a mediunidade iluminada pelas contribuições inestimáveis do Espiritismo, que lhe retiram as indumentárias místicas e complexas convencionais, para dar-lhe o exato sentido de vivência dentro dos padrões ético-morais do pensamento de Jesus a serviço de si mesmo, do seu próximo e do progresso geral.

Através da prática saudável dos recursos mediúnicos de que é portador, o indivíduo, que antes se encontrava sob a constrição das forças sombrias da perturbação em si mesmo, assim como das influências negativas impostas pelos Espíritos ignorantes ou perversos, redescobre o bem-estar que o toma suavemente, enquanto se aprimora interiormente, mudando de foco existencial e passando a viver sob novas diretrizes.

Enquanto era instrumento inconsciente dos transtornos psicológicos, alguns dos quais de natureza mediúnica obsessiva, era conduzido pelos terrenos ásperos dos comportamentos doentios e destrutivos.

Identificando-lhes, porém, as causas na própria realidade como autor dos atos que se transformaram em efeitos danosos, recupera-se emocionalmente, adquirindo o equilíbrio que favorece a melhor visão dos objetivos essenciais para a conquista de uma existência ditosa.
Passa, então, a reflexionar em torno do pensamento saudável, propondo-se a linguagem correta e edificante, e o comportamento trabalhado nos ideais de beleza, de harmonia e de fraternidade.

Já não lhe pesam na consciência os fardos das culpas do passado, nem o atormentam as interrogações que pareciam sem respostas, porque compreende que tudo depende exclusivamente da maneira como se conduza, projetando para o porvir, mediante as ações dignificadoras do presente, os resultados da sementeira de bênçãos do momento.
*
A mediunidade é a ponte libertadora através da qual o ser transita no rumo de plenitude espiritual.

Pouquíssimo compreendida, tem sido malsinada por informações destituídas de fundamentos, dentre os quais a assertiva de que todos os médiuns sofrem muito, como se a dor fosse impositivo dessa formosa faculdade.

Sob outro aspecto, existe uma reação psicológica à educação da mediunidade, em razão de as pessoas não desejarem assumir responsabilidades, especialmente em torno da renovação moral e da transformação dos hábitos infelizes, para ser pleno. O anseio imediato é o do prazer sem compromisso nem esforço, como se a finalidade da existência na Terra fosse assinalada por alegrias e gozos, normalmente extenuantes, que se transformam em vícios de consequências funestas.

Ainda sob outro enfoque, pensa-se que a faculdade mediúnica é algo estranho, de caráter mágico, carregada de simbolismos e fetiches para realizações de atos mirabolantes ou miraculosos, com especificidades materiais: casamento, emprego, sorte nos empreendimentos...

Algumas pessoas insensatas, quando se percebem portadoras da sensibilidade mediúnica, esforçam-se por encontrar meios para eliminá-la como se fosse um capricho do organismo que a elabora ao acaso, elegendo aqueles que a devem ou não experienciar.

Meditasse, aquele que assim pensa, em torno da nobre possibilidade de manter contato com o mundo espiritual de onde veio e para onde retornará, e, naturalmente, experimentaria um júbilo imenso, face à certeza da sobrevivência à morte, dando continuidade à vida.

Essa reflexão auxiliaria à conquista de um objetivo psicológico sério para a jornada física, facultando a aplicação das horas no trabalho incessante de autoaprimoramento com a consequente autoiluminação proporcionadora de plenitude.

A confirmação do intercâmbio entre as duas expressões da vida humana – na forma física e fora dela – faculta a descoberta de todo um universo de beleza que se encontra ao alcance de quem o deseje conquistar.

Enfermidades dilaceradoras, físicas, emocionais e mentais seriam evitadas com facilidade, comportamentos extravagantes seriam substituídos pelos de caráter equilibrado, a compreensão da vida se faria de imediato mais sensata e enriquecedora, enquanto o mundo passaria por uma grande renovação em decorrência da conduta dos seus habitantes.

A mediunidade, no entanto, quando relegada ao abandono ou permanece ignorada, torna-se, ainda assim, ponte para aflições e transtornos que dizem respeito ao Espírito endividado que necessita recuperar-se, a fim de prosseguir no seu processo de evolução moral.

Não é, portanto, a mediunidade em si mesma, que responde pelas alegrias ou angústias do seu portador, mas aquele que a possui ostensiva ou natural, de acordo com a direção que lhe oferece.

Inutilmente tentará diluir essa ponte parafísica da sua constituição orgânica, o homem ou a mulher que pretenda seguir em tranquilidade sendo-lhe possuidor.

Bênção dos céus à disposição dos transeuntes da Terra, a mediunidade deve ser vivenciada com carinho e respeito, oferecendo a todos quantos sintam de alguma forma a presença dos Espíritos,conforme esclareceu Allan Kardec, a excelente alavanca para o próprio progresso e redenção moral.

*

Jesus, que é o exemplo máximo de que dispõe a humanidade para encontrar a felicidade plena, prossegue na condição de Médium de Deus, tornando o Pai conhecido de todos os Seus filhos, através das inconfundíveis lições de amor e de misericórdia que a todos são ofertadas.

Seguir-Lhe o exemplo, a fim de alcançar o mediumato, é a opção correta de todos aqueles que dispõem da abençoada ponte de misericórdia.


Joanna de Ângelis
Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco,
na tarde de 31 de maio de 2013, na residência de Josef Jackulak,
em Viena. Áustria.
Em 25.7.2013.




 Mensagem extraída do endereço:

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Culpa, arrependimento e reparação sob a ótica espírita - II


Especial Inglês Espanhol
Ano 6 - N° 280 - 30 de Setembro de 2012

CLAUDIA GELERNTER
claudiagelernter@uol.com.br
Vinhedo, SP (Brasil)
 

Claudia Gelernter

Culpa, arrependimento e reparação sob a ótica espírita

Parte 2 e final 

Hoje, a questão da culpa tornou-se ainda mais abrangente, de acordo com a ideologia vigente. No capitalismo, somos culpados se não juntamos capital. O fracasso consiste em não ser sucesso nos negócios, nos estudos, na empresa, no consumo. Para as mulheres, mais que isso: fracassadas são as que não conseguem manter o padrão de beleza das modelos magérrimas das passarelas.
Jean-Yeves Leloup, o padre francês, autor do livro “Normose, a Patologia da Normalidade”, criou um conceito bastante interessante para definir o contexto atual. Chamou de “normose” tudo o que é aceito socialmente como sendo algo normal, mas que, no entanto, causa sofrimento, patologias e até mesmo a morte.
As relações fluidas, o consumo exacerbado, a busca pelo padrão de beleza ideal, pelo sucesso, pelo poder etc., faz com que boa parcela da população sofra, gerando sintomas de difícil solução. Somos culpados por não conseguirmos atingir a meta proposta, dentro desse padrão de normose atual. E, buscando encobrir a culpa, usamos máscaras sociais que nos fazem parecer. Parecemos não errar, parecemos ter, parecemos ser. Mas só parecemos. Todos erramos, nada possuímos [uma vez que tudo pertence a Deus e pode nos ser retirado a qualquer momento] e, nesse caminho, nem sequer temos conhecimento de quem realmente somos.
Salientamos ainda que, se por um lado temos a questão da culpa como produto social, não é menos verdadeiro que temos tido contato, há mais de dois mil anos, com outras formas de pensamento que nos trazem reflexões sobre a situação do apego à matéria e o descaso com as questões do Espírito. Portanto, embora mergulhados numa ideologia marcante e opressora, não nos faltam opções filosóficas e religiosas neste contexto para que possamos analisar nosso modo de ser e agir no mundo e suas possíveis consequências.
O remorso como mecanismo de autopunição 
Culpa é a consciência de um erro cometido através de um ato que provocou algum prejuízo [seja material ou moral] a si mesmo ou a outrem. A consciência do erro traz-nos sofrimento. E tal sentimento pode ser vivenciado de duas formas: saudável ou patologicamente.
Chamaremos de culpa saudável aquela que nos leva ao arrependimento sincero e que, embora revestida de dor, impulsiona o ser à reparação.
Na origem da palavra, arrependimento quer dizer mudança de atitude, ou seja, atitude contrária, ou oposta, àquela tomada anteriormente. Ela origina-se do grego metanoia (meta=mudança, noia=mente). Arrependimento quer dizer, portanto, mudança de mentalidade.
Temos, então, no processo saudável, primeiro o diagnóstico do erro. Sem este, impossível seguirmos adiante sem acumularmos mais débitos. Pessoas que se mantêm com a consciência adormecida, ao acordar, resgatam dores maiores, acumuladas devido à cegueira espiritual em que se comprazem. Importante ressaltar que nenhum filho está à margem do Amor do Pai Celestial. Todos temos, em diversas oportunidades e em variados contextos, contato com as verdades do Mundo Maior. Preciso é que a boa vontade surja no cenário, sob risco de ficarmos derrapando na estrada evolutiva além do necessário, colhendo dores tardias. É preciso que exista o arrependimento sincero. Ou seja, a mudança de mentalidade.
Diagnosticamos o erro e não desejamos mais praticá-lo. Contudo, não ficaremos apenas na luta pela não repetição do mal cometido, sentindo a dor da expiação [a dor sentida pela dor causada]. Iremos além: no terceiro [e imprescindível] passo, seguiremos em direção à reparação.
Allan Kardec, no livro O Céu e o Inferno, no código penal da vida futura, afirma que "o arrependimento, conquanto seja o primeiro passo para a regeneração, não basta por si só; são precisas a expiação e a reparação. (...) Arrependimento, expiação e reparação constituem, portanto, as três condições necessárias para apagar os traços de uma falta e suas consequências".
Na culpa patológica temos, como resultado, apenas o remorso, num pensamento em circuito fechado, no qual o ser acredita [erroneamente] que, ao sentir a dor repetida, está pagando pelo mal cometido e resgatando seus débitos. Triste ilusão, em que a pessoa que sofre mantém-se num monodeísmo, autoflagelando-se, sem conseguir libertar-se ou evoluir. Trata-se aqui de um processo de congelamento evolutivo, uma trava psicológica que leva a sérias patologias da mente e do corpo se não percebidas e alteradas em pouco tempo.
No remorso o sujeito enclausura-se em sua dor, lamentando-se, acreditando não ser merecedor de nada bom, desistindo de lutar, de reparar para libertar-se. Não consegue perceber a função do erro e da dor na evolução de si próprio, estagnando em águas tormentosas, num continuo sofrer sem sentido. O remorso o faz sofrer, mas não o liberta. A pessoa fica acomodada na queixa e na lamentação. Mais amadurecida psicologicamente, avançaria pelo caminho do autoperdão e seguiria em direção à reparação.  
Muitas vidas e a culpa inconsciente 
Com o advento da Doutrina Espírita, adquirimos conhecimentos importantes, tais como o da reencarnação. Aprendemos, através dela, que experimentamos existências sucessivas, num continuum evolutivo, em que as experiências surgem como ferramentas preciosas, impulsionando o ser à melhoria constante. Nesse processo, a dor pode ser comparada com o advento da febre no vaso orgânico, que assinala algum problema infeccioso que deve ser diagnosticado para que possa ser tratado. Na alma, a dor tem o importante papel de nos alertar sobre algo moral que não vai bem.
Precisamos sair da postura persecutória em que frequentemente nos alojamos, analisando a dor como uma inimiga. Muito ao contrário, ela deve ser vista como oportunidade de conhecimento, de entendimento de nós mesmos, para uma possível melhoria íntima real.
O que acontece é que, viciados nesse ‘mal sofrer’, seguimos acumulando remorsos, distantes ainda do objetivo maior, que é o de aprender com os erros, reparando-os e seguindo adiante, libertos.
Vamos acumulando no psiquismo inconsciente emoções relacionadas à culpa patológica, carregando, em existências posteriores, problemas de difícil solução. Síndromes neuróticas podem estar intimamente ligadas a essas lembranças pretéritas, porém não acessíveis à consciência. Por exemplo: o medo terrível que algumas pessoas apresentam de estar em posição de comando podem refletir erros do passado, quando precisaram lidar com a experiência do poder e faliram, devido à sua personalidade arrogante, abusiva ou intempestiva.
A Doutrina Espírita auxilia-nos sobremaneira na compreensão de todo esse processo, pois nos revela a anterioridade do Ser, onde muitas vezes está a gênese dos desequilíbrios do hoje. Passamos a nos compreender como senhores de nossas ações e tendemos, portanto, à mudança, libertando-nos do remorso patológico e aprendendo a viver com mais responsabilidade. 
E os que acabam de chegar ao Espiritismo? 
Outro ponto que gostaríamos de citar é sobre os neófitos, os que chegam à Doutrina Espírita e começam a beber em suas fontes. Logo percebem a grandiosidade da mensagem reveladora e em muitos casos assustam-se e se esquivam de saber mais, amedrontados com a possibilidade de nunca conseguirem realizar seus ensinamentos.
Outros, que persistem um pouco mais, mas que ainda não compreenderam a mensagem em toda a sua extensão, iniciam um processo autopunitivo complexo, sofrendo demasiadamente a dor oriunda de seu passado complicado.
Um exemplo: pessoas que fazem uso de drogas [mesmo as chamadas lícitas], ao aprenderem o que ocorre com o corpo espiritual [perispírito], podem passar a sentir tremendas dificuldades íntimas.
É preciso que se saiba que não importa o tamanho do problema ou do erro, mas nosso empenho sadio nas escolhas do hoje que redundarão num futuro diferente.
Não temos mais controle sobre o que já fizemos. Isso é passado. Mas podemos controlar o nosso próprio futuro e isso realmente depende de nós.
Os erros nos ajudam sobremaneira na compreensão sobre os novos caminhos que devem ser trilhados. São importantíssimos para nossa evolução. Não farão sentido para nós determinadas escolhas se não soubermos o porquê delas. A fé precisa ser raciocinada. Devemos saber por que precisamos mudar, como mudar e quando mudar. E mesmo que não consigamos nos reformar em determinados aspectos, o que aprendemos é que precisamos tornar a tentar, tornar a tentar e tornar a tentar... setenta vezes sete vezes, se preciso for...
E se não tivermos a oportunidade de reparar o mal que fizemos com determinada pessoa, diretamente?
Busquemos não repetir o erro e amemos muito. Disse o apóstolo Pedro que “O amor cobre uma multidão de pecados” (I Pedro, 4:8). É isso.
Recordemos que do erro de Rousseau e de Maria de Magdala surgiram frutos maravilhosos. Embora sem conseguirem uma reparação direta com os prejudicados ainda naquela encarnação [no caso de Rousseau, os cinco filhos por ele abandonados], ambos optaram pelo exercício do amor desinteressado e com isso nos deixaram um belíssimo e importante legado que, se observado e levado a efeito, ajuda-nos em nossa caminhada, libertando-nos do remorso, impulsionando-nos ao acerto, ao bom caminho, conforme já nos indicava, há dois mil anos, Jesus, o Mestre por excelência.
E mesmo que tenhamos de aguardar um tempo maior para conseguirmos oportunidade de reparação direta, não tenhamos dúvida de que, fortalecidos pelo amor em ação, conseguiremos ultrapassar barreiras íntimas, tornando-nos, por fim, benfeitores não apenas destes, mas de muitos outros que cruzarem os nossos caminhos. 

Referências bibliográficas: 
LELOUP: J. Y; WEILL, P.; CREMA, R. Normose: a patologia da normalidade. São Paulo, Thot, 1997.  
KARDEC, A. O Céu e o Inferno, Código da Vida Futura, p.94, Tradução de Manuel Justiniano Quintão, 42ª edição; FEB; Rio de Janeiro, 1998. 
___________O Livro dos Espíritos, 1ª edição comemorativa do sesquicentenário, Tradução de Evandro Noleto Bezerra, FEB, Rio de Janeiro, 2006. 
ROUSSEAU, J.J.; Emílio ou Da Educação; tradução Roberto Leal Ferreira, 3ª edição, São Paulo, Martins Fontes, 2004. 
WEBER, Max. A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo. São Paulo, Martin Claret. 4ª edição, 2001. 
XAVIER, F.C.; Boa Nova, capítulo Maria de Magdala, pelo Espírito Humberto de Campos; FEB; 3ª edição, Rio de Janeiro, 2008.

Página extraída da Revista Eletrônica "O Consolador", no endereço:
http://www.oconsolador.com.br/ano6/280/especial.html

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Vírus destruidor

Vírus destruidor

A intriga é semelhante a um vírus destruidor que se multiplica rapidamente, aniquilando a organização de que se nutre.
Imiscui-se sutilmente e prolifera com volúpia, irradiando a sua morbidez devastadora.
Com facilidade transfere-se de uma para outra vítima, conseguindo gerar o ambiente pestífero que lhe é próprio.
O intrigante, por sua vez, é enfermo da alma, portando graves distúrbios emocionais e morais.
É invejoso, e transfere-se da conduta deplorável que lhe é característica para a das acusações perniciosas; é portador de complexo de inferioridade, mantendo sentimentos competitivos com os demais, e porque não possui os requisitos hábeis para vencer, oculta-se na intriga, mediante a qual denigre aquele de quem se faz opositor; é perverso, porque respira mágoas a respeito do seu próximo, que procura anular através das covardes assacadilhas...
Urde planos nefastos e mascara-se com sorrisos pérfidos com que engana as suas vítimas, enquanto as combate com ferocidade.
Sempre armados, a sua imaginação corrompe tudo quanto ouve e vê, adaptando à vérmina que traz no pensamento. Ninguém se livra da intriga insidiosa e cruel.
São célebres na História da Humanidade as intrigas palacianas...
Nas cortes, onde a frivolidade e o ócio predominavam, as intrigas no passado, assim como no presente, têm sido o alimento mantenedor dos parasitas morais que as constituem.
Quase todas as criaturas têm sido abaladas pela insídia da sua maldade, derrubando potentados e afastando pessoas nobres da execução dos seus elevados ideais.
Tronos são derruídos pela insídia da intriga; reis e potestades tombam nas malhas que as asfixiam.
A intriga é irmão gêmea da traição que se homizia no âmago dos Espíritos infelizes.
Todo grupamento social, político, acadêmico, popular, religioso, cultural ou de trabalho e de lazer, é vítima dos profissionais da intriga, neles integrados com os nefandos objetivos de os desagregar.
...E a intritga campeia a soldo da insegurança, da imaturidade psicológica das criaturas humanas.
O intrigante é instrumento dócil das Trevas que pretendem manter a sociedade na ignorância, no atraso moral, a fim de nutrir-se das emanações humanas que vampirizam.
Movimenta-se com facilidade porque é pusilânime, tornando-se hoje amigo daquele que no passado feriu, e assim, sucessivamente, em relação às pessoas que, no futuro, serão suas vítimas.
Alegra-se ao ver os distúrbios que provoca sem deixar-se trair, sorrindo de prazer ante as injunções penosas que a sua conduta reprochável dá lugar.
Encontra-se em toda parte, por constituir larga fatia da sociedade inditosa que se compraz na maledicência, nas observações distorcidas...
São necessários antídotos vigorosos para sanar essa epidemia ou muita água em forma de paciência e compaixão para apagar os incêndios morais que provoca.
A intriga é semelhante a cupim que destrói a fonte de onde retira o alimento, sem deixar vestígios externos, até o momento em que se desorganizam as estruturas nas quais se refugia.
*   *   *
Fecha os ouvidos à persuasiva palavra simulada do intrigante, que te escolhe para a catarse da própria desdita.
Não passes adiante a informação infeliz que ele te transmite com o objetivo de envenenar-te o que, invariavelmente, consegue.
Abafa a intriga que te chega ao conhecimento no poderoso algodão do silêncio e da dignidade.
Desarma-te, em relação ao teu irmão, adquire autoconfiança e autoconsciência, que te instrumentalizam para não aceitares a morbidez da intriga destruidora.
Mesmo no colégio galileu, a intriga e o ciúme campeavam, culminando na traição de Judas e em negação de Pedro em referência a Jesus, que sempre os amou.
Sê fiel ao teu ideal, mantendo lealdade com relação àqueles que constituem a tua família biológica, quanto a espiritual.
Não agasalhes informações nefastas, deixando-te contaminar pelo morbo sempre ativo da intriga.
Respeita a concha dos teus ouvidos, preservando-a da intriga e dignifica a tua voz não a propagando, dessa maneira deixando-a diluir-se no oceano da tua conduta moral.
Aqueles que se permitem criar embaraços ao seu próximo, acusando-os, indevidamente, tecendo as redes das informações malsãs,  vigiando-os de forma implacável, empurrando-os na direção do abismo do desânimo e do sofrimento, tornam-se responsáveis pelo mal que lhes venha acontecer.
São as mãos invisíveis que os asfixiam e as forças infelizes que os comprimem, derrubando-os pelo caminho da evolução.
Se alguém, por acaso, não corresponde à tua confiança, nem retribui o teu comportamento sadio, não te aflijas, porque o infeliz é ele que, ingrato, não é capaz de compreender a beleza nem o significado da amizade legítima.
Em qualquer circunstância, sê aquele que vive com elevação e honradez, a fim de que longos e saudáveis sejam os teus dias na viagem abençoada pela Terra.
Divulga o bem e canta a glória da afeição pura, entronizando na mente e na emoção, os valores da alegria defluente dos deveres retamente cumpridos.
Embora aceito pelos frívolos, o intrigante é detestado e temido por todos, que lhe conhecem o caráter e percebem que, de um para outro momento, poderão ser-lhes vítimas também.
O que fazem com os outros, certamente farão contigo, sem compaixão.
*   *   *
Jesus recomendou a vigilância e a oração como terapia preventiva e curadora, para uma existência digna e feliz.
Vigia as nascentes do coração para que nelas brote a água lustral do amor que se expande, enquanto orarás, arando com os tratores da caridade, os solos humanos que a vida te oferece.
Intriga, jamais!
Joanna de Angelis
Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica
da noite de 10 de setembro de 2012, no Centro Espírita Caminho da Redenção,
em Salvador, Bahia.
Em 24.09.2012.

Mensagem extraída do sítio: http://www.divaldofranco.com/mensagens.php?not=301

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Síndrome do Pânico

Síndrome do Pânico

Entre os transtornos de comportamento que tomam conta da sociedade hodierna, com enormes prejuízos para a saúde do indivíduo e da comunidade geral, a síndrome do pânico apresenta-se, cada vez, mais generalizada.

Vários fatores endógenos e exógenos contribuem para esse distúrbio que afeta grande e crescente número de vítimas, especialmente a partir dos vinte anos de idade, embora possa ocorrer em qualquer período da existência humana.

A descarga de adrenalina, avançando pela corrente sanguínea até o cérebro no ser humano, produz-lhe o surto que pode ser de breve ou de larga duração.

Trata-se de um problema sério que merece tratamento especializado, tanto na área da psicologia quanto da psiquiatria, mediante os recursos psicoterapêuticos a serem aplicados, assim como os medicamentos específicos usados para a regularização da serotonina e de outros neurocomunicadores.

No momento em que ocorre o surto, o sofrimento do paciente pode alcançar níveis quase insuportáveis de ansiedade, de desespero e de terror. Nada obstante, o fenômeno, invariavelmente, é de breve duração, com as exceções compreensíveis.

Podem ocorrer poucas vezes, o que não constitui um problema de saúde, mas, normalmente é recorrente, portanto, necessitado de tratamento.

Graças aos avanços da ciência médica, nas áreas das doutrinas psicológicas, o mal pode ser debelado com assistência cuidadosa e tranquila.

No entanto, casos existem que não cedem ante o tratamento específico, ao qual o paciente é submetido, dando lugar a preocupações mais sérias.

Sucede que, em todo problema na área da saúde ou do comportamento humano, o enfermo é sempre o Espírito que se encontra em processo de recuperação do seu passado delituoso, experienciando as consequências das ações infelizes que se permitiu praticar antes do berço atual.

Renascendo com a culpa insculpida nos tecidos sutis do ser, temores e inquietações aparentemente injustificáveis, surgem de inopino, expressando-se como leves surtos do pânico.

Em consequência, por haver gerado animosidade e ressentimento, as suas vítimas, que o não desculparam pelas atitudes perversas que lhe padeceram, retornam pelo impositivo das afinidades psíquicas e morais, estabelecendo conúbios de vingança por intermédio das obsessões.

O número de pessoas em sofrimento sob os acúleos das obsessões produzidas por desencarnados é muito maior do que parece.

É natural, portanto que, nesses casos, a terapêutica aplicada mais eficaz não resulte nos propósitos desejados, tais sejam, a cura, o bem-estar do paciente...

Torna-se urgente o estudo mais cuidadoso da fenomenologia mediúnica, das interferências dos Espíritos nas existências humanas, a fim de serem melhor compreendidos os distúrbios psicopatológicos, dessa maneira, facultando-se existências saudáveis e comportamentos equilibrados.


*   *   *

Anteriormente confundido com a depressão, o distúrbio do pânico foi estudado mais detidamente e, após serem analisadas todas as síndromes, foi reclassificado, a partir de 1970, como sendo um transtorno específico, recebendo orientação psicoterapêutica de segurança.

Pode acontecer que, num surto do distúrbio do pânico, de natureza fisiológica, os inimigos espirituais do paciente aproveitem-se do desequilíbrio emocional do seu adversário e invistam agressivamente, acoplando-se-lhe no perispírito e produzindo, simultaneamente, a indução obsessiva.

Trata-se, portanto, de uma problemática mais severa porque são dois distúrbios simultâneos, que exigem mais acurada atenção.

Nesse sentido, a psicoterapia espírita oferece recursos valiosos para a recuperação da saúde do enfermo.

Concomitante ao tratamento especializado na área da medicina, as contribuições fluídicas, mediante os passes, a água magnetizada ou fluidificada, as leituras edificantes e a meditação, a prece ungida de amor e de humildade, os socorros desobsessivos em reuniões especializadas, sem a presença do paciente, oferecem os benefícios de que necessita.

Face ao débito moral ante as Leis da Vida, é indispensável que o padecente recupere-se espiritualmente, por meio da vontade para alterar a conduta para melhor, envidando esforços para sensibilizar a sua vítima antiga, afastando-a através da paciência, da compaixão e da solidariedade.

O distúrbio do pânico é transtorno cruel, porque durante o surto pode induzir o paciente ao suicídio, conforme sucede com relativa frequência, em razão do desespero que toma conta da emoção do mesmo.

O hábito da oração e o recurso das ações em favor do próximo em sofrimento constituem uma admirável medicação preventiva às investidas dos Espíritos inferiores, equilibrando as neurotransmissões e facultando a manutenção da harmonia possível.

A reencarnação é, graças a isso, o abençoado caminho educativo para o Espírito que, em cada etapa, desenvolve os tesouros sublimes da inteligência e da emoção, da beleza e do progresso, avançando com segurança na conquista da plenitude que a todos está reservada.

As enfermidades, especialmente as de caráter emocional e psiquiátrico constituem, assim como outras orgânicas de variadas expressões, desde as degenerescências genéticas até as de caráter infeccioso, os métodos educativos e reeducativos para o discípulo da Verdade.

A cada erro cometido tem lugar uma nova experiência corretiva, de forma que a consciência individual, em se harmonizando, possa sintonizar com a Consciência Cósmica, numa sinfonia de incomparável beleza.

Somente, portanto, existem as doenças porque permanecem enfermos em si mesmo os Espíritos devedores.


*   *   *

Seja qual for a situação em que te encontres na Terra, abençoa a existência, conforme se te apresente.

Se dispões de saúde e desfrutas de bem-estar, multiplica os dons da bondade e serve, esparzindo alegria, sem o desperdício do tempo em frivolidades e comprometimentos perturbadores.

Se te encontras enjaulado em qualquer forma de sofrimento, bendize o cárcere que te impede piorar a situação evolutiva, evitando que novamente derrapes nos desaires e alucinações.

O corpo é uma dádiva superior que Deus concede a todos os infratores, a fim de que logrem a superação da argamassa celular para cantar as glórias imarcescíveis do Amor completamente livre.
Joanna de Ângelis
Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, na
manhã do dia 30 de outubro de 2012, em Sydney, Austrália.
Em 9.11.2012.
Extraída do endereço: http://www.divaldofranco.com/mensagens.php?not=305 

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Comunhão com o mais Além



Nos dias mais tumultuosos da atividade cristã, durante as perseguições iniciadas por Saulo e pelo Sinédrio, assim como aquelas desencadeadas mais tarde pelos imperadores romanos, a comunhão com o Mais Além constituiu o estímulo e fortalecimento da fé, para que os apóstolos e mártires pudessem enfrentar os inimigos comuns, dominados pela coragem e pelo arrebatamento espiritual.
As incomparáveis comunicações dos Espíritos com os trabalhadores da seara de Jesus vitalizavam-nos, oferecendo-lhes o divino pábulo para que não desfalecessem no turbilhão dos ódios desenfreados que lhes arrebatavam tudo, humilhando-os, afligindo-os e roubando-lhes as vidas mediante a urdidura de planos nefandos.
A tirania farisaica era hábil em criar situações persecutórias, refinando sempre os métodos de antagonismo através das infindáveis arengas com que envolviam a lei mosaica de tal forma que ninguém, tornado sua vítima, conseguia fugir às injunções cruéis que promovia. Dessa inesgotável e generosa fonte da imortalidade jorrava a água lustral e cristalina que dessedentava as vítimas e as sustentava antes e durante os testemunhos vigorosos.
Os métodos insanos das bastonadas e chibatadas, dos ferimentos nos lábios e na face,  logo seguidos do apedrejamento até a morte, quando não era utilizada a cruz de vergonha e de supremo desprezo pela vida dos outros, sempre se caracterizavam pela absoluta ausência de compaixão, de misericórdia, de respeito, demonstrando a ferocidade maldisfarçada pelas vestes impecáveis e pela conduta de gestos medidos...
Os romanos, por sua vez, eram específicos em punições perversas em que dilaceravam as vítimas ou as queimavam com o azeite fervente, com ferros em brasa, em combates com as feras, com os centuriões ou simplesmente os martirizavam nos espetáculos burlescos, disfarçados de teatro do horror, em que padeciam cruelmente na representação de irônicas peças mitológicas da tragédia ancestral...
Infelizmente, o ser humano sempre descobre métodos bárbaros para afligir as demais criaturas, atingindo supremos níveis de bestialidade que é despertada de maneira rápida e por qualquer pequena faísca de ira que se converte em ódio.
Surpreende a qualquer estudioso dos espetáculos circenses e das infames perseguições contra os discípulos de Jesus, a coragem com que enfrentavam o martírio, muitas vezes cantando, sem o menor rancor pelos seus insensíveis algozes, o que mais os exasperavam...
Essa força desconhecida provinha do Mestre amado e da certeza do valor das Suas promessas, bem como da presença dos Espíritos amigos e protetores que os assistiam, infundindo-lhes ânimo sempre novo e vitalidade desconhecida.
Quanto mais terríveis eram as tenazes com que tentavam silenciá-los, mais altivez e dignidade revestiam as vítimas das cruentas injunções.
Esses inexcedíveis amigos desencarnados rociavam com a sua ternura as ardências das dores acerbas, lenindo os sentimentos dos valorosos servidores transformados em réprobos, fazendo que as suas existências fossem o testemunho ímpar da sua crença libertadora.
*   *   *
Em todas as épocas da humanidade sempre foram ouvidas as vozes do Além-túmulo, confirmando a sobrevivência da vida ao fenômeno desagregador da morte biológica. Foram os imortais que comunicaram ao mundo físico a sobrevivência em inequívocos testemunhos da imortalidade.
Suas vozes claras e dignificantes ressoaram do túmulo convidando os demais seres humanos a reflexionar em torno dos seus ensinamentos, ora em forma de cantos de sublime beleza, noutros momentos em informações complexas e verdadeiras, mas também mediante os graves distúrbios obsessivos que esmagavam os deambulantes carnais.
Constituindo a população pulsante do Universo, os Espíritos, no Cristianismo, têm sido a força viva e atuante ao lado dos seus irmãos da retaguarda material deles necessitados.
Jesus dialogou com alguns, apresentassem-se na condição de vampirizadores das energias das suas vítimas, ou vingadores das ofensas sofridas e não desculpadas ao longo do tempo, de igual maneira com o inesquecível legislador Moisés e o profeta Elias no memorável fenômeno da transfiguração, quando esses O reverenciaram...
Foram, no entanto, a Sua ressurreição gloriosa e a Sua convivência com os discípulos, que assinalaram de maneira explícita e grandiosa o intercâmbio espiritual que o Espiritismo adota na vivência dos seus postulados, ensinados pelos próprios mentores e guias da sociedade.
Mediante esse intercâmbio de bênçãos reformulam-se conceitos existenciais, abrem-se espaços para a esperança e a certeza da continuidade do amor além dos limites orgânicos e para a felicidade sem jaça após o portal de cinza e de lama da sepultura.
Por isso, as células cristãs do Espiritismo sempre terão nas comunicações espirituais, a fonte geradora de luz da imortalidade, para diminuir as sombras do caminho evolutivo, para a sustentação do ânimo dos seus membros, para o encorajamento ao trabalho, quando o desfalecimento ameace ou as perseguições, que prosseguem sob outros aspectos, atemorizem os corações menos fortalecidos.
Jamais faltam o convívio com os imortais, as claridades da sua sabedoria, a presença estimuladora, o doce encantamento das suas vozes, sustentando as forças combalidas ou não dos transeuntes terrestres.
A caridade deles para com os seus irmãos reencarnados é imensa, estando sempre às ordens, testemunhando-lhes fidelidade e amor, a fim de que todos possam alcançar os altiplanos da espiritualidade em clima de festa de corações e arrebatamento das emoções superiores.
Por sua vez, sustentados pela mágica assistência desses anjos tutelares, os lidadores do bem terão mais encantamento para seguir adiante, assinalando a sua passagem na Terra em sombras com as estrelas luminosas da sua bondade e da afeição a todos os seres, semeando esperança e alegria de viver, superando as angústias da morte e os desencantos da existência.
Desse modo, mantém-te atento às inspirações que procedem do Mais Além, deixando-te conduzir pelos formosos Benfeitores da humanidade que trabalham ao teu lado em favor do mundo melhor e da sociedade mais feliz.
Não fosse esse formidando auxílio e muito mais difícil seria o prosseguimento dos ideais superiores, em face dos enfrentamentos perversos da cultura imediatista e ateia que vive na Terra.
*   *   *
Nos inolvidáveis dias do martirológio cristão, enquanto as lágrimas e as angústias dilaceravam as esperanças das vítimas, confundindo-se com a psicosfera pestilenta dos recintos infelizes, os angélicos amigos espirituais esparziam o zéfiro perfumado e aguardavam que as carnes despedaçadas libertassem-lhes os Espíritos, a fim de os conduzirem aos páramos celestiais, vitoriosos após as refregas impostas pela evolução.
Seja em qual situação te encontres hoje, recorda Jesus sempre amoroso, oferecendo-te apoio e vontade, ao mesmo tempo facultando que os Seus embaixadores rompam a cortina de matéria e entrem em contato contigo através dos fios invisíveis da inspiração e do apoio.
Segue adiante sem temor, porque o curso da vida não se encerra no túmulo, e além dele estua o amor vigilante e misericordioso.
Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na manhã de 8 de junho de 2011 na residência de Josef Jackulak, 
em Viena, Áustria.